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domingo, dezembro 22, 2024

Galina Ustvolskaya morreu há dezoito anos...

 
Galina Ivanovna Ustvolskaya (Petrogrado, 17 de junho de 1919São Petersburgo, 22 de dezembro de 2006) foi uma compositora russa de estilo único.

De 1937 a 1947, Ustvolskaya estudou na faculdade anexa ao Conservatório de Leninegrado (mais tarde rebatizado de Conservatório Rimsky-Korsakov). Subsequentemente tornou-se uma estudante de pós-graduação e passou a também lecionar composição na faculdade. O seu professor de composição, Dmitri Shostakovich, que raramente elogiava os seus alunos, disse a respeito dela: Estou convencido de que a música de G. I. Ustvolskaya obterá renome mundial.
Em diversas oportunidades, Shostakovich a defendeu da oposição de seus colegas na União dos Compositores Soviéticos. Ele frequentemente enviava muitas de suas obras, inclusive inacabadas, para a apreciação de Ustvolskaya, cuja opinião estimava muito. Várias dessas peças até mesmo possuíam citações às composições de sua pupila. Por exemplo, ele empregou o segundo tema do finale do trio para clarinete no seu quinto quarteto de cordas e na Suíte Michelangelo (Nº 9). A íntima relação espiritual e artística de ambos foi comparada àquela entre Schoenberg e Webern.
Ela foi aluna de Shostakovich de 1939 a 1947, mas reteve pouca influência do estilo de seu mestre a partir dos anos 50. Como modernista, poucas de suas obras foram executadas, até 1968 nenhuma além de peças patrióticas escritas para eventos oficiais. Até a queda da União Soviética, apenas a sua sonata para violino de 1952 foi tocada com alguma frequência, mas desde então sua música vem sendo cada vez mais apresentada no ocidente.
Ustvolskaya desenvolveu o seu estilo próprio de composição. Segundo ela, não há nenhuma ligação que seja entre minha música e aquela de qualquer outro compositor, vivo ou morto.
As suas características incluem o uso repetido de blocos homofónicos de som (facto que levou o crítico holandês Elmer Schönberger a chamá-la de a dama com o martelo); combinações não usuais de instrumentos (como os oito contrabaixos, piano e bloco de madeira percutido por martelo de sua Composição Nº 2); uso considerável de dinâmicas extremas (como em sua Sonata para piano nº 6); emprego de grupos de instrumentos para a realização de clusters e o uso do piano ou percussão para fixar ritmos constantes e imutáveis (todos seus trabalhos reconhecidos usam ou o piano ou a percussão, muitos usam ambos).
Como a música de Galina Ustvolskaya não é de vanguarda no sentido comummente aceite do termo, ela não foi abertamente censurada na União Soviética. Porém, foi acusada de não estar disposta a comunicar-se e de estreiteza e insistência. Foi apenas nos últimos anos que seus críticos começaram a notar que essas supostas deficiências são na verdade suas maiores qualidades e que a tornam única. O compositor Boris Tishchenko comparou a "estreiteza" de seu estilo com a luz concentrada de um feixe de laser que se torna capaz de perfurar o metal.
As suas obras dos anos 40 e 50 muitas vezes soam como se tivessem sido escritas atualmente. Shostakovich escreveu a ela: Não é você que é influenciada por mim; muito pelo contrário, eu que sou influenciado por você. Muitas pessoas citam Ustvolskaya; ela não citava ninguém.
Todos os trabalhos de Ustvolskaya são de larga escala na intenção, não importando sua duração ou quantos instrumentistas são necessários. Sua música é fortemente baseada na tensão e densidade.
Todas as sinfonias de Ustvolskaya têm partes para voz a solo, as quatro últimas com textos religiosos; as composições têm subtítulos igualmente religiosos. O aspeto espiritual dessas obras pode sugerir uma semelhança com a sua contemporânea Sofia Gubaidulina, embora, ao contrário desta, Ustvolskaya não fosse praticante de nenhuma religião e a sua música estivesse muito longe de professar a fé cristã. Os textos são preces convencionais ou, no caso da quinta sinfonia, o Pai Nosso.

 

segunda-feira, fevereiro 05, 2024

O Museu Hermitage abriu há 172 anos

  
The New Hermitage was opened to the public on 5 February 1852. In the same year the Egyptian Collection of the Hermitage Museum emerged, and was particularly enriched by items given by the Duke of Leuchtenberg, Nicholas I's son-in-law. Meanwhile in 1851–1860, the interiors of the Old Hermitage was redesigned by Andrei Stackensneider to accommodate the State Assembly, Cabinet of Ministers and state apartments. Andrei Stakenschneider created the Pavilion Hall in the Northern Pavilion of the Small Hermitage in 1851–1858.
  
       
in Wikipedia

segunda-feira, janeiro 22, 2024

Na Rússia houve um Domingo Sangrento há 119 anos...


O Domingo Sangrento foi um massacre que aconteceu a 22 de janeiro (de acordo com o antigo calendário, 9 de janeiro) de 1905, na cidade de São Petersburgo, no Império Russo, quando manifestantes pacíficos marcharam até ao Palácio de Inverno para apresentar uma petição ao Czar Nicolau II e foram baleados pela Guarda Imperial. A marcha foi organizada pelo padre George Gapon, que colaborou com Sergei Zubatov, da Okhrana, a polícia secreta czarista, para destruir organizações de trabalhadores.
  
Prelúdio
No mês de dezembro anterior, uma greve aconteceu na fábrica Putilov. Simpatizantes em outras partes da cidade aumentaram o número de grevistas para cerca de 80 mil. A 8 de janeiro, a cidade não tinha eletricidade ou jornais. Todas as áreas públicas foram declaradas fechadas. George Gapon, um padre ortodoxo russo que se interessava pelas condições vividas pelas classes trabalhadoras e inferiores, organizou uma procissão pacífica de trabalhadores ao Palácio de Inverno para entregar uma petição ao Czar. A petição, escrita por Gapon, deixava claros os problemas e opiniões dos trabalhadores, e pedia por melhores condições de trabalho, salários justos, redução da jornada de trabalho para oito horas e condenava as horas extras que os donos das fábricas forçavam os trabalhadores a cumprir. Outras demandas incluíam o fim da Guerra Russo-japonesa e a introdução do sufrágio universal. Tropas foram dispostas ao redor do Palácio de Inverno e em outros lugares. O czar deixou a cidade no dia 8 de janeiro e foi para Czarkoe Selo.
   
Massacre
No domingo, 22 de janeiro (no calendário juliano, então em vigor na Rússia, 9 de janeiro) de 1905, trabalhadores em greve e as suas famílias reuniram-se em seis pontos na cidade de São Petersburgo, no Império Russo. Eles eram organizados e liderados pelo padre ortodoxo russo George Gapon. Segurando ícones religiosos e cantando hinos e canções patrióticas (particularmente Deus Salve o Czar), uma multidão de "mais de três mil" pessoas prosseguiu sem interferência da polícia em direção ao Palácio de Inverno, residência oficial do Czar. A multidão não sabia que o Czar não estava no palácio. Os piquetes do exército perto do palácio lançaram tiros de advertência e, em seguida, dispararam diretamente contra a multidão para dispersá-la. Gapon foi alvo de tiros perto do Arco do Triunfo de Narva. Cerca de quarenta pessoas ao redor dele foram mortas, no entanto, ele não ficou ferido. Embora o Czar não estivesse no Palácio de Inverno ou mesmo na cidade e não tivesse dado a ordem para as tropas atirar, recebeu toda a culpa pelas mortes, resultando numa onda de amargura do povo russo contra o czar e seu regime autocrático.
O número de mortos é incerto, mas as autoridades da época assumiram 96 mortos e 333 feridos; fontes anti-governo afirmam que os tiros mataram mais de quatro mil pessoas, estimativas moderadas ainda estipulam uma média de cerca de mil mortos e feridos, tanto pelos tiros quanto pisoteados pela população durante o pânico. Outra fonte observa que a estimativa oficial de mortos era de 130 pessoas. Há relatos que no dia até a neve ficou vermelha. O Czar Nicolau II descreveu o dia como "doloroso e triste". Conforme relatos, a desordem civil e saques explodiram por toda a cidade. A marcha de Gapon foi aniquilada naquele dia e ele rapidamente deixou a Rússia. De acordo com uma versão, ao voltar para a Rússia, em outubro, Gapon é assassinado por ordem da Organização de Combate do Partido Social-Revolucionário, depois que revelou ao seu amigo Pinhas Rutenberg que trabalhava para a Okhrana, a polícia secreta.
Este evento foi classificado pelo embaixador britânico na época como um impulso para atividades revolucionárias na Rússia e contribuiu para a Revolução de 1905. O escritor Leão Tolstoy também foi afetado emocionalmente pelo incidente.
        

sexta-feira, dezembro 22, 2023

Galina Ustvolskaya morreu há dezassete anos...

 
Galina Ivanovna Ustvolskaya (Petrogrado, 17 de junho de 1919São Petersburgo, 22 de dezembro de 2006) foi uma compositora russa de estilo único.

De 1937 a 1947, Ustvolskaya estudou na faculdade anexa ao Conservatório de Leninegrado (mais tarde rebatizado de Conservatório Rimsky-Korsakov). Subsequentemente tornou-se uma estudante de pós-graduação e passou a também lecionar composição na faculdade. O seu professor de composição, Dmitri Shostakovich, que raramente elogiava os seus alunos, disse a respeito dela: Estou convencido de que a música de G. I. Ustvolskaya obterá renome mundial.
Em diversas oportunidades, Shostakovich a defendeu da oposição de seus colegas na União dos Compositores Soviéticos. Ele frequentemente enviava muitas de suas obras, inclusive inacabadas, para a apreciação de Ustvolskaya, cuja opinião estimava muito. Várias dessas peças até mesmo possuíam citações às composições de sua pupila. Por exemplo, ele empregou o segundo tema do finale do trio para clarinete no seu quinto quarteto de cordas e na Suíte Michelangelo (Nº 9). A íntima relação espiritual e artística de ambos foi comparada àquela entre Schoenberg e Webern.
Ela foi aluna de Shostakovich de 1939 a 1947, mas reteve pouca influência do estilo de seu mestre a partir dos anos 50. Como modernista, poucas de suas obras foram executadas, até 1968 nenhuma além de peças patrióticas escritas para eventos oficiais. Até a queda da União Soviética, apenas a sua sonata para violino de 1952 foi tocada com alguma frequência, mas desde então sua música vem sendo cada vez mais apresentada no ocidente.
Ustvolskaya desenvolveu o seu estilo próprio de composição. Segundo ela, não há nenhuma ligação que seja entre minha música e aquela de qualquer outro compositor, vivo ou morto.
As suas características incluem o uso repetido de blocos homofónicos de som (facto que levou o crítico holandês Elmer Schönberger a chamá-la de a dama com o martelo); combinações não usuais de instrumentos (como os oito contrabaixos, piano e bloco de madeira percutido por martelo de sua Composição Nº 2); uso considerável de dinâmicas extremas (como em sua Sonata para piano nº 6); emprego de grupos de instrumentos para a realização de clusters e o uso do piano ou percussão para fixar ritmos constantes e imutáveis (todos seus trabalhos reconhecidos usam ou o piano ou a percussão, muitos usam ambos).
Como a música de Galina Ustvolskaya não é de vanguarda no sentido comummente aceite do termo, ela não foi abertamente censurada na União Soviética. Porém, foi acusada de não estar disposta a comunicar-se e de estreiteza e insistência. Foi apenas nos últimos anos que seus críticos começaram a notar que essas supostas deficiências são na verdade suas maiores qualidades e que a tornam única. O compositor Boris Tishchenko comparou a "estreiteza" de seu estilo com a luz concentrada de um feixe de laser que se torna capaz de perfurar o metal.
As suas obras dos anos 40 e 50 muitas vezes soam como se tivessem sido escritas atualmente. Shostakovich escreveu a ela: Não é você que é influenciada por mim; muito pelo contrário, eu que sou influenciado por você. Muitas pessoas citam Ustvolskaya; ela não citava ninguém.
Todos os trabalhos de Ustvolskaya são de larga escala na intenção, não importando sua duração ou quantos instrumentistas são necessários. Sua música é fortemente baseada na tensão e densidade.
Todas as sinfonias de Ustvolskaya têm partes para voz a solo, as quatro últimas com textos religiosos; as composições têm subtítulos igualmente religiosos. O aspeto espiritual dessas obras pode sugerir uma semelhança com a sua contemporânea Sofia Gubaidulina, embora, ao contrário desta, Ustvolskaya não fosse praticante de nenhuma religião e a sua música estivesse muito longe de professar a fé cristã. Os textos são preces convencionais ou, no caso da quinta sinfonia, o Pai Nosso.

 


domingo, fevereiro 05, 2023

O Museu Hermitage abriu há 171 anos


The New Hermitage was opened to the public on 5 February 1852. In the same year the Egyptian Collection of the Hermitage Museum emerged, and was particularly enriched by items given by the Duke of Leuchtenberg, Nicholas I's son-in-law. Meanwhile in 1851–1860, the interiors of the Old Hermitage was redesigned by Andrei Stackensneider to accommodate the State Assembly, Cabinet of Ministers and state apartments. Andrei Stakenschneider created the Pavilion Hall in the Northern Pavilion of the Small Hermitage in 1851–1858.

    
in Wikipedia

domingo, janeiro 22, 2023

O Domingo Sangrento, na Rússia, foi há 118 anos

    
O Domingo Sangrento foi um massacre que aconteceu a 22 de janeiro (de acordo com o antigo calendário, 9 de janeiro) de 1905, na cidade de São Petersburgo, no Império Russo, onde manifestantes pacíficos marcharam até ao Palácio de Inverno para apresentar uma petição ao Czar Nicolau II e foram baleados pela Guarda Imperial. A marcha foi organizada pelo padre George Gapon, que colaborou com Sergei Zubatov, da Okhrana, a polícia secreta czarista, para destruir organizações de trabalhadores.
  
Prelúdio
No mês de dezembro anterior, uma greve aconteceu na fábrica Putilov. Simpatizantes em outras partes da cidade aumentaram o número de grevistas para cerca de 80 mil. A 8 de janeiro, a cidade não tinha eletricidade ou jornais. Todas as áreas públicas foram declaradas fechadas. George Gapon, um padre ortodoxo russo que se interessava pelas condições vividas pelas classes trabalhadoras e inferiores, organizou uma procissão pacífica de trabalhadores ao Palácio de Inverno para entregar uma petição ao Czar. A petição, escrita por Gapon, deixava claros os problemas e opiniões dos trabalhadores, e pedia por melhores condições de trabalho, salários justos, redução da jornada de trabalho para oito horas e condenava as horas extras que os donos das fábricas forçavam os trabalhadores a cumprir. Outras demandas incluíam o fim da Guerra Russo-japonesa e a introdução do sufrágio universal. Tropas foram dispostas ao redor do Palácio de Inverno e em outros lugares. O czar deixou a cidade no dia 8 de janeiro e foi para Czarkoe Selo.
   
Massacre
No domingo, 22 de janeiro (no calendário juliano, então em vigor na Rússia, 9 de janeiro) de 1905, trabalhadores em greve e as suas famílias reuniram-se em seis pontos na cidade de São Petersburgo, no Império Russo. Eles eram organizados e liderados pelo padre ortodoxo russo George Gapon. Segurando ícones religiosos e cantando hinos e canções patrióticas (particularmente Deus Salve o Czar), uma multidão de "mais de três mil" pessoas prosseguiu sem interferência da polícia em direção ao Palácio de Inverno, residência oficial do Czar. A multidão não sabia que o Czar não estava no palácio. Os piquetes do exército perto do palácio lançaram tiros de advertência e, em seguida, dispararam diretamente contra a multidão para dispersá-la. Gapon foi alvo de tiros perto do Arco do Triunfo de Narva. Cerca de quarenta pessoas ao redor dele foram mortas, no entanto, ele não ficou ferido. Embora o Czar não estivesse no Palácio de Inverno ou mesmo na cidade e não tivesse dado a ordem para as tropas atirar, recebeu toda a culpa pelas mortes, resultando numa onda de amargura do povo russo contra o czar e seu regime autocrático.
O número de mortos é incerto, mas as autoridades da época assumiram 96 mortos e 333 feridos; fontes anti-governo afirmam que os tiros mataram mais de quatro mil pessoas, estimativas moderadas ainda estipulam uma média de cerca de mil mortos e feridos, tanto pelos tiros quanto pisoteados pela população durante o pânico. Outra fonte observa que a estimativa oficial de mortos era de 130 pessoas. Há relatos que no dia até a neve ficou vermelha. O Czar Nicolau II descreveu o dia como "doloroso e triste". Conforme relatos, a desordem civil e saques explodiram por toda a cidade. A marcha de Gapon foi aniquilada naquele dia e ele rapidamente deixou a Rússia. De acordo com uma versão, ao voltar para a Rússia, em outubro, Gapon é assassinado por ordem da Organização de Combate do Partido Social-Revolucionário, depois que revelou ao seu amigo Pinhas Rutenberg que trabalhava para a Okhrana, a polícia secreta.
Este evento foi classificado pelo embaixador britânico na época como um impulso para atividades revolucionárias na Rússia e contribuiu para a Revolução de 1905. O escritor Leão Tolstoy também foi afetado emocionalmente pelo incidente.
        

quinta-feira, dezembro 22, 2022

Galina Ustvolskaya morreu há dezasseis anos...

Galina Ivanovna Ustvolskaya (Petrogrado, 17 de junho de 1919São Petersburgo, 22 de dezembro de 2006) foi uma compositora russa de estilo único.

De 1937 a 1947, Ustvolskaya estudou na faculdade anexa ao Conservatório de Leninegrado (mais tarde rebatizado de Conservatório Rimsky-Korsakov). Subsequentemente tornou-se uma estudante de pós-graduação e passou a também lecionar composição na faculdade. O seu professor de composição, Dmitri Shostakovich, que raramente elogiava os seus alunos, disse a respeito dela: Estou convencido de que a música de G. I. Ustvolskaya obterá renome mundial.
Em diversas oportunidades, Shostakovich a defendeu da oposição de seus colegas na União dos Compositores Soviéticos. Ele frequentemente enviava muitas de suas obras, inclusive inacabadas, para a apreciação de Ustvolskaya, cuja opinião estimava muito. Várias dessas peças até mesmo possuíam citações às composições de sua pupila. Por exemplo, ele empregou o segundo tema do finale do trio para clarinete no seu quinto quarteto de cordas e na Suíte Michelangelo (Nº 9). A íntima relação espiritual e artística de ambos foi comparada àquela entre Schoenberg e Webern.
Ela foi aluna de Shostakovich de 1939 a 1947, mas reteve pouca influência do estilo de seu mestre a partir dos anos 50. Como modernista, poucas de suas obras foram executadas, até 1968 nenhuma além de peças patrióticas escritas para eventos oficiais. Até a queda da União Soviética, apenas a sua sonata para violino de 1952 foi tocada com alguma frequência, mas desde então sua música vem sendo cada vez mais apresentada no ocidente.
Ustvolskaya desenvolveu o seu estilo próprio de composição. Segundo ela, não há nenhuma ligação que seja entre minha música e aquela de qualquer outro compositor, vivo ou morto.
As suas características incluem o uso repetido de blocos homofónicos de som (facto que levou o crítico holandês Elmer Schönberger a chamá-la de a dama com o martelo); combinações não usuais de instrumentos (como os oito contrabaixos, piano e bloco de madeira percutido por martelo de sua Composição Nº 2); uso considerável de dinâmicas extremas (como em sua Sonata para piano nº 6); emprego de grupos de instrumentos para a realização de clusters e o uso do piano ou percussão para fixar ritmos constantes e imutáveis (todos seus trabalhos reconhecidos usam ou o piano ou a percussão, muitos usam ambos).
Como a música de Galina Ustvolskaya não é de vanguarda no sentido comummente aceite do termo, ela não foi abertamente censurada na União Soviética. Porém, foi acusada de não estar disposta a comunicar-se e de estreiteza e insistência. Foi apenas nos últimos anos que seus críticos começaram a notar que essas supostas deficiências são na verdade suas maiores qualidades e que a tornam única. O compositor Boris Tishchenko comparou a "estreiteza" de seu estilo com a luz concentrada de um feixe de laser que se torna capaz de perfurar o metal.
As suas obras dos anos 40 e 50 muitas vezes soam como se tivessem sido escritas atualmente. Shostakovich escreveu a ela: Não é você que é influenciada por mim; muito pelo contrário, eu que sou influenciado por você. Muitas pessoas citam Ustvolskaya; ela não citava ninguém.
Todos os trabalhos de Ustvolskaya são de larga escala na intenção, não importando sua duração ou quantos instrumentistas são necessários. Sua música é fortemente baseada na tensão e densidade.
Todas as sinfonias de Ustvolskaya têm partes para voz a solo, as quatro últimas com textos religiosos; as composições têm subtítulos igualmente religiosos. O aspeto espiritual dessas obras pode sugerir uma semelhança com sua contemporânea Sofia Gubaidulina, embora, ao contrário desta, Ustvolskaya não seja praticante de nenhuma religião e a sua música esteja muito longe de professar a fé cristã. Os textos são preces convencionais ou, no caso da quinta sinfonia, o Pai Nosso.

 


sábado, fevereiro 05, 2022

O Museu Hermitage abriu há cento e setenta anos!

    
O Museu Hermitage é um museu localizado em São Petersburgo, na Rússia. É um dos maiores museus de arte do mundo e sua vasta coleção possui itens de praticamente todas as épocas, estilos e culturas da história russa, europeia, oriental e do norte da África, e está distribuída em dez prédios, situados ao longo do rio Neva, dos quais sete constituem por si mesmos monumentos artísticos e históricos de grande importância. Neste conjunto o papel principal cabe ao Palácio de Inverno, que foi a residência oficial dos Czares quase ininterruptamente desde sua construção até a queda da monarquia russa.
Organizado ao longo de dois séculos e meio, o Hermitage possui hoje um acervo de mais de 3 milhões de peças. O museu mantém ainda um teatro, uma academia musical e projetos subsidiários em outros países. O núcleo inicial da coleção foi formado com a aquisição, pela imperatriz Catarina II, em 1764, de uma coleção de 225 pinturas flamengas e alemãs do negociante berlinense Johann Ernest Gotzkowski.
   
      
   

The New Hermitage was opened to the public on 5 February 1852. In the same year the Egyptian Collection of the Hermitage Museum emerged, and was particularly enriched by items given by the
 Duke of Leuchtenberg, Nicholas I's son-in-law. Meanwhile in 1851–1860, the interiors of the Old Hermitage was redesigned by Andrei Stackensneider to accommodate the State Assembly, Cabinet of Ministers and state apartments. Andrei Stakenschneider created the Pavilion Hall in the Northern Pavilion of the Small Hermitage in 1851–1858.

sábado, janeiro 22, 2022

O Domingo Sangrento russo foi há 117 anos

    
O Domingo Sangrento foi um massacre que aconteceu a 22 de janeiro (de acordo com o antigo calendário, 9 de janeiro) de 1905, na cidade de São Petersburgo, no Império Russo, onde manifestantes pacíficos marcharam até ao Palácio de Inverno para apresentar uma petição ao Czar Nicolau II e foram baleados pela Guarda Imperial. A marcha foi organizada pelo padre George Gapon, que colaborou com Sergei Zubatov, da Okhrana, a polícia secreta czarista, para destruir organizações de trabalhadores.
  
Prelúdio
No mês de dezembro anterior, uma greve aconteceu na fábrica Putilov. Simpatizantes em outras partes da cidade aumentaram o número de grevistas para cerca de 80 mil. A 8 de janeiro, a cidade não tinha eletricidade ou jornais. Todas as áreas públicas foram declaradas fechadas. George Gapon, um padre ortodoxo russo que se interessava pelas condições vividas pelas classes trabalhadoras e inferiores, organizou uma procissão pacífica de trabalhadores ao Palácio de Inverno para entregar uma petição ao Czar. A petição, escrita por Gapon, deixava claros os problemas e opiniões dos trabalhadores, e pedia por melhores condições de trabalho, salários justos, redução da jornada de trabalho para oito horas e condenava as horas extras que os donos das fábricas forçavam os trabalhadores a cumprir. Outras demandas incluíam o fim da Guerra Russo-japonesa e a introdução do sufrágio universal. Tropas foram dispostas ao redor do Palácio de Inverno e em outros lugares. O czar deixou a cidade no dia 8 de janeiro e foi para Czarkoe Selo.
   
Massacre
No domingo, 22 de janeiro (no calendário juliano, então em vigor na Rússia, 9 de janeiro) de 1905, trabalhadores em greve e as suas famílias reuniram-se em seis pontos na cidade de São Petersburgo, no Império Russo. Eles eram organizados e liderados pelo padre ortodoxo russo George Gapon. Segurando ícones religiosos e cantando hinos e canções patrióticas (particularmente Deus Salve o Czar), uma multidão de "mais de três mil" pessoas prosseguiu sem interferência da polícia em direção ao Palácio de Inverno, residência oficial do Czar. A multidão não sabia que o Czar não estava no palácio. Os piquetes do exército perto do palácio lançaram tiros de advertência e, em seguida, dispararam diretamente contra a multidão para dispersá-la. Gapon foi alvo de tiros perto do Arco do Triunfo de Narva. Cerca de quarenta pessoas ao redor dele foram mortas, no entanto, ele não ficou ferido. Embora o Czar não estivesse no Palácio de Inverno ou mesmo na cidade e não tivesse dado a ordem para as tropas atirar, recebeu toda a culpa pelas mortes, resultando numa onda de amargura do povo russo contra o czar e seu regime autocrático.
O número de mortos é incerto, mas as autoridades da época assumiram 96 mortos e 333 feridos; fontes anti-governo afirmam que os tiros mataram mais de quatro mil pessoas, estimativas moderadas ainda estipulam uma média de cerca de mil mortos e feridos, tanto pelos tiros quanto pisoteados pela população durante o pânico. Outra fonte observa que a estimativa oficial de mortos era de 130 pessoas. Há relatos que no dia até a neve ficou vermelha. O Czar Nicolau II descreveu o dia como "doloroso e triste". Conforme relatos, a desordem civil e saques explodiram por toda a cidade. A marcha de Gapon foi aniquilada naquele dia e ele rapidamente deixou a Rússia. De acordo com uma versão, ao voltar para a Rússia, em outubro, Gapon é assassinado por ordem da Organização de Combate do Partido Social-Revolucionário, depois que revelou ao seu amigo Pinhas Rutenberg que trabalhava para a Okhrana, a polícia secreta.
Este evento foi classificado pelo embaixador britânico na época como um impulso para atividades revolucionárias na Rússia e contribuiu para a Revolução de 1905. O escritor Leão Tolstoy também foi afetado emocionalmente pelo incidente.
      

quarta-feira, dezembro 22, 2021

Galina Ustvolskaya morreu há quinze anos...

Galina Ivanovna Ustvolskaya (Petrogrado, 17 de junho de 1919São Petersburgo, 22 de dezembro de 2006) foi uma compositora russa de estilo único.

De 1937 a 1947, Ustvolskaya estudou na faculdade anexa ao Conservatório de Leninegrado (mais tarde rebatizado de Conservatório Rimsky-Korsakov). Subsequentemente tornou-se uma estudante de pós-graduação e passou a também lecionar composição na faculdade. O seu professor de composição, Dmitri Shostakovich, que raramente elogiava os seus alunos, disse a respeito dela: Estou convencido de que a música de G. I. Ustvolskaya obterá renome mundial.
Em diversas oportunidades, Shostakovich a defendeu da oposição de seus colegas na União dos Compositores Soviéticos. Ele frequentemente enviava muitas de suas obras, inclusive inacabadas, para a apreciação de Ustvolskaya, cuja opinião estimava muito. Várias dessas peças até mesmo possuíam citações às composições de sua pupila. Por exemplo, ele empregou o segundo tema do finale do trio para clarinete em seu quinto quarteto de cordas e na Suíte Michelangelo (Nº 9). A íntima relação espiritual e artística de ambos foi comparada àquela entre Schoenberg e Webern.
Ela foi aluna de Shostakovich de 1939 a 1947, mas reteve pouca influência do estilo de seu mestre a partir dos anos 50. Como modernista poucas de suas obras foram executadas, até 1968 nenhuma além de peças patrióticas escritas para eventos oficiais. Até a queda da União Soviética, apenas a sua sonata para violino de 1952 foi tocada com alguma frequência, mas desde então sua música vem sendo cada vez mais apresentada no ocidente.
Ustvolskaya desenvolveu o seu estilo próprio de composição. Segundo ela, não há nenhuma ligação que seja entre minha música e aquela de qualquer outro compositor, vivo ou morto.
As suas características incluem o uso repetido de blocos homofónicos de som (facto que levou o crítico holandês Elmer Schönberger a chamá-la de a dama com o martelo); combinações não usuais de instrumentos (como os oito contrabaixos, piano e bloco de madeira percutido por martelo de sua Composição Nº 2); uso considerável de dinâmicas extremas (como em sua sonata para piano nº 6); emprego de grupos de instrumentos para a realização de clusters e o uso do piano ou percussão para fixar ritmos constantes e imutáveis (todos seus trabalhos reconhecidos usam ou o piano ou a percussão, muitos usam ambos).
Como a música de Galina Ustvolskaya não é de vanguarda no sentido comummente aceite do termo, ela não foi abertamente censurada na União Soviética. Porém, foi acusada de não estar disposta a comunicar-se e de estreiteza e insistência. Foi apenas nos últimos anos que seus críticos começaram a notar que essas supostas deficiências são na verdade suas maiores qualidades e que a tornam única. O compositor Boris Tishchenko comparou a "estreiteza" de seu estilo com a luz concentrada de um feixe de laser que se torna capaz de perfurar o metal.
As suas obras dos anos 40 e 50 muitas vezes soam como se tivessem sido escritas atualmente. Shostakovich escreveu a ela: Não é você que é influenciada por mim; muito pelo contrário, eu que sou influenciado por você. Muitas pessoas citam Ustvolskaya; ela não citava ninguém.
Todos os trabalhos de Ustvolskaya são de larga escala na intenção, não importando sua duração ou quantos instrumentistas são necessários. Sua música é fortemente baseada na tensão e densidade.
Todas as sinfonias de Ustvolskaya têm partes para voz a solo, as quatro últimas com textos religiosos; as composições têm subtítulos igualmente religiosos. O aspecto espiritual dessas obras pode sugerir uma semelhança com sua contemporânea Sofia Gubaidulina, embora, ao contrário desta, Ustvolskaya não seja praticante de nenhuma religião e a sua música esteja muito longe de professar a fé cristã. Os textos são preces convencionais ou, no caso da quinta sinfonia, o Pai Nosso.

 


sexta-feira, fevereiro 05, 2021

O Hermitage abriu há 169 anos

  
O Museu Hermitage é um museu localizado em São Petersburgo, na Rússia. É um dos maiores museus de arte do mundo e sua vasta coleção possui itens de praticamente todas as épocas, estilos e culturas da história russa, europeia, oriental e do norte da África, e está distribuída em dez prédios, situados ao longo do rio Neva, dos quais sete constituem por si mesmos monumentos artísticos e históricos de grande importância. Neste conjunto o papel principal cabe ao Palácio de Inverno, que foi a residência oficial dos Czares quase ininterruptamente desde sua construção até a queda da monarquia russa.
Organizado ao longo de dois séculos e meio, o Hermitage possui hoje um acervo de mais de 3 milhões de peças. O museu mantém ainda um teatro, uma academia musical e projetos subsidiários em outros países. O núcleo inicial da coleção foi formado com a aquisição, pela imperatriz Catarina II, em 1764, de uma coleção de 225 pinturas flamengas e alemãs do negociante berlinense Johann Ernest Gotzkowski.

      
 

The New Hermitage was opened to the public on 5 February 1852. In the same year the Egyptian Collection of the Hermitage Museum emerged, and was particularly enriched by items given by the
 Duke of Leuchtenberg, Nicholas I's son-in-law. Meanwhile in 1851–1860, the interiors of the Old Hermitage was redesigned by Andrei Stackensneider to accommodate the State Assembly, Cabinet of Ministers and state apartments. Andrei Stakenschneider created the Pavilion Hall in the Northern Pavilion of the Small Hermitage in 1851–1858.

sexta-feira, janeiro 22, 2021

Na Rússia, o Domingo Sangrento foi há 116 anos

  
O Domingo Sangrento foi um massacre que aconteceu a 22 de janeiro (de acordo com o antigo calendário, 9 de janeiro) de 1905, na cidade de São Petersburgo, no Império Russo, onde manifestantes pacíficos marcharam até ao Palácio de Inverno para apresentar uma petição ao Czar Nicolau II e foram baleados pela Guarda Imperial. A marcha foi organizada pelo padre George Gapon, que colaborou com Sergei Zubatov, da Okhrana, a polícia secreta czarista, para destruir organizações de trabalhadores.
  
Prelúdio
No mês de dezembro anterior, uma greve aconteceu na fábrica Putilov. Simpatizantes em outras partes da cidade aumentaram o número de grevistas para cerca de 80 mil. A 8 de janeiro, a cidade não tinha eletricidade ou jornais. Todas as áreas públicas foram declaradas fechadas. George Gapon, um padre ortodoxo russo que se interessava pelas condições vividas pelas classes trabalhadoras e inferiores, organizou uma procissão pacífica de trabalhadores ao Palácio de Inverno para entregar uma petição ao Czar. A petição, escrita por Gapon, deixava claros os problemas e opiniões dos trabalhadores, e pedia por melhores condições de trabalho, salários justos, redução da jornada de trabalho para oito horas e condenava as horas extras que os donos das fábricas forçavam os trabalhadores a cumprir. Outras demandas incluíam o fim da Guerra Russo-japonesa e a introdução do sufrágio universal. Tropas foram dispostas ao redor do Palácio de Inverno e em outros lugares. O czar deixou a cidade no dia 8 de janeiro e foi para Czarkoe Selo.
   
Massacre
No domingo, 22 de janeiro (no calendário juliano, então em vigor na Rússia, 9 de janeiro) de 1905, trabalhadores em greve e as suas famílias reuniram-se em seis pontos na cidade de São Petersburgo, no Império Russo. Eles eram organizados e liderados pelo padre ortodoxo russo George Gapon. Segurando ícones religiosos e cantando hinos e canções patrióticas (particularmente Deus Salve o Czar), uma multidão de "mais de três mil" pessoas prosseguiu sem interferência da polícia em direção ao Palácio de Inverno, residência oficial do Czar. A multidão não sabia que o Czar não estava no palácio. Os piquetes do exército perto do palácio lançaram tiros de advertência e, em seguida, dispararam diretamente contra a multidão para dispersá-la. Gapon foi alvo de tiros perto do Arco do Triunfo de Narva. Cerca de quarenta pessoas ao redor dele foram mortas, no entanto, ele não ficou ferido. Embora o Czar não estivesse no Palácio de Inverno ou mesmo na cidade e não tivesse dado a ordem para as tropas atirar, recebeu toda a culpa pelas mortes, resultando numa onda de amargura do povo russo contra o czar e seu regime autocrático.
O número de mortos é incerto, mas as autoridades da época assumiram 96 mortos e 333 feridos; fontes anti-governo afirmam que os tiros mataram mais de quatro mil pessoas, estimativas moderadas ainda estipulam uma média de cerca de mil mortos e feridos, tanto pelos tiros quanto pisoteados pela população durante o pânico. Outra fonte observa que a estimativa oficial de mortos era de 130 pessoas. Há relatos que no dia até a neve ficou vermelha. O Czar Nicolau II descreveu o dia como "doloroso e triste". Conforme relatos, a desordem civil e saques explodiram por toda a cidade. A marcha de Gapon foi aniquilada naquele dia e ele rapidamente deixou a Rússia. De acordo com uma versão, ao voltar para a Rússia, em outubro, Gapon é assassinado por ordem da Organização de Combate do Partido Social-Revolucionário, depois que revelou ao seu amigo Pinhas Rutenberg que trabalhava para a Okhrana, a polícia secreta.
Este evento foi classificado pelo embaixador britânico na época como um impulso para atividades revolucionárias na Rússia e contribuiu para a Revolução de 1905. O escritor Leão Tolstoy também foi afetado emocionalmente pelo incidente.
      

quarta-feira, janeiro 22, 2020

O Domingo Sangrento russo foi há 115 anos

O Domingo Sangrento foi um massacre que aconteceu a 22 de janeiro (de acordo com o antigo calendário, 9 de janeiro) de 1905, na cidade de São Petersburgo, no Império Russo, onde manifestantes pacíficos marcharam até ao Palácio de Inverno para apresentar uma petição ao Czar Nicolau II e foram baleados pela Guarda Imperial. A marcha foi organizada pelo padre George Gapon, que colaborou com Sergei Zubatov, da Okhrana, a polícia secreta czarista, para destruir organizações de trabalhadores.
  
Prelúdio
No mês de dezembro anterior, uma greve aconteceu na fábrica Putilov. Simpatizantes em outras partes da cidade aumentaram o número de grevistas para cerca de 80 mil. A 8 de janeiro, a cidade não tinha eletricidade ou jornais. Todas as áreas públicas foram declaradas fechadas. George Gapon, um padre ortodoxo russo que se interessava pelas condições vividas pelas classes trabalhadoras e inferiores, organizou uma procissão pacífica de trabalhadores ao Palácio de Inverno para entregar uma petição ao Czar. A petição, escrita por Gapon, deixava claros os problemas e opiniões dos trabalhadores, e pedia por melhores condições de trabalho, salários justos, redução da jornada de trabalho para oito horas e condenava as horas extras que os donos das fábricas forçavam os trabalhadores a cumprir. Outras demandas incluíam o fim da Guerra Russo-japonesa e a introdução do sufrágio universal. Tropas foram dispostas ao redor do Palácio de Inverno e em outros lugares. O czar deixou a cidade no dia 8 de janeiro e foi para Czarkoe Selo.
  
Massacre
No domingo, 22 de janeiro (no calendário juliano, então em vigor na Rússia, 9 de janeiro) de 1905, trabalhadores em greve e as suas famílias reuniram-se em seis pontos na cidade de São Petersburgo, no Império Russo. Eles eram organizados e liderados pelo padre ortodoxo russo George Gapon. Segurando ícones religiosos e cantando hinos e canções patrióticas (particularmente Deus Salve o Czar), uma multidão de "mais de três mil" pessoas prosseguiu sem interferência da polícia em direção ao Palácio de Inverno, residência oficial do Czar. A multidão não sabia que o Czar não estava no palácio. Os piquetes do exército perto do palácio lançaram tiros de advertência e, em seguida, dispararam diretamente contra a multidão para dispersá-la. Gapon foi alvo de tiros perto do Arco do Triunfo de Narva. Cerca de quarenta pessoas ao redor dele foram mortas, no entanto, ele não ficou ferido. Embora o Czar não estivesse no Palácio de Inverno ou mesmo na cidade e não tivesse dado a ordem para as tropas atirar, recebeu toda a culpa pelas mortes, resultando numa onda de amargura do povo russo contra o czar e seu regime autocrático.
O número de mortos é incerto, mas as autoridades da época assumiram 96 mortos e 333 feridos; fontes anti-governo afirmam que os tiros mataram mais de quatro mil pessoas, estimativas moderadas ainda estipulam uma média de cerca de mil mortos e feridos, tanto pelos tiros quanto pisoteados pela população durante o pânico. Outra fonte observa que a estimativa oficial de mortos era de 130 pessoas. Há relatos que no dia até a neve ficou vermelha. O Czar Nicolau II descreveu o dia como "doloroso e triste". Conforme relatos, a desordem civil e saques explodiram por toda a cidade. A marcha de Gapon foi aniquilada naquele dia e ele rapidamente deixou a Rússia. De acordo com uma versão, ao voltar para a Rússia, em outubro, Gapon é assassinado por ordem da Organização de Combate do Partido Social-Revolucionário, depois que revelou ao seu amigo Pinhas Rutenberg que trabalhava para a Okhrana, a polícia secreta.
Este evento foi classificado pelo embaixador britânico na época como um impulso para atividades revolucionárias na Rússia e contribuiu para a Revolução de 1905. O escritor Leão Tolstoy também foi afetado emocionalmente pelo incidente.
      

quinta-feira, janeiro 22, 2015

O Domingo Sangrento russo foi há 110 anos

O Domingo Sangrento foi um massacre que aconteceu em 22 de janeiro (de acordo com o antigo calendário, 9 de janeiro) de 1905, na cidade de São Petersburgo, no Império Russo, onde manifestantes pacíficos marcharam até ao Palácio de Inverno para apresentar uma petição ao Czar Nicolau II e foram baleados pela Guarda Imperial. A marcha foi organizada pelo padre George Gapon, que colaborou com Sergei Zubatov, da Okhrana, a polícia secreta czarista, para destruir organizações de trabalhadores.

Prelúdio
No mês de dezembro anterior, uma greve aconteceu na fábrica Putilov. Simpatizantes em outras partes da cidade aumentaram o número de grevistas para cerca de 80 mil. A 8 de janeiro, a cidade não tinha eletricidade ou jornais. Todas as áreas públicas foram declaradas fechadas. George Gapon, um padre ortodoxo russo que se interessava pelas condições vividas pelas classes trabalhadoras e inferiores, organizou uma procissão pacífica de trabalhadores ao Palácio de Inverno para entregar uma petição ao Czar. A petição, escrita por Gapon, deixava claros os problemas e opiniões dos trabalhadores, e pedia por melhores condições de trabalho, salários justos, redução da jornada de trabalho para oito horas e condenava as horas extras que os donos das fábricas forçavam os trabalhadores a cumprir. Outras demandas incluíam o fim da Guerra Russo-japonesa e a introdução do sufrágio universal. Tropas foram dispostas ao redor do Palácio de Inverno e em outros lugares. O czar deixou a cidade no dia 8 de janeiro e foi para Czarkoe Selo.

Massacre
No domingo, 22 de janeiro (no calendário juliano, então em vigor na Rússia, 9 de janeiro) de 1905, trabalhadores em greve e as suas famílias reuniram-se em seis pontos na cidade de São Petersburgo, no Império Russo. Eles eram organizados e liderados pelo padre ortodoxo russo George Gapon. Segurando ícones religiosos e cantando hinos e canções patrióticas (particularmente Deus Salve o Czar), uma multidão de "mais de três mil" pessoas prosseguiu sem interferência da polícia em direção ao Palácio de Inverno, residência oficial do Czar. A multidão não sabia que o Czar não estava no palácio. Os piquetes do exército perto do palácio lançaram tiros de advertência e, em seguida, dispararam diretamente contra a multidão para dispersá-la. Gapon foi alvo de tiros perto do Arco do Triunfo de Narva. Cerca de quarenta pessoas ao redor dele foram mortas, no entanto, ele não ficou ferido. Embora o Czar não estivesse no Palácio de Inverno ou mesmo na cidade e não tivesse dado a ordem para as tropas atirar, ele recebeu toda a culpa pelas mortes, resultando em uma onda de amargura do povo russo contra o czar e seu regime autocrático.
O número de mortos é incerto, mas as autoridades da época assumiram 96 mortos e 333 feridos; fontes anti-governo afirmam que os tiros mataram mais de quatro mil pessoas, estimativas moderadas ainda estipulam uma média de cerca de mil mortos e feridos, tanto pelos tiros quanto pisoteados pela população durante o pânico. Outra fonte observa que a estimativa oficial de mortos era de 130 pessoas. Há relatos que no dia até a neve ficou vermelha. O Czar Nicolau II descreveu o dia como "doloroso e triste". Conforme relatos, a desordem civil e saques explodiram por toda a cidade. A marcha de Gapon foi aniquilada naquele dia e ele rapidamente deixou a Rússia. De acordo com uma versão, ao voltar para a Rússia, em outubro, Gapon é assassinado por ordem da Organização de Combate do Partido Social-Revolucionário, depois que revelou ao seu amigo Pinhas Rutenberg que trabalhava para a Okhrana, a polícia secreta.
Este evento foi classificado pelo embaixador britânico na época como um impulso para atividades revolucionárias na Rússia e contribuiu para a Revolução de 1905. O escritor Leão Tolstoy também foi afetado emocionalmente pelo incidente.