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quarta-feira, setembro 09, 2020

El-Rei D. Duarte I morreu há 582 anos

Estátua de D. Duarte em Viseu
   
D. Duarte I de Portugal (Viseu, 31 de outubro de 1391Tomar, 9 de setembro de 1438) foi o décimo-primeiro Rei de Portugal. Cognominado o Eloquente pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu, era filho de D. João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre e desde cedo foi preparado para reinar, como primogénito da ínclita geração. Em 1433 sucedeu a seu pai. Num curto reinado de cinco anos deu continuidade à política exploração marítima e de conquistas em África. O seu irmão Henrique estabeleceu-se em Sagres, de onde dirigiu as primeiras navegações e, em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador. Numa campanha mal sucedida a Tânger o seu irmão D. Fernando foi capturado e morreu em cativeiro. D. Duarte interessou-se pela cultura e escreveu várias obras, como o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. Preparava uma revisão da legislação portuguesa quando morreu, vitimado pela peste.
  
  

sexta-feira, junho 05, 2020

D. Fernando, o Infante Santo, morreu há 577 anos

Pormenor de um dos Painéis de São Vicente de Fora mostrando, possivelmente, o Infante D. Fernando.
(circa 1450-1470 - por Nuno Gonçalves, atualmente no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa)
   
O Beato Fernando de Portugal, dito o Infante Santo (Santarém, 29 de setembro de 1402Fez, 5 de junho de 1443) era o oitavo filho do rei João I de Portugal e de sua mulher Filipa de Lencastre, o mais novo dos membros da Ínclita Geração a chegar à idade adulta.
Le bien me plaît
Brasão e lema do Infante D. Fernando
(...)
Assim, em 1437 participa numa expedição militar ao Norte de África, comandada por um irmão mais velho, o Infante D. Henrique, mas com o voto desfavorável dos outros infantes, Pedro, Duque de Coimbra e João, Infante de Portugal e do próprio Rei D. Duarte que, vítima de estranhos pressentimentos, só muito a contragosto consentiu na partida da expedição. O Rei terá entregue ao Infante D. Henrique uma carta com algumas recomendações úteis, que foram por algum motivo ignoradas. A campanha revelou-se um desastre e, para evitar a chacina total dos portugueses, estabeleceu-se uma rendição pela qual as forças portuguesas se retiram, deixando o infante como penhor da devolução de Ceuta (conquistada pelos portugueses em 1415). No entanto, o Infante pareceu ter pressentido o seu destino, pois ao despedir-se do seu irmão D. Henrique, lhe terá dito "Rogai por mim a El-Rei, que é a última vez que nos veremos!"
A divisão na metrópole entre os apoiantes da entrega imediata de Ceuta, ou a sua manutenção, conseguindo por outras vias (diplomática ou bélica), o resgate do infante, foi coeva da morte de D. Duarte (que morreu vítima da epidemia de peste que contaminou o Reino e ao que parece, de desgosto pelo fracasso da expedição a Tânger e do cativeiro de D. Fernando), o que impediu um desfecho favorável à situação.
Fernando foi entretanto levado para Fez, sendo tratado ora com todas as honras, ora como um prisioneiro de baixa condição (sobretudo depois de uma tentativa de evasão gorada, patrocinada por Portugal). Daí escreve ao seu irmão D. Pedro, então regente do reino, um apelo, pedindo a sua libertação a troco de Ceuta. Mas a divisão verificada na Corte em torno deste problema delicado e diversas ocorrências ocorridas com os governadores da praça-forte levam a que D. Fernando assuma o seu cativeiro com resignação cristã e morra no cativeiro de Fez em 1443 - acabando assim o problema da devolução ou não de Ceuta por se resolver naturalmente. Pelo seu sacrifício em nome dos interesses nacionais, viria a ganhar o epíteto de Infante Santo.
Pesará sempre a lembrança da morte trágica de D. Fernando, e com a maioridade de El-Rei D. Afonso V, seu sobrinho, desejoso de feitos guerreiros contra o Infiel em África, sucedem-se as tentativas de conquista, viradas sempre para Tânger, a fim de o vingar - primeiro em 1458 (acabando por desistir, dada a aparente inexpugnabilidade da cidade, e voltando-se para Alcácer Ceguer), depois nas "correrias" de 1463-1464, enfim a tomada de Arzila em 1471, embora uma vez mais o objectivo fosse Tânger. De resto, após a tomada de Arzila, os mouros de Tânger, sentindo-se desprotegidos (pois eram a única praça muçulmana no meio de terra de cristãos) e abandonados pelo seu chefe (que a troco do reconhecimento, por Afonso V, do título de rei de Fez, concedia ao monarca português o domínio de todo a região a Norte de Arzila, na qual Tânger se encontrava), deixaram a cidade, facto que muito custou ao rei português, por se ver assim impossibilitado de fazer pagar cara a morte de D. Fernando, seu tio.
   
Culto
Por meio desse mesmo tratado concluído com o agora rei de Fez, os restos mortais do Infante, que se achavam naquela cidade, passaram para as mãos dos portugueses, tendo sido solenemente transferidos para o Mosteiro da Batalha, onde hoje repousam ao lado dos pais e irmãos, na Capela do Fundador.
O seu culto religioso foi aprovado em 1470 e os bolandistas o incluem no rol dos beatos portugueses.
Uma teoria recente sobre os Painéis de São Vicente de Fora defende que os mesmos têm como figura central o próprio Infante Santo, e não S. Vicente, estando o mesmo rodeado pelos seus irmãos e família nos painéis centrais. Este conhecido quadro de Nuno Gonçalves seria assim uma homenagem nacional ao Infante mártir, morto no exílio por defesa do território nacional.
   

quarta-feira, outubro 31, 2018

Hoje é o dia de recordar três Reis...

D. Fernando I de Portugal, nono rei de Portugal, (Coimbra, 31 de outubro de 1345 - Lisboa, 22 de outubro de 1383). Era filho do rei D. Pedro I de Portugal e sua mulher, a princesa D. Constança de Castela. D. Fernando sucedeu a seu pai em 1367. Foi cognominado O Formoso ou O Belo (pela beleza física que inúmeras fontes atestam) e, alternativamente, como O Inconsciente ou O Inconstante (devido à sua desastrosa política externa, que ditou três guerras com a vizinha Castela, e até o perigo, após a sua morte, de o trono recair em mãos estrangeiras). Com apoio da nobreza local, descontente com a coroa castelhana, D. Fernando chegou a ser aclamado Rei em diversas cidades importantes de Norte a Sul da Galiza.
  
   
in Wikipédia

      
D. Duarte I de Portugal (Viseu, 31 de outubro de 1391Tomar, 9 de setembro de 1438) foi o décimo-primeiro Rei de Portugal, cognominado o Eloquente, pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu. Filho de D. João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre, desde cedo foi preparado para reinar como primogénito da ínclita geração. Em 1433 sucedeu a seu pai. Num curto reinado de cinco anos deu continuidade à política exploração marítima e de conquistas em África. O seu irmão Henrique estabeleceu-se em Sagres, de onde dirigiu as primeiras navegações e, em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador. Numa campanha mal sucedida a Tânger o seu irmão D. Fernando foi capturado e morreu em cativeiro. D. Duarte interessou-se pela cultura e escreveu várias obras, como o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. Preparava uma revisão da legislação portuguesa quando morreu, vitimado pela peste.
  
   
in Wikipédia
  
  
D. Luís I de Portugal (nome completo: Luís Filipe Maria Fernando Pedro de Alcântara António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança) (Lisboa, 31 de outubro de 1838 - Cascais, 19 de outubro de 1889) foi o segundo filho da rainha D. Maria II e do rei D. Fernando II. Luís herdou o trono depois da morte do seu irmão mais velho, D. Pedro V, em 1861. Ficou conhecido como O Popular, devido à adoração pelo seu povo; Eça de Queirós chamou-lhe O Bom.
  
   

domingo, setembro 09, 2018

El-Rei D. Duarte I morreu há 580 anos

Estátua de D. Duarte em Viseu

D. Duarte I de Portugal (Viseu, 31 de outubro de 1391Tomar, 9 de setembro de 1438) foi o décimo-primeiro Rei de Portugal, cognominado o Eloquente pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu. Filho de D. João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre, desde cedo foi preparado para reinar como primogénito da ínclita geração. Em 1433 sucedeu a seu pai. Num curto reinado de cinco anos deu continuidade à política exploração marítima e de conquistas em África. O seu irmão, o Infante D. Henrique estabeleceu-se em Sagres, de onde dirigiu as primeiras navegações e, em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador. Numa campanha mal sucedida a Tânger o seu irmão D. Fernando foi capturado e morreu em cativeiro. D. Duarte interessou-se pela cultura e escreveu várias obras, como o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. Preparava uma revisão da legislação portuguesa quando morreu, vitimado pela peste.

Brasão de El-Rei D. Duarte I (daqui)
D. Duarte recebeu o seu nome em homenagem ao avô de sua mãe, o rei Eduardo III da Inglaterra. Desde muito jovem, D. Duarte acompanhou o seu pai nos assuntos do reino, sendo portanto um herdeiro preparado para reinar; em 1412 foi formalmente associado à governação pelo pai, tornando-se o seu braço direito.
Ao contrário de D. João I, D. Duarte foi um monarca preocupado em gerar consenso e ao longo do curto reinado de cinco anos convocou as Cortes cerca de cinco vezes, para discutir assuntos de estado. Várias vezes as Cortes tinham pedido a D. João I a organização de uma colectânea em que se coordenasse e actualizasse o direito (lei) vigente, para a boa fé e fácil administração na justiça. Para levar a cabo essa obra D. Duarte designou o doutor Rui Fernandes, que concluiu o trabalho após a sua morte em 1446, e que revisto por ordem do infante D. Pedro resultou nas chamadas Ordenações Afonsinas.
D. Duarte deu continuidade à política de incentivo à exploração marítima e de conquistas em África. Durante o seu reinado, o seu irmão Henrique estabeleceu-se em Sagres, a partir de onde dirigiu as navegações: assim, em 1434 Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador, um ponto lendário da época, cuja travessia causava terror aos marinheiros; daí avançou-se para Angra dos Ruivos em 1435, e Afonso Gonçalves Baldaia atingiu o Rio do Ouro e Pedra da Galé em 1436.
Em 1437, os seus irmãos Henrique e Fernando convenceram-no a lançar um ataque a Marrocos, de forma a consolidar a presença portuguesa no norte de África, que se pretendia uma base para a exploração do Oceano Atlântico. A ideia não foi consensual: D. Pedro, Duque de Coimbra e D. João, Infante de Portugal estavam contra a iniciativa de atacar directamente o rei de Marrocos.
A campanha foi mal sucedida e a cidade de Tânger não foi conquistada, custando a derrota grandes perdas em batalha. O próprio príncipe Fernando foi capturado e morreu em cativeiro, por recusar-se a ser libertado em troca da devolução de Ceuta, o que lhe valeu o cognome de "Infante Santo". O próprio D. Duarte morreu pouco tempo depois, de peste.
Fora da esfera política, Duarte foi um homem interessado em cultura e conhecimento. Escreveu vários livros de poesia e prosa. Destes últimos destaca-se o Leal Conselheiro (um ensaio sobre variados temas onde a moral e religião têm especial enfoque) e a Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela (em forma de manual para cavaleiros). Estava a preparar uma revisão do código civil português quando a doença o vitimou.
Jaz nas Capelas Imperfeitas do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha.

Túmulo de D. Duarte e de D. Leonor de Aragão no Mosteiro da Batalha (daqui)

quarta-feira, agosto 22, 2018

Ceuta foi (re)conquistada há 603 anos

 
  
Precisamente há 603 anos, Ceuta foi conquistada pelos portugueses, dando início à expansão.
Reinava El-rei D. João I, e da expedição fizeram parte vários Infantes, da Ínclita Geração, incluindo o príncipe D. Duarte, herdeiro do trono português.
Foi hasteada a bandeira de Ceuta, que é idêntica à bandeira de Lisboa, mas na qual foi acrescentado o brasão de armas do Reino de Portugal ao centro, que perdura até hoje.

Na primeira Missa realizada após a conquista, os três príncipes da Ínclita Geração presentes, foram feitos cavaleiros pelo seu pai.
  
Bandeira atual da Cidade de Ceuta

segunda-feira, outubro 31, 2016

El-Rei D. Duarte I nasceu há 625 anos!

El-Rei D. Duarte I de Portugal (Viseu, 31 de outubro de 1391Tomar, 9 de setembro de 1438) foi o décimo-primeiro Rei de Portugal, cognominado o Eloquente pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu. Filho de D. João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre, desde cedo foi preparado para reinar como primogénito da ínclita geração. Em 1433 sucedeu ao seu pai e, num curto reinado de cinco anos, deu continuidade à política exploração marítima e de conquistas em África. O seu irmão Henrique estabeleceu-se em Sagres, de onde dirigiu as primeiras navegações e, em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador. Numa campanha mal sucedida, a Tânger, o seu irmão D. Fernando foi capturado e morreu em cativeiro. D. Duarte interessou-se pela cultura e escreveu várias obras, como o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. Preparava uma revisão da legislação portuguesa quando morreu, vítima pela peste.


sábado, outubro 31, 2015

El-Rei D. Duarte I nasceu há 624 anos

El-Rei D. Duarte I de Portugal (Viseu, 31 de outubro de 1391Tomar, 9 de setembro de 1438) foi o décimo-primeiro Rei de Portugal, cognominado o Eloquente pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu. Filho de D. João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre, desde cedo foi preparado para reinar como primogénito da ínclita geração. Em 1433 sucedeu ao seu pai e, num curto reinado de cinco anos, deu continuidade à política exploração marítima e de conquistas em África. O seu irmão Henrique estabeleceu-se em Sagres, de onde dirigiu as primeiras navegações e, em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador. Numa campanha mal sucedida a Tânger o seu irmão D. Fernando foi capturado e morreu em cativeiro. D. Duarte interessou-se pela cultura e escreveu várias obras, como o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. Preparava uma revisão da legislação portuguesa quando morreu, vitimado pela peste.


quarta-feira, setembro 09, 2015

El-Rei D. Duarte I morreu há 577 anos

Estátua de D. Duarte em Viseu

El-Rei D. Duarte I de Portugal (Viseu, 31 de outubro de 1391Tomar, 9 de setembro de 1438) foi o décimo-primeiro Rei de Portugal. Cognominado o Eloquente pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu, era filho de D. João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre e desde cedo foi preparado para reinar, como primogénito da ínclita geração. Em 1433 sucedeu a seu pai. Num curto reinado de cinco anos deu continuidade à política exploração marítima e de conquistas em África. O seu irmão Henrique estabeleceu-se em Sagres, de onde dirigiu as primeiras navegações e, em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador. Numa campanha mal sucedida a Tânger o seu irmão D. Fernando foi capturado e morreu em cativeiro. D. Duarte interessou-se pela cultura e escreveu várias obras, como o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. Preparava uma revisão da legislação portuguesa quando morreu, vitimado pela peste.


sexta-feira, junho 05, 2015

D. Fernando, o Infante Santo, morreu há 572 anos

Pormenor de um dos Painéis de São Vicente de Fora mostrando, possivelmente, o Infante D. Fernando.
(circa 1450-1470 - por Nuno Gonçalves, atualmente no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa)

O Beato Fernando de Portugal, dito o Infante Santo (Santarém, 29 de setembro de 1402Fez, 5 de junho de 1443) era o oitavo filho do rei João I de Portugal e de sua mulher Filipa de Lencastre, o mais novo dos membros da Ínclita Geração a chegar à idade adulta.

Le bien me plaît

Brasão do Infante D. Fernando

(...)

Assim, em 1437 participa numa expedição militar ao Norte de África, comandada por um irmão mais velho, o Infante D. Henrique, mas com o voto desfavorável dos outros infantes, Pedro, Duque de Coimbra e João, Infante de Portugal e do próprio Rei D. Duarte que, vítima de estranhos pressentimentos, só muito a contragosto consentiu na partida da expedição. O Rei terá entregue ao Infante D. Henrique uma carta com algumas recomendações úteis, que foram por algum motivo ignoradas. A campanha revelou-se um desastre e, para evitar a chacina total dos portugueses, estabeleceu-se uma rendição pela qual as forças portuguesas se retiram, deixando o infante como penhor da devolução de Ceuta (conquistada pelos portugueses em 1415). No entanto, o Infante pareceu ter pressentido o seu destino, pois ao despedir-se do seu irmão D. Henrique, lhe terá dito "Rogai por mim a El-Rei, que é a última vez que nos veremos!"
A divisão na metrópole entre os apoiantes da entrega imediata de Ceuta, ou a sua manutenção, conseguindo por outras vias (diplomática ou bélica), o resgate do infante, foi coeva da morte de D. Duarte (que morreu vítima da epidemia de peste que contaminou o Reino e ao que parece, de desgosto pelo fracasso da expedição a Tânger e do cativeiro de D. Fernando), o que impediu um desfecho favorável à situação.
Fernando foi entretanto levado para Fez, sendo tratado ora com todas as honras, ora como um prisioneiro de baixa condição (sobretudo depois de uma tentativa de evasão gorada, patrocinada por Portugal). Daí escreve ao seu irmão D. Pedro, então regente do reino, um apelo, pedindo a sua libertação a troco de Ceuta. Mas a divisão verificada na Corte em torno deste problema delicado e diversas ocorrências ocorridas com os governadores da praça-forte levam a que D. Fernando assuma o seu cativeiro com resignação cristã e morra no cativeiro de Fez em 1443 - acabando assim o problema da devolução ou não de Ceuta por se resolver naturalmente. Pelo seu sacrifício em nome dos interesses nacionais, viria a ganhar o epíteto de Infante Santo.
Pesará sempre a lembrança da morte trágica de D. Fernando, e com a maioridade de El-Rei D. Afonso V, seu sobrinho, desejoso de feitos guerreiros contra o Infiel em África, sucedem-se as tentativas de conquista, viradas sempre para Tânger, a fim de o vingar - primeiro em 1458 (acabando por desistir, dada a aparente inexpugnabilidade da cidade, e voltando-se para Alcácer Ceguer), depois nas "correrias" de 1463-1464, enfim a tomada de Arzila em 1471, embora uma vez mais o objectivo fosse Tânger. De resto, após a tomada de Arzila, os mouros de Tânger, sentindo-se desprotegidos (pois eram a única praça muçulmana no meio de terra de cristãos) e abandonados pelo seu chefe (que a troco do reconhecimento, por Afonso V, do título de rei de Fez, concedia ao monarca português o domínio de todo a região a Norte de Arzila, na qual Tânger se encontrava), deixaram a cidade, facto que muito custou ao rei português, por se ver assim impossibilitado de fazer pagar cara a morte de D. Fernando, seu tio.

Culto
Por meio desse mesmo tratado concluído com o agora rei de Fez, os restos mortais do Infante, que se achavam naquela cidade, passaram para as mãos dos portugueses, tendo sido solenemente transferidos para o Mosteiro da Batalha, onde hoje repousam ao lado dos pais e irmãos, na Capela do Fundador.
O seu culto religioso foi aprovado em 1470 e os bolandistas o incluem no rol dos beatos portugueses.
Uma teoria recente sobre os Painéis de São Vicente de Fora defende que os mesmos têm como figura central o próprio Infante Santo, e não S. Vicente, estando o mesmo rodeado pelos seus irmãos e família nos painéis centrais. Este conhecido quadro de Nuno Gonçalves seria assim uma homenagem nacional ao Infante mártir, morto no exílio por defesa do território nacional.

quinta-feira, outubro 31, 2013

Hoje é a data de nascimento de três Reis de Portugal...

D. Fernando I de Portugal, nono rei de Portugal, (Coimbra, 31 de outubro de 1345 - Lisboa, 22 de outubro de 1383). Era filho do rei D. Pedro I de Portugal e sua mulher, a princesa D. Constança de Castela. D. Fernando sucedeu a seu pai em 1367. Foi cognominado O Formoso ou O Belo (pela beleza física que inúmeras fontes atestam) e, alternativamente, como O Inconsciente ou O Inconstante (devido à sua desastrosa política externa, que ditou três guerras com a vizinha Castela, e até o perigo, após a sua morte, de o trono recair em mãos estrangeiras). Com apoio da nobreza local, descontente com a coroa castelhana, D. Fernando chegou a ser aclamado Rei em diversas cidades importantes de Norte a Sul da Galiza.



D. Duarte I de Portugal (Viseu, 31 de outubro de 1391Tomar, 9 de setembro de 1438) foi o décimo-primeiro Rei de Portugal, cognominado o Eloquente, pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu. Filho de D. João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre, desde cedo foi preparado para reinar como primogénito da ínclita geração. Em 1433 sucedeu a seu pai. Num curto reinado de cinco anos deu continuidade à política exploração marítima e de conquistas em África. O seu irmão Henrique estabeleceu-se em Sagres, de onde dirigiu as primeiras navegações e, em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador. Numa campanha mal sucedida a Tânger o seu irmão D. Fernando foi capturado e morreu em cativeiro. D. Duarte interessou-se pela cultura e escreveu várias obras, como o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. Preparava uma revisão da legislação portuguesa quando morreu, vitimado pela peste.




D. Luís I de Portugal (nome completo: Luís Filipe Maria Fernando Pedro de Alcântara António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança) (Lisboa, 31 de outubro de 1838 - Cascais, 19 de outubro de 1889) foi o segundo filho da rainha D. Maria II e do rei D. Fernando II. Luís herdou o trono depois da morte do seu irmão mais velho, D. Pedro V, em 1861. Ficou conhecido como O Popular, devido à adoração pelo seu povo; Eça de Queirós chamou-lhe O Bom.



segunda-feira, setembro 09, 2013

El-Rei D. Duarte I morreu há 575 anos

Estátua de D. Duarte em Viseu

D. Duarte I de Portugal (Viseu, 31 de outubro de 1391Tomar, 9 de setembro de 1438) foi o décimo-primeiro Rei de Portugal, cognominado o Eloquente pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu. Filho de D. João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre, desde cedo foi preparado para reinar como primogénito da ínclita geração. Em 1433 sucedeu a seu pai. Num curto reinado de cinco anos deu continuidade à política exploração marítima e de conquistas em África. O seu irmão, o Infante D. Henrique estabeleceu-se em Sagres, de onde dirigiu as primeiras navegações e, em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador. Numa campanha mal sucedida a Tânger o seu irmão D. Fernando foi capturado e morreu em cativeiro. D. Duarte interessou-se pela cultura e escreveu várias obras, como o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. Preparava uma revisão da legislação portuguesa quando morreu, vitimado pela peste.


Brasão de El-Rei D. Duarte I (daqui)

D. Duarte recebeu o seu nome em homenagem ao avô de sua mãe, o rei Eduardo III da Inglaterra. Desde muito jovem, D. Duarte acompanhou o seu pai nos assuntos do reino, sendo portanto um herdeiro preparado para reinar; em 1412 foi formalmente associado à governação pelo pai, tornando-se seu braço direito.
Ao contrário de D. João I, D. Duarte foi um monarca preocupado em gerar consenso e ao longo do curto reinado de cinco anos convocou as Cortes cerca de cinco vezes, para discutir assuntos de estado. Várias vezes as Cortes tinham pedido a D. João I a organização de uma colectânea em que se coordenasse e actualizasse o direito (lei) vigente, para a boa fé e fácil administração na justiça. Para levar a cabo essa obra D. Duarte designou o doutor Rui Fernandes, que concluiu o trabalho após a sua morte em 1446, e que revisto por ordem do infante D. Pedro resultou nas chamadas Ordenações Afonsinas.
D. Duarte deu continuidade à política de incentivo à exploração marítima e de conquistas em África. Durante o seu reinado, o seu irmão Henrique estabeleceu-se em Sagres, a partir de onde dirigiu as navegações: assim, em 1434 Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador, um ponto lendário da época, cuja travessia causava terror aos marinheiros; daí avançou-se para Angra dos Ruivos em 1435, e Afonso Gonçalves Baldaia atingiu o Rio do Ouro e Pedra da Galé em 1436.
Em 1437, os seus irmãos Henrique e Fernando convenceram-no a lançar um ataque a Marrocos, de forma a consolidar a presença portuguesa no norte de África, que se pretendia uma base para a exploração do Oceano Atlântico. A ideia não foi consensual: D. Pedro, Duque de Coimbra e D. João, Infante de Portugal estavam contra a iniciativa de atacar directamente o rei de Marrocos.
A campanha foi mal sucedida e a cidade de Tânger não foi conquistada, custando a derrota grandes perdas em batalha. O próprio príncipe Fernando foi capturado e morreu em cativeiro, por recusar-se a ser libertado em troca da devolução de Ceuta, o que lhe valeu o cognome de "Infante Santo". O próprio D. Duarte morreu pouco tempo depois, de peste.
Fora da esfera política, Duarte foi um homem interessado em cultura e conhecimento. Escreveu vários livros de poesia e prosa. Destes últimos destaca-se o Leal Conselheiro (um ensaio sobre variados temas onde a moral e religião têm especial enfoque) e a Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela (em forma de manual para cavaleiros). Estava a preparar uma revisão do código civil português quando a doença o vitimou.
Jaz nas Capelas Imperfeitas do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha.
Túmulo de D. Duarte e de D. Leonor de Aragão no Mosteiro da Batalha, fotografia de Maria Eduarda Ferreira, 2009


Túmulo de D. Duarte e de D. Leonor de Aragão no Mosteiro da Batalha (daqui)

segunda-feira, março 04, 2013

O Infante de Sagres nasceu há 619 anos

Brasão de armas de D. Henrique

O Infante Dom Henrique de Avis, 1.º duque de Viseu e 1.º senhor da Covilhã (Porto, 4 de março de 1394Sagres, 13 de novembro de 1460), foi um infante português e a mais importante figura do início da era das descobertas, popularmente conhecido como Infante de Sagres ou O Navegador.

O Infante D. Henrique nasceu numa quarta-feira de cinzas, dia então considerado pouco propício ao nascimento de uma criança. Era o quinto filho de João I de Portugal, fundador da Dinastia de Avis, e de Dona Filipa de Lencastre.
Foi batizado alguns dias depois do seu nascimento, tendo sido o seu padrinho o bispo de Viseu. Os seus pais deram-lhe o nome Henrique possivelmente em honra do seu tio materno, o duque Henrique de Lencastre (futuro Henrique IV de Inglaterra).
Pouco se sabe sobre a vida do infante até aos seus catorze anos. Tanto ele como os seus irmãos (a chamada Ínclita geração) tiveram como aio um cavaleiro da Ordem de Avis.
Em 1414, convenceu seu pai a montar a campanha para a conquista de Ceuta, na costa sul-africana junto ao estreito de Gibraltar. A cidade foi conquistada em agosto de 1415, assegurando ao reino de Portugal o controlo das rotas marítimas de comércio entre o Atlântico e o Levante. Na ocasião foi armado cavaleiro e recebeu os títulos de Senhor da Covilhã e duque de Viseu.
A 18 de fevereiro de 1416, foi encarregado do governo de Ceuta. Cabia-lhe organizar, no reino, a manutenção daquela praça-forte em Marrocos.
Em 1418, regressou a Ceuta na companhia de D. João, seu irmão mais novo. Os infantes comandavam uma expedição de socorro à cidade, que sofreu nesse ano o primeiro grande cerco, imposto conjuntamente pelas forças dos reis de Fez e de Granada. O cerco foi levantado, e D. Henrique tentou de imediato atacar Gibraltar, mas o mau tempo impediu-o de desembarcar: manifestava-se assim uma vez mais a temeridade e fervor antimuçulmano do Infante. Ao regressar a Ceuta recebeu ordens de seu pai para não prosseguir tal empreendimento, pelo que retornou para o reino nos primeiros meses de 1419. Aprestou por esta época uma armada de corso, que atuava no estreito de Gibraltar a partir de Ceuta. Dispunha assim de mais uma fonte de rendimentos e, desse modo, muitos dos seus homens habituaram-se à vida no mar. Mais tarde, alguns deles seriam utilizados nas viagens dos Descobrimentos.
Entre 1419 e 1420 alguns dos seus escudeiros, João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, desembarcaram nas ilhas do arquipélago da Madeira, que já eram conhecidas por navegadores portugueses desde o século anterior. As ilhas revelaram-se de grande importância, vindo a produzir grandes quantidades de cereais, minimizando a escassez que afligia Portugal. O arquipélago foi doado a D. Henrique p elo irmão, o Rei D. Duarte I de Portugal, sucessor de D. João I, em 1433.
Em 25 de maio de 1420, D. Henrique foi nomeado dirigente da Ordem de Cristo (titular em Portugal do património da Ordem dos Templários), cargo que deteve até ao fim da vida. No que concerne ao seu interesse na exploração do oceano Atlântico, o cargo e os recursos da ordem foram decisivos ao longo da década de 1440.
Em 1427, os seus navegadores descobriram as primeiras ilhas dos Açores (possivelmente Gonçalo Velho). Também estas ilhas desabitadas foram depois povoadas pelos portugueses.
Até à época do Infante D. Henrique, o cabo Bojador era para os europeus o ponto conhecido mais meridional na costa de África. Gil Eanes, que comandou uma das expedições, foi o primeiro a ultrapassá-lo (1434), eliminando os medos então vigentes quanto ao desconhecido que para lá do cabo se encontraria.
Aquando da morte de D. João I, o seu filho mais velho (e irmão de D. Henrique), D. Duarte subiu ao trono, e entregou a este um quinto de todos os proveitos comerciais com as zonas descobertas bem como o direito de explorar além do cabo Bojador.
O reinado de D. Duarte durou apenas cinco anos, após o qual D. Henrique apoiou o seu irmão D. Pedro na regência, durante a menoridade do sobrinho D. Afonso V, recebendo em troca a confirmação do seu privilégio. Procedeu também, durante a regência, ao povoamento dos Açores.
Com um novo tipo de embarcação, a caravela, as expedições adquiriram um grande impulso. O cabo Branco foi atingido em 1441 por Nuno Tristão e Antão Gonçalves. A Baía de Arguim em 1443, com consequente construção de uma feitoria em 1448.
Dinis Dias chegou ao rio Senegal e dobrou o Cabo Verde em 1444. A Guiné foi visitada. Assim, os limites a sul do grande deserto do Saara foram ultrapassados. A partir daí, D. Henrique cumpriu um dos seus objectivos: desviar as rotas do comércio do deserto do Saara e aceder às riquezas na África Meridional. Em 1452 a chegada de ouro era em suficiente quantidade para que se cunhassem os primeiros cruzados nesse metal.
Entre 1444 e 1446, cerca de quarenta embarcações partiram de Lagos. Na década de 1450 descobriu-se o arquipélago de Cabo Verde. Data dessa época a encomenda de um mapa-múndi do Velho Mundo a Fra Mauro, um monge veneziano.
Em 1460, a costa estava já explorada até ao que é hoje a Serra Leoa.
Entretanto, D. Henrique estava também ocupado com assuntos internos do Reino. Julga-se ter patrocinado a criação, na Universidade de Coimbra, de uma cátedra de astronomia.
Foi também um dos principais organizadores da conquista de Tânger em 1437, que se revelou um grande fracasso, já que o seu irmão mais novo, D. Fernando (o Infante Santo) foi capturado e ali mantido prisioneiro durante 11 anos, até falecer. A sua reputação militar sofreu um revés e os seus últimos anos de vida foram dedicados à política e à exploração.
Deixou como seu principal herdeiro o seu sobrinho, em bens, cargos e títulos, o segundo filho de seu irmão, o rei D. Duarte, já falecido, o Infante D. Fernando, duque de Beja, e que a partir dessa altura passa a ser Duque de Viseu tal como ele e a dirigir os Descobrimentos portugueses para o Reino de Portugal tal como o seu tio.

quarta-feira, outubro 31, 2012

Hoje foi o dia de aniversário de 3 Reis portugueses



D. Fernando I de Portugal, nono rei de Portugal, (Lisboa, 31 de outubro de 1345 - 22 de outubro de 1383). Era filho do rei D. Pedro I de Portugal e sua mulher, a princesa D. Constança de Castela. D. Fernando sucedeu a seu pai em 1367. Foi cognominado O Formoso ou O Belo (pela beleza física que inúmeras fontes atestam) e, alternativamente, como O Inconsciente ou O Inconstante (devido à sua desastrosa política externa que ditou três guerras com a vizinha Castela, e até o perigo, após a sua morte, de o trono recair em mãos estrangeiras). Com apoio da nobreza local, descontente com a coroa castelhana, Dom Fernando chegou a ser aclamado Rei em diversas cidades importantes de Norte a Sul da Galiza.



D. Duarte I de Portugal (Viseu, 31 de outubro de 1391Tomar, 9 de setembro de 1438) foi o décimo-primeiro Rei de Portugal, cognominado o Eloquente ou o Rei-Filósofo pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu. Filho de D. João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre, desde cedo foi preparado para reinar como primogénito da ínclita geração. Em 1433 sucedeu a seu pai. Num curto reinado de cinco anos deu continuidade à política exploração marítima e de conquistas em África. O seu irmão Henrique estabeleceu-se em Sagres, de onde dirigiu as primeiras navegações e, em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador. Numa campanha mal sucedida a Tânger o seu irmão D. Fernando foi capturado e morreu em cativeiro. D. Duarte interessou-se pela cultura e escreveu várias obras, como o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. Preparava uma revisão da legislação portuguesa quando morreu, vitimado pela peste.



D. Luís I de Portugal (nome completo: Luís Filipe Maria Fernando Pedro de Alcântara António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança) (Lisboa31 de outubro de 1838 - Cascais, 19 de outubro de 1889) foi o segundo filho da rainha D. Maria II e do rei D. Fernando II. Luís herdou o trono depois da morte do seu irmão mais velho, D. Pedro V em 1861. Ficou conhecido como O Popular, devido à adoração pelo seu povo; Eça de Queirós chamou-lhe O Bom.