Sismos
Mais de quatro mil sismos registados no Faial em dois meses
Crise sísmica no arquipélago açoriano começou a 5 de novembro e o abalo de maior magnitude na escala de Richter foi a 18 de dezembro. Alguns são sentidos pela população, mas não há registo de danos.
Entre 5 de novembro e 13 de janeiro de 2020, foram registados e localizados mais de 4000 sismos na região a oeste da ilha do Faial, revelou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) nesta segunda-feira. Trata-se de sismos com magnitudes de 1,0 a 4,7 na escala de Richter, escreve o IPMA em comunicado, dizendo que há períodos de “maior libertação de energia e períodos mais calmos” e que é “expectável” que ocorram mais sismos nos próximos tempos.
Os sismos de maior magnitude aconteceram a 5 de novembro do ano passado, às 06.22 (mais uma hora no Continente e na Madeira) – com magnitude de 4,6 na escala de Richter – e a 18 de dezembro, às 08.51 locais, com magnitude de 4,7. “Da totalidade dos eventos registados, 35 foram sentidos com intensidades máximas variando de II/III a IV/V na escala Mercalli Modificada, não existindo informação de quaisquer danos”, refere o comunicado.
O IPMA esclarece também que a localização do arquipélago dos Açores dá-lhe “características de actividade sísmica intensa” por estar na zona de junção tripla das placas litosféricas Norte-Americana, Eurasiática e Núbia. “A sismicidade do Arquipélago organiza-se geralmente em sequências sísmicas, quer como réplicas de um evento principal, quer como enxames ou crises com sismos de magnitude reduzida a moderada, podendo os mais fortes ser sentidos pela população”, como parece ser o caso.
Uma das zonas onde é frequente registar-se períodos de forte actividade sísmica é na região a Oeste da ilha do Faial. Desde 5 de novembro de 2019 que foi detectado um aumento da frequência horária dos tremores, “com eventos localizados a cerca de 30 quilómetros a oeste do Capelo. Esta actividade sísmica mantém-se ainda em curso, embora com menor frequência diária”.
Em novembro, o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) já afirmava que tinham registados mais de mil sismos no espaço de duas semanas. O presidente do CIVISA, Rui Marques, explicou nessa altura que a situação não era “anormal” tendo em conta que acontece “periodicamente”.
in Público
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