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sexta-feira, abril 16, 2021

Rudolf Hoss, comandante do campo de concentração de Auschwitz, foi executado há 74 anos

 
Rudolf Franz Ferdinand Höss
(ou Höß, Hoeß e Hoess) (Baden-Baden, 25 de novembro de 1901 – Oświęcim, 16 de abril de 1947) foi um oficial alemão das SS nazis. Serviu, por quase dois anos, como comandante do campo de concentração de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial e foi um dos responsáveis por testar, e depois implementar, vários métodos de matança para executar o plano de Adolf Hitler para exterminar a população judaica na Europa ocupada pela Alemanha Nazi, em um projeto denominado de "a Solução final".
Höss foi posteriormente acusado e condenado de perpetrar diversos crimes contra a humanidade. Entre suas atrocidades mais conhecidas estão os testes, que ele supervisionou, da introdução do pesticida Zyklon B, que continha cianeto de hidrogénio, para acelerar o processo de matança de judeus no Holocausto. Em 1944, mais de 2 mil pessoas morriam, por hora, no campo de concentração de Auschwitz. Sob a supervisão de Höss, foi criado um dos maiores sistemas de aniquilação sistemática de seres humanos da história.
 
(...)
 
Höß foi capturado a 11 de março de 1946 pela polícia militar britânica. Durante os Julgamentos de Nuremberga, foi ouvido, como testemunha, nos julgamentos de Ernst Kaltenbrunner e Oswald Pohl, além da companhia IG Farben, fabricante do gás Zyklon B.
A 2 de abril de 1947, foi sentenciado à morte por enforcamento. A sentença foi executada no dia 16 de abril do mesmo ano, na entrada do que outrora fora o crematório do campo de concentração Auschwitz I.
Na sua autobiografia publicada em 1958, Rudolf Höß: Kommandant in Auschwitz, descreveu-se como um homem de "grande virtude e obediência militar", tendo "um grande senso de dever". Höß era casado e tinha cinco filhos.
  
Patíbulo onde Höess foi executado em Auschwitz
 
 

Durante o julgamento de Nuremberga, em 5 de abril de 1946, Höss afirmou:

Eu comandei Auschwitz até 1 de dezembro de 1943 e estimo que um total de 2,500,000 vítimas tenham sido executadas e exterminadas lá por gaseamento ou carbonização, e pelo menos outros meio milhão sucumbiram a fome e doença, totalizando 3,000,000 de mortos. Estes números representam um total de 70% a 80% de todas as pessoas envidas para Auschwitz como prisioneiras, o restante foi selecionado e usado como trabalho escravo nas indústrias do campo de concentração. Entre os executados e carbonizados, estão aproximadamente 20 000 prisioneiros de guerra russos que foram entregues a Auschwitz nos transportes da Wehrmacht por homens e oficiais do exército. O resto incluía pelo menos 100 000 judeus alemães e um grande número de cidadãos (maioria judeus) dos Países Baixos, França, Bélgica, Polónia, Hungria, Checoslováquia, Grécia e outros países. Nós executados cerca de 400.000 judeus húngaros em Auschwitz apenas no verão de 1944.

Embora inicialmente tenha se mostrado apático com as revelações a respeito da magnitude do que aconteceu em Auschwitz, Rudolf Höß não se eximiu da responsabilidade por seus crimes. Em suas memórias e conversas que teve com os carcereiros e com os juízes em seu julgamento, ele começou a expressar remorso por seus atos. Quatro dias antes de ser executado, ele confessou para o promotor: "Na solidão de minha cela, eu cheguei ao amargo reconhecimento de que pequei gravemente contra a humanidade. Como comandante de Auschwitz, eu fui responsável por executar os planos cruéis do Terceiro Reich para a destruição humana. Ao fazê-lo, infligi feridas terríveis à humanidade. Causei sofrimento indescritível ao povo polaco em particular. Eu pagarei por isso com minha vida. Que o Senhor Deus me perdoe um dia pelo que fiz."

Em 25 de maio de 1946, Höß foi entregue às autoridades polacas e ao Supremo Tribunal Nacional. O seu julgamento durou de 11 a 29 de março de 1947. Em 2 de abril, foi sentenciado à morte por enforcamento. A sentença foi executada no dia 16 de abril de 1947, na entrada do que outrora fora o crematório do campo de concentração Auschwitz I. Antes de sua execução, ele retornou ao catolicismo e recebeu os sacramentos finais.    
  

sábado, março 06, 2021

O pastor Martin Niemoller morreu há 37 anos

  
Martin Niemöller (Lippstadt, 14 de janeiro de 1892 - Wiesbaden, 6 de março de 1984) foi um pastor luterano alemão. Em 1966 foi-lhe atribuído o Prémio Lenine da Paz. Desde a década de 80 tornou-se conhecido pela sua adaptação de um poema Vladimir Maiakovski, "Quando os nazis vieram atrás dos comunistas".
   
Biografia
Filho de um pastor luterano, foi educado na fidelidade ao Imperador e com sentimentos patrióticos alemães. Depois de concluir o curso secundário, ingressou na Marinha como soldado de carreira. Durante a Primeira Guerra Mundial, serviu como comandante de submarino, vindo a ser condecorado com a Cruz de Ferro. Após a guerra, viveu durante algum tempo em Freikorps e estudou Teologia. Em 1931, foi ordenado pastor da Igreja de Santa Ana em Dahlen, um subúrbio de Berlim.
Mesmo depois de formar-se em Teologia, ele permaneceu fiel à sua ideologia patriótica e conservadora. Porém, após a subida dos nazis ao poder, em 1933, Niemöller – então pároco em Berlim-Dahlem – entrou num conflito crescente com o novo governo. Inicialmente, ele concordava com o antagonismo dos Nazis ao Comunismo e à República de Weimar, mas ficou alarmado com a tentativa de Hitler em dominar a Igreja Evangélica (Luterana ou Reformada) impondo-lhe o movimento neopagão dos "Cristãos Germânicos" da Igreja do Reich e de seu bispo Ludwig Müller. Sendo nacionalista e não estando inteiramente livre de preconceitos anti-semitas, Niemöller protesta decididamente contra a aplicação do "parágrafo ariano" na Igreja e a falsificação da doutrina bíblica pelos cristãos alemães de ideologia nazi. Para impedir a segregação de cristãos de origem judaica, ele criou no outono de 1933, com Dietrich Bonhöffer, a Pfarrernotbund ("Liga Pastoral de Emergência") para apoiar os pastores não-arianos ou casados com não-arianas, que foi transformada na Bekennende Kirche (Igreja Confessante) em 1934. A Igreja Confessante recusou obediência à direção oficial da Igreja Evangélica, tornando-se um importante centro de resistência alemã protestante ao regime nazi.
Em 1934, Niemöller acreditava ainda que poderia discutir com os novos donos do poder. Numa recepção na Chancelaria em Berlim, ele contestou Hitler, que queria eximir a Igreja de toda responsabilidade pelas questões "terrenas" do povo alemão:
"Ele me estendeu a mão e eu aproveitei a oportunidade. Segurei a sua mão fortemente e disse: 'Sr. Chanceler, o senhor disse que devemos deixar em suas mãos o povo alemão, mas a responsabilidade pelo nosso povo foi posta na nossa consciência por alguém inteiramente diferente'. Então, ele puxou a sua mão, dirigindo-se ao próximo e não disse mais nenhuma palavra."
  
Perseguição nazi
A partir deste incidente, Niemöller fica cada vez mais na mira do regime. É observado pela Gestapo e proibido de fazer pregações, o que ele não aceita. Em 1935, é preso pela primeira vez e logo libertado. Martin Niemöller já era tido nessa época como o mais importante porta-voz da resistência protestante. No verão de 1937, ele pregava:
E quem como eu, que não viu nada a seu lado no ofício religioso vespertino de anteontem, a não ser três jovens policiais da Gestapo – três jovens que certamente foram batizados um dia em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo e que certamente juraram fidelidade ao seu Salvador na cerimónia de crisma, e agora são enviados para armar ciladas à comunidade de Jesus Cristo –, não esquece facilmente o ultraje à Igreja e deseja clamar 'Senhor, tende piedade' de forma bem profunda.
Em julho de 1937, Niemöller foi preso novamente. Passados cerca de sete meses, no dia 7 de fevereiro de 1938, começou então o seu processo diante do Tribunal Especial II em Berlim-Moabit. Segundo a acusação, Martin Niemöller teria criticado as medidas do governo nas suas pregações "de maneira ameaçadora para a paz pública", teria feito "declarações hostis e provocadores" sobre alguns ministros do Reich e, com isto, transgredido o "parágrafo do Chanceler" e a "lei da perfídia". A sentença: sete meses de prisão, bem como dois mil marcos de multa.
Os juízes consideraram a pena como cumprida, em função do longo tempo de prisão preventiva. Niemöller deveria, assim, ter deixado a sala do tribunal como homem livre. Para Hitler, no entanto, a sentença pareceu muito suave. Ele enviou o pastor como seu "prisioneiro pessoal" para um campo de concentração. Até o fim da guerra, durante mais de sete anos, Martin Niemöller permaneceu preso – inicialmente, no campo de concentração de Sachsenhausen, depois no de Dachau.
   
Frases célebres
Niemöller é o autor de uma adaptação de um célebre poema de Vladimir MaiakovskiE Não Sobrou Ninguém” tratando sobre o significado do regime nazi na Alemanha:
  

E Não Sobrou Ninguém

Quando os nazis levaram os comunistas,
eu calei-me,
porque, afinal,
eu não era comunista.

Quando eles prenderam os sociais-democratas,
eu calei-me,
porque, afinal,
eu não era social-democrata.

Quando eles levaram os sindicalistas,
eu não protestei,
porque, afinal,
eu não era sindicalista.

Quando levaram os judeus,
eu não protestei,
porque, afinal,
eu não era judeu.

Quando eles me levaram,
não havia mais quem protestasse.


sexta-feira, dezembro 11, 2020

Felix Nussbaum nasceu há 116 anos

Auto Retrato com Cartão de Identidade Judaico (1943)
     
Felix Nussbaum (Osnabrück, 11 de dezembro de 1904 - Auschwitz, 2 de agosto de 1944) foi um pintor alemão de religião judaica, com várias obras que ilustram os horrores do Holocausto, do qual ele foi vítima. Estudou em Hamburgo e Berlim, Arte, livre e aplicada (Freie und Angewandte Kunst). Nos anos 20 e 30 as suas exposições em Berlim tiveram grande sucesso. Com a chegada ao poder dos nazis em 1933, foi obrigado a viver no exílio, em Itália, França e finalmente na Bélgica (Bruxelas) com a sua mulher, a polaca Felka Platek, com quem casou em 1937. Com a ocupação pelos alemães e o regime de Vichy, foi internado num campo de concentração em França. Conseguiu no entanto fugir com a sua mulher e esconder-se na casa de um amigo, também um artista, em Bruxelas. Foi traído e denunciado, em junho de 1944, e imediatamente preso, juntamente com a sua mulher. Foi levado para o campo de concentração de Malines, de onde foi enviado para Auschwitz, onde foi assassinado, a 2 de agosto de 1944, presumivelmente com a sua mulher.
  
 
 
O refugiado, 1939

   

quarta-feira, dezembro 11, 2019

Felix Nussbaum nasceu há 115 anos

Auto Retrato com Cartão de Identidade Judaico (1943)
     
Felix Nussbaum (Osnabrück, 11 de dezembro de 1904 - Auschwitz, 2 de agosto de 1944) foi um pintor alemão de religião judaica, com várias obras que ilustram os horrores do Holocausto, do qual ele foi vítima. Estudou em Hamburgo e Berlim, Arte, livre e aplicada (Freie und Angewandte Kunst). Nos anos 20 e 30 as suas exposições em Berlim tiveram grande sucesso. Com a chegada ao poder dos nazis em 1933, foi obrigado a viver no exílio, em Itália, França e finalmente na Bélgica (Bruxelas) com a sua mulher, a polaca Felka Platek, com quem casou em 1937. Com a ocupação pelos alemães e o regime de Vichy, foi internado num campo de concentração em França. Conseguiu no entanto fugir com a sua mulher e esconder-se na casa de um amigo, também um artista, em Bruxelas. Foi traído e denunciado, em junho de 1944, e imediatamente preso, juntamente com a sua mulher. Foi levado para o campo de concentração de Malines, de onde foi enviado para Auschwitz, onde foi assassinado, a 2 de agosto de 1944, presumivelmente com a sua mulher.
  
 
 
O refugiado, 1939

Dreiergruppe, 1944
  

sexta-feira, agosto 02, 2019

Felix Nussbaum foi assassinado há 75 anos

Autorretrato com Cartão de Identidade Judaica (1943)
Felix Nussbaum (Osnabrück, 11 de dezembro de 1904 - Auschwitz, 2 de agosto de 1944) foi um pintor alemão de religião judaica, com várias obras que ilustram os horrores do Holocausto, do qual foi vítima. Estudou em Hamburgo e Berlim, arte, livre e aplicada (Freie und Angewandte Kunst). Nos anos 20 e 30 as suas exposições em Berlim tiveram grande sucesso. Com a chegada ao poder dos nazis, em 1933, foi obrigado a viver no exílio, em Itália, França e finalmente na Bélgica (Bruxelas) com a sua mulher, a polaca Felka Platek, com quem casou em 1937. Com a ocupação pelos alemães e o regime de Vichy, foi internado num campo de concentração em França, mas conseguiu no entanto fugir, com a sua mulher e esconder-se na casa de um amigo, também um artista, em Bruxelas. Foi traído e denunciado, em junho de 1944 e imediatamente preso, juntamente com a sua mulher. Foi levado para campo de concentração de Malines, de onde foi para Auschwitz, onde foi assassinado, a 2 de agosto de 1944, presumivelmente com a sua mulher.
  
Em 1998 foi inaugurado, em Osnabrueck, o Museu Felix-Nussbaum (Felix-Nussbaum-Haus), no qual está exposta a totalidade das suas obras, mais de 160 quadros. Os planos do edifício couberam ao famoso arquitecto Daniel Libeskind.

quarta-feira, março 06, 2019

Martin Niemoller morreu há 35 anos

Martin Niemöller (Lippstadt, 14 de janeiro de 1892 - Wiesbaden, 6 de março de 1984) foi um pastor luterano alemão. Em 1966 foi-lhe atribuído o Prémio Lenine da Paz. Desde a década de 80 tornou-se conhecido pela sua adaptação de um poema Vladimir Maiakovski, "Quando os nazis vieram atrás dos comunistas".
   
Biografia
Filho de um pastor luterano, foi educado na fidelidade ao Imperador e com sentimentos patrióticos alemães. Depois de concluir o curso secundário, ingressou na Marinha como soldado de carreira. Durante a Primeira Guerra Mundial, serviu como comandante de submarino, vindo a ser condecorado com a Cruz de Ferro. Após a guerra, viveu durante algum tempo em Freikorps e estudou Teologia. Em 1931, foi ordenado pastor da Igreja de Santa Ana em Dahlen, um subúrbio de Berlim.
Mesmo depois de formar-se em Teologia, ele permaneceu fiel à sua ideologia patriótica e conservadora. Porém, após a subida dos nazis ao poder, em 1933, Niemöller – então pároco em Berlim-Dahlem – entrou num conflito crescente com o novo governo. Inicialmente, ele concordava com o antagonismo dos Nazis ao Comunismo e à República de Weimar, mas ficou alarmado com a tentativa de Hitler em dominar a Igreja Evangélica (Luterana ou Reformada) impondo-lhe o movimento neopagão dos "Cristãos Germânicos" da Igreja do Reich e de seu bispo Ludwig Müller. Sendo ele nacionalista e não estando inteiramente livre de preconceitos anti-semitas, Niemöller protesta decididamente contra a aplicação do "parágrafo ariano" na Igreja e a falsificação da doutrina bíblica pelos cristãos alemães de ideologia nazista. Para impedir a segregação de cristãos de origem judaica, ele criou no outono de 1933, com Dietrich Bonhöffer, a Pfarrernotbund ("Liga Pastoral de Emergência") para apoiar os pastores não-arianos ou casados com não-arianas, que foi transformada na Bekennende Kirche (Igreja Confessante) em 1934. A Igreja Confessante recusou obediência à direção oficial da Igreja Evangélica, tornando-se um importante centro de resistência alemã protestante ao regime nazi.
Em 1934, Niemöller acreditava ainda que poderia discutir com os novos donos do poder. Numa recepção na Chancelaria em Berlim, ele contestou Hitler, que queria eximir a Igreja de toda responsabilidade pelas questões "terrenas" do povo alemão:
"Ele me estendeu a mão e eu aproveitei a oportunidade. Segurei a sua mão fortemente e disse: 'Sr. Chanceler, o senhor disse que devemos deixar em suas mãos o povo alemão, mas a responsabilidade pelo nosso povo foi posta na nossa consciência por alguém inteiramente diferente'. Então, ele puxou a sua mão, dirigindo-se ao próximo e não disse mais nenhuma palavra."
  
Perseguição nazi
A partir deste incidente, Niemöller fica cada vez mais na mira do regime. É observado pela Gestapo e proibido de fazer pregações, o que ele não aceita. Em 1935, é preso pela primeira vez e logo libertado. Martin Niemöller já era tido nessa época como o mais importante porta-voz da resistência protestante. No verão de 1937, ele pregava:
E quem como eu, que não viu nada a seu lado no ofício religioso vespertino de anteontem, a não ser três jovens policiais da Gestapo – três jovens que certamente foram batizados um dia em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo e que certamente juraram fidelidade ao seu Salvador na cerimónia de crisma, e agora são enviados para armar ciladas à comunidade de Jesus Cristo –, não esquece facilmente o ultraje à Igreja e deseja clamar 'Senhor, tende piedade' de forma bem profunda.
Em julho de 1937, Niemöller foi preso novamente. Passados cerca de sete meses, no dia 7 de fevereiro de 1938, começou então o seu processo diante do Tribunal Especial II em Berlim-Moabit. Segundo a acusação, Martin Niemöller teria criticado as medidas do governo nas suas pregações "de maneira ameaçadora para a paz pública", teria feito "declarações hostis e provocadores" sobre alguns ministros do Reich e, com isto, transgredido o "parágrafo do Chanceler" e a "lei da perfídia". A sentença: sete meses de prisão, bem como dois mil marcos de multa.
Os juízes consideraram a pena como cumprida, em função do longo tempo de prisão preventiva. Niemöller deveria, assim, ter deixado a sala do tribunal como homem livre. Para Hitler, no entanto, a sentença pareceu muito suave. Ele enviou o pastor como seu "prisioneiro pessoal" para um campo de concentração. Até o fim da guerra, durante mais de sete anos, Martin Niemöller permaneceu preso – inicialmente, no campo de concentração de Sachsenhausen, depois no de Dachau.
  
Frases célebres
Niemöller é o autor de uma adaptação de um célebre poema de Vladimir MaiakovskiE Não Sobrou Ninguém” tratando sobre o significado do regime nazi na Alemanha:
  

E Não Sobrou Ninguém

Quando os nazis levaram os comunistas,
eu calei-me,
porque, afinal,
eu não era comunista.

Quando eles prenderam os sociais-democratas,
eu calei-me,
porque, afinal,
eu não era social-democrata.

Quando eles levaram os sindicalistas,
eu não protestei,
porque, afinal,
eu não era sindicalista.

Quando levaram os judeus,
eu não protestei,
porque, afinal,
eu não era judeu.

Quando eles me levaram,
não havia mais quem protestasse.


domingo, outubro 14, 2018

Há 75 anos os prisioneiros do Campo de Concentração nazi de Sobibor revoltaram-se e conseguiram fugir

 Um memorial na entrada do campo
Sobibor foi um campo de extermínio alemão, localizado na Polónia ocupada pela Alemanha nazi, que foi parte da Operação Reinhard, no Holocausto. Judeus, prisioneiros de guerra soviéticos e possivelmente ciganos, foram transportados para Sobibor de comboio e assassinados em câmaras de gás alimentadas pelos gases de escape de um motor a diesel. Cerca de 260.000 pessoas foram assassinadas em Sobibor pelos alemães.
Sobibor foi também o sítio da única revolta bem sucedida de prisioneiros de um campo alemão. A 14 de outubro de 1943, membros da revolta conseguiram matar secretamente 11 dos guardas da SS e alguns guardas ucranianos também. Apesar do plano ter sido matar todos os guardas alemães da SS e sair pela porta principal do campo, as mortes foram descobertas e os prisioneiros tiveram de correr pelas suas vidas em todas as direções. Dos cerca de 600 prisioneiros do campo, usados como escravos, cerca de 300 conseguiram fugir.
A maior parte deles foi cercada e assassinada nos dias subsequentes, mas cerca de 50 prisioneiros conseguiram sobreviver à II Guerra Mundial. Esta fuga forçou os alemães a fechar o campo. Eles desmantelaram-no e plantaram uma floresta no local para tentar esconder o que se tinha passado ali.
A revolta foi dramatizada em 1987 pelo telefilme "Fuga de Sobibor," baseado no livro do mesmo nome escrito por Richard Raschke, publicado em 2011 no Brasil pela editora Universo, retratando, através de testemunhos e documentos, a realidade do campo e a mais bem sucedida revolta ocorrida em um campo de extermínio alemão.
O documentário "Sobibor, 14 de outubro de 1943, 16.00" (a hora exacta da revolta) do realizador suíço Claude Lanzmann contém uma descrição dos acontecimentos, usando filmes da época e relatos de alguns dos sobreviventes, que ainda vivem hoje em Israel.
  
Localização do campo de Sobibor
  

quarta-feira, outubro 03, 2018

Carl von Ossietzky nasceu há 129 anos

Carl von Ossietzky (Hamburgo, 3 de outubro de 1889 - Berlim, 4 de maio de 1938) foi um jornalista, escritor e pacifista alemão.
Foi agraciado com o Nobel da Paz de 1935.
Morreu de tuberculose num campo de concentração nazi, por ser pacifista e ir contra os interesses do regime.


À morte de um lutador pela paz
(in memoriam de Carl von Ossietzky)

O que não se rendeu
Foi abatido
O que foi abatido
Não se rendeu.

A boca que admoestava
Foi tapada por terra.
A aventura sangrenta
Começa.
Sobre a cova do amigo da paz
Calcam os batalhões.

Foi então vã a luta?

Se aquele que não lutou sozinho, foi abatido,
O inimigo
Inda não venceu.



in Poemas (2007) - Bertold Brecht (tradução de Paulo Quintela)

domingo, abril 16, 2017

Rudolf Hoss, comandante do campo de concentração de Auschwitz, foi executado há 70 anos

Rudolf Franz Ferdinand Höss (ou Höß, Hoeß e Hoess) (Baden-Baden, 25 de novembro de 1901 – Oświęcim, 16 de abril de 1947) foi um oficial alemão das SS nazis. Serviu, por quase dois anos, como comandante do campo de concentração de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial e foi um dos responsáveis por testar, e depois implementar, vários métodos de matança para executar o plano de Adolf Hitler para exterminar a população judaica na Europa ocupada pela Alemanha Nazi, em um projeto denominado de "a Solução final".
Höss foi posteriormente acusado e condenado de perpetrar diversos crimes contra a humanidade. Entre suas atrocidades mais conhecidas estão os testes, que ele supervisionou, da introdução do pesticida Zyklon B, que continha cianeto de hidrogénio, para acelerar o processo de matança de judeus no Holocausto. Em 1944, mais de 2 mil pessoas morriam, por hora, no campo de concentração de Auschwitz. Sob a supervisão de Höss, foi criado um dos maiores sistemas de aniquilação sistemática de seres humanos da história.
 
(...)
 
Höß foi capturado a 11 de março de 1946 pela polícia militar britânica. Durante os Julgamentos de Nuremberga, foi ouvido, como testemunha, nos julgamentos de Ernst Kaltenbrunner e Oswald Pohl, além da companhia IG Farben, fabricante do gás Zyklon B.
A 2 de abril de 1947, foi sentenciado à morte por enforcamento. A sentença foi executada no dia 16 de abril do mesmo ano, na entrada do que outrora fora o crematório do campo de concentração Auschwitz I.
Na sua autobiografia publicada em 1958, Rudolf Höß: Kommandant in Auschwitz, descreveu-se como um homem de "grande virtude e obediência militar", tendo "um grande senso de dever". Höß era casado e tinha cinco filhos.
 
Patíbulo onde Höess foi executado em Auschwitz
in Wikipédia

quinta-feira, dezembro 11, 2014

Felix Nussbaum nasceu há 110 anos

Auto Retrato com Cartão de Identidade Judaico (1943)

Felix Nussbaum (11 de dezembro de 1904, Osnabrück - 2 de agosto de 1944, Auschwitz) foi um pintor alemão de religião judaica, com várias obras que ilustram os horrores do Holocausto, do qual ele foi vítima. Estudou em Hamburgo e Berlim, arte, livre e aplicada (Freie und Angewandte Kunst). Nos anos 20 e 30 as suas exposições em Berlim tiveram grande sucesso. Com a chegada ao poder dos nazis em 1933, foi obrigado a viver no exílio, em Itália, França e finalmente na Bélgica (Bruxelas) com a sua mulher, a polaca Felka Platek, com quem casou em 1937. Com a ocupação pelos alemães e o regime de Vichy, foi internado num campo de concentração em França. Conseguiu no entanto fugir com a sua mulher e esconder-se na casa de um amigo, também um artista, em Bruxelas. Foi traído e denunciado em junho de 1944 e imediatamente preso, juntamente com a sua mulher. Foi levado para campo de concentração de Malines, de onde foi levado para Auschwitz, onde foi assassinado a 2 de agosto de 1944, presumivelmente com a sua mulher.

sábado, agosto 02, 2014

Felix Nussbaum foi assassinado há 70 anos

Autorretrato com Cartão de Identidade Judaica (1943)

Felix Nussbaum (nascido em 11 de dezembro de 1904, em Osnabrück, e falecido a 2 de agosto de 1944, em Auschwitz) foi um pintor alemão de religião judaica, com várias obras que ilustram os horrores do Holocausto, do qual ele foi vítima. Estudou em Hamburgo e Berlim, arte, livre e aplicada (Freie und Angewandte Kunst). Nos anos 20 e 30 as suas exposições em Berlim tiveram grande sucesso. Com a chegada ao poder dos nazis, em 1933, foi obrigado a viver no exílio, em Itália, França e finalmente na Bélgica (Bruxelas) com a sua mulher, a polaca Felka Platek, com quem casou em 1937. Com a ocupação pelos alemães e o regime de Vichy, foi internado num campo de concentração em França, mas conseguiu no entanto fugir, com a sua mulher e esconder-se na casa de um amigo, também um artista, em Bruxelas. Foi traído e denunciado, em junho de 1944 e imediatamente preso, juntamente com a sua mulher. Foi levado para campo de concentração de Malines, de onde foi para Auschwitz, onde foi assassinado a 2 de agosto de 1944, presumivelmente com a sua mulher.

Em 1998 foi inaugurado em Osnabrueck o Museu Felix-Nussbaum (Felix-Nussbaum-Haus), no qual está exposta a totalidade das suas obras, mais de 160 quadros. Os planos do edifício couberam ao famoso arquitecto Daniel Libeskind.

quinta-feira, março 06, 2014

Martin Niemoller morreu há 30 anos

Martin Niemöller (Lippstadt, 14 de janeiro de 1892 - Wiesbaden, 6 de março de 1984) foi um pastor luterano alemão. Em 1966 foi-lhe atribuído o Prémio Lenine da Paz. Desde a década de 80 tornou-se conhecido pela sua adaptação de um poema Vladimir Maiakovski, "Quando os nazis vieram atrás dos comunistas".

Biografia
Filho de um pastor luterano, foi educado na fidelidade ao Imperador e com sentimentos patrióticos alemães. Depois de concluir o curso secundário, ingressou na Marinha como soldado de carreira. Durante a Primeira Guerra Mundial, serviu como comandante de submarino, vindo a ser condecorado com a Cruz de Ferro. Após a guerra, viveu durante algum tempo em Freikorps e estudou Teologia. Em 1931, foi ordenado pastor da Igreja de Santa Ana em Dahlen, um subúrbio de Berlim.
Mesmo depois de formar-se em Teologia, ele permaneceu fiel à sua ideologia patriótica e conservadora. Porém, após a subida dos nazis ao poder, em 1933, Niemöller – então pároco em Berlim-Dahlem – entrou num conflito crescente com o novo governo. Inicialmente, ele concordava com o antagonismo dos Nazis ao Comunismo e à República de Weimar, mas ficou alarmado com a tentativa de Hitler em dominar a Igreja Evangélica (Luterana ou Reformada) impondo-lhe o movimento neopagão dos "Cristãos Germânicos" da Igreja do Reich e de seu bispo Ludwig Müller. Sendo ele nacionalista e não estando inteiramente livre de preconceitos anti-semitas, Niemöller protesta decididamente contra a aplicação do "parágrafo ariano" na Igreja e a falsificação da doutrina bíblica pelos cristãos alemães de ideologia nazista. Para impedir a segregação de cristãos de origem judaica, ele criou no outono de 1933, com Dietrich Bonhöffer, a Pfarrernotbund ("Liga Pastoral de Emergência") para apoiar os pastores não-arianos ou casados com não-arianas, que foi transformada na Bekennende Kirche (Igreja Confessante) em 1934. A Igreja Confessante recusou obediência à direção oficial da Igreja Evangélica, tornando-se um importante centro de resistência alemã protestante ao regime nazi.
Em 1934, Niemöller acreditava ainda que poderia discutir com os novos donos do poder. Numa recepção na Chancelaria em Berlim, ele contestou Hitler, que queria eximir a Igreja de toda responsabilidade pelas questões "terrenas" do povo alemão:
"Ele me estendeu a mão e eu aproveitei a oportunidade. Segurei a sua mão fortemente e disse: 'Sr. Chanceler, o senhor disse que devemos deixar em suas mãos o povo alemão, mas a responsabilidade pelo nosso povo foi posta na nossa consciência por alguém inteiramente diferente'. Então, ele puxou a sua mão, dirigindo-se ao próximo e não disse mais nenhuma palavra."
Perseguição nazi
A partir deste incidente, Niemöller fica cada vez mais na mira do regime. É observado pela Gestapo e proibido de fazer pregações, o que ele não aceita. Em 1935, é preso pela primeira vez e logo libertado. Martin Niemöller já era tido nessa época como o mais importante porta-voz da resistência protestante. No verão de 1937, ele pregava:
E quem como eu, que não viu nada a seu lado no ofício religioso vespertino de anteontem, a não ser três jovens policiais da Gestapo – três jovens que certamente foram batizados um dia em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo e que certamente juraram fidelidade ao seu Salvador na cerimónia de crisma, e agora são enviados para armar ciladas à comunidade de Jesus Cristo –, não esquece facilmente o ultraje à Igreja e deseja clamar 'Senhor, tende piedade' de forma bem profunda.
Em julho de 1937, Niemöller foi preso novamente. Passados cerca de sete meses, no dia 7 de fevereiro de 1938, começou então o seu processo diante do Tribunal Especial II em Berlim-Moabit. Segundo a acusação, Martin Niemöller teria criticado as medidas do governo nas suas pregações "de maneira ameaçadora para a paz pública", teria feito "declarações hostis e provocadores" sobre alguns ministros do Reich e, com isto, transgredido o "parágrafo do Chanceler" e a "lei da perfídia". A sentença: sete meses de prisão, bem como dois mil marcos de multa.
Os juízes consideraram a pena como cumprida, em função do longo tempo de prisão preventiva. Niemöller deveria, assim, ter deixado a sala do tribunal como homem livre. Para Hitler, no entanto, a sentença pareceu muito suave. Ele enviou o pastor como seu "prisioneiro pessoal" para um campo de concentração. Até o fim da guerra, durante mais de sete anos, Martin Niemöller permaneceu preso – inicialmente, no campo de concentração de Sachsenhausen, depois no de Dachau.

Frases célebres
Niemöller é o autor de uma adaptação de um célebre poema de Vladimir MaiakovskiE Não Sobrou Ninguém” tratando sobre o significado do regime nazi na Alemanha:

E Não Sobrou Ninguém
 
Quando os nazistas levaram os comunistas, 
eu calei-me, 
porque, afinal, 
eu não era comunista. 

Quando eles prenderam os sociais-democratas, 
eu calei-me, 
porque, afinal,
eu não era social-democrata. 

Quando eles levaram os sindicalistas, 
eu não protestei, 
porque, afinal, 
eu não era sindicalista. 

Quando levaram os judeus, 
eu não protestei, 
porque, afinal, 
eu não era judeu.
Quando eles me levaram,
não havia mais quem protestasse.

segunda-feira, outubro 14, 2013

Há 70 anos os prisioneiros do Campo de Concentração nazi de Sobibor revoltaram-se e conseguiram fugir

 Um memorial na entrada do campo

Sobibor foi um campo de extermínio alemão, localizado na Polónia ocupada pela Alemanha nazi, que foi parte da Operação Reinhard, no Holocausto. Judeus, prisioneiros de guerra soviéticos e possivelmente ciganos, foram transportados para Sobibor de comboio e assassinados em câmaras de gás alimentadas pelos gases de escape de um motor a diesel. Cerca de 260.000 pessoas foram assassinadas em Sobibor pelos alemães.
Sobibor foi também o sítio da única revolta bem sucedida de prisioneiros de um campo alemão. A 14 de outubro de 1943, membros da revolta conseguiram matar secretamente 11 dos guardas da SS e alguns guardas ucranianos também. Apesar do plano ter sido matar todos os guardas alemães da SS e sair pela porta principal do campo, as mortes foram descobertas e os prisioneiros tiveram de correr pelas suas vidas em todas as direções. Dos cerca de 600 prisioneiros do campo, usados como escravos, cerca de 300 conseguiram fugir.
A maior parte deles foi cercada e assassinada nos dias subsequentes, mas cerca de 50 prisioneiros conseguiram sobreviver à II Guerra Mundial. Esta fuga forçou os alemães a fechar o campo. Eles desmantelaram-no e plantaram uma floresta no local para tentar esconder o que se tinha passado ali.
A revolta foi dramatizada em 1987 pelo telefilme "Fuga de Sobibor," baseado no livro do mesmo nome escrito por Richard Raschke, publicado em 2011 no Brasil pela editora Universo, retratando, através de testemunhos e documentos, a realidade do campo e a mais bem sucedida revolta ocorrida em um campo de extermínio alemão.
O documentário "Sobibor, 14 de outubro de 1943, 16.00" (a hora exacta da revolta) do realizador suíço Claude Lanzmann contém uma descrição dos acontecimentos, usando filmes da época e relatos de alguns dos sobreviventes, que ainda vivem hoje em Israel.

Localização do campo de Sobibor

quinta-feira, outubro 03, 2013

O Prémio Nobel da Paz Carl von Ossietzky nasceu há 124 anos

Carl von Ossietzky (Hamburgo, 3 de outubro de 1889 - Berlim, 4 de maio de 1938) foi um jornalista, escritor e pacifista alemão.
Foi agraciado com o Nobel da Paz de 1935.
Morreu de tuberculose num campo de concentração nazi, por ser pacifista e ir contra os interesses do regime.


À morte de um lutador pela paz
(in memoriam de Carl von Ossietzky)

O que não se rendeu
Foi abatido
O que foi abatido
Não se rendeu.

A boca que admoestava
Foi tapada por terra.
A aventura sangrenta
Começa.
Sobre a cova do amigo da paz
Calcam os batalhões.

Foi então vã a luta?

Se aquele que não lutou sozinho, foi abatido,
O inimigo
Inda não venceu.



in Poemas (2007) - Bertold Brecht (tradução de Paulo Quintela)

quarta-feira, agosto 14, 2013

Maximiliano Kolbe morreu há 72 anos

O primeiro monumento dedicado a Maximiliano Kolbe na Polónia, em Chrzanów

São Maximiliano Maria Kolbe nascido Rajmund Kolbe, (Zduńska Wola, Polónia, 8 de janeiro de 1894Auschwitz, 14 de agosto de 1941), foi um frade missionário franciscano da Polónia que foi voluntário para morrer de fome no lugar de um pai de família no campo de concentração nazi de Auschwitz, como castigo pela fuga de um outro prisioneiro.
Podemos pensar dele como uma figura-símbolo no panorama do século XX. O próprio Santo Padre, o Papa João Paulo II, em numerosos textos, chama-o de “Santo do nosso século difícil”.
Foi canonizado pelo seu compatriota, o Papa João Paulo II, em 10 de outubro de 1982, na presença de Franciszek Gajowniczek, o homem cujo lugar tomou e que sobreviveu aos horrores de Auschwitz.
Fundador do Milícia da Imaculada que criou um boletim de enorme tiragem, entre outros meios de divulgação da acção cristã, pelo seu intenso apostolado, é considerado o patrono da imprensa. É igualmente visto como padroeiro especial das famílias em dificuldade, dos que lutam pela vida, da luta contra os vícios, da recuperação da droga e do alcoolismo; é considerado também padroeiro dos presos comuns e políticos.
Em julho de 1998 a Igreja de Inglaterra ergueu uma estátua de Kolbe na parte frontral da Abadia de Westminster, em Londres, como parte de um conjunto monumental dedicado à memória de dez mártires do século XX.

Franciscano conventual desde 1907, nos três primeiros anos na Pontifícia Universidade Gregoriana, dedicou-se à ciência e matemática, incluindo trigonometria, física e química, em seguida, o estudo da filosofia e da teologia.
Em 1914, no ano em que professa votos perpétuos, o seu pai, um oficial das legiões polacas, foi feito prisioneiro pelos russos e a sua mãe retirou-se para um convento.
Em 28 de abril 1918, foi ordenado sacerdote na igreja de Sant'Andrea della Valle, em Roma, e no dia seguinte celebra sua primeira missa na vizinha Basílica de Sant'Andrea delle Frate.
Estando em Roma, num período que se faziam sentir grandes hostilidade contra a Igreja e o Papa por parte da maçonaria, em 16 de outubro de 1917, cria, conjuntamente com seis seus irmãos franciscanos, a Milícia da Imaculada (M.I.).
Em 1919 doutorou-se em Teologia na Faculdade Teológica de São Boaventura, voltando imediatamente em casa em Cracóvia, onde ensinou Teologia.
Começou igualmente por desenvolver o que chamou de "Cidade da Imaculada" e que abrigava 672 religiosos, onde instalou uma tipografia católica e, em 1922, edita a revista mariana "Cavaleiro da Imaculada", destinada aos operários e camponeses.
Depois ao se deslocar, como missionário, para Nagasaki, no Japão, fundou aí uma segunda Cidade da Imaculada, onde reproduz a mesma revista mariana conhecida por "Revista Azul", impressa em japonês, que alcançou, em 1938, a tiragem de um milhão de exemplares. Chegou a instalar uma emissora de rádio e a estender as suas atividades apostólicas no Japão, entre 1930 e 1936.
Regressado à Polónia, durante a II Guerra Mundial, deu abrigo a muitos refugiados, incluindo cerca de 2.000 judeus.
Em 17 de fevereiro de 1941, estando esse território ocupado pela Alemanha, é preso pela Gestapo, já que os nazis temiam a sua influência pessoal e daquela que a revista e publicações marianas exerciam, dirigidas por ele. É condenado a trabalhos forçados e transferido para Auschwitz em 25 de maio como prisioneiro n.º 16670.
Em julho de 1941, um homem do campo do mesmo bloco de Kolbe foge e, como represália, os nazistas escolhem 10 outros prisioneiros para morrer de fome e sede no bunker (o prisioneiro fugitivo é mais tarde encontrado morto, afogado numa latrina). Um dos dez, Franciszek Gajowniczek, lamenta-se pela família que deixa, dizendo que tinha mulher e filhos, e Kolbe pede para tomar o seu lugar. O pedido é aceite. Na realidade, o Padre Kolbe aceitava o martírio para praticar heroicamente seu munus sacerdotal, dando assistência religiosa e ajudando a morrer virtuosamente aqueles pobres condenados. Duas semanas depois, só quatro dos dez homens sobrevivem, incluindo Kolbe. Os nazis decidem então executá-los com uma injecção de ácido carbólico.