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segunda-feira, agosto 15, 2022

Napoleão nasceu há 253 anos

     
Napoleão Bonaparte (em francês: Napoléon Bonaparte; Ajaccio, 15 de agosto de 1769 - Santa Helena, 5 de maio de 1821) foi um líder político e militar durante a última parte da Revolução Francesa. Adotando o nome de Napoleão I, foi Imperador da França de 18 de maio de 1804 a 6 de abril de 1814, posição que voltou a ocupar por poucos meses em 1815 (20 de março a 22 de junho). A sua reforma legal, o código napoleónico, teve uma grande influência na legislação de vários países. Através das guerras napoleónicas, ele foi responsável por estabelecer a hegemonia francesa sobre maior parte da Europa.
Napoleão nasceu em Córsega, filho de pais com ascendência da nobreza italiana e foi treinado como oficial de artilharia na França continental. Em 2011, um exame de DNA de costelas de Napoleão que eram guardadas em relicário confirmou a origem caucasiana de Napoleão, desmentindo uma possível ascendência árabe do imperador.
Bonaparte ganhou destaque no âmbito da Primeira República Francesa e liderou com sucesso campanhas contra a Primeira Coligação e a Segunda Coligação. Em 1799, liderou um golpe de Estado e instalou-se como primeiro cônsul. Cinco anos depois, o senado francês proclamou-o Imperador. Na primeira década do século XIX, o império francês, sob comando de Napoleão se envolveu em uma série de conflitos com todas as grandes potências europeias, as Guerras Napoleónicas. Após uma sequência de vitórias, a França garantiu uma posição dominante na Europa continental, e Napoleão manteve a esfera de influência da França, através da formação de amplas alianças e a nomeação de amigos e familiares para governar os outros países europeus como dependentes da França. As campanhas de Napoleão são até hoje estudadas nas academias militares de quase todo o mundo.
A Campanha da Rússia em 1812 marcou uma viragem na sorte de Napoleão. A sua Grande Armée foi seriamente afetada na campanha e nunca recuperou totalmente. Em 1813, a Sexta Coligação derrotou as suas forças em Leipzig. No ano seguinte, a coligação invadiu a França, forçou Napoleão a abdicar e o exilou na ilha de Elba. Menos de um ano depois, fugiu de Elba e regressou ao poder, mas foi derrotado na Batalha de Waterloo, em junho de 1815. Napoleão passou os últimos seis anos da sua vida confinado pelos britânicos à ilha de Santa Helena. Uma autópsia concluiu que ele morreu de cancro no estômago, embora haja suspeitas de envenenamento por arsénio.
   
   
in Wikipédia

sexta-feira, julho 22, 2022

A Batalha de Salamanca foi há 210 anos

    
A Batalha de Salamanca ocorreu a 22 de julho de 1812, durante a Guerra Peninsular. Opôs o exército anglo-luso, sob o comando de Wellington, reforçado com algumas forças espanholas, ao chamado Exército de Portugal, francês, comandado pelo marechal Marmont. Esta batalha foi uma das mais importantes vitórias de Wellington e afastou definitivamente os Franceses de Portugal
  

sábado, junho 18, 2022

A Batalha de Waterloo foi há 207 anos...

A Batalha de Waterloo, por Clément-Auguste Andrieux, no Palácio de Versalhes
     
A Batalha de Waterloo foi um confronto militar ocorrido a 18 de junho de 1815 perto de Waterloo, na atual Bélgica (então parte integrante do Reino Unido dos Países Baixos). Um exército do Primeiro Império Francês, sob o comando do Imperador Napoleão (com 72.000 homens), foi derrotado pelos exércitos da Sétima Coligação que incluíam uma força britânica liderada pelo Duque de Wellington, e uma força prussiana comandada por Gebhard Leberecht von Blücher (118.000 homens). Este confronto marcou o fim dos Cem Dias e foi a última batalha de Napoleão; a sua derrota terminou com o seu governo como Imperador.
Depois do regresso de Napoleão ao poder em 1815, muitos dos Estados que se tinham oposto ao Imperador formaram a Sétima Coligação, dando início à mobilização dos seus exércitos. Duas forças de grande dimensão sob o comando de Wellington e de Blücher concentraram-se perto da fronteira nordeste da França. Napoleão decidiu atacar na esperança de as destruir antes que dessem início a uma invasão coordenada da França, juntamente com outros membros da coligação. O confronto decisivo da campanha de três dias de Waterloo - 16 a 19 de junho de 1815 -, teve lugar em Waterloo. De acordo com Wellington, a batalha foi "a mais renhida a que assisti na minha vida".
Napoleão atrasou o início da batalha até ao meio-dia esperando que o terreno secasse. O exército de Wellington, posicionado ao longo da estrada para Bruxelas, na escarpa de Mont-Saint-Jean, resistiu a múltiplos ataques franceses até que, no final do dia, os prussianos chegaram em força e penetraram no flanco direito de Napoleão. Naquele momento, o exército de Wellington contra-atacou provocando a desordem das tropas francesas no campo-de-batalha. Posteriormente, as forças da coligação entraram em França repondo Luís XVIII no trono francês. Napoleão abdicou, rendeu-se aos britânicos e foi exilado na ilha de Santa Helena, onde morreu em 1821.
O campo-de-batalha fica, atualmente em território belga, a cerca de treze quilómetros a sudeste de Bruxelas, e a 1,6 km da cidade de Waterloo. No local da batalha existe hoje um enorme monumento designado por Monte do Leão (em francês Butte du Lion), construído por terra trazida do próprio terreno da batalha.
     
Brasão do  Duque de Wellington
      

quarta-feira, maio 18, 2022

Napoleão coroou-se Imperador da França há 218 anos

Napoleão I em regalia, por François Gérard, 1805, no Palácio de Versalhes
   
Napoleão Bonaparte (em francês: Napoléon Bonaparte, nascido Napoleone di Buonaparte; Ajaccio, 15 de agosto de 1769 - Santa Helena, 5 de maio de 1821) foi um líder político e militar durante os últimos estágios da Revolução Francesa. Adotando o nome de Napoleão I, foi proclamado Imperador da França em 18 de maio de 1804, abdicando a  6 de abril de 1814, posição que voltou a ocupar por poucos meses, em 1815 (de 20 de março a 22 de junho). A sua reforma legal, o Código Napoleónico, teve uma grande influência na legislação de vários países. Através das guerras napoleónicas, ele foi responsável por estabelecer a hegemonia francesa sobre maior parte da Europa.
    
  
 
A coroação de Napoleão, 1805-1807 - Jacques-Louis David
      

terça-feira, maio 17, 2022

Talleyrand morreu há 184 anos

     
Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord (Paris, 2 de fevereiro de 1754 – Paris, 17 de maio de 1838) foi um bispo, político e diplomata francês. Ocupou em quatro ocasiões diferentes o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros e também foi o primeiro Primeiro-Ministro da França, entre julho e setembro de 1815, no reinado de Luís XVIII, depois da restauração francesa.
Talleyrand demonstrou admirável capacidade de sobrevivência política ao ocupar altos cargos no governo revolucionário francês, sob Napoleão Bonaparte, durante a restauração da monarquia da Casa de Bourbon e sob o rei Luís Filipe. Embora de ascendência aristocrática, não pôde seguir a carreira militar por causa de um defeito físico (pé boto). Opcionalmente, foi preparado para a carreira religiosa e, como seminarista, estudou teologia e leu a obra dos filósofos progressistas contemporâneos.
Expulso do seminário (1775) por não seguir a regra do celibato, mesmo assim recebeu ordens menores e o rei nomeou-o abade de Saint-Denis, em Reims (1776). Ordenado em 1779, foi nomeado vigário-geral pelo seu tio Alexandre, arcebispo de Reims, e um ano depois tornou-se agente geral do clero junto do governo da França. Defensor dos privilégios eclesiásticos, as suas atividades puseram-no em contacto direto e frequente com os ministros da coroa, o que lhe permitiu adquirir experiência parlamentar e ser consagrado (1788) como bispo de Autun.
Durante o período pré-revolucionário, foi membro do Clube dos Trinta. Apoiou depois a nacionalização dos bens da igreja e conseguiu a adoção da constituição civil do clero que, sem o apoio papal, permitiu a reorganização completa da Igreja francesa ao serviço do Estado.
Excomungado pelo papa e eleito administrador do departamento de Paris (1791), abandonou a Igreja Católica. Foi enviado pela Assembleia Geral à Grã-Bretanha (1792), para tentar convencer os ingleses a não se aliarem com a Áustria e a Prússia contra a França. O fracasso das negociações e a execução de Luís XVI obrigaram-no a fugir para os Estados Unidos (1794).
Após a queda de Robespierre e o fim do Terror (1796), regressou à França e no ano seguinte tornou-se o ministro das Relações Exteriores. Acusado de corrupção (1799), foi demitido, mas recuperou o cargo após o golpe de estado de Napoleão e o estabelecimento do Consulado.
Com o objetivo da pacificação da Europa, esforçou-se por articular uma política de alianças com as principais potências europeias e promoveu a reconciliação de Napoleão com o resto da Europa. No entanto, por discordar do projeto de conquistas do imperador, demitiu-se (1807). Apoiado pelo czar Alexandre I da Rússia, organizou a oposição a Napoleão e preparou a restauração dos Bourbons.
Com a entrada da liga anti-napoleónica em Paris (1814), persuadiu o senado a estabelecer um governo provisório e a declarar Napoleão deposto. O novo governo imediatamente convocou Luís XVIII, que o nomeou ministro das Relações Exteriores. No Congresso de Viena (1814-1815), representou a França e expôs as suas habilidades diplomáticas, mas prejudicou a França em termos territoriais, pois aceitou ceder à Prússia muitos territórios da margem direita do rio Reno.
Após os cem dias napoleónicos, assumiu o cargo de presidente do Conselho de Estado, porém o seu passado revolucionário levou-o a ser demitido, em setembro do mesmo ano. Aliado dos liberais, participou de forma ativa na ascensão ao trono de Luís Filipe de Orleans (1830). Embaixador em Londres (1830-1834), teve participação fundamental nas negociações entre França e Reino Unido, como na criação do reino da Bélgica e na assinatura da aliança entre França, Reino Unido, Espanha e Portugal - a Quádrupla Aliança (1834).
Acusado em vida de cínico e imoral, alegava servir a França e não aos regimes políticos. Foi, ao lado de Fouché, uma das figuras mais polémicas da França.
Morreu em 17 de maio de 1838 e foi enterrado na Capela de Notre-Dame.
 
   

quinta-feira, maio 05, 2022

Um exército luso-inglês venceu o exército de Napoleão em Fuentes de Oñoro há 211 anos

      
A Batalha de Fuentes de Oñoro foi travada entre as forças aliadas (britânicos e portugueses), sob o comando do tenente-general Sir Arthur Wellesley, e as forças francesas, sob o comando do Marechal André Massena, entre os dias 3 e 5 de maio de 1811, no âmbito da Guerra Peninsular, após a 3ª invasão de Portugal. A tentativa feita por Massena para libertar do cerco a praça de Almeida, onde ainda existia uma guarnição francesa, falhou, pois a batalha resultou numa vitória das forças anglo-lusas.
    
(...)
     
As forças anglo-lusas sofreram 1.804 baixas (241 mortos, 1.247 feridos e 316 desaparecidos); quase 40% das baixas pertenceram à 1ª Divisão. Os franceses sofreram 2.844 baixas (343 mortos, 2.287 feridos e 214 desaparecidos), a maior parte nos VI e IX CE. A praça de Almeida continuou em posse dos franceses até à noite de 10 para 11 de maio, quando a guarnição francesa conseguiu passar através das forças anglo-lusas que cercavam a praça e escapar para Espanha.
  

Napoleão morreu há 201 anos

Napoleão I em regalia, por François Gérard, 1805, no Palácio de Versalhes
      
Napoleão Bonaparte (em francês: Napoléon Bonaparte; Ajaccio, 15 de agosto de 1769 - Santa Helena, 5 de maio de 1821) foi um líder político e militar durante os últimos estágios da Revolução Francesa. Adotando o nome de Napoleão I, foi Imperador dos Franceses de 18 de maio de 1804 a 6 de abril de 1814, posição que voltou a ocupar por poucos meses em 1815 (de 20 de março a 22 de junho). A sua reforma legal, o Código Napoleónico, teve uma grande influência na legislação de vários países. Através das guerras napoleónicas, ele foi responsável por estabelecer a hegemonia francesa sobre maior parte da Europa.
Napoleão nasceu na Córsega, filho de pais com ascendência da nobreza italiana, e foi treinado como oficial de artilharia na França continental. Em 2011, um exame de DNA de uma costela de Napoleão que eram guardadas num relicário confirmou a origem caucasiana de Napoleão, desmentindo uma possível ascendência árabe do imperador.
Bonaparte ganhou destaque no âmbito da Primeira República Francesa e liderou com sucesso campanhas contra a Primeira Coligação e a Segunda Coligação. Em 1799, liderou um golpe de Estado e instalou-se como primeiro cônsul. Cinco anos depois, o senado francês proclamou-o imperador. Na primeira década do século XIX o império francês, sob comando de Napoleão, envolveu-se numa série de conflitos com todas as grandes potências europeias, as Guerras Napoleónicas. Após uma sequência de vitórias, a França garantiu uma posição dominante na Europa continental e Napoleão manteve a esfera de influência da França, através da formação de amplas alianças e a nomeação de amigos e familiares para governar os outros países europeus como dependentes da França. As campanhas de Napoleão são até hoje estudadas nas academias militares de quase todo o mundo.
A Campanha da Rússia em 1812 marcou a viragem da sorte de Napoleão. A sua Grande Armée foi seriamente afetada na campanha e nunca recuperou totalmente. Em 1813, a Sexta Coligação derrotou as suas forças em Leipzig. No ano seguinte, a coligação invadiu a França, forçou Napoleão a abdicar e exilou-o na ilha de Elba. Menos de um ano depois fugiu de Elba e retornou ao poder, mas foi derrotado na Batalha de Waterloo, em junho de 1815. Napoleão passou os últimos seis anos da sua vida confinado pelos britânicos na ilha de Santa Helena. Uma autópsia concluiu que ele morreu de cancro no estômago, embora haja suspeitas de envenenamento por arsénio.
   
     

terça-feira, maio 03, 2022

segunda-feira, maio 02, 2022

Os madrilenos revoltaram-se contra as tropas do ocupante ditador francês há 214 anos

 El dos de mayo de 1808 en Madrid, também chamado La carga de los mamelucos en la Puerta del Sol ou La lucha con los mamelucos - Goya
          
O Levantamento de 2 de maio, ocorrido em 1808, é o nome pelo qual se conhecem os factos violentos acontecidos em Madrid (Espanha) naquele dia, surgidos pelo protesto popular frente à situação de incerteza política gerada após o Motim de Aranjuez. Reprimido o protesto contra as forças napoleónicas presentes na cidade, estendeu-se por toda a Espanha uma onda de indignação e apelos públicos à insurreição armada que terminariam na Guerra de Independência Espanhola.

Defensa del Parque de Artillería de Monteleón, en Madrid, por las tropas al mando de Luís Daoiz y Pedro Velarde. el 2 de mayo de 1808 - Joaquín Sorolla
       

terça-feira, março 29, 2022

O desastre da Ponte das Barcas foi há 213 anos

As "Alminhas da Ponte" lembram a tragédia de 29 de março de 1809, no Rio Douro

 

A chamada Ponte das Barcas foi uma ponte sobre o Rio Douro que existiu na cidade do Porto no início do século XIX, construída sobre barcaças.

A necessidade de haver uma travessia para a margem Sul do Douro para circulação de pessoas e mercadorias do Porto, constituiu uma preocupação permanente ao longo dos séculos. Ao longo dos tempos houve várias "pontes das barcas" construídas para determinados propósitos, como a rápida deslocação de contingentes militares. No entanto, por regra a travessia do Douro fazia-se com recursos a barcos, jangadas, barcaças ou batelões.

A Ponte das Barcas, construída com objetivos mais duradouros, foi projetada por Carlos Amarante e inaugurada a 15 de agosto de 1806. Era constituída por vinte barcas ligadas por cabos de aço e que podia abrir em duas partes para dar passagem ao tráfego fluvial.

Foi nessa ponte que se deu o famoso desastre da Ponte das Barcas, em que milhares de legionários franceses pereceram, perseguindo portugueses civis e militares através da ponte e à carga de baionetas das tropas da segunda invasão francesa, comandada pelo marechal Soult, em 29 de março de 1809. Mais de quatro mil pessoas morreram. Mas os Portugueses conseguiram alcançar o posto Militar da Serra do pilar em Vila Nova de Gaia, contribuindo para o fracasso da 2ª invasão Francesa.

Anos mais tarde a cidade do Porto recebeu a mais famosa inscrição "Antiga, muy nobre sempre leal Invicta"

Reconstruida depois do desastre, a Ponte das Barcas acabaria por ser substituída definitivamente pela Ponte D.ª Maria II em 1843

  

Desenho do Barão de Forrester

 

in Wikipédia

quinta-feira, janeiro 27, 2022

Gomes Freire de Andrade nasceu há 265 anos

     
Gomes Freire de Andrade e Castro (Viena, 27 de janeiro de 1757 - Forte de São Julião da Barra, 18 de outubro de 1817) foi um general português.
    
Biografia
Teve a educação que na época se costumava dar aos filhos da nobreza. Seu pai, António Ambrósio Pereira Freire de Andrade e Castro, fora um ótimo colaborador do marquês de Pombal na campanha contra a Companhia de Jesus, sendo o filho Gomes Freire enviado para Portugal com 24 anos de idade, em Fevereiro de 1781, já com o grau de Cavaleiro da Ordem de Cristo.
Destinado à carreira militar, assentou praça de cadete no regimento de Peniche, sendo em 1782 promovido a alferes. Passou à Armada Real, embarcando em 1784 na esquadra que foi auxiliar as forças navais espanholas de Carlos III de Espanha no bombardeamento de Argel.
Regressou a Lisboa em setembro, promovido a tenente do mar da Armada Real, e, em abril de 1788, voltou ao antigo regimento no posto de sargento-mor.
Tendo alcançado licença para servir no exército de Catarina II, em guerra contra a Turquia, partiu para a Rússia. Em São Petersburgo terá conquistado as maiores simpatias na corte e da própria imperatriz. Na campanha de 1788-1789, comandada pelo príncipe Potemkin, ter-se-á distinguido nas planícies do rio Danúbio, na Guerra da Crimeia e sobretudo no cerco de Oczakow, alegadamente o primeiro a entrar na frente do regimento quando a praça se rendeu em 17 de outubro de 1788 depois de cerco prolongado. Na hora das condecorações esqueceram-se dele, negando-lhe a Comenda de São Jorge. Mas ele protesta, pede atestados de heroísmo ao coronel Markoff, e a imperatriz condescende atribuindo-lhe o posto de coronel do seu exército, que em 1790 lhe foi confirmado no exército português, mesmo ausente.
Foi iniciado na Maçonaria antes de 1785, provavelmente em Viena na Loja Zur gekrönten Hoffnung (À Esperança Coroada), a cujo quadro pertencia, juntamente com Wolfgang Amadeus Mozart, em 1790. Tinha então o grau de Mestre. Ocupa o cargo de Venerável da Loja Regeneração.
Depois, na esquadra do príncipe de Nassau, salva-se milagrosamente durante a batalha naval de Schwensk, quando os canhões suecos fazem ir a pique a "bateria flutuante" que ele comandava. Perdeu-se toda a tripulação, mas Gomes Freire conseguiu salvar-se, acabando por receber o hábito de São Jorge, uma das Ordens mais importantes da Rússia, não das mãos da imperatriz, como se tem dito, mas sim das do príncipe de Nassau, em nome da imperatriz. Houve rumores de simpatia e entusiasmo da imperatriz por Freire de Andrade, aparentemente confirmado pelas desinteligências entre ele e o príncipe de Potemkin, favorito conhecido.
Voltou a Lisboa, nomeado coronel do regimento do marquês das Minas, prestes a embarcar para a Catalunha, na divisão que Portugal enviava auxiliar a Espanha contra a República francesa e a que chegou em 11 de novembro de 1793, seguindo por terra. Nesta expedição iam estrangeiros no Estado-Maior: o duque de Northumberland, general e par de Inglaterra, o príncipe de Luxemburgo Montmorency, o conde de Chalons, o conde de Liautaud. O regimento de Freire de Andrade e o de Cascais ocuparam a povoação de Rebós, na sua linha de batalha, correndo logo às trincheiras da ponte de Ceret, onde o exército espanhol estava a ponto de capitular. A acção do regimento terá sido brilhante, apesar do mau desempenho de Gomes Freire de Andrade, carregando os franceses com brio em combate a 26 de novembro de 1793. Em Arles, acampou em quartéis de inverno o seu regimento e o de Cascais, que constituíam a 2° Brigada, comandada por ele. Segundo Latino Coelho, começa aí a evidenciar-se o espírito indisciplinado e irrequieto de Gomes Freire; desordeiro e intrigante, "o animo altivo do coronel, avesso, como era a toda a sujeição, difundia na divisão auxiliar o fermento da indisciplina".
Mas apesar das vitórias do exército hispano-português sobre os republicanos da Convenção, a guerra do Roussillon ia-se tornar armadilha, os espanhóis tinham 18 mil feridos em hospitais e os portugueses mil homens fora de combate, enquanto os franceses recebiam constantes reforços. Em 29 de abril de 1794 o general Dugommier atacou a esquerda do exército espanhol, composta de corpos da divisão portuguesa, que sustentou o fogo do romper da manhã às catorze horas, salvando o exército espanhol.
Em 1801 reúne-se em sua casa a assembleia que levou à organização definitiva da Maçonaria Portuguesa, com a posterior criação do Grande Oriente Lusitano em 1802, sendo eleito como um dos seus principais dignitários.
Regressado a Portugal, veio a integrar a "Legião Portuguesa" criada por Jean-Andoche Junot e que, sob o comando do marquês de Alorna, partiu para França em Abril de 1808, onde vem a ser recebida por Napoleão Bonaparte no dia 1 de junho. Participou na campanha da Rússia.
Entretanto, fez parte da Loja Militar Portuguesa Chevaliers de la Croix (Cavaleiros da Cruz), em Grenoble, entre 1808 e 1813. onde vem a ser o 5.º Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano, de 1815 ou 1816 a 1817.
    
Acusação e execução
Libertado Portugal da ocupação das tropas francesas, e após a derrota de Napoleão, Freire de Andrade ao regressar a Portugal, veio a ser implicado e acusado de liderar uma conspiração em 1817 contra a monarquia de Dom João VI, em Portugal continental representada pela Regência, então sob o governo militar britânico do marechal William Carr Beresford. Foi detido, preso, condenado à morte e enforcado (embora tenha pedido para ser fuzilado) junto do Forte de São Julião da Barra, em Oeiras, por crime de traição à Pátria, juntamente com outras onze pessoas: o coronel Manuel Monteiro de Carvalho, os majores José Campelo de Miranda e José da Fonseca Neves e mais oito oficiais do Exército. Essa data, 18 de outubro, foi, durante mais de um século, dia de luto na Maçonaria Portuguesa. Ainda hoje o seu nome é venerado como um dos grandes maçons e mártires da Liberdade de todos os tempos, tendo sido numerosas as lojas crismadas com o seu nome e abundantes os iniciados que o escolheram como nome simbólico.
Após o julgamento e execução do tenente-general e outros, Beresford deslocou-se ao Brasil para pedir mais poderes. Havia pretendido suspender a execução da sentença até que fosse confirmada pelo soberano mas a Regência, "melindrando-se de semelhante insinuação como se sentisse intuito de diminuir-se-lhe a autoridade, imperiosa e arrogante ordena que se proceda à execução imediatamente".
Este procedimento da Regência e de Lord Beresford, comandante em chefe britânico do Exército português e regente de facto do reino de Portugal, levou a protestos e intensificou a tendência anti-britânica, o que conduziu o país à Revolução do Porto e à queda de Beresford (1820), impedido de desembarcar em Lisboa ao retornar do Brasil, onde conseguira de D. João VI maiores poderes.

(imagem daqui)

   

sábado, janeiro 22, 2022

A Família Real luso-brasileira chegou ao Brasil há 214 anos

  
A transferência da corte portuguesa para o Brasil foi o episódio da história de Portugal e da história do Brasil em que a família real portuguesa, a sua corte de nobres e mais servos e demais empregados domésticos e, inclusive, uma biblioteca com mais de 60.000 livros, se radicaram no Brasil, entre 1808 e 1821. Tendo a leva inicial de 15.000 pessoas. Posteriormente, após 1821, muitos destes voltaram a Portugal.
A capital do Reino de Portugal foi estabelecida na capital do Estado do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro, registando-se o que alguns historiadores denominam de "inversão metropolitana", ou seja, da colónia passou a ser exercida a soberania e a governação do império ultramarino português. Pela primeira e única vez na história uma colónia passava a sediar uma corte europeia.
 
  
A conjuntura de 1807
Depois das campanhas do Rossilhão e da Catalunha, a Espanha abandonara a aliança com Portugal, fazendo causa comum com o inimigo da véspera – a França de Napoleão. Resultou daí a invasão de 1801, em que a Grã-Bretanha de nada serviu a Portugal.
Enquanto o Corpo de Observação da Gironda penetrava em Portugal, sob o pretexto da protecção, o tratado de Fontainebleau entretanto assinado entre a França e a Espanha, retalhava Portugal em três principados. O plano de Napoleão era o de aprisionar a família real portuguesa, sucedendo ao Príncipe-regente D. João de Bragança (futuro Rei Dom João VI), o que veio a suceder a Fernando VII de Espanha e a Carlos IV de Espanha em Baiona – forçar uma abdicação. Teria Portugal um Bonaparte no trono e, paralelamente, a Inglaterra apossar-se-ia das colónias do império ultramarino português, sobretudo a colónia do Brasil.
     
(...)
    
O príncipe regente apenas no dia 23 de novembro recebeu a notícia da penetração de tropas francesas em território português. Convocou imediatamente o Conselho de Estado, que decidiu embarcar o quanto antes toda a família real e o governo, servindo-se da esquadra que estava pronta para o Príncipe da Beira e as infantas.
Nos três dias seguintes ainda se aprontaram outros navios, que viriam a transportar para o Brasil cerca de quinze mil pessoas. Em 26 de novembro, foi nomeada uma Junta Governativa do Reino para permanecer em Portugal, e difundidas Instruções aos governadores, nas quais se dizia que "quanto possível for", deviam procurar conservar em paz o reino, recebendo bem as tropas do imperador.
     
 (...)
    
A família real embarcara no dia 27 de novembro, tomando-se a bordo as últimas decisões. No dia 28 de novembro não foi possível levantar ferros, porque o vento soprava do Sul. Entretanto, as tropas francesas tinham já passado os campos de Santarém, pernoitando no Cartaxo. No dia 29 de novembro, o vento começou a soprar de nordeste, e bem cedo o Príncipe Regente ordenou a partida. Quatro naus da Marinha Real Britânica, sob o comando do capitão Graham Moore, reforçaram a esquadra portuguesa até o Brasil.
O general Junot entrou em Lisboa às 09.00 horas da manhã do dia 30 de novembro, liderando um exército de cerca 26 mil homens e tendo à sua frente um destacamento da cavalaria portuguesa, que se rendera e se pusera às suas ordens.
    
(...)
    
Chegada à Bahia
Após a partida, os navios da esquadra portuguesa, escoltados pelos britânicos, dispersaram-se devida a uma forte tempestade. Em 5 de dezembro conseguiram se reagrupar e logo depois, em 11 de dezembro, a frota avistou a ilha da Madeira.
As embarcações chegaram à costa da Bahia a 18 de janeiro de 1808 e, no dia 22, os habitantes de Salvador já puderam avistar os navios da esquadra. Às quatro horas da tarde do dia 22, após os navios estarem fundeados, o conde da Ponte (governador da capitania da Bahia à época) foi a bordo do navio Príncipe Real. No dia seguinte, fizeram o mesmo os membros da Câmara.
A comitiva real só desembarcou às cinco horas da tarde do dia 24, numa grande solenidade.
Em Salvador foi assinado o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas.
     
     

sábado, janeiro 08, 2022

O Marechal Beresford morreu há 168 anos

   
William Carr Beresford (Bedgebury Cross, 2 de outubro de 1768 - Kilndown, 8 de janeiro de 1854), 1.º visconde Beresford (1st Viscount Beresford), barão e visconde de Albuera e Dungarvan, conde de Trancoso, 1.º marquês de Campo Maior e duque de Elvas, foi um militar e político anglo-irlandês que serviu como general no Exército Britânico e marechal do Exército Português, tendo lutado ao lado de Arthur Wellesley, 1.º Duque de Wellington na Guerra Peninsular.
Depois serviu como mestre de ordenanças no governo de Wellington em 1828.

Foi governador e comandante-chefe, durante seis meses, na Madeira, para evitar a ocupação da ilha pelas forças napoleónicas francesas.

Depois, em 7 de março de 1809, terá sido escolhido pelo governo britânico, de acordo com o parecer do general Wellesley, para comandar o Exército português. É-lhe atribuído o posto de Marechal do Exército, igual aos usados pelos duque de Waldeck, em 1797, e pelo conde de Goltz, em 1801. A sua missão era a de compatibilizar a organização e a táctica existentes no exército português com a britânica, permitindo uma actuação conjunta no campo de batalha.

Em 1817, após rumores de uma conspiração maçónica que pretendia o regresso do rei e que se manifestava contrária à presença inglesa, mandou matar os conspiradores (entre eles o general Gomes Freire de Andrade).

Viaja para o Brasil onde consegue do Rei poderes mais alargados, sendo feito Marechal-General, título anteriormente usado pelo Barão Conde, pelo Conde de Lippe, pelo Duque de Lafões e pelo referido Duque de Wellington. Mas, devido à Revolução de 1820, é demitido das suas funções, não lhe sendo permitido sequer desembarcar em Portugal continental.

Regressou a Portugal em 1826, mas a sua pretensão de regressar ao comando do Exército não foi aceite.

Mais tarde, foi membro do primeiro governo de Wellington, de 1828 a 1830, com o título de "Master General of Ordnance", equivalente em Portugal ao posto militar de Director do Arsenal.
  

Viscount_Beresford.jpg

Brasão do Marechal Beresford (daqui)
  

quinta-feira, dezembro 02, 2021

A Batalha de Austerlitz foi há 216 anos

 

Napoleão em Austerlitz, por François Gérard (Palácio de Versalhes)


A Batalha de Austerlitz, também conhecida como a Batalha dos Três Imperadores, foi uma batalha que resultou numa das maiores vitórias de Napoleão Bonaparte, em que o Império Francês derrotou a Terceira Coligação. No dia 2 de dezembro de 1805, um exército francês, sob o comando de Napoleão, derrotou um exército austro-russo, liderado pelo czar Alexandre I da Rússia e pelo imperador Francisco II, após uma difícil luta de cerca de nove horas. A batalha teve lugar perto de Austerlitz (Slavkov u Brna), a cerca de 10 km a sudeste de Brno, na Morávia, na altura uma região da Império Austríaco (actualmente República Checa). A batalha é vista como uma obra-prima em termos tácticos.
A vitória francesa em Austerlitz acabou definitivamente com a Terceira Coligação. A 26 de dezembro de 1805, a Áustria e a França assinaram o Tratado de Pressburg, que implicou a saída da Áustria tanto da guerra como da Coligação, enquanto reforçava os anteriores tratados de Campoformio e Lunéville entre as duas potências. O tratado obrigava a entrega de regiões na península Itálica e na Baviera à França e, na Alemanha, aos aliados alemães de Napoleão; impunha uma indemnização de 40 milhões de francos aos derrotados Habsburgos e permitia às tropas russas livre-passagem, com armas e equipamentos, através de territórios hostis até ao seu país. A vitória em Austerlitz também permitiu a criação da Confederação do Reno, um conjunto de estados alemães que actuariam como uma zona de barreira entre a França e a Europa Central. Uma consequência imediata destes acontecimentos foi o fim do Sacro Império Romano-Germânico quando, em 1806, o sacro imperador romano Francisco II abdicou do trono imperial, mantendo a designação de "Francisco I da Áustria" como seu único título oficial. Todos estas alterações, no entanto, não mantiveram a paz por muito tempo no continente europeu. A crescente influência francesa na Europa Central, causava preocupações à Prússia, o que acabou por dar origem à Guerra da Quarta Coligação, em 1806.
    

segunda-feira, novembro 29, 2021

A família real de Portugal foi para o Brasil há 214 anos

   
A transferência da corte portuguesa para o Brasil foi o episódio da história de Portugal e da história do Brasil em que a família real portuguesa, a sua corte de nobres, mais servos e demais empregados domésticos e inclusive uma biblioteca com mais de 60.000 livros, se radicaram no Brasil, entre 1808 e 1821. Tendo a leva inicial de 15.000 pessoas, posteriormente, após 1821, muitos destes voltaram a Portugal.
A capital do Reino de Portugal foi estabelecida na capital do Estado do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro, registando-se o que alguns historiadores denominam de "inversão metropolitana", ou seja, da colónia passou a ser exercida a soberania e a governação do império ultramarino português. Pela primeira e única vez na história uma colónia passava a ser sede duma corte europeia.

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A família real embarcara no dia 27 de novembro, tomando-se a bordo as últimas decisões. No dia 28 de novembro não foi possível levantar ferros, porque o vento soprava de Sul. Entretanto, as tropas francesas tinham já passado os campos de Santarém, pernoitando no Cartaxo. No dia 29 de novembro, o vento começou a soprar de nordeste, e bem cedo o Príncipe Regente ordenou a partida. Quatro naus da Marinha Real Britânica, sob o comando do capitão Graham Moore, reforçaram a esquadra portuguesa até o Brasil.
O general Junot entrou em Lisboa às 9 horas da manhã do dia 30 de novembro, liderando um exército de cerca 26 mil homens e tendo à sua frente um destacamento da cavalaria portuguesa, que se rendera e se pusera às suas ordens.