Maria Teresa Mascarenhas Horta (Lisboa, 20 de maio de 1937 - Lisboa, 4 de fevereiro de 2025) foi uma escritora e poetisa portuguesa. Foi uma das autoras do livro Novas Cartas Portuguesas, pelo qual foi processada e julgada em 1972, ao lado de Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa.
Filha de Jorge Augusto da Silva Horta, 5.º Bastonário da Ordem dos Médicos, de 1956 a 1961, e da sua primeira mulher, D. Carlota Maria Mascarenhas - a qual era neta paterna, por bastardia, do 9.º Marquês de Fronteira, 10.º Conde da Torre, representante do Título de Conde de Coculim, 7.º Marquês de Alorna e 11.º Conde de Assumar,
ele próprio também filho natural - é oriunda, pelo lado materno, de
uma família da alta aristocracia portuguesa, contando entre os seus
antepassados a célebre poetisa Marquesa de Alorna.
Estudou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Dedicou-se ao cine-clubismo, como dirigente do ABC Cine-Clube, ao jornalismo e à questão do feminismo tendo feito parte do Movimento Feminista de Portugal juntamente com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, as Três Marias. Em conjunto lançaram o livro "Novas Cartas Portuguesas", que, na época, gerou forte impacto e contestação.
Mª Teresa Horta também fez parte do grupo Poesia 61.
Publicou diversos textos em jornais como Diário de Lisboa, A Capital, República, O Século, Diário de Notícias e Jornal de Letras e Artes, tendo sido também chefe de redação da revista Mulheres.
Foi casada, em segundas núpcias, com o jornalista Luís de Barros, de quem tem um único filho, Luís Jorge Horta de Barros (4 de abril de 1965), casado com Maria Antónia Martins Peças Pereira, com dois filhos, Tiago e Bernardo Barros.
in Wikipédia
Os Teus Olhos
Direi verde
do verde dos teus olhos
de um rugoso mais verde
e mais sedento
Daquele não só íntimo
ou só verde
daquele mais macio......mais ave
ou vento
Direi vácuo
...........volume
direi vidro
Direi dos olhos verdes
os teus olhos
e do verde dos teus olhos direi vício
Voragem mais veloz
mais verde
............ou vinco
voragem mais crispada
ou precipício
Direi verde
do verde dos teus olhos
de um rugoso mais verde
e mais sedento
Daquele não só íntimo
ou só verde
daquele mais macio......mais ave
ou vento
Direi vácuo
...........volume
direi vidro
Direi dos olhos verdes
os teus olhos
e do verde dos teus olhos direi vício
Voragem mais veloz
mais verde
............ou vinco
voragem mais crispada
ou precipício
in Candelabro (1964) - Maria Teresa Horta
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