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sábado, janeiro 09, 2021

V.E.R.D.I., o rei Vítor Emanuel II, morreu há 143 anos

  
Vítor Emanuel II
(Turim, 14 de março de 1820Roma, 9 de janeiro de 1878), também chamado pelos italianos de "Pai da Pátria", foi o Rei da Sardenha, de 23 de março de 1849 até 17 de março de 1861, quando unificou a Península Itálica numa único estado, continuando a partir de então a reinar como Rei da Itália até à sua morte. Era filho do rei Carlos Alberto da Sardenha e da sua esposa, a arquiduquesa Maria Teresa da Áustria.

Nascimento
Vítor Emanuel II, da Casa de Saboia, nasceu em Turim, no Piemonte. Primogénito de Carlos Alberto de Savoia-Carignano e de Maria Teresa de Hasburgo-Lorena (em italiano, Maria Teresa d'Asburgo-Lorena), casou-se, aos 22 anos, com a sua prima Maria Adelaide, filha do arquiduque Rainier de Áustria.
 
Rei da Sardenha
Quando rebentou a primeira guerra de independência comandou uma divisão da reserva do exército. Na batalha de Goito (30 de maio de 1848) conduziu pessoalmente a companhia "Guardia" ao ataque e foi ferido. Depois da batalha de Novara e da abdicação de Carlos Alberto (23 de março de 1849), sucedeu ao seu pai, como rei da Sardenha, num momento difícil para o país.
Não tendo condições de continuar a guerra, Vítor Emanuel II teve que assinar o armistício de Vignale (24 de março de 1849) com o marechal austríaco Radetzky. Se o exército foi posto a dura prova pela derrota, a situação interna do reino não era melhor, estremecido também por uma revolta republicana em Génova (abril de 1849). A maior dificuldade política encontrava-se na hostilidade da Câmara dos Deputados (de maioria democrática) para ratificar o tratado de paz com a Áustria.
Para superar a oposição da câmara, Vítor Emanuel II chegou ao limite extremo da honestidade constitucional anunciando o decreto de Moncalieri (20 de novembro de 1849) com que dissolvia o parlamento e convocava novas eleições. A convocação real conseguiu o seu efeito no Piemonte. Assinada a paz com a Áustria pode dedicar-se a solução dos grandes problemas internos, primeiro entre todos o da consolidação do regime constitucional.
Vítor Emanuel II era propenso a exercer a autoridade régia além dos limites do estatuto, mas provou a sua lealdade constitucional proclamando as leis "Siccardi" contra os privilégios do clero. Todavia o monarca também foi induzido a recorrer a estes instrumentos pela firme postura do governo presidido por Massimo D'Azeglio.
No mês de novembro de 1852, Camillo Benso, Conde de Cavour sucedeu a D'Azeglio. O relacionamento de Vítor Emanuel II com Cavour nem sempre foi cordial e fácil, porque o "grande ministro" não hesitava em expor ao rei os seus pontos de vista que nem sempre estavam de acordo com aqueles do soberano. Mas geralmente, o monarca seguiu as linhas gerais da política de Cavour, com o desejo de restaurar a fama do seu exército, como no caso da intervenção na Crimeia. Para aumentar o prestígio e o domínio da sua casa aprovou a aliança com Napoleão III, com quem ele compartilhava um certo gosto pela política secreta.
 
Rei de Itália
Os anos de 1858 até 1861 foram os mais favoráveis ao reino de Vítor Emanuel II. No mês de abril de 1859 partiu para a guerra contra a Áustria, e menos de dois anos depois era proclamado o Reino de Itália, com Vítor Emanuel como soberano. Certamente, para a rápida ascensão do monarca, contribuiu em muito a obra do Conde de Cavour e de Giuseppe Garibaldi que, com a Expedição dos Mil, deu a Vítor Emanuel II o Reino das Duas Sicílias. Mas deve-se reconhecer que naqueles anos decisivos ele esteve decididamente solidário com a causa da unidade nacional.
A terceira guerra de independência (1866) trouxe o Veneto para a coroa, mas sem aquela vitória militar que o rei desejava. Para completar a unidade da Itália faltava ainda Roma. Quando, no verão de 1870, rebentou a guerra franco-prussiana, Vitor Emanuel II era mais propenso a correr em socorro do imperador francês Napoleão III, o antigo companheiro de armas e de intrigas, mas cedeu à vontade dos seus ministros que quiseram aproveitar da ocasião favorável para tomar Roma, então sob domínio do Papa, com apoio de tropas francesas. O rei tomou Roma, que se tornou então capital do Reino de Itália. Porém do mesmo modo que não se adaptou a Florença, que tinha sido escolhida para ser capital depois da Convenção de setembro (1864), não se adaptou também em Roma. Nunca morou no Palacio Quirinal, preferindo o retiro numa residência mais modesta, juntamente com a esposa morganática Rosa Vercellana, posteriormente condessa de Mirafiori.
Concluído o período heróico do Risorgimento, o rei era, num certo sentido, um sobrevivente, como muitos outros protagonistas do pátrio resgate. Em 1876, viu sair do governo, por voto contrário do parlamento, a direita histórica de onde vieram os seus ministros mais hábeis e os seus mais confiáveis conselheiros. Respeitoso das indicações do parlamento, chamou ao governo a esquerda. Isto aconteceu no ano da sua morte.
  
Descendência
Com a morte de Vítor Emanuel II, em 9 de janeiro de 1878, subiu ao trono do Reino de Itália o seu filho Humberto I. Era ainda pai da princesa Maria Clotilde de Saboia,  do rei de Espanha Amadeu I, do príncipe  Otão, Duque de Montferrat e da Rainha de Portugal  Maria Pia de Saboia.
  

sábado, março 14, 2020

Vítor Emanuel I, o primeiro Rei da Itália unificada, nasceu há dois séculos


Vítor Emanuel II (Turim, 14 de março de 1820Roma, 9 de janeiro de 1878), também chamado pelos italianos de "Pai da Pátria", foi o Rei da Sardenha, de 23 de março de 1849 até 17 de março de 1861, quando unificou a Península Itálica numa único estado, continuando a partir de então a reinar como Rei da Itália até à sua morte. Era filho do rei Carlos Alberto da Sardenha e da sua esposa, a arquiduquesa Maria Teresa da Áustria.
  
Nascimento
Vítor Emanuel II, da Casa de Saboia, nasceu em Turim, no Piemonte. Primogénito de Carlos Alberto de Savoia-Carignano e de Maria Teresa de Hasburgo-Lorena (em italiano, Maria Teresa d'Asburgo-Lorena), casou-se, aos 22 anos, com a sua prima Maria Adelaide, filha do arquiduque Rainier de Áustria.
  
Rei da Sardenha
Quando rebentou a primeira guerra de independência comandou uma divisão da reserva do exército. Na batalha de Goito (30 de maio de 1848) conduziu pessoalmente a companhia "Guardia" ao ataque e foi ferido. Depois da batalha de Novara e da abdicação de Carlos Alberto (23 de março de 1849), sucedeu ao seu pai como rei da Sardenha num momento difícil para o país.
Não tendo condições de continuar a guerra, Vítor Emanuel II teve que assinar o armistício de Vignale (24 de março de 1849) com o marechal austríaco Radetzky. Se o exército foi posto a dura prova pela derrota, a situação interna do reino não era melhor, estremecido também por uma revolta republicana em Génova (abril de 1849). A maior dificuldade política encontrava-se na hostilidade da Câmara dos Deputados (de maioria democrática) para ratificar o tratado de paz com a Áustria.
Para superar a oposição da câmara, Vítor Emanuel II chegou ao limite extremo da honestidade constitucional anunciando o decreto de Moncalieri (20 de novembro de 1849) com que dissolvia o parlamento e convocava novas eleições. A convocação real conseguiu o seu efeito no Piemonte. Assinada a paz com a Áustria pode dedicar-se a solução dos grandes problemas internos, primeiro entre todos o da consolidação do regime constitucional.
Vítor Emanuel II era propenso a exercer a autoridade régia além dos limites do estatuto, mas provou a sua lealdade constitucional proclamando as leis "Siccardi" contra os privilégios do clero. Todavia o monarca também foi induzido a recorrer a estes instrumentos pela firme postura do governo presidido por Massimo D'Azeglio.
No mês de novembro de 1852, Camillo Benso, Conde de Cavour sucedeu a D'Azeglio. O relacionamento de Vítor Emanuel II com Cavour nem sempre foi cordial e fácil, porque o "grande ministro" não hesitava em expor ao rei os seus pontos de vista que nem sempre estavam de acordo com aqueles do soberano. Mas geralmente, o monarca seguiu as linhas gerais da política de Cavour, com o desejo de restaurar a fama do seu exército, como no caso da intervenção na Crimeia. Para aumentar o prestígio e o domínio da sua casa aprovou a aliança com Napoleão III, com quem ele compartilhava um certo gosto pela política secreta.
  
Rei de Itália
Os anos de 1858 até 1861 foram os mais favoráveis ao reino de Vítor Emanuel II. No mês de abril de 1859 partiu para a guerra contra a Áustria, e menos de dois anos depois era proclamado o Reino de Itália, com Vítor Emanuel como soberano. Certamente, para a rápida ascensão do monarca, contribuiu em muito a obra do Conde de Cavour e de Giuseppe Garibaldi que, com a Expedição dos Mil, deu a Vítor Emanuel II o Reino das Duas Sicílias. Mas deve-se reconhecer que naqueles anos decisivos ele esteve decididamente solidário com a causa da unidade nacional.
A terceira guerra de independência (1866) trouxe o Veneto para a coroa, mas sem aquela vitória militar que o rei desejava. Para completar a unidade da Itália faltava ainda Roma. Quando, no verão de 1870, rebentou a guerra franco-prussiana, Vitor Emanuel II era mais propenso a correr em socorro do imperador francês Napoleão III, o antigo companheiro de armas e de intrigas, mas cedeu à vontade dos seus ministros que quiseram aproveitar da ocasião favorável para tomar Roma, então sob domínio do Papa, com apoio de tropas francesas. O rei tomou Roma, que se tornou então capital do Reino de Itália. Porém do mesmo modo que não se adaptou a Florença, que tinha sido escolhida para ser capital depois da Convenção de setembro (1864), não se adaptou também em Roma. Nunca morou no Palacio Quirinal, preferindo o retiro numa residência mais modesta, juntamente com a esposa morganática Rosa Vercellana, posteriormente condessa de Mirafiori.
Concluído o período heróico do Risorgimento, o rei era, num certo sentido, um sobrevivente, como muitos outros protagonistas do pátrio resgate. Em 1876, viu sair do governo, por voto contrário do parlamento, a direita histórica de onde vieram os seus ministros mais hábeis e os seus mais confiáveis conselheiros. Respeitoso das indicações do parlamento, chamou ao governo a esquerda. Isto aconteceu no ano da sua morte.
   
Descendência
Com a morte de Vítor Emanuel II em 9 de janeiro de 1878, subiu ao trono do Reino de Itália o seu filho Humberto I. Era ainda pai da princesa Maria Clotilde de Saboia,  do rei de Espanha Amadeu I, do príncipe  Otão, Duque de Montferrat e da Rainha de Portugal  Maria Pia de Saboia.



(imagem daqui)
   
Após a Itália ser unificada, em 1861, muitas das óperas de Verdi foram reinterpretadas como Risorgimento. Começando em Nápoles, em 1859, e espalhando-se por toda a Itália, o slogan "Viva VERDI" foi usado como um acróstico de Viva Vittorio Emanuele Re D'Italia (Viva Vitor Emanuel, Rei da Itália), referindo-se a Vítor Emanuel II da Itália, então rei da Sardenha.

quinta-feira, março 14, 2019

Vítor Emanuel I, o primeiro Rei da Itália unificada, nasceu há 199 anos

Vítor Emanuel II da Sardenha ou Vítor Emanuel I da Itália (em italiano: Vittorio Emanuele di Savoia; Turim, 14 de março de 1820 - Roma, 9 de janeiro de 1878) foi o primeiro rei da Itália, de 1861 a 1878, após a unificação. Era membro da Casa de Saboia e foi, de 1849 a 1861, rei da Sardenha, que então englobava, além da ilha de Sardenha, o Piemonte e Saboia.
  
(...)
  
Com a morte de Vítor Emanuel II em 9 de janeiro de 1878, subiu ao trono do Reino de Itália seu filho Humberto I. Era ainda pai da princesa Maria Clotilde de Saboia,  do rei de Espanha Amadeu I, do príncipe  Otão, Duque de Montferrat e da Rainha de Portugal Maria Pia de Saboia.
A filha de Vítor Emanuel II, Maria Pia de Saboia, tornou-se rainha de Portugal, ao casar com o rei D. Luís I, em 1864. Era assim avô do Rei D. Carlos I de Bragança.



(imagem daqui)
   
Após a Itália ser unificada, em 1861, muitas das óperas de Verdi foram reinterpretadas como Risorgimento. Começando em Nápoles, em 1859, e espalhando-se por toda a Itália, o slogan "Viva VERDI" foi usado como um acróstico de Viva Vittorio Emanuele Re D'Italia (Viva Vitor Emanuel, Rei da Itália), referindo-se a Vítor Emanuel II da Itália, então rei da Sardenha.

terça-feira, janeiro 09, 2018

O rei Vítor Emanuel II morreu há 140 anos

Vítor Emanuel II (Turim, 14 de março de 1820Roma, 9 de janeiro de 1878), também chamado pelos italianos de "Pai da Pátria", foi o Rei da Sardenha, de 23 de março de 1849 até 17 de março de 1861, quando unificou a Península Itálica numa único estado, continuando a partir de então a reinar como Rei da Itália até à sua morte. Era filho do rei Carlos Alberto da Sardenha e da sua esposa, a arquiduquesa Maria Teresa da Áustria.

Nascimento
Vítor Emanuel II, da Casa de Saboia, nasceu em Turim, no Piemonte. Primogénito de Carlos Alberto de Savoia-Carignano e de Maria Teresa de Hasburgo-Lorena (em italiano, Maria Teresa d'Asburgo-Lorena), casou-se, aos 22 anos, com a sua prima Maria Adelaide, filha do arquiduqueRainier de Áustria.
 
Rei da Sardenha
Quando rebentou a primeira guerra de independência comandou uma divisão da reserva do exército. Na batalha de Goito (30 de maio de 1848) conduziu pessoalmente a companhia "Guardia" ao ataque e foi ferido. Depois da batalha de Novara e da abdicação de Carlos Alberto (23 de março de 1849), sucedeu ao seu pai como rei da Sardenha num momento difícil para o país.
Não tendo condições de continuar a guerra, Vítor Emanuel II teve que assinar o armistício de Vignale (24 de março de 1849) com o marechal austríaco Radetzky. Se o exército foi posto a dura prova pela derrota, a situação interna do reino não era melhor, estremecido também por uma revolta republicana em Génova (abril de 1849). A maior dificuldade política encontrava-se na hostilidade da Câmara dos Deputados (de maioria democrática) para ratificar o tratado de paz com a Áustria.
Para superar a oposição da câmara, Vítor Emanuel II chegou ao limite extremo da honestidade constitucional anunciando o decreto de Moncalieri (20 de novembro de 1849) com que dissolvia o parlamento e convocava novas eleições. A convocação real conseguiu o seu efeito no Piemonte. Assinada a paz com a Áustria pode dedicar-se a solução dos grandes problemas internos, primeiro entre todos o da consolidação do regime constitucional.
Vítor Emanuel II era propenso a exercer a autoridade régia além dos limites do estatuto, mas provou a sua lealdade constitucional proclamando as leis "Siccardi" contra os privilégios do clero. Todavia o monarca também foi induzido a recorrer a estes instrumentos pela firme postura do governo presidido por Massimo D'Azeglio.
No mês de novembro de 1852, Camillo Benso, Conde de Cavour sucedeu a D'Azeglio. O relacionamento de Vítor Emanuel II com Cavour nem sempre foi cordial e fácil, porque o "grande ministro" não hesitava em expor ao rei os seus pontos de vista que nem sempre estavam de acordo com aqueles do soberano. Mas geralmente, o monarca seguiu as linhas gerais da política de Cavour, com o desejo de restaurar a fama do seu exército, como no caso da intervenção na Crimeia. Para aumentar o prestígio e o domínio da sua casa aprovou a aliança com Napoleão III, com quem ele compartilhava um certo gosto pela política secreta.
 
Rei de Itália
Os anos de 1858 até 1861 foram os mais favoráveis ao reino de Vítor Emanuel II. No mês de abril de 1859 partiu para a guerra contra a Áustria, e menos de dois anos depois era proclamado o Reino de Itália, com Vítor Emanuel como soberano. Certamente, para a rápida ascensão do monarca, contribuiu em muito a obra do Conde de Cavour e de Giuseppe Garibaldi que, com a Expedição dos Mil, deu a Vítor Emanuel II o Reino das Duas Sicílias. Mas deve-se reconhecer que naqueles anos decisivos ele esteve decididamente solidário com a causa da unidade nacional.
A terceira guerra de independência (1866) trouxe o Veneto para a coroa, mas sem aquela vitória militar que o rei desejava. Para completar a unidade da Itália faltava ainda Roma. Quando, no verão de 1870, rebentou a guerra franco-prussiana, Vitor Emanuel II era mais propenso a correr em socorro do imperador francês Napoleão III, o antigo companheiro de armas e de intrigas, mas cedeu à vontade dos seus ministros que quiseram aproveitar da ocasião favorável para tomar Roma, então sob domínio do Papa, com apoio de tropas francesas. O rei tomou Roma, que se tornou então capital do Reino de Itália. Porém do mesmo modo que não se adaptou a Florença, que tinha sido escolhida para ser capital depois da Convenção de setembro (1864), não se adaptou também em Roma. Nunca morou no Palacio Quirinal, preferindo o retiro numa residência mais modesta, juntamente com a esposa morganática Rosa Vercellana, posteriormente condessa de Mirafiori.
Concluído o período heróico do Risorgimento, o rei era, num certo sentido, um sobrevivente, como muitos outros protagonistas do pátrio resgate. Em 1876, viu sair do governo, por voto contrário do parlamento, a direita histórica de onde vieram os seus ministros mais hábeis e os seus mais confiáveis conselheiros. Respeitoso das indicações do parlamento, chamou ao governo a esquerda. Isto aconteceu no ano da sua morte.
  
Descendência
Com a morte de Vítor Emanuel II em 9 de janeiro de 1878, subiu ao trono do Reino de Itália o seu filho Humberto I. Era ainda pai da princesa Maria Clotilde de Saboia,  do rei de Espanha Amadeu I, do príncipe  Otão, Duque de Montferrat e da Rainha de Portugal  Maria Pia de Saboia.

quinta-feira, setembro 20, 2012

Há 142 anos Roma tornou-se, de facto, a capital de Itália

A Questão Romana terminou com a criação do Vaticano, com o estabelecimento do Tratado de Latrão


Os chamados Estados Pontifícios, que compunham a parte central da península Itálica, pertenciam à Igreja Católica desde os tempos medievais, tendo sido doados por Pepino, o Breve, ao papa. No ano de 754, o papa Estêvão II recebeu do rei franco Pepino, o Breve o ducado de Roma e as terras conquistadas dos lombardos com o título de Patrimônio de São Pedro. Em 1861, os italianos promoveram a unificação política da península, mas não conseguiram anexar Roma, dada a forte presença militar francesa em apoio ao papa. Em 1870, os alemães, liderados pela Prússia, declararam guerra à França, durante o processo de unificação alemã. Napoleão III retirou as tropas francesas de Roma. Aproveitando este momento, os italianos anexaram Roma à Itália. O papa Pio IX não aceitou a perda do “Património de São Pedro” e declarou-se prisioneiro do governo italiano, dando origem à Questão Romana.

(...)

O conflito que explodiu em 19 de julho de 1870 entre França e Prússia criou as condições para uma fácil intervenção militar italiana. Já no começo de agosto de 1870, Napoleão III foi forçado a retirar a pequena expedição que estacionava no Lazio, enquanto na Itália toda aumentava a pressão popular para que o governo acelerasse uma solução baseada na força. Em 1 de setembro de 1870, o imperador francês Napoleão III foi feito prisioneiro pelos Prussianos e no dia 4, em Paris, foi proclamada a República. No dia 5 o governo italiano decidiu por unanimidade ocupar Roma.
O conde Gustavo Ponza de S. Martino foi enviado para a capital para tentar uma solução pacífica com o papa Pio IX. O rei Vítor Emanuel II oferecia ao papa "todas as garantias necessárias para a independência espiritual da Santa Sé", mas o pontífice recusou decididamente qualquer negociação. Assim o exército italiano, comandado pelo general Cadorna, invadiu o Estado Pontifício sem encontrar qualquer resistência. Foi necessário usar a força somente para entrar em Roma: em 20 de setembro de 1870 a artilharia italiana abriu uma brecha nos muros perto da Porta Pia e a cidade foi conquistada. Morreram 49 soldados italianos e 19 soldados pontifícios.
Em 2 de outubro de 1870 um plebiscito sancionou a anexação de Roma e do Lazio à Itália: em 135.188 votantes, 133.681 foram favoráveis e 1.507 contrários. Um mês mais tarde, Pio IX emanou a encíclica "Respicientes" na qual declarou "injusta, violenta, nula e inválida" a ocupação italiana, denunciou a condição de cativeiro do pontífice e excomungou o rei da Itália. De sua parte o Senado italiano votou, em 27 de janeiro de 1871, a transferência da capital de Florença para Roma com 94 votos favoráveis e 39 contrários. Terminava assim o último pedaço do poder temporal da Igreja Católica e no mesmo tempo foram subtraídos, ao movimento democrático, um objetivo e um argumento de agitação política que no passado haviam qualificado sua ação.

(...)

Essa incómoda questão de disputas entre o Estado e a Igreja só terminou em 1929, quando o ditador fascista Benito Mussolini, necessitando de apoio da Igreja e dos católicos, assinou com o Papa Pio XI a Concordata de São João de Latrão. Por esse tratado, firmou-se um acordo pelo qual se criava o Estado do Vaticano, o Sumo Pontífice recebia indemnização monetária pelas perdas territoriais, o ensino religioso era obrigatório nas escolas italianas e era proibida a admissão em cargos públicos dos sacerdotes que abandonassem a batina.


domingo, julho 29, 2012

O Rei Humberto I de Itália foi assassinado há 112 anos

Humberto Rainiero Carlos Emanuel João Maria Fernando Eugénio de Saboia (em italiano: Umberto Rainerio Carlo Emanuele Giovanni Maria Ferdinando Eugenio di Savoia) (Turim, 14 de março de 1844 - Monza, 29 de julho de 1900), cognominado "o Rei Bom", foi o segundo rei da Itália.

Umberto era o segundo filho (primeiro varão) do rei Vítor Emanuel II e da arquiduquesa Maria Teresa de Áustria-Toscana. Seus avós paternos foram o rei Carlos Alberto da Sardenha e Maria Cristina da Saxónia; e seus avós maternos foram Fernando III, Grão-duque da Toscana e Luísa das Duas Sicílias. Entre seus irmãos estavam o rei Amadeu I de Espanha e Maria Pia, rainha-consorte de Portugal

Em 29 de julho de 1900, Umberto I foi convidado a Monza para participar de uma cerimónia de entrega de prémios organizada pela Società Ginnastica Monzese Forti e Liberi, evento que contou com equipas de atletas de Trento e Trieste. Embora ele costumasse usar uma cota de malha de proteção sob a camisa, decidiu não usá-la naquele dia em virtude do calor, atitude que contrariava as instruções de seus agentes de segurança. Entre os populares que o saudavam também se encontrava Gaetano Bresci, com um revólver no bolso.
O rei permaneceu no local por cerca de uma hora e, segundo testemunhas, estava de bom humor: "Entre esses jovens inteligentes sinto-me rejuvenescido.", teria declarado. Ele decidiu voltar ao palácio da Villa Reale di Monza por volta das 22.30 horas, caminhando entre a multidão e a banda de música, que iniciava a "Marcha Real" .
Aproveitando-se da confusão, Bresci postou-se à frente do rei e disparou três tiros. Umberto, baleado no ombro, pulmão e coração, dirigiu-se ao general Ponzio Vaglia: "Vamos, acho que estou ferido!".
Logo após, a polícia prendeu Brescia (que não ofereceu nenhuma resistência), livrando-o do linchamento pela multidão. Enquanto isso, a carruagem chegava à Villa Reale onde a rainha, já avisada do ocorrido gritava: "Façam algo, salvem o rei!"  Mas nada mais podia ser feito, o rei já estava morto.
Seu corpo foi sepultado Panteão de Roma, em 13 de agosto. Bresci foi julgado e condenado à morte por regicídio em 29 de agosto, mas a condenação foi comutada em prisão perpétua pelo novo rei, Vítor Emanuel III.