Mostrar mensagens com a etiqueta revolução cultural. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta revolução cultural. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, dezembro 26, 2014

O camarada Mao nasceu há 121 anos

Mao Tsé-Tung (Mao Tse-tung pela transliteração Wade-Giles, ou Máo Zédōng, pela pinyin; Shaoshan, 26 de dezembro de 1893 - Pequim, 9 de setembro de 1976) foi um político, teórico, líder comunista e revolucionário chinês. Liderou a Revolução Chinesa e foi o arquiteto e fundador da República Popular da China, governando o país desde a sua criação em 1949 até à sua morte em 1976. As sua contribuição teórica para o marxismo-leninismo, estratégias militares, e suas políticas comunistas são conhecidas coletivamente como maoísmo.

(...)

Mao continua sendo uma figura controversa na atualidade, com um legado importante e igualmente contestado e constante. Muitos chineses acreditam também que, através de suas políticas, ele lançou os fundamentos económicos, tecnológicos e culturais da China moderna, transformando o país de uma ultrapassada sociedade agrária em uma grande potência mundial. Além disso, Mao é visto por muitos como um poeta, filósofo e visionário. Como consequência, o seu retrato continua a estar na Praça Tiananmen e em todos as notas Renminbi.
Inversamente, no Ocidente, Mao é acusado de com seus programas sociais e políticos, como o Grande Salto Adiante e a Revolução Cultural, causar grave fome e danos a cultura, sociedade e economia da China. Embora Mao tenha incentivado o crescimento populacional e a população chinesa quase tenha duplicado durante o período de sua liderança (de cerca de 550 a mais de 900 milhões), as suas políticas e as purgas políticas de seu governo entre 1949 a 1975, provocaram a morte de 50 a 70 milhões de pessoas. A fome extrema durante a Grande Fome Chinesa, o suicídio em massa, como resultado das Campanhas Três-Anti e Cinco-Anti, e perseguição política durante a Campanha Antidireitista, purgas e sessões de luta, todos resultaram destes programas. As suas campanhas e suas variadas consequências catastróficas foram posteriormente consideradas culpadas de danificar a cultura chinesa e a sociedade, como as relíquias históricas que foram destruídas e os locais religiosos que foram saqueados. Apesar dos objetivos declarados de Mao de combater a burocracia, incentivar a participação popular e sublinhar na China a auto-confiança serem geralmente vistos como louváveis e a rápida industrialização, que começou durante o reinado de Mao, é reconhecida por estabelecer bases para o desenvolvimento da China no final do século XX, os duros métodos que ele usou para persegui-los, incluindo tortura e execuções, têm sido amplamente repreendidos como sendo cruéis e auto-destrutivos. Desde que Deng Xiaoping assumiu o poder em 1978, muitas políticas maoístas foram abandonadas em favor de reformas económicas.
Mao é visto como uma das figuras mais influentes na história do mundo moderno e foi nomeado pela revista Time como uma dos cem personalidades mais influentes do século XX.

segunda-feira, julho 28, 2014

Há 38 anos a China provou que ainda não era possível prever sismos

O Sismo de Tangshan de 28 de julho de 1976 foi o mais grave terramoto que afligiu o mundo moderno em relação às vidas perdidas, tendo sido registados 7,5 graus na escala de Richter. Atingiu a cidade da Tangshan, na República Popular da China às 03.52 horas da manhã, matando oficialmente 242.419 pessoas, de acordo com os dados oficias, mas segundo algumas fontes esse número está estimado como sendo três vezes maior.
Muitas das pessoas que sobreviveram ao terramoto ficaram presas sob os edifícios que caíram, não resistindo à réplica de magnitude 7,1 15 horas depois do terramoto principal, seguidos de muitas réplicas de 5.0 e 5.5. Muitas pessoas afirmaram ter visto luzes estranhas na noite anterior ao terramoto, que ficaram conhecidas como as luzes do terramoto.
78% dos edifícios industriais, 93% dos edifícios residenciais, 80% das estações de bombeamento de água e 14 linhas de esgoto ou foram completamente destruídos ou ficaram bastante danificados. As ondas sísmicas libertadas para longe e alguns edifícios localizados tão longe como Pequim, a 140 km do epicentro, ficaram danificados.
O Terramoto de Tangshan é o segundo mais mortífero que foi registado, ficando após o sismo de 1556 de Shanxi, também na China, onde foram registados 830.000 mortos; contudo, documentos deste período são muito difíceis de encontrar.

  
The Tangshan Earthquake, also known as the Great Tangshan Earthquake, was a natural disaster that occurred on Wednesday, July 28, 1976. It is believed to be the largest earthquake of the 20th century by death toll. The epicenter of the earthquake was near Tangshan in Hebei, People's Republic of China, an industrial city with approximately one million inhabitants. The number of deaths initially reported by the Chinese government was 655.000, but this number has since been stated to be around 240.000 to 255.000. Another report indicates that the actual death toll was much higher, at approximately 650.000, and explains that the lower estimates are limited to Tangshan and exclude fatalities in the densely populated surrounding areas.
A further 164.000 people were recorded as being severely injured. The earthquake occurred between a series of political events involving the Communist Party of China, ultimately leading to the expulsion of the ruling Gang of Four by Mao's chosen successor, Hua Guofeng. In traditional Chinese thought, natural disasters are seen as a precursor of dynastic change.
The earthquake hit in the early morning, at 03.42.53,8 local time (1976 July 27 19.42.53,8 UTC), and lasted 14 to 16 seconds. Chinese government official sources state a magnitude of 7,8 on the Richter magnitude scale, though some sources listed it as high as 8,2. It was followed by a major 7,1 magnitude aftershock some 16 hours later, increasing the death toll to over 255.000. The earthquake was generated by the 25-mile long Tangshan Fault, which runs near the city and ruptured due to tectonic forces caused by the Amurian Plate sliding past the Eurasian Plate.

Controversial statistics
Until fairly recently, China's political environment has made it difficult to properly gauge the extent of natural disasters. Successive governments have placed more importance on the appearance of harmony rather than accurate information on damages. The Tangshan Earthquake came at a rather politically sensitive time during the late stages of the Cultural Revolution, making accurate statistics especially difficult to find. The Tangshan earthquake killed 242.000 people according to official figures, though some sources estimate a death toll up to three times higher. This would make it the deadliest earthquake in modern times, and the second or third deadliest in recorded history. It is worth noting that the population of Tangshan at the time the quake struck was estimated to be around 1.6 million and that most of Tangshan's city proper was flattened.
Many experts believe the Chinese government has never released an accurate death toll for the disaster. The death toll figure of 242.419 came from the Chinese Seismological Service in 1988, while some sources have estimated the death toll to be at 650.000. Others range as high as 700.000. The initial estimates of 655.000 dead and 779.000 injured were released by Hebei Revolutionary Committee.

domingo, julho 28, 2013

O sismo que mais mortos provocou no século XX foi há 37 anos

The Tangshan Earthquake, also known as the Great Tangshan Earthquake, was a natural disaster that occurred on Wednesday, July 28, 1976. It is believed to be the largest earthquake of the 20th century by death toll. The epicenter of the earthquake was near Tangshan in Hebei, People's Republic of China, an industrial city with approximately one million inhabitants. The number of deaths initially reported by the Chinese government was 655,000, but this number has since been stated to be around 240,000 to 255,000. Another report indicates that the actual death toll was much higher, at approximately 650,000 and explains that the lower estimates are limited to Tangshan and exclude fatalities in the densely populated surrounding areas.
A further 164,000 people were recorded as being severely injured. The earthquake occurred between a series of political events involving the Communist Party of China, ultimately leading to the expulsion of the ruling Gang of Four by Mao's chosen successor Hua Guofeng. In traditional Chinese thought, natural disasters are seen as a precursor of dynastic change.
The earthquake hit in the early morning, at 03:42:53.8 local time (1976 July 27 19:42:53.8 UTC), and lasted 14 to 16 seconds. Chinese government official sources state a magnitude of 7.8 on the Richter magnitude scale, though some sources listed it as high as 8.2. It was followed by a major 7.1 magnitude aftershock some 16 hours later, increasing the death toll to over 255,000. The earthquake was generated by the 25-mile long Tangshan Fault, which runs near the city and ruptured due to tectonic forces caused by the Amurian Plate sliding past the Eurasian Plate.

(...)
  
Controversial statistics
Until fairly recently, China's political environment has made it difficult to properly gauge the extent of natural disasters. Successive governments have placed more importance on the appearance of harmony rather than accurate information on damages. The Tangshan Earthquake came at a rather politically sensitive time during the late stages of the Cultural Revolution, making accurate statistics especially difficult to find. The Tangshan earthquake killed 242,000 people according to official figures, though some sources estimate a death toll up to three times higher. This would make it the deadliest earthquake in modern times, and the second or third deadliest in recorded history. It is worth noting that the population of Tangshan at the time the quake struck was estimated to be around 1.6 million and that most of Tangshan's city proper was flattened.
Many experts believe the Chinese government has never released an accurate death toll for the disaster. The death toll figure of 242,419 came from the Chinese Seismological Service in 1988, while some sources have estimated the death toll to be at 650,000. Others range as high as 700,000. The initial estimates of 655,000 dead and 779,000 injured were released by Hebei Revolutionary Committee.
A Tangshan earthquake memorial in Tianjin

Aftermath
The Chinese government refused to accept international aid from the United Nations, and insisted on self-reliance. Shanghai sent 56 medical teams to Tangshan, in addition to the People's Liberation Army who were assisting while also trying to fix their tarnished image of Red guards destructions earlier. Rebuilding infrastructure started immediately in Tangshan, and the city was completely rebuilt. Today Tangshan city is home to nearly three million people and is known as "Brave City of China."

Political aftermath
The earthquake came in one of the most dramatic years in the history of the People's Republic. The earthquake was preceded by the death of Zhou Enlai in earlier months and followed by the death of Mao Zedong in September. The political repercussions of the disaster and its aftermath contributed to the end of the Cultural Revolution. Mao's chosen successor Hua Guofeng showed concern, thereby solidifying his status as China's leader. He, with Chen Yonggui, made a personal visit to Tangshan on August 4 to survey the damage and was photographed in the tasks of cleaning up and comforting the survivors.
Leaders who opposed the return of Deng Xiaoping, especially the group which became known as Gang of Four, filled the press with concern for the victims, but explicitly said that the nation should not be diverted by the earthquake, and that the priority was to denounce Deng instead. Jiang Qing was widely quoted as saying "There were merely several hundred thousand deaths. So what? Denouncing Deng Xiaoping concerns 800 million people." Other Gang of Four slogans said: "Be alert to Deng Xiaoping's criminal attempt to exploit earthquake phobia to suppress revolution!"

NOTA: depois de terem previsto o sismo de 1975 de Haicheng, a 4 de fevereiro de 1975, este sismo foi uma grande derrota para a Revolução Cultural e para o Partido Comunista Chinês - a ponto de, ainda hoje, não sabermos os números reais de mortos provocados por este desastre natural...

sábado, julho 28, 2012

O sismo que provocou mais mortos no século XX foi há 36 anos

O Sismo de Tangshan de 28 de julho de 1976 foi o mais grave terramoto que afligiu o mundo moderno em relação às vidas perdidas, tendo sido registados 7,5 graus na escala de Richter. Atingiu a cidade da Tangshan, na República Popular da China às 03.52 horas da manhã, matando 242.419 pessoas, de acordo com os dados oficias, mas segundo algumas fontes esse número está estimado como sendo três vezes maior.
Muitas das pessoas que sobreviveram ao terramoto ficaram presas sob os edifícios que caíram, não resistindo à réplica de magnitude 7,1 quinze horas depois do terramoto principal, seguidos de muitas réplicas de 5,0 e 5,5. Muitas pessoas afirmaram ter visto luzes estranhas na noite anterior ao terramoto, que ficaram conhecidas como as luzes do terramoto.
78% dos edifícios industriais, 93% dos edifícios residenciais, 80% das estações de bombeamento de água e 14 linhas de esgoto ou foram completamente destruídos ou ficaram bastante danificados. As ondas sísmicas libertadas para longe e alguns edifícios localizados tão longe como Pequim, a 140 km do epicentro, ficaram danificados.
O Terramoto de Tangshan é o segundo mais mortífero que foi registado, ficando após o sismo de 1556 de Shanxi, também na China, onde foram registados 830.000 mortos; contudo, documentos deste período são muito difíceis de encontrar.


NOTA: depois do sismo de Haicheng, em 4 de fevereiro de 1975, com magnitude de 7,3 e potencial de estragos e mortos igual ou superior a este terramoto, ter sido corretamente previsto e provocando apenas algumas centenas de mortos (os que desobedeceram à ordem de evacuação...), este foi um desaire que a China nunca pensou que fosse possível - e ainda hoje não se sabe o número real de mortos por causa disso.

segunda-feira, dezembro 26, 2011

Mao Tsé-Tung nasceu há 118 anos

Selo chinês de 1950 onde aparecem Mao Tse-tung e Josef Stalin

Mao Tsé-Tung (Shaoshan, 26 de dezembro de 1893 - Pequim, 9 de setembro de 1976) foi um político, teórico, líder comunista e revolucionário chinês. Liderou a República Popular da China desde a sua criação em 1949 até sua morte em 1976. Sua contribuição teórica para o marxismo-leninismo, estratégias militares, e suas políticas comunistas são conhecidas coletivamente como maoísmo.
Mao continua sendo uma figura controversa na atualidade, com um legado importante e igualmente controverso e constante. Na China é visto oficialmente como um grande revolucionário, estrategista, mentor político, militar e salvador da nação. Muitos chineses acreditam também que, através de suas políticas, ele lançou os fundamentos económicos, tecnológicos e culturais da China moderna, transformando o país de uma ultrapassada sociedade agrária em uma grande potência mundial. Além disso, Mao é visto por muitos como um poeta, filósofo e visionário. Como consequência, seu retrato continua a ser caracterizado na Praça Tiananmen e em todos as notas Renminbi.
Inversamente, no Ocidente, Mao é acusado de com seus programas sociais e políticos, como o Grande Salto Adiante e a Revolução Cultural, causar grave fome e danos a cultura, sociedade e economia da China. Políticas de Mao e as purgas políticos de 1949-1975, provocaram a morte de 50 a 70 milhões de pessoas. Desde que Deng Xiaoping assumiu o poder em 1978, muitas políticas maoístas foram abandonadas em favor de reformas económicas.
Mao é visto como uma das figuras mais influentes na história do mundo moderno, e foi nomeado pela revista Time como uma dos cem personalidades mais influentes do século XX.
Mao Tsé-Tung nasceu na aldeia de Shaoshan, província de Hunan, China, filho de camponeses, frequentou a escola até os 13 anos de idade, quando foi trabalhar como lavrador. Por conflitos com seu pai, saiu de casa para estudar em Changsha, capital da província.
Conheceu as ideias políticas ocidentais e especialmente as do líder nacionalista Sun Yat Sen.
Em 1911, no mês de outubro iniciou-se a revolução contra a dinastia Manchu que dominava o país. As lutas estenderam-se até Hunan. Mao Tsé-Tung alistou-se como soldado no exército revolucionário até o início da república chinesa, em 1912.
De 1913 a 1918 estudou na Escola Normal de Hunan, aprendeu filosofia; história e literatura chinesa. Continuou estudando e assimilando o pensamento ocidental e política. Tornou-se líder estudantil com participação em várias associações, mudou-se para Pequim em 1919, onde iniciou seus estudos universitários em Filosofia e Pedagogia, trabalhou na Biblioteca Universitária, conheceu Chen Tu Hsiu e Li Ta Chao fundadores do Partido Comunista Chinês.
Participou do Movimento Quatro de Maio contra a entrega ao Japão de regiões chinesas que haviam estado em poder da Alemanha; em função deste aderiu ao marxismo-leninismo, 1921, Mao Tsé-Tung participou da fundação do Partido Comunista Chinês. Nos primeiros anos à frente do partido, insistiu, contra a linha pró-soviética de seus aliados, no potencial revolucionário doa camponeses (Inquérito sobre o Movimento Camponês em Hunan, 1927).
Em 1927, Chiang Kai Shek assumiu o poder e se voltou contra os comunistas. Após a ruptura com o Kuomintang, Mao Tsé-Tung organizou um movimento revolucionário em Hunan e Jiangxi, fundando, em 1931, um soviete que se defendeu dos ataques dos aliados, adotando táticas de guerrilha.
Em Outubro de 1934, Mao Tsé-Tung e seu exército rompem o cerco das tropas do Kuomintang e seguem para o noroeste do país, iniciando a Grande Marcha (1934-1935) até Yanan, na província de Saanxi, transformada em nova região sob controle comunista. Essa ação espetacular reafirmou sua independência do Kuomintang e tornou Mao uma personalidade dominante do Partido Comunista Chinês.
Em 7 de julho de 1937, os japoneses invadem a China após o Incidente Lugouqiao (Incidente da Ponte de Marco Polo), o que demarca o início da II Guerra Mundial na Ásia. De 1936 e 1940 Mao Tsé-Tung fez oposição à tese dos comunistas pró-soviéticos, e conseguiu impor o seu ponto de vista, afastando do partido os seus oponentes.
Em 1945, Mao Tsé-Tung foi confirmado oficialmente como chefe do partido, sendo nomeado presidente do Comitê Central. Após a invasão japonesa, e no término da guerra o exército revolucionário tinha em torno de um milhão de soldados; os comunistas controlavam politicamente noventa milhões de chineses.
Após o ataque japonês à China (1937), o Partido Comunista Chinês e o Kuomintang se aliam novamente, mas com o fim da guerra, estourou, em 1946, uma guerra civil entre comunistas e nacionalistas que durou até 1949 quando o Kuomintang é finalmente derrotado. Em 1 de Outubro desse ano proclama na Praça Tiananmen, em Pequim, a República Popular da China; em Dezembro foi proclamado presidente da república.
Em 1954, após a promulgação da nova Constituição, Mao Tsé-Tung é reconduzido à presidência da República.
Após a consolidação do poder comunista, contrariando a linha soviética, Mao Tsé-Tung manteve-se fiel à ideia do desenvolvimento da luta de classes, tentando em vão, entre 1956 e 1957, na chamada Campanha das Cem Flores, dar-lhe novo impulso, através da liberdade de expressão.
Entre 1957 e 1958, iniciou uma política de desenvolvimento chamada de Grande Salto, baseado na industrialização associada à coletivização agrária. O "Grande Salto" traduziu-se num desastre económico que mergulhou a China numa epidemia de fome que vitimou milhões de chineses. Em virtude disso Mao Tsé-Tung foi destituído de alguns cargos e, em 1959, Liu Shaoqi assumiu a chefia do Estado. Apesar disso, Mao Tsé-Tung continuou influente, como ficou claro na ruptura com a União Soviética, devido a profundas diferenças nas políticas interna e externa. O prestígio internacional de Mao Tsé-Tung não foi afetado, tornando-se, após a morte de Stalin, em 1953, a personalidade mais influente do comunismo internacional.
Muitos dos programas sociais de Mao são indicados por críticos, tanto internos quanto externos à China, como causadores de danos severos à cultura, sociedade, economia e relações exteriores da China, como também pela morte de 42 a 70 milhões de pessoas.
A polêmica Revolução Cultural (1966-1969), empreendida por Mao Tsé-Tung com o apoio de sua esposa, Jiang Qing, destituiu os quadros do Partido Comunista Chinês, que queriam uma linha política e econômica mais moderada. Em 1968, Mao Tsé-tung destituiu Liu Shaoqi e, em 1971, tirou do poder seu sucessor, Lin Biao. Foram criados os guardas vermelhos, que se fundamentavam no chamado Livro Vermelho, que continha citações de Mao.
Mais tarde, apoiou a política de Zhou Enlai, consolidando o crescimento econômico e ultrapassando o isolamento da China. Em 1972, recebeu o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, em Pequim. Nos últimos anos de vida, com a saúde seriamente afetada, caiu sob a influência da facção radical do partido (Bando dos Quatro), organizada em torno de Jiang Qing. Apesar da desmaoização iniciada após sua morte, Mao Tsé-Tung teve especial aceitação nos países do Terceiro Mundo como teórico da guerra popular revolucionária.
Mao casou-se pela primeira vez em 1908, aos 15 anos de idade, com uma mulher seis anos mais velha. Ela morreu em 1910, de causas desconhecidas.
Em 1921 Mao casou-se pela segunda vez, com Yang Kai-hui, que lhe deu dois filhos. Nenhum deles teve um final feliz: em 1930, Yang foi executada por partidários de Chaiand Kai-shek. Os dois meninos escaparam para Xangai, onde tiveram que cuidar da própria sobrevivência pelas ruas. O mais novo, Anqing, desenvolveu uma doença mental que foi atribuída às pancadas que levou da policia de Xangai, quando o prenderam por vadiagem. O mais velho, Anying, foi morto num ataque aéreo norte-americano durante a Guerra da Coreia.
Mao casou-se com Ho Tzu-chen logo após a morte de Yang, que lhe deu ao todo seis filhos. Apenas uma menina, Lin Min, sobreviveu. Mao divorciou-se de Ho em 1939, para casar-se com Chiang Ch'ing.
Em 1953, quando Mao completou 60 anos, ficou estéril. À medida que envelhecia, preferia mulheres cada vez mais jovens. Frequentemente dormia com três, quatro ou cinco jovens e incentivava as amantes a apresentá-lo a outras mulheres. Como resultado dessa intensa promiscuidade, em 1967 contraiu herpes genital.
A intensa actividade sexual de Mao fez-lhe contrair também tricomoníase, doença assintomática no homem mas desconfortável para a mulher. Muitas de suas concubinas se orgulhavam de ter a doença como prova de intimidade com o líder da revolução, contudo, com certeza, sofriam com a situação. Calculam-se em centenas as infectadas com a tricomoníase entre as cerca de 3 mil mulheres com as quais ele se relacionou.
Segundo o livro A Vida Privada do Camarada Mao (tradução de Gabriel Zide Neto; Civilização Brasileira; 842 páginas), escrito por Li Zhisui, médico pessoal de Mao de 1954 até sua morte, em 1976, ele teve várias concubinas. Mao acreditava que fazer sexo prolongava a vida e não escovava os dentes, alegando que o tigre não precisa escová-los. Também não gostava de tomar banho e devido à sua falta de higiene com os dentes, acabou por perdê-los todos na velhice.
Encontra-se sepultado no Mausoléu de Mao Tsé-Tung, em Pequim, na China.
Uma das características do regime implantado por Mao Tsé-Tung foi o culto às suas ideias e personalidade.
Além do Livro Vermelho, de leitura obrigatória nos tempos do poder, Mao Tsé-Tung produziu outras peças ideológicas, antes e depois de assumir o governo chinês (além dos excertos de seus discursos):
  • Sobre a prática - 1937
  • Sobre a contradição - 1937
  • Uma Nova democracia - 1940
  • Literatura e arte - 1942
  • Guerra de guerrilhas
  • O homem tolo que removeu as montanhas
  • Servir ao povo