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quinta-feira, outubro 20, 2011

Ildo Lobo partiu há 7 anos


Ildo Lobo (Pedra de Lume, Sal, 25 de novembro de 1953 - 20 de outubro de 2004) foi um famoso cantor e compositor cabo-verdiano.
A sua voz versátil e melódica e a sua poderosa presença em palco fizeram dele um dos maiores intérpretes de sempre de Cabo Verde. Conhecido desde sempre nas ilhas de Cabo Verde, e desde cedo também em Portugal, pelo seu trabalho na banda Os Tubarões, Ildo Lobo ficou internacionalmente famoso graças ao seu trabalho a solo, registado nos discos Nôs Morna, Intelectual e Incondicional.



Ildo Lobo - Conbersa co Deus

Pega'm na mon, guia'm ku sdretu
po'm na ragass, xina'm ku djetu
mostra'm kes dretu ku menos dretu
xina'm n'afeto e na mal fetu
na tudo curba oh na ladera
mostra'm caminho, guia'm dritinhu
pintcham pa riba, libram di bera
pom na solera di bom caminhu

si bo odjam na rubera
botam bu stera
pom na ladera
pam podi tchiga
na seh cumera

si bu sintim ta djongo cedu
cordam mansinhu, dibagarrinhu
di bida cumprido, conta'm segredu
ka xam durmi nem um pokinho
lembra'm kes tempo di mininu
ta corri arco, djuga pion
ranja kretcheu, dal tudu mimu
bira rapaz, ar di roscon


hora ki bo odja'm na sukuru
tira'm des mundo
faze'm um turo
barrem pa djuntu, d'otu futuro

quarta-feira, outubro 19, 2011

El-Rei D. Luís I morreu há 122 anos

D. Luís I de Portugal (nome completo: Luís Filipe Maria Fernando Pedro de Alcântara António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando de Saxe-Coburgo e Bragança; Lisboa, 31 de Outubro de 1838Cascais, 19 de Outubro de 1889) foi o segundo filho da rainha D. Maria II e de D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota. Luís herdou o trono depois da morte do seu irmão mais velho, D. Pedro V em 1861. Ficou conhecido como O Popular, devido à adoração pelo seu povo; Eça de Queirós chamou-lhe O Bom.

D. Luís herdou a coroa em Novembro de 1861, sucedendo ao seu irmão Pedro V por este não deixar descendência, e foi aclamado rei a 22 de Dezembro do mesmo ano. A 27 de Setembro do ano seguinte casa-se, por procuração, com D. Maria Pia de Sabóia, filha do rei Vitor Emanuel II da Itália. Quando infante serviu na Marinha, visitando a África Portuguesa. Exerce o seu primeiro comando naval em 1858.
Luís era um homem culto e de educação esmerada, como todos os seus irmãos. De grande sensibilidade artística, pintava, compunha e tocava violoncelo e piano. Poliglota, falava correctamente algumas línguas europeias. Fez traduções de obras de William Shakespeare.
Durante o seu reinado e, em consequência da criação do imposto geral de consumo, que a opinião pública recebeu mal, deu-se o motim a que se chamou a Janeirinha (em finais de 1867). Também a 19 de Maio de 1870, se verificou uma revolta militar, promovida pelo Marechal Duque da Saldanha e que pretendia a demissão do governo. À revolta de 19 de Maio, respondeu o monarca em 29 de Agosto, com a demissão do ministério de Saldanha, chamando ao poder Sá da Bandeira.
Em Setembro de 1871, subiu ao poder Fontes Pereira de Melo, que organizou um gabinete regenerador, o qual se conservou até 1877. Seguiu-se o Duque de Ávila, que não se aguentou durante muito tempo por lhe faltar maioria. Assim, e depois do conflito parlamentar que rebentou em 1878, Fontes foi chamado outra vez para constituir gabinete. Consequentemente, os progressistas atacaram o rei, acusando-o de patrocinar escandalosamente os regeneradores. Este episódio constitui um incentivo ao desenvolvimento do republicanismo. Em 1879, D. Luís chamava, então, os progressistas a formarem governo.
No seu tempo surgiu a Questão Coimbrã (1865-1866) e ocorreu a iniciativa das Conferências do Casino (1871), a que andavam ligados os nomes de Antero de Quental e Eça de Queiroz, os expoentes de uma geração que se notabilizou na vida intelectual portuguesa. De temperamento calmo e conciliador, foi um modelo de monarca constitucional, respeitador escrupuloso das liberdades públicas. Do seu reinado merecem especial destaque o início das obras dos portos de Lisboa e de Leixões, o alargamento da rede de estradas e dos caminhos-de-ferro, a construção do Palácio de Cristal, no Porto, actualmente designado de Pavilhão Rosa Mota, a abolição da pena de morte para os crimes civis, a abolição da escravatura no Reino de Portugal, e a publicação do primeiro Código Civil.
Em 1884, foi efectuada a Conferência de Berlim, resultando daí o chamado Mapa Cor-de-Rosa, que definia a partilha de África entre as grandes potências coloniais: Alemanha, Bélgica, França, Inglaterra e Portugal.
Fértil em acontecimentos, é no reinado de D. Luís que são fundados alguns dos partidos políticos portugueses: o Partido Reformista (1865), que ascendeu ao poder em 1868, o Partido Socialista Português (1875), com o nome de Partido Operário Socialista, e o Partido Progressista (1876), que chega ao poder em 1879. Em 1883, dá-se a realização do Congresso de Comissão Organizadora do partido Republicano. No final do seu reinado, o Partido Republicano apresenta-se já como uma força política perfeitamente estruturada.
D. Luís era principalmente um homem das ciências, com uma paixão pela oceanografia. Investiu grande parte da sua fortuna no financiamento de projectos científicos e de barcos de pesquisa oceanográfica, que viajaram pelos oceanos em busca de espécimes.
D. Luís seguiu os passos de sua mãe - D. Maria II, mandando construir e fundar associações culturais. Em 1 de Junho de 1871, D. Luís esteve no Seixal (uma vila fundada pela sua mãe), para testemunhar a fundação da Sociedade Filarmónica União Seixalense. Neste mesmo dia terminava a Guerra Franco-Prussiana.
Morre subitamente no seu palácio de verão, na cidadela de Cascais, a 19 de Outubro de 1889. Sucede-lhe o seu filho Carlos, sob o nome de Carlos I de Portugal.

quinta-feira, outubro 06, 2011

Saudades de Amália...

Retrato a carvão - Fernando Carlos Lopes (imagem daqui)

Meu amigo está longe - Amália Rodrigues

Nem um poema, nem um verso, nem um canto,
Tudo raso de ausência, tudo liso de espanto
Amiga, noiva, mãe, irmã, amante,
Meu amigo está longe
E a distância é tão grande.

Nem um som, nem um grito, nem um ai
Tudo calado, todos sem mãe nem pai
Amiga noiva mãe irmã amante,
Meu amigo esta longe
E a tristeza é tão grande.

Ai esta magoa, ai este pranto, ai esta dor
Dor do amor sozinho, o amor maior
Amiga noiva mãe irmã amante,
Meu amigo esta longe
E a saudade é tão grande.


Música de Alain Oulman e letra de Ary dos Santos

quarta-feira, outubro 05, 2011

sexta-feira, setembro 16, 2011

El-Rei D. Pedro V nasceu há 174 anos

D. Pedro V de Portugal (nome completo: Pedro de Alcântara Maria Fernando Miguel Rafael Gonzaga Xavier João António Leopoldo Victor Francisco de Assis Júlio Amélio de Saxe Coburgo e Bragança; 16 de setembro de 183711 de novembro de 1861), cognominado O Esperançoso, O Bem-Amado ou O Muito Amado, foi Rei de Portugal de 1853 a 1861. Era o filho mais velho da Rainha D.Maria II e do seu consorte D.Fernando II.
Embora muito jovem aquando a sua ascensão ao trono português, com apenas 16 anos, foi considerado por muitos como um monarca exemplar, que reconciliou o povo com a casa real, após o reinado da sua mãe ter sido fruto de uma guerra civil vencida. D. Fernando II, seu pai, desempenhou um papel fundamental no início do seu reinado, tendo exercido o governo da nação na qualidade de regente do Reino, orientando o jovem rei no que diz respeito às grandes obras públicas efectuadas. D. Pedro é frequentemente descrito como um monarca com valores sociais bem presentes, em parte devida à sua educação, que incluiu trabalho junto das comunidades e um vasto conhecimento do continente europeu.
A 16 de Setembro de 1855, completando 18 anos, é aclamado rei, presidindo nesse mesmo ano à inauguração do primeiro telégrafo eléctrico no país e, no ano seguinte (28 de Outubro), inaugura o caminho de ferro entre Lisboa a Carregado. É também no seu reinado que se iniciam as primeiras viagens regulares de navio, entre Portugal e Angola.
Dedicou-se com afinco ao governo do País, estudando com minúcia as deliberações governamentais propostas. Criou ainda, o Curso Superior de Letras, em 1859, que subsidiou do seu bolso, com um donativo de 91 contos de réis. Nesse mesmo ano é introduzido o sistema métrico em Portugal.
D. Pedro V foi um defensor acérrimo da abolição da escravatura e data do seu reinado um episódio que atesta a convicção do monarca nessa matéria e que simultaneamente demonstra a fragilidade de Portugal perante as grandes potências europeias: junto à costa de Moçambique é apresado um navio negreiro francês, tendo o seu comandante sido preso. O governo de França, não só exigiu a libertação do navio, bem como uma avultada indemnização ao governo português.
Portugal é, por essa altura, flagelado por duas epidemias, uma de cólera, que grassa de 1853 a 1856, e outra de febre amarela, principalmente em 1856/57. Durante esses anos o monarca, em vez de se refugiar, percorria os hospitais e demorava-se à cabeceira dos doentes, o que lhe trouxe muita popularidade.
Em 1858, D. Pedro V casa-se por procuração com a princesa D.Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen, que veio a morrer no ano seguinte vítima de difteria.
Sendo a saúde pública uma das suas preocupações, foi juntamente com a sua mulher, a princesa D. Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen, que Pedro fundou hospitais públicos e instituições de caridade. Aliás, cumprindo os desejos por ela manifestados, o monarca, fundou o Hospital de Dona Estefânia, em Lisboa.
Morreu com apenas 24 anos, em 11 de Novembro de 1861, que segundo parecer dos médicos, devido a febre tifóide (enquanto o povo suspeitava de envenenamento e por isso viria a amotinar-se). A sua morte provocou uma enorme tristeza em todos os quadrantes da sociedade. Não tendo filhos, foi sucedido pelo irmão, o infante D. Luís, que habitava então no sul de França.
Teve uma notável preparação moral e intelectual. Estudou ciências naturais e filosofia, dominava bem o grego e o latim e chegou a estudar inglês. O seu espírito terá sido influenciado pela convivência que teve com Alexandre Herculano, que foi seu educador.
No dizer dos biógrafos, D. Pedro V: "com um temperamento observador, grave, desde criança [...] mandou pôr à porta do seu palácio uma caixa verde, cuja chave guardava, para que o seu povo pudesse falar-lhe com franqueza, queixar-se [...] O povo começava a amar a bondade e a justiça de um rei tão triste [...]"

sábado, agosto 27, 2011

Cesária nasceu há 70 anos

 (imagem daqui)
Cesária Évora (Mindelo, 27 de Agosto de 1941), também conhecida como «a diva dos pés descalços», é a cantora cabo-verdiana de maior reconhecimento internacional de toda história da música popular. O género musical com o qual ela é mais relacionada é a "morna", por isso também recebe o cognome de "Rainha da Morna" (mesmo tendo sido bastante sucedida com diversos outros géneros musicais).


Sodade - Cesária Évora

Quem mostra' bo
Ess caminho longe?
Quem mostra' bo
Ess caminho longe?
Ess caminho
Pa São Tomé

Sodade
Sodade
Sodade
Dess nha terra São Nicolau

Si bô 'screvê' me
'M ta 'screvê be
Si bô 'squecê me
'M ta 'squecê be
Até dia
Qui bô voltà

Sodade sodade
Sodade
Dess nha terra São Nicolau

NOTA: para quem não sabe crioulo cabo-verdiano, uma tradução:

Saudade

Quem te mostrou
Este caminho longe?
Quem te mostrou
Este caminho longe?
Este caminho 

Para São Tomé.

Saudade
Saudade
Saudade
Da minha terra São Nicolau

Se tu me escreves,
Também eu te escrevo
Se tu me esqueceres
Eu esqueço-te
Até o dia
Que tu regressares

Saudade
Saudade
Saudade
Da minha terra São Nicolau