João de Deus de Nogueira Ramos (São Bartolomeu de Messines, 8 de março de 1830 - Lisboa, 11 de janeiro de 1896), mais conhecido por João de Deus, foi um eminente poeta lírico, considerado à época o primeiro do seu tempo, e o proponente de um método de ensino da leitura, assente numa Cartilha Maternal por ele escrita, que teve grande aceitação popular, sendo ainda utilizado. Gozou de extraordinária popularidade, foi quase um culto, sendo ainda em vida objecto das mais variadas homenagens e, aquando da sua morte, sepultado no Panteão Nacional.
in Wikipédia
A MINHA MÃE
Pátria! berço d'amor, que a alma embala
Em quanto a luz vital nos ilumina,
E onde só descansado se reclina
Quem, longe d'ela, dor contínua rala...
Se n'essa essência, mãe! que a flor exala
Na essência d'uma flor d'essa colina,
Vês lágrimas d'amor que dentro a mina,
Com saudades de quem do céu lhe fala:
Se quando, o céu buscando, o fumo ondeia,
Quando esse vale o sol deixa indeciso,
Vês como fumo e flor aspira, anseia
Um pai, um Deus, um céu, um paraíso,
Ah! tendo eu tudo, tudo, em minha aldeia,
Vê tu se lábio meu desfolha um riso!
Pátria! berço d'amor, que a alma embala
Em quanto a luz vital nos ilumina,
E onde só descansado se reclina
Quem, longe d'ela, dor contínua rala...
Se n'essa essência, mãe! que a flor exala
Na essência d'uma flor d'essa colina,
Vês lágrimas d'amor que dentro a mina,
Com saudades de quem do céu lhe fala:
Se quando, o céu buscando, o fumo ondeia,
Quando esse vale o sol deixa indeciso,
Vês como fumo e flor aspira, anseia
Um pai, um Deus, um céu, um paraíso,
Ah! tendo eu tudo, tudo, em minha aldeia,
Vê tu se lábio meu desfolha um riso!
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