A Cassini-Huygens é uma sonda espacial dupla, enviada em missão ao planeta Saturno e ao seu sistema planetário, sendo um projeto conjunto da NASA (Agência Espacial dos estados Unidos), ESA (Agência Espacial Europeia) e ASI (Agência Espacial Italiana), ela consiste em dois elementos principais, o orbitador/sonda Cassini e a sonda Huygens. Lançada para o espaço a 15 de outubro de 1997, ela entrou em órbita de Saturno a 1 de julho de 2004 e continua em operação, estudando o planeta, os seus satélites naturais, a heliosfera e testando a Teoria da Relatividade.
Um projeto que levou duas décadas de planeamento e desenvolvimento até
ao seu lançamento, após uma viagem interplanetária de quase sete anos,
na qual sobrevoou Vénus e Júpiter, a nave entrou em órbita de Saturno a meio do ano de 2004; em dezembro daquele ano a sonda Huygens separou-se do orbitador Cassini e, em 14 de janeiro de 2005, entrou na atmosfera e pousou na superfície do maior satélite de Saturno, Titã, transmitindo imagens e dados para a Terra, na primeira vez em que um objeto construído pelo Homem pousou num corpo celeste do Sistema Solar exterior.
A Cassini-Huygens integra o Programa Flagship
para os planetas exteriores, o maior e mais caro programa espacial
não-tripulado da NASA. As outras missões deste programa incluem as Viking, as Voyager e a Galileu. A nave/sonda espacial, de duas partes, foi batizada em homenagem aos astrónomos Giovanni Cassini e Christiaan Huygens.
Vista da superfície de Titã a partir da sonda Huygens
Objetivos
Os principais objetivos da missão Cassini-Huygens eram:
- determinar a estrutura tridimensional e comportamento dinâmico dos anéis;
- determinar a composição das superfícies e a história geológica dos satélites;
- determinar a natureza e origem do material escuro do hemisfério dianteiro de Jápeto.
- medir a estrutura tridimensional e comportamento dinâmico da magnetosfera.
- estudar o comportamento dinâmico das nuvens de Saturno;
- estudar a vulnerabilidade temporal das nuvens e a meteorologia de Titã;
- caracterizar a superfície de Titã a uma escala regional.
A sonda-pousador Huygens foi criada e desenvolvida pela Agência Espacial Europeia (ESA), e batizada com o nome do astrónomo descobridor de Titã, Christiaan Huygens. Desacoplada da Cassini e lançada sobre Titã no dia de Natal
de 2004, depois de uma viagem de 22 dias no espaço, entrou na
atmosfera do satélite, fazendo um exame minucioso das nuvens e pousando
na superfície cerca de 11:30 UTC de 14 de janeiro de 2005, no oeste da região escura conhecida como Shangri-La, próximo da área brilhante de Xanadu.
A sonda foi criada para descer de para-quedas na atmosfera do maior satélite
natural de Saturno (e o 2º maior do Sistema Solar, o único com
atmosfera) e abrir um laboratório robótico completo à superfície. O seu
sistema consistia na sonda em si e num equipamento de suporte, que
permaneceu acoplado ao orbitador Cassini. Este equipamento
incluía equipamento eletrónico para rastrear a sonda, receber os dados
enviados durante a descida e aterragem e ainda processar e passar estes
dados para o computador do orbitador, que os enviou para a Terra. Com
318 kg de peso e 1,3 m de diâmetro, a sua bateria era suficiente para
153 minutos de transmissão, mais 2 horas e 27 minutos gastas na descida.
Foi o suficiente para enviar dados atmosféricos e a primeira imagem da
superfície de um satélite do Sistema Solar exterior. É até hoje a
aterragem mais distante da Terra já feito por um objeto construído pelo
Homem.
Lagos líquidos em Titã
À escala, um lago de Titã (à esquerda) comparado com o Lago Superior (entre o Canadá e Estados Unidos) na Terra
Lagos líquidos em Titã
Em 21 de julho de 2006, os radares da Cassini obtiveram imagens que pareciam mostrar lagos de hidrocarboneto líquido – como metano e etano - nas latitudes
norte do satélite Titã. Esta foi a primeira descoberta da existência
de lagos em qualquer corpo celeste fora da Terra. Estes lagos mediriam
entre 1 e 100 quilómetros de comprimento. A 13 de março de 2007,
anunciou-se que havia fortes evidências da existência de mares de etano
e metano no hemisfério norte do satélite. Um destes lagos teria o
tamanho dos Grandes Lagos na América do Norte.
Em 30 de julho de 2008 foi anunciada a descoberta de um grande lago
líquido próximo da região do polo sul de Titã, com quinze mil km². O
lago foi batizado como Ontario Lacus. Em 2012, novos estudos da NASA levantaram a hipótese de que este lago seja mais parecido com um grande deserto de sal ou um grande lamaçal de hidrocarbonetos do que exatamente um lago, como nós os conhecemos, na Terra.
in Wikipédia
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