John James Audubon (26 de abril de 1785 – 27 de janeiro 1851) foi um naturalista americano de origem francesa, especializado na ilustração científica de aves. O seu trabalho mais conhecido The Birds of America (As Aves da América em língua portuguesa)
alcançou, durante a sua vida, sucesso comercial e trouxe-lhe enorme
popularidade junto do público. O prestígio científico alcançado pela
obra valeu-lhe elogios rasgados dos seus pares e permitiu-lhe tornar-se o
segundo americano (depois de Benjamin Franklin) a ser incluido na seleta Royal Society - The Royal Society of London for the Improvement of Natural Knowledge (em português Real Sociedade de Londres para o Progresso do Conhecimento da Natureza).
Audubon nasceu em 1785 em Santo Domingo na Republica Dominicana como Jean-Jacques Fougère Audubon,
filho de um capitão da marinha mercante francesa e de Mademoiselle
Rabine, que morreu pouco tempo depois do seu nascimento. Quatro anos
depois, o capitão regressou a França e apresentou o bastardo à família.
Audubon foi criado pela mulher legítima do pai que o tratou como um
filho, juntamente com a sua meia-irmã, também nascida fora do casamento.
Em 1803 Audubon regressa às Américas, para fugir ao ingresso nos exércitos de Napoleão Bonaparte, e com a ajuda financeira do pai instala-se em Mill Grove, perto de Filadélfia,
onde a família detinha algumas propriedades. Nestes primeiros anos,
Audubon desenvolve o gosto pelo desenho de temas naturalistas, em
particular das aves das suas redondezas. O seu interesse era também de
ordem científica e a sua curiosidade levou-o a fazer as primeiras
experiências conhecidas de anilhagem de aves migratórias, para ver que indivíduos regressavam ao mesmo local no ano seguinte.
Em Mill Grove, Audubon casou com Lucy Bakewell, filha de uns
vizinhos, que lhe deu dois filhos Victor e John. Pouco tempo depois do
casamento, a família muda-se para Louisville no Kentucky,
onde por influência paterna Audubon era suposto dedicar-se a negócios
comerciais. A experiência acabou por ser um falhanço pois, por admissão
do próprio em correspondência com amigos, a vida de empresário deixava-o
deprimido. Após ter perdido quase todos os investimentos e estar à
beira da bancarrota, Audubon percebeu que esta não era uma vida para si e
decidiu dedicar-se ao seu projecto de vida: desenhar todas as aves da América do Norte.
Estampa do The Birds of America, ilustrando o cisne-trombeteiro (Cygnus buccinator)
As Aves da América
Em nome deste sonho, Audubon percorreu os Estados Unidos da América
em busca das aves que pretendia desenhar, enquanto Lucy Bakewell
suportava a família como professora. A sua insistência em procurar os
seus modelos na Natureza, em vez de utilizar exemplares taxidermizados em museus
era então uma abordagem totalmente nova da ilustração científica. Isto
não significa, porém, que Audubon fosse um ecologista: ele fazia o seu
trabalho de campo acompanhado de papel e material de desenho, mas também
de uma espingarda que usava para matar as aves que pretendia ilustrar.
Uma vez mortas, as aves eram repostas em posição de vida com arames e
então desenhadas.
Em 1826, Audubon tinha a maioria das suas estampas preparadas e começou a procurar uma editora para publicar a sua obra-prima, o livro The Birds of America. Audubon, no entanto, não encontrou nenhuma casa editorial em Nova York ou Filadélfia que quisesse arriscar o negócio, e decidiu procurar a sua sorte na Europa. Com o dinheiro poupado pela mulher, comprou uma passagem e rumou ao Velho Continente.
Audubon foi um sucesso quase imediato no Reino Unido, em parte devido à qualidade dos seus desenhos, em parte pelas suas qualidades de marketing. Para vender o The Birds of America,
Audubon adoptou uma aparência propositadamente exótica, deixando
crescer o cabelo e aparecendo nos salões britânicos vestido de pioneiro
americano, à maneira de David Crocket.
As subscrições da obra não tardaram e Audubon pode contratar uma
litografia para imprimir as cerca de 200 cópias das 435 gravuras que
compunham o The Birds of America. Cada uma foi vendida ao preço exorbitante de 1000 dólares americanos e entregues em volumes de 10 gravuras cada ao longo dos doze anos seguintes. O rei Jorge IV do Reino Unido foi um dos subscritores e entusiastas de Audubon, mas não foi o único. O Barão Georges Cuvier elogiou publicamente o trabalho de Audubon como um monumento à ornitologia e a Royal Academy convidou-o para se tornar membro da instituição.
O sucesso
Audubon regressou às Américas em 1829,
com o objetivo de encontrar mais assinantes da sua obra e para fazer
mais viagens, a fim de completar as gravuras que lhe faltavam. Neste
período, Audubon procurou popularizar a sua obra ao editar, em 1840, uma versão mais barata do livro The Birds of America, acessível também à classe média. O sucesso da Octavo Edition foi imediato e a primeira edição esgotou rapidamente as 1200 cópias impressas.
Com os seus méritos reconhecidos e situação financeira estabilizada, Audubon comprou uma propriedade perto do rio Hudson, mas não parou de trabalhar. O seu trabalho seguinte Viviparous Quadrupeds of North America, ocupou os seus últimos anos e foi elaborado em colaboração com os seus dois filhos, John e Victor. Audubon morreu em 1851 e este livro foi publicado postumamente em 1852.
in Wikipédia
Sem comentários:
Enviar um comentário