- Estabelecia o conceito de soberania popular como direito político igual para todos os maiores de 21 anos (nesse momento a maioridade legal).
- Procedia a criar um sistema bicameral: Congresso dos Deputados e Senado, com um mandato de quatro anos. Os seus membros seriam eleitos por sufrágio universal livre, direto e segredo, exceto uma quinta parte dos senadores que eram designados diretamente pelo Rei.
- Autorizava expressamente o Governo ou o Congresso dos Deputados assim eleito a iniciar uma reforma constitucional, se bem que não indicava textualmente que as Cortes Generales resultantes foram a derrogar o conjunto de Leis Fundamentais que, como bloco constitucional, mantinham a estrutura do regime político proveniente da ditadura. Isto era assim com o fim de não provocar a oposição dos partidários "até à morte" do regime franquista, o chamado búnker.
sexta-feira, novembro 18, 2022
As Cortes franquistas aprovaram a lei que levou a Espanha à democracia há 46 anos
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domingo, setembro 25, 2022
Adolfo Suárez nasceu há noventa anos...
“ |
…e permiti-me para terminar que lembre os versos de um autor espanhol:
«Está o hoje aberto para amanhã
amanhã para o infinito
Homens da Espanha:
Nem o passado está morto
Nem o amanhã nem o ontem escritos».
|
” |
Presidente do Governo espanhol
Primeiro presidente democrático
“ | Eu não quero que o sistema democrático de convivência seja, uma vez mais, um parêntese na História da Espanha. | ” |
Vida política posterior
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quarta-feira, junho 15, 2022
Há 45 anos os espanhois optaram por uma Monarquia Constitucional...
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segunda-feira, janeiro 24, 2022
Um atentado terrorista chocou a Espanha há 45 anos...
Monumento aos advogados assassinados, situado na Rua de Atocha em Madrid
A matança de Atocha de 1977 foi um atentado terrorista tardofranquista de extrema direita cometido na Rua Atocha, no centro de Madrid, a noite de 24 de janeiro de 1977. Foi um dos factos que marcaram a transição espanhola.
O autodenominado comando Roberto Hugo Sosa da Aliança Apostólica Anticomunista (AAA) penetrou num escritório de advogados em direito laboral de Comisiones Obreras (CC.OO.) e militantes do Partido Comunista de Espanha (PCE), ainda ilegal no país, situado no número 55 da Rua de Atocha, abrindo fogo contra os ali presentes, matando cinco pessoas e deixando quatro feridos.
O jornal italiano Il Messaggero indicou, em março de 1984, que neofascistas italianos participaram na matança, algo que foi provado em 1990, quando um relatório oficial italiano relatou que Carlo Cicuttini, um neofascista italiano próximo da organização Gládio (uma rede clandestina anti-comunista dirigida pela CIA), participara na matança. Cicuttini fugira para a Espanha, onde adquiriu a nacionalidade espanhola, depois do atentado de Peteano de 1972, feito com Vincenzo Vinciguerra.
Atualmente 24 povoações de Madrid, nas suas ruas e praças, lembram as vítimas da Rua Atocha número 55.
O atentado
Os terroristas, aparentemente, iam à procura do dirigente comunista Joaquín Navarro, dirigente do Sindicato de Transportes de CC.OO. em Madrid, que convocara de umas greves que, em boa medida, desarticularam a que chamavam máfia franquista do transporte. Ao não o encontrarem, já que saíra um pouco antes, decidiram matar os presentes, concretamente dois jovens com armas de fogo, após tocar a campainha do apartamento entre 22.30 e 22.45 horas. Com eles ia uma terceira pessoa, encarregue de cortar os cabos do telefone e registar os escritórios. Na mesma noite, pessoas desconhecidas assaltaram também um escritório do sindicato UGT, que estava vazio.
Como consequência dos tiros foram mortos os advogados Enrique Valdevira Ibáñez, Luis Javier Benavides Orgaz e Francisco Javier Sauquillo Pérez del Arco; o estudante de direito Serafín Holgado de Antonio; e o administrativo Ángel Rodríguez Leal. Ficaram ainda gravemente feridos Miguel Sarabia Gil, Alejandro Ruiz Huertas, Luis Ramos Pardo e Dolores González Ruiz, casada com Sauquillo, grávida que perdeu o seu bebé.
Legalização do PCE
O secretário geral do partido comunista, Santiago Carrillo, regressara clandestinamente do exílio em fevereiro de 1976. Contudo, fez ato de presença para forçar o reconhecimento e legalização do PCE.
Nos dois dias anteriores morreram outras duas pessoas relacionadas com movimentos de esquerdas, uma às mãos da mesma AAA e outra por um petardo de fumo lançado pela policia durante uma manifestação em protesto pela morte do primeiro. Devido a tudo isso, temia-se uma reação violenta que desestabilizasse ainda mais a transição política.
Ao enterro assistiram mais de cem mil pessoas, a primeira manifestação multitudinária da esquerda depois da morte do ditador Franco, e transcorreu sem incidentes. Seguiram importantes greves e amostras de solidariedade em todo o país, além de uma paragem simbólica nacional de trabalhadores no dia depois do atentado. Nestas amostras de força dá-se o paradoxo que as forças de segurança mesmo protegeram os membros de um partido ilegalizado, contribuindo em boa medida (alguns consideram-no mesmo como o momento decisivo) para a legalização do partido. Em março, três meses depois, a legalização oficializa-se durante o dia conhecido como Sábado Santo Rojo ("Sábado Santo Vermelho"), por ser durante o sábado da Semana Santa, festividade católica para assim aproveitar e mitigar parte da oposição política e militar em férias. Em fevereiro o governo de Adolfo Suárez já tinha legalizado outros partidos como o PSOE ou o PNV.
A Matança de Atocha foi um dos momentos mais graves dos diferentes acontecimentos violentos que ocorreram, pondo em perigo um câmbio político e social no país, com atentados do grupo terrorista basco ETA (responsável pela morte de 28 pessoas em 1977), o maoísta GRAPO (no mesmo mês responsável pela morte de dois guardas civis e um policia nacional) ou de outras organizações como o Movimento Para a Autonomia e Independência do Arquipélago Canário (MPAIAC). Em junho convocaram-se as primeiras eleições gerais democráticas posteriores à ditadura franquista, num ambiente de grande efervescência ou inquietude social e político, que a muitos lembrou a proclamação da Segunda República em 1931.
Os assassinos, achando-se amparados pelos seus contactos políticos, não fugiram de Madrid. Desconheciam que para o governo era uma prioridade capturá-los, de tal modo que se confiasse no processo de transição democrática.
Em poucos dias, a Polícia Nacional deteve José Fernández Cerrá, Carlos García Juliá e Fernando Lerdo de Tejada como autores materiais dos fatos, e Francisco Albadalejo Corredera - secretário provincial do sindicato vertical do transporte, estreitamente vinculado com a máfia do transporte - como autor intelectual. Também foram detidos Leocadio Jiménez Caravaca por fornecer as armas e Gloria Herguedas, namorada de Cerrá, como cúmplice. Durante o julgamento foram chamados atestemunhar conhecidos dirigentes da extrema direita, como Blas Piñar e Mariano Sánchez Covisa. Contudo, os próprios agentes declinaram cobrar a recompensa pela sua captura.
Porém, houve dúvidas e polémica de se não haveria alguém com uma maior responsabilidade nos atentados. A fuga de Lerdo de Tejada, que continua com paradeiro desconhecido apesar de o seu delito ter prescrito em 1997, antes do juízo durante uma estranha licença penitenciária em abril de 1979, contribuiu para aprofundar estas dúvidas que ainda perduram. Outro dos processados, Simón Ramón Fernández Palacios, faleceu a 23 de janeiro de 1979. A maioria dos criminosos estavam próximos da Fuerza Nueva e outras organizações políticas da extrema direita.
A Audiência Nacional condenou os acusados a um total de 464 anos de cárcere. José Fernández Cerdá e Carlos García Juliá, autores materiais dos factos, foram condenados a 193 anos de prisão cada um; 63 anos para Francisco Albadalejo Corredero (falecido na prisão em 1985); 4 anos para Leocadio Jiménez Caravaca (falecido em 1985 de cancro de laringe), e Gloria Herguedas Herrando, um ano. Um dos feridos, Miguel Ángel Sarabia, comentava em 2005: Embora agora pareça pouca coisa, o julgamento dos assassinos de Atocha, em 1980 - em que pese à arrogância dos acusados, com camisa azul e muitos assistentes, também de uniforme - foi a primeira vez que a extrema direita foi sentada no banco dos réus, julgada e condenada.
Garcia Juliá fugiu-se 14 anos depois, ao ser-lhe concedida a liberdade condicional com ainda pendentes mais de 3800 dias, cerca de 10 anos de prisão. Seria detido dois anos depois na Bolívia, desta vez por narcotráfico, e ali permanece em prisão, requerido pelas autoridades judiciários espanholas. Fernández Cerrá foi liberado após 15 anos no cárcere, alguns situam-no trabalhando numa empresa de segurança. Jaime Sartorius, advogado da acusação particular, declararia anos depois: Faltam as cabeças pensantes. Não nos deixaram pesquisar. Para nós, as pesquisas apontavam para os serviços segredos, mas somente apontavam. Com isto nada quero dizer.
Depois das revelações do primeiro ministro italiano Giulio Andreotti em outubro de 1990 a respeito da rede Gladio, uma organização secreta anticomunista durante a guerra fria, um relatório do CESIS italiano informava que Carlo Cicuttini participara na matança de Atocha.
A 11 de janeiro de 2002, o Conselho de Ministros concedeu a Grande Cruz da Ordem de San Raimundo de Peñafort aos três advogados e o estudante falecidos, enquanto a Ángel Rodríguez Leal, como administrativo, foi atribuída a Cruz da Ordem de San Raimundo de Peñafort (esta condecoração é a mais alta distinção com que é reconhecido, na Justiça de Espanha, o que destacou ao longo da sua vida pelos seus méritos profissionais e humanos ao serviço do Direito).
No mês de dezembro de 2005 faleceu Luis Ramos, um dos advogados feridos no atentado. Os seus amigos e a Fundação Abogados de Atocha rendem-lhe uma homenagem no Ateneu de Madrid a 14 de janeiro de 2006. Como lema da homenagem figurou a frase de Paul Eluard, Se o eco da sua voz se debilita, pereceremos. Miguel Sarabia faleceu em Madrid a 20 de janeiro de 2007 após uma longa doença.
Carlos García Julia foi detido em 4 de dezembro de 2018 em São Paulo, Brasil.
Carlos García Juliá estava escondido no Brasil desde 2001 e usava uma identidade falsa em que era identificado como um cidadão da Venezuela.
O espanhol teria entrado no Brasil através da fronteira da Venezuela, no estado de Roraima e, aparentemente, trabalhou como motorista de Uber.
Em janeiro de 2020 o governo brasileiro autorizou a extradição de Carlos García Juliá. Em 6 de fevereiro de 2020, Carlos Garcia Juliá foi extraditado para a Espanha onde chegou dia 7 de fevereiro de 2020 para cumprir o resto da pena.
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quarta-feira, janeiro 19, 2022
O político catalão Josep Tarradellas nasceu há 123 anos
Foi conselheiro da Generalitat republicana, exila-se em fevereiro de 1939, voltando a Barcelona em 23 de outubro de 1977, sendo o único político de relevo da Segunda República Espanhola que regressará ao país durante a transição democrática.
Restabelecimento da Generalitat
Em 1977, 2 anos após o falecimento de Franco, encontrou-se com o presidente da Governação espanhola, Adolfo Suárez, para negociar o restabelecimento da Generalidade da Catalunha.
A 29 de setembro de 1977 o presidente do governo de Espanha abole a lei franquista de 1938 que eliminava as instituições catalãs e restabelece a Generalitat provisoriamente. No dia 17 de outubro de 1977 nomeia-se Tarradellas presidente da Generalitat provisória e Frederic Rahola i Espona, Conselheiro da Presidência. Estes factos foram recolhidos no primeiro Jornal Oficial da Generalitat de Catalunya relançado por Tarradellas em 5 de dezembro de 1977.
in Wikipédia
Brasão do Marquês de Tarradellas (daqui)
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Marcadores: Catalunha, Espanha, Generalitat, Josep Tarradellas, transição democrática
terça-feira, janeiro 18, 2022
Santiago Carrillo, o carismático líder comunista da transição democrática espanhola, nasceu há 107 anos
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Marcadores: comunistas, franquismo, Guerra Civil Espanhola, II República espanhola, Monarquia Constitucional, PCE, Santiago Carrillo, transição democrática
quarta-feira, janeiro 05, 2022
O homem a quem a Espanha deve a Democracia faz hoje 84 anos
Juan Carlos da Espanha (nascido João Carlos Afonso Vítor Maria de Bourbon e Bourbon-Duas Sicílias; Roma, 5 de janeiro de 1938) foi o rei da Espanha de 22 de novembro de 1975 a 19 de junho de 2014. Nasceu na Itália, durante o exílio do seu avô, sendo filho de Juan de Borbón y Battenberg e de Maria das Mercedes de Bourbon e Orléans, Princesa das Duas Sicílias.
O seu avô, Afonso XIII, foi rei da Espanha até 1931, altura em que foi deposto pela Segunda República Espanhola. Por expresso desejo de seu pai, a sua formação fundamental desenvolveu-se na Espanha, onde chegou pela primeira vez aos 10 anos, procedente de Portugal, onde residiam os Condes de Barcelona desde 1946, na vila atlântica do Estoril, e foi aluno interno num colégio dos Marianos da cidade suíça de Friburgo.
Em 2 de junho de 2014, o primeiro-ministro Mariano Rajoy recebeu do monarca a sua carta de abdicação. Sucedeu-lhe o seu filho, Filipe VI, após a aprovação de uma lei orgânica tal como estabelece o artigo 57.5 do texto constitucional espanhol.
Em 11 de junho de 2014, o Parlamento Espanhol aprovou a sua abdicação, com 299 votos a favor, 19 contra e 23 abstenções.
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segunda-feira, novembro 22, 2021
Oficialmente, a restauração da Monarquia em Espanha foi há 46 anos...
Depois da morte do anterior Chefe de Estado, Francisco Franco, Juan Carlos foi proclamado Rei a 22 de novembro de 1975, e pronunciou nas Cortes a sua primeira mensagem à nação, na qual expressou as ideias básicas do seu reinado: restabelecer a democracia e ser Rei de todos os espanhóis, sem exceção.
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sábado, novembro 20, 2021
Juan Carlos I tornou-se Rei de Espanha há 46 anos
- Os partidários do regime franquista (conhecidos como ultras ou o bunker), defensores do mantimento da legalidade franquista, ou no máximo, a sua atualização. Apesar do seu escasso apóio social, dominavam o exército e um órgão fundamental dentro da organização do Estado, o Conselho do Reino.
- A oposição democrática, organizada primeiro em duas associações de partidos políticos, a Junta Democrática de Espanha e a Plataforma de Convergência Democrática, que acabaram fusionando-se na associação Coordenação Democrática, conhecida como Platajunta. Esta defendia a ruptura legal com o regime franquista para passar diretamente a um Estado democrático.
- Torcuato Fernández Miranda, ex presidente interino do governo em 1973, professor de Direito Político de Juan Carlos I, partidário de reformar as Leis Fundamentais do Movimento mediante as suas próprias disposições para chegar assim à democracia evitando vazios legais. Em palavras do próprio Fernández Miranda, tratava-se de ir "da lei à lei através da lei".
in Wikipédia
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Marcadores: Espanha, Juan Carlos I, Monarquia Constitucional, transição democrática, Transição Espanhola
quinta-feira, novembro 18, 2021
As Cortes aprovaram a lei que levou a Espanha à democracia há 45 anos
- Estabelecia o conceito de soberania popular como direito político igual para todos os maiores de 21 anos (nesse momento a maioridade legal).
- Procedia a criar um sistema bicameral: Congresso dos Deputados e Senado, com um mandato de quatro anos. Os seus membros seriam eleitos por sufrágio universal livre, direto e segredo, exceto uma quinta parte dos senadores que eram designados diretamente pelo Rei.
- Autorizava expressamente o Governo ou o Congresso dos Deputados assim eleito a iniciar uma reforma constitucional, se bem que não indicava textualmente que as Cortes Generales resultantes foram a derrogar o conjunto de Leis Fundamentais que, como bloco constitucional, mantinham a estrutura do regime político proveniente da ditadura. Isto era assim com o fim de não provocar a oposição dos partidários "até à morte" do regime franquista, o chamado búnker.
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sábado, setembro 25, 2021
Adolfo Suárez nasceu há 89 anos
“ |
…e permiti-me para terminar que lembre os versos de um autor espanhol:
«Está o hoje aberto para amanhã
amanhã para o infinito
Homens da Espanha:
Nem o passado está morto
Nem o amanhã nem o ontem escritos».
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Presidente do Governo espanhol
Primeiro presidente democrático
“ | Eu não quero que o sistema democrático de convivência seja, uma vez mais, um parêntese na História da Espanha. | ” |
Vida política posterior
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