sábado, fevereiro 15, 2014

O poeta Ronald de Carvalho morreu há 79 anos

Ronald de Carvalho, retrato de Cândido Portinari, 1929 (daqui)


Ronald de Carvalho era filho do engenheiro naval Artur Augusto de Carvalho e de Alice Paula e Silva Figueiredo de Carvalho, concluindo o curso secundário no Colégio Naval.
Entrou na Faculdade Livre de Ciéncias Jurídicas e Sociaes do Rio de Janeiro, precursora da atual Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, fazendo bacharelado em 1912. Desde 1910 trabalhava como jornalista, no Diário de Notícias, cujo diretor era Ruy Barbosa.
Na sua ida para a Europa, cursou Filosofia e Sociologia em Paris. Ao voltar para o Brasil, entrou para o Itamaraty. Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna, que decorreu em 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo, a qual foi o momento determinante do Modernismo brasileiro.
Em 1924, dirigiu a Seção dos Negócios Políticos e Diplomáticos na Europa. Durante a gestão de Félix Pacheco, esteve no México, como hóspede de honra daquele governo. Em 1926, foi oficial de gabinete do ministro Otávio Mangabeira. Em 1930, o seu poema Brasil foi entusiasticamente lido na conferência Poesia Moderníssima do Brasil, apresentada pelo professor Manoel de Souza Pinto, da Cadeira de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras de Coimbra (tal estudo saiu no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro). Exerceu cargos diplomáticos de relevância, servindo na Embaixada de Paris, com o embaixador Sousa Dantas, por dois anos, e depois em Haia (Países Baixos). Retornou a Paris, de onde, em 1933, voltou para o Rio de Janeiro.
Foi secretário da Presidência da República, cargo que ocupava quando morreu. Em concurso realizado pelo Diário de Notícias, em 1935, foi eleito Príncipe dos Prosadores Brasileiros, em substituição a Coelho Neto. Colaborou, com destaque, em O Jornal. Casou com Leilah Accioly de Carvalho, de quem teve quatro filhos.
Ronald de Carvalho faleceu com 41 anos de idade, vítima de acidente de automóvel, no Rio de Janeiro, a 15 de fevereiro de 1935.


Sabedoria

Enquanto disputam os doutores gravemente
sobre a natureza
do bem e do mal, do erro e da verdade,
do consciente e do inconsciente;
enquanto disputam os doutores sutilíssimos,
aproveita o momento!

Faze da tua realidade
uma obra de beleza

Só uma vez amadurece,
efêmero imprudente,
o cacho de uvas que o acaso te oferece...


in Epigramas Irônicos e Sentimentais (1922) - Ronald de Carvalho

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