(imagem daqui)
Josué Apolônio de Castro (Recife, 5 de setembro de 1908 - Paris, 24 de setembro de 1973), mais conhecido como Josué de Castro, foi um influente médico, nutrólogo, professor, geógrafo, cientista social, político, escritor, ativista brasileiro que dedicou sua vida ao combate à fome.
Destacou-se no cenário brasileiro e internacional, não só pelos seus
trabalhos ecológicos sobre o problema da fome no mundo, mas também no
plano político em vários organismos internacionais.
Partindo de sua experiência pessoal no Nordeste brasileiro, publicou uma extensa obra que inclui: "Geografia da Fome",
"Geopolítica da Fome", "Sete Palmos de Terra e um Caixão" e "Homens e
Caranguejos". Exerceu a Presidência do Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), e foi também embaixador brasileiro na Organização das Nações Unidas (ONU).
Recebeu da Academia de Ciências Políticas dos Estados Unidos, o Prémio
Franklin D. Roosevelt, o Conselho Mundial da Paz lhe ofereceu o Prémio
Internacional da Paz e o governo francês condecorou-o, sendo Oficial da
Legião de Honra.
Logo após o Golpe de Estado de 1964, teve seus direitos políticos suspensos pela ditadura militar.
(...)
Em 9 de abril de 1964, com o Golpe Militar, foi destituído do cargo de
embaixador-chefe em Genebra e logo depois tem seus direitos políticos
suspensos por dez anos, pelo Regime Militar no Brasil (1964–1985) no seu
primeiro Ato Institucional Nº 1.
Impedido de voltar ao país, escolheu a França para viver, morando em
Paris de 1964 a 1973 onde continuou as suas atividades intelectuais.
Fundou, em 1965, e dirigiu até 1973 o Centro Internacional para o
Desenvolvimento, além de ser o Presidente da Associação Médica Internacional
para o Estudo das Condições de Vida e Saúde. Depois de um ano de
docência, em 1969, o governo francês o designa professor estrangeiro
associado ao Centro Universitário Experimental de Vincennes
(Universidade de Paris VIII), onde trabalhou até à sua morte.
No exílio, sentiu agudamente a falta do Brasil, a ponto de declarar que
"não se morre apenas de enfarte ou de glomerulonefrite crónica, mas
também de saudade". Faleceu em Paris, a 24 de setembro de 1973, enquando
esperava o passaporte que o traria de volta ao Brasil. O passaporte
chegou, porém já era tarde. O seu corpo foi enterrado no cemitério de
São João Batista, no Rio de Janeiro.
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