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quinta-feira, janeiro 14, 2021

A ópera Tosca foi estreada há cento e vinte e um anos

     
Tosca é uma ópera em três atos de Giacomo Puccini, com libretto de Luigi Illica e Giuseppe Giacosa, baseado na peça homónima de Victorien Sardou. Estreou no Teatro Costanzi de Roma (Teatro dell'Opera di Roma), a 14 de janeiro de 1900.
Na época, a atmosfera política na Itália era tensa, com muita agitação revolucionária, de caráter socialista e anarquista. A Rainha e o Primeiro Ministro assistiriam à estreia de Tosca, e temia-se que o teatro fosse alvo de um ataque terrorista, o que não aconteceu. Seis meses mais tarde, o Rei Humberto I de Itália (tio de El-Rei D. Carlos I de Portugal) seria assassinado, pelo militante anarquista Gaetano Bresci, em Monza.
     

 


  

terça-feira, dezembro 22, 2020

Giacomo Puccini nasceu há 162 anos

   
Giacomo Puccini (Lucca, 22 de dezembro de 1858  - Bruxelas, 29 de novembro de 1924) foi um compositor de óperas italiano. As suas óperas estão entre as mais interpretadas atualmente - e entre essas estão La Bohème, Tosca, Madamme Butterfly e Turandot. Algumas das árias das suas óperas, como "O mio babbino caro" de Gianni Schicchi, "Che gelida manina" de La bohème e "Nessun dorma" de Turandot tornaram-se parte da cultura popular.
    

   


domingo, novembro 29, 2020

Giacomo Puccini morreu há 96 anos

    
Giacomo Antonio Domenico Michele Secondo Maria Puccini ou apenas Giacomo Puccini (Lucca, 22 de dezembro de 1858 - Bruxelas, 29 de novembro de 1924) foi um compositor de óperas italiano. As suas óperas estão entre as mais interpretadas atualmente e entre essas estão La Bohème, Tosca, Madame Butterfly e Turandot. Algumas das árias das suas óperas, como "O mio babbino caro" de Gianni Schicchi, "Che gelida manina" de La Bohème e "Nessun dorma" de Turandot tornaram-se parte da cultura popular.
Descrito pela Encyclopædia Britannica como "um dos maiores expoentes das óperas realistas", ele é lembrado como um dos últimos maiores compositores operísticos italianos. O seu repertório é essencialmente feito pelo verismo, ou pela tradição operística pós-romântica e estilo literário. Enquanto seu trabalho é essencialmente baseado nas óperas italianas tradicionais do fim do século XIX, a sua música mostra algumas influências dos compositores contemporâneos e do movimento impressionista e de Igor Stravinsky. Os temas mais comuns nas suas óperas incluem um fim trágico, heroínas e o amor.
     

    


segunda-feira, agosto 03, 2020

Elisabeth Schwarzkopf morreu há quatorze anos

Elisabeth Schwarzkopf, em 1958
    
Elisabeth Schwarzkopf (Jarotschin, 9 de dezembro de 1915 - Schruns, 3 de agosto de 2006) foi uma cantora de ópera alemã, uma das principais sopranos, do período pós-Segunda Guerra Mundial, alvo de grande admiração pelas suas interpretações de Mozart, Schubert, Strauss e Wolf.
   


sexta-feira, março 06, 2020

Kiri Te Kanawa - 76 anos

   
Kiri Te Kanawa (Gisborne, 6 de março de 1944) é uma aclamada soprano lírica neozelandesa. O seu reportório vai do século XVII ao século XX e é particularmente dedicada às obras de Mozart, Richard Strauss, Verdi, Handel e Puccini.
   
in Wikipédia
   

terça-feira, janeiro 21, 2020

Plácido Domingo - 78 anos

  
José Plácido Domingo Embil (Madrid, 21 de janeiro de 1941), mais conhecido como Plácido Domingo, é um tenor dramático, barítono, musico e maestro espanhol, conhecido por sua versátil e poderosa voz, possuindo um tom dramático em toda a sua amplitude. Em março de 2008 ele cantou seu 128º papel operístico, fazendo-se assim o tenor que mais cantou papéis na história, em 2011 chegou ao 134° papel operístico. Um dos Três Tenores, ele também tem conduzindo óperas e concertos, como também servindo de Diretor da Ópera Nacional de Washington, em Washington, Estados Unidos e na Ópera de Los Angeles
  

terça-feira, janeiro 14, 2020

A Tosca foi apresentada pela primeira vez há cento e vinte anos

   
Tosca é uma ópera em três atos de Giacomo Puccini, com libretto de Luigi Illica e Giuseppe Giacosa, baseado na peça homónima de Victorien Sardou. Estreou no Teatro Costanzi de Roma (Teatro dell'Opera di Roma), a 14 de janeiro de 1900.
Na época, a atmosfera política na Itália era tensa, com muita agitação revolucionária, de caráter socialista e anarquista. A Rainha e o Primeiro Ministro assistiriam à estreia de Tosca, e temia-se que o teatro fosse alvo de um ataque terrorista, o que não aconteceu. Porém, seis meses mais tarde, o Rei Humberto I de Itália (tio de El-Rei D. Carlos I de Portugal) seria assassinado, pelo militante anarquista Gaetano Bresci, em Monza.
    
      

domingo, dezembro 22, 2019

Puccini nasceu há 161 anos


Giacomo Antonio Domenico Michele Secondo Maria Puccini ou apenas Giacomo Puccini (Lucca, 22 de dezembro de 1858 - Bruxelas, 29 de novembro de 1924) foi um compositor de óperas italiano. As suas óperas estão entre as mais interpretadas atualmente, entre essas estão La bohème, Tosca, Madame Butterfly e Turandot. Algumas das árias das suas óperas, como "O mio babbino caro" de Gianni Schicchi, "Che gelida manina" de La Bohème e "Nessun dorma" de Turandot tornaram-se parte da cultura popular.
  
  

segunda-feira, dezembro 09, 2019

A soprano alemã Elisabeth Schwarzkopf nasceu há 104 anos

Elisabeth Schwarzkopf, em 1958
    
Elisabeth Schwarzkopf (Jarotschin, 9 de dezembro de 1915 - Schruns, 3 de agosto de 2006) foi uma cantora de ópera alemã, uma das principais sopranos, do período pós-Segunda Guerra Mundial, alvo de grande admiração pelas suas interpretações de árias clássicas de Mozart, Schubert, Strauss e Wolf.
  
 

sexta-feira, novembro 29, 2019

Puccini morreu há 95 anos

Giacomo Antonio Domenico Michele Secondo Maria Puccini ou apenas Giacomo Puccini (Lucca, 22 de dezembro de 1858 - Bruxelas, 29 de novembro de 1924) foi um compositor de óperas italiano. As suas óperas estão entre as mais interpretadas atualmente, entre essas estão La Bohème, Tosca, Madame Butterfly e Turandot. Algumas das árias das suas óperas, como "O mio babbino caro" de Gianni Schicchi, "Che gelida manina" de La Bohème e "Nessun dorma" de Turandot tornaram-se parte da cultura popular.
Descrito pela Encyclopædia Britannica como "um dos maiores expoentes das óperas realistas", ele é lembrado como um dos últimos maiores compositores operísticos italianos. O seu repertório é essencialmente feito pelo verismo, ou pela tradição operística pós-romântica e estilo literário. Enquanto seu trabalho é essencialmente baseado nas óperas italianas tradicionais do fim do século XIX, a sua música mostra algumas influências dos compositores contemporâneos e do movimento impressionista e de Igor Stravinsky. Os temas mais comuns em suas óperas incluem um fim trágico, heroínas e o amor.
   
Biografia
Giacomo Puccini nasceu em Lucca na Toscana, em uma família de cinco gerações de história de música, incluindo o seu familiar Domenico Puccini. Filho de Michele Puccini (1813-1864) e Albina Magi (1830-1884). O seu pai morreu quando Giacomo tinha apenas cinco anos de idade e ele foi enviado para estudar com seu tio Fortunato Magi, que o considerou como um estudante pobre e indisciplinado. Magi sempre prejudicava seu sobrinho no seu contrato como maestro do coral de Lucca, pois Puccini iria substituir seu tio quando tivesse idade. Puccini nunca assumiu o lugar de seu tio como organista da igreja e maestro do coral de Lucca. Quando ele tinha dezassete anos assistiu  a uma apresentação da ópera Aida de Giuseppe Verdi e viu-se inspirado para compor óperas. Ele e seu irmão, Michele, caminharam 30 km para ver a performance em Pisa.
Em 1880, com a ajuda de um familiar e uma doação, Puccini ingressou no Conservatório de Milão para estudar composição com Stefano Ronchetti-Monteviti, Amilcare Ponchielli e Antonoi Bazzini. No mesmo ano, aos 21 anos, ele compôs a Messa, que marcou a grande associação de sua família com a música sacra. Apesar do título da obra se referir a uma Missa Ordinária Católica, atualmente o trabalho é popularmente conhecido como Messa di Gloria, um nome que tecnicamente refere-se apenas a duas orações da missa: o Kyrie e o Gloria, enquanto omite o Credo, o Sanctus e o Agnus Dei.
O trabalho antecipa a carreira de Puccini como um compositor de óperas, mostrando na Messa vislumbres do poder dramático que ele viria a trazer aos palcos; as poderosas "árias" para tenor e baixo são certamente mais operísticas que as músicas normalmente vistas nas igrejas e a orquestração e o poder dramático compara a sua Messa com o Requiem de Verdi.
Enquanto estudava no Conservatório, Puccini obteve um libretto de Ferdinando Fontana e entrou em uma competição de óperas em um ato, em 1882. Embora que não tivesse ganho, Le Villi foi encenada no Teatro Dal Verme em 1884 e chamou a atenção de Giulio Ricordi, chefe da G. Ricordi & Co., que pediu ao compositor para compor sua segunda ópera, Edgar em 1889. Edgar falou: tinha uma péssima história com um pobre libretto de Fontana. Este pode ter tido um efeito sobre os pensamentos de Puccini, pois quando ele começou a compor sua terceira ópera, Manon Lescaut, ele anunciou que seria escrita com um próprio libretto e não "de um tolo libretista". Ricordi persuadiu Puccini a aceitar Ruggiero Leoncavallo como seu libretista, mas Puccini pediu para Ricordi removê-lo do projeto. Quatro outros libretistas foram envolvidos com a ópera, pelo facto de Giacomo mudar de ideia constantemente sobre a estrutura da ópera. Foi quase que por acaso que, no final do segundo ato, Illica e Giacosa, reuniram-se para completar a ópera. Eles permaneceram juntos com Puccini nas três seguintes óperas do compositor e provavelmente, nos maiores sucessos deles: La Bohème, Tosca e Madame Butterfly.
Pode ter sido o fracasso de Edgar que fez Puccini mudar tantas vezes de ideia, Edgar quase lhe custou a carreira. Puccini se envolveu com a casada Elvira Gemignani e os associados de Ricordi fizeram vistas grossas ao estilo de vida, desde que ele fosse bem sucedido. Quando Edgar foi um fracasso, sugeriram a Ricordi que deveriam tirar Puccini, mas Ricordi disse que ele permaneceria com Puccini e pagou ao compositor com seu próprio dinheiro até sua ópera seguinte. Manon Lescaut foi um grande sucesso e Puccini tornou-se o líder operístico da época.
  
Puccini na Torre del Lago 
A partir de 1891, Puccini passou a maior parte do seu tempo em Torre del Lago, uma pequena comunidade a quinze milhas de Lucca, situada entre o Mar Ligurian e o Lago Massaciuccoli, ao sul de Viareggio. Enquanto alugava uma casa lá, ele passava seu tempo caçando, mas regularmente visitava Lucca.
Em 1900 ele adquiriu uma propriedade e construiu uma vila no lago, atualmente conhecida como "Villa Museo Puccini". Ele viveu lá até 1921, quando a poluição produzida por uma turfa forçou sua mudança para Viareggio, poucos quilómetros ao norte. Após sua morte, um mausoléu foi criado na Villa Puccini e o compositor foi enterrado na capela, ao lado da sua esposa e filho, que morreram depois.
  
Óperas escritas na Torre del Lago
  • Manon Lescaut (1893), sua terceira ópera, foi seu primeiro grande sucesso. Foi o início de sua memorável relação com os libretistas Luigi Illica e Giuseppe Giacosa, que colaboraram com ele em suas três óperas seguintes, que tornaram-se suas três óperas de maior sucesso e mais interpretadas. São elas:
  • La Bohème (1896), é considerada um dos melhores trabalhos como também uma das óperas mais românticas já compostas. Junto com Tosca, é uma das óperas mais populares da história.
  • Tosca (1900), foi sem dúvida a primeira ópera de Puccini ingressando no verismo, uma representação realista de fatos da vida real, incluindo violência. A ópera foi considerada de maior importância na história da ópera, por causa de muitas características significantes.
  • Madama Butterfly (1904) foi inicialmente recebida com hostilidade (organizada pelos seus rivais) mas, após alguns melhoramentos, tornou-se outro grande sucesso.
Após 1904, composições foram menos frequentes. Seguindo a sua paixão por carros rápidos, Puccini envolveu-se num acidente em 1903. Em 1906 Giacosa morreu e em 1909 houve um grande escândalo, pois a esposa do compositor, Elvira, acusou falsamente Puccini de ter tido um caso com  a sua empregada, Doria Manfredi. A empregada cometeu suicídio logo depois da acusação. Elvira foi processada pelos Manfredis e Giacomo teve que pagar uma quantia em dinheiro. Finalmente em 1912 a morte de Giulio Ricordi, editor de Puccini, terminou o período produtivo da sua carreira.
Entretanto, Puccini completou La fanciulla del West em 1910 e finalmente a partitura de La rondine em 1916. Em 1918, Il trittico foi apresentada em Nova Iorque. Tratava-se de uma ópera em três atos: um episódio horroroso (Il tabarro), no estilo parisiense Grand Guignol, uma tragédia sentimental (Suor Angelica) e uma comédia (Gianni Schicchi). Das três, Gianni Schicchi é a parte mais popular, tendo uma ária conhecida popularmente: "O mio babbino caro".
  
Últimos anos
Um fumador inveterado de charutos e cigarros da Toscana, Puccini começou a queixar-se de dor de garganta crónica no final de 1923. Um diagnóstico de cancro na garganta levou os médicos a recomendar um tratamento novo e experimental: radioterapia, que estava sendo oferecido em Bruxelas. Puccini e a sua esposa nunca souberam o quão sério era o cancro, sendo que a notícia só foi revelada ao filho do compositor.
Puccini morreu no dia 29 de novembro de 1924, por complicações no tratamento: uma hemorragia descontrolada levou-o a um ataque cardíaco, apenas um dia após a sua cirurgia. Notícias sobre sua morte chegaram a Roma durante uma performance de La Bohème. A ópera foi imediatamente interrompida e a orquestra tocou a Marcha Fúnebre de Frédéric Chopin. Ele foi enterrado em Milão, no túmulo da família Toscanini, temporariamente. Em 1926 seu filho transferiu o corpo do pai para a capela recém terminada na Torre del Lago.
Turandot, sua última ópera, foi deixada inacabada e as duas últimas cenas foram completas por Franco Alfano, baseada nos escritos do compositor.
Quando Arturo Toscanini conduziu a performance de estreia, em abril de 1926 (na frente de um teatro lotado e com a presença do ditador italiano Benito Mussolini), ele decidiu não interpretar a parte de Alfano. A performance foi parada na parte em que Puccini compôs. O maestro virou para o público e disse: "Aqui a ópera terminou, porque nesse ponto o maestro morreu" (alguns dizem que ele foi mais poeta e disse: Aqui o maestro abaixou sua caneta). Alguns jornalistas interpretaram a atitude de Toscanini como um gesto de desaprovação da contribuição de Alfano. Em 2009, William Hartson, no Daily Express disse a seus leitores com grande autoridade que "Toscanini nunca conduziu Turandot novamente". De facto, ele conduziu novamente nas duas noites seguintes, inclusive a parte de Alfano, em um total de três performances.
Em 2002, um novo oficial final foi composto por Luciano Berio, a partir dos rascunhos originais, mas essa versão é raramente interpretada.
  
Política
Ao contrário de Richard Wagner e Giuseppe Verdi, Puccini não parecia ser ativo na política na sua época. No entanto, Mussolini, ditador fascista da Itália na época, alegou que Puccini havia pedido para ser admitido no Partido Nacional Fascista. Embora tenha sido comprovado que Puccini estava de facto entre os primeiros apoiantes do partido fascista na época da campanha eleitoral de 1919 (na qual os candidatos fascistas foram completamente derrotados, onde os mesmos ficaram furiosos, ganhando parcos 4 mil votos), não parece haver nenhum registo ou prova de qualquer dedicação de Puccini ao partido. Além disso, caso Puccini tivesse sido um fascista ativo, seu grande amigo Toscanini (um anti-fascista radical) provavelmente teria cortado todas as ligações de amizade com ele e deixado de reger suas óperas.
Não obstante, a propaganda fascista apropriou-se da figura de Puccini e uma das marchas mais difundidas durante as paradas de rua e cerimónias públicas fascistas era o "Inno a Roma" (Hino a Roma), composto em 1919 por Puccini para a letra de Fausto Salvatori, com base nestes versos de Carmen saeculare de Horácio:
Alme Sol, curru nitido diem qui 
Promis et celas alius que et idem 
Nasceris, possis nihil urbe Roma 
Visere maius.
  
Estilo 
Puccini claramente ocupou um lugar na tradição popular de Verdi, seu estilo de orquestração mostrava a forte influência de Wagner, com ligações específicas de timbres orquestrais para diferentes momentos dramáticos. A música de Puccini era baseada nas tradicionais melodias diatônicas das óperas italianas da época, influências podem ser ouvidas em músicas de Igor Stravinsky e no Impressionismo. Ele foi descrito pela Encyclopædia Britannica como "Um artista típico de fim de século".
As estruturas dos trabalhos de Puccini são também notáveis. Embora seja, de certa forma, possível dividir suas óperas em árias ou números (como as de Verdi), suas partituras são geralmente compostas apresentando um forte sentido de fluxo contínuo e conectividade, talvez sendo esse outro sinal da influência de Wagner. Como o alemão, Puccini usou leitmotive para conotar as características e sentimentos. Isso é mais aparente em Tosca, onde os três acordes que iniciam a ópera são usados em toda obra para anunciar Scarpia; o descendente motivo de bronze está ligado ao regime repressivo que governou Roma no cenário da ópera e mais claramente a Angelotti, uma das vítimas do regime; o arpejo da harpa que figura a aparição da entrada de Tosca e a ária Vissi d'arte simbolizando o fervor religioso de Tosca; o clarinete ascendente-descendente indica o sofrimento de Mario por ser condenado e pelo seu amor por Tosca. Ao contrário de Wagner, os motivos de Puccini são, em alguns casos, estáticos, eles têm a intenção de direcionar a atenção do público a uma ideia particular. No entanto, ao longo de suas óperas, por exemplo o amor em La Bohème, as melodias desenvolvem-se para sinalizar uma mudança de personagem.
Outra qualidade distintiva nas obras de Puccini é o uso da voz no estlo da fala, ou seja, canto parlando; personagens cantam frases curtas, um após o outro, como se estivessem em uma conversa. Puccini é também celebrado por seu dom melódico e muitas de suas melodias são memoráveis e populares. As suas mais simples melodias são compostas de sequências de escala, por exemplo, Quando me'n vo (Valsa de Musetta) de La Bohème e E lucevan le stelle de Tosca.
As óperas de Puccini incluem vários temas, um dos mais comuns incluem as heroínas, que são "dedicadas de corpo e alma ao seus amantes"; um fim trágico muitas vezes. Exemplos de líderes mulheres que morreram em suas óperas incluem Cio-Ci San em Madama Butterfly, Mimi em La Bohème e Tosca. De acordo com a Encyclopædia Britannica: "combina compaixão e piedade por suas heroínas com um forte traço de sadismo". Além disso, excepcionalmente para óperas escritas por compositores italianos, até essa altura, muitas das óperas de Puccini estão definidas fora da Itália, como no Japão, mineração de ouro na Califórnia, Paris e Riviera e na China.

  

sexta-feira, setembro 06, 2019

Pavarotti partiu há doze anos...

Luciano Pavarotti (Módena, 12 de outubro de 1935 - Módena, 6 de setembro de 2007) foi um cantor (tenor lírico) italiano, grande intérprete das obras de Donizetti, Puccini e Verdi, de entre outros em seu grande reportório. É reconhecido como o tenor que popularizou mundialmente a ópera.
Pavarotti começou sua carreira profissional como tenor em 1961 na Itália. Em 1961, fez sua primeira performance internacional, em La Traviata de Giuseppe Verdi, em Belgrado, na Sérvia (então Jugoslávia). Cantou nas maiores casas de óperas da Itália, nos Países Baixos, em Viena, Londres, Ancara, Budapeste e Barcelona. O jovem tenor tornou-se conhecido durante uma turnê australiana, ao lado da renomada soprano Joan Sutherland, em 1965. Ele fez a sua estreia nos Estados Unidos em Miami, também em convite da soprano. A sua posição como o tenor lírico líder da sua geração veio do seu trabalho entre os anos de 66 e 72, durante as suas performances no Teatro alla Scala de Milão e em outras casas de ópera italianas. No Metropolitan Opera House, ele cantou o papel de Tonio de La fille du régiment de Gaetano Donizetti e recebeu o título de "Rei dos Dós", quando ele cantou a aria "Ah mes amis...pour mon âme". Ganhou fama mundial com sua voz brilhante e bonito tom, especialmente pelo alcance. Ele foi o melhor tenor em bel canto, em Aida de Verdi e La Bohème, Tosca e Madama Butterfly (Giacomo Puccini) da sua geração. No fim da década de 70 e 80, ele continuava apresentando-se nos maiores teatros do mundo.
Tornou-se popular entre o público no Campeonato do Mundo de Futebol de 1990, na Itália, com performances da ária "Nessun Dorma", da ópera Turandot, de Giacomo Puccini, na apresentação dos Os Três Tenores, ao lado dos tenores e amigos Plácido Domingo e José Carreras. Os três apresentaram-se novamente diversas vezes.
A sua última performance numa ópera, no Metropolitan Opera, em março de 2004. Um ano depois, a Fundação Ítalo-Americana nacional indicou-o para a Calçada Ítalo-Americana da Fama, em reconhecimento pelo seu trabalho durante toda a vida. A sua última aparição num palco foi na abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Turim, em 2006, quando cantou pela última vez "Nessun Dorma" e recebeu uma ovação calorosa de milhares de pessoas.
No dia 6 de setembro de 2007, morreu na sua casa, em Módena, devido a um cancro no pâncreas, aos 71 anos.
Pavarotti gravou duetos com Anastacia,Mariah Carey, James Brown, Frank Sinatra, Zucchero, Ricky Martin, Laura Pausini, Elton John, Spice Girls, Bryan Adams, Andrea Bocelli, Queen, Céline Dion, Eros Ramazzotti, Jon Bon Jovi, The Corrs, U2, Roberto Carlos, entre outros, especialmente para causas beneficentes, nas quais se envolveu bastante.
     
 

sábado, agosto 03, 2019

A soprano Elisabeth Schwarzkopf morreu há treze anos

Elisabeth Schwarzkopf, em 1958
  
Elisabeth Schwarzkopf (Jarotschin, 9 de dezembro de 1915 - Schruns, 3 de agosto de 2006) foi uma cantora de ópera alemã, uma das principais sopranos, do período pós-Segunda Guerra Mundial, alvo de grande admiração pelas suas interpretações de Mozart, Schubert, Strauss e Wolf.

domingo, fevereiro 17, 2019

Há 115 anos estreou no La Scala a ópera de Puccini Madame Butterfly

Cartaz de Madame Butterfly (litografia de Adolfo Hohenstein, 1904)
  
Madame Butterfly é uma ópera em três atos (originalmente em dois atos) de Giacomo Puccini, com libreto de Luigi Illica e Giuseppe Giacosa, baseado no drama de David Belasco, o qual por sua vez se baseia numa história escrita pelo advogado americano John Luther Long. Estreou no Teatro alla Scala (ou La Scala), de Milão, a 17 de fevereiro de 1904. É sobre um tenente da marinha que se apaixona por uma gueixa.
O trama da ópera recebeu, mais tarde, uma citação na peça teatral (depois adaptada para o cinema) M. Butterfly, de David Henry Hwang (1988), inspirada no relacionamento entre um diplomata francês, Bernard Boursicot, e um cantor da ópera de Pequim, Shi Pei Pu. O nome Butterfly faz a ligação entre as duas histórias.
   

segunda-feira, janeiro 21, 2019

Plácido Domingo - 78 anos

José Plácido Domingo Embil (Madrid, 21 de janeiro de 1941), mais conhecido como Plácido Domingo, é um tenor dramático, barítono, musico e maestro espanhol, conhecido pela sua versátil e poderosa voz, possuindo um tom dramático em toda a sua amplitude. Em março de 2008 cantou o seu 128º papel operístico, fazendo-se assim o tenor que mais cantou papéis na história, em 2011 chegou ao 134° papel operístico. Um dos Três Tenores, também tem conduzindo óperas e concertos, como também servindo de Diretor da Ópera Nacional de Washington, em Washington, Estados Unidos e na Ópera de Los Angeles.
   
     

sábado, dezembro 22, 2018

Puccini nasceu há 160 anos

Giacomo Antonio Domenico Michele Secondo Maria Puccini ou apenas Giacomo Puccini (Lucca, 22 de dezembro de 1858 - Bruxelas, 29 de novembro de 1924) foi um compositor de óperas italiano. As suas óperas estão atualmente entre as mais interpretadas, entre as quais estão La Bohème, Tosca, Madame Butterfly e Turandot. Algumas das árias das suas óperas, como "O mio babbino caro" de Gianni Schicchi, "Che gelida manina" de La Bohème e "Nessun dorma" de Turandot tornaram-se parte da cultura popular.
Descrito pela Encyclopædia Britannica como "um dos maiores expoentes das óperas realistas", ele é lembrado como um dos últimos maiores compositores operísticos italianos. O seu reportório é essencialmente feito pelo verismo, ou pela tradição operística pós-romântica e estilo literário. Enquanto o seu trabalho é essencialmente baseado nas óperas italianas tradicionais do fim do século XIX, a sua música mostra algumas influências dos compositores contemporâneos e do movimento impressionista e de Igor Stravinsky. Os temas mais comuns nas suas óperas incluem um fim trágico, heroínas e o amor.
   
Biografia
Giacomo Puccini nasceu em Lucca, na Toscânia, numa família de cinco gerações com ligações à música, incluindo o seu familiar Domenico Puccini. Filho de Michele Puccini (1813-1864) e Albina Magi (1830-1884), o seu pai morreu quando Giacomo tinha apenas cinco anos de idade e ele foi enviado para estudar com seu tio Fortunato Magi, que o considerava um estudante pobre e indisciplinado. Magi sempre prejudicava o seu sobrinho no seu contrato como maestro do coral de Lucca, pois Puccini iria substituir o seu tio quando tivesse idade. Puccini nunca assumiu o lugar do seu tio como organista da igreja e maestro do coral de Lucca. Quando ele tinha dezassete anos pode assistir a uma apresentação da ópera Aida, de Giuseppe Verdi e viu-se inspirado a compor óperas. Ele e seu irmão, Michele, caminharam 30 km para ver a performance em Pisa.
Em 1880, com a ajuda de um familiar e uma doação, Puccini ingressou no Conservatório de Milão para estudar composição com Stefano Ronchetti-Monteviti, Amilcare Ponchielli e Antonoi Bazzini. No mesmo ano, aos 21 anos, ele compôs a Messa, que marcou a grande associação de sua família com a música gospel. Apesar do título da obra se referir a uma Missa Ordinária Católica, atualmente o trabalho é popularmente conhecido como Messa di Gloria, um nome que, tecnicamente, refere-se apenas a duas orações da missa: o Kyrie e o Gloria, enquanto omite o Credo, o Sanctus e o Agnus Dei.
O trabalho antecipa a carreira de Puccini como um compositor de óperas, mostrando na Messa vislumbres do poder dramático que ele viria a trazer aos palcos; as poderosas "árias" para tenor e baixo são certamente mais operísticas que as músicas normalmente vistas nas igrejas e a orquestração e o poder dramático compara a sua Messa com o Requiem de Verdi.
Enquanto estudava no Conservatório, Puccini obreve um libretto de Ferdinando Fontana e entrou  numa competição de óperas em um ato, em 1882. Embora que não tivesse ganho, Le Villi foi apresentada no Teatro Dal Verme em 1884 e chamou a atenção de Giulio Ricordi, chefe da G. Ricordi & Co., que pediu ao compositor para compor a sua segunda ópera, Edgar, em 1889. Edgar tinha uma péssima história, com um pobre libretto de Fontana. Este pode ter tido um efeito sobre os pensamentos de Puccini, pois quando ele começou a compor a sua terceira ópera, Manon Lescaut, anunciou que seria escrita com um próprio libretto e não "de um tolo libretista". Ricordi persuadiu Puccini a aceitar Ruggiero Leoncavallo como seu libretista, mas Puccini pediu para Ricordi removê-lo do projeto. Quatro outros libretistas foram envolvidos com a ópera, pelo facto de Giacomo mudar de ideia constantemente sobre a estrutura da ópera. Foi quase que por acaso que no final do segundo ato, Illica e Giacosa, reuniram-se para completar a ópera. Eles permaneceram juntos com Puccini nas três seguintes óperas do compositor e provavelmente, nos maiores sucessos deles: La Bohème, Tosca e Madame Butterfly.
Pode ter sido o fracasso de Edgar que fez Puccini mudar tantas vezes de ideia, Edgar quase lhe custou a carreira. Puccini envolveu-se com a casada Elvira Gemignani e os associados de Ricordi fizeram vistas grossas ao estilo de vida, desde que ele fosse bem sucedido. Quando Edgar foi um fracasso, sugeriram a Ricordi que deveriam tirar Puccini, mas Ricordi disse que ele permaneceria com Puccini e pagou ao compositor com seu próprio dinheiro até à sua ópera seguinte. Manon Lescaut foi um grande sucesso e Puccini tornou-se o líder operístico da época.
   
Puccini na Torre del Lago
A partir de 1891, Puccini passou a maior parte do seu tempo em Torre del Lago, uma pequena comunidade a quinze milhas de Lucca, situada entre o Mar Tirreno e o Lago Massaciuccoli, ao sul de Viareggio. Enquanto alugava uma casa lá, ele passava o seu tempo a caçar, mas regularmente visitava Lucca.
Em 1900 ele adquiriu uma propriedade e construiu uma vila no lago, atualmente conhecida como "Villa Museo Puccini". Ele viveu lá até 1921, quando a poluição forçou a sua mudança para Viareggio, poucos quilómetros ao norte. Após a sua morte, um mausoléu foi criado na Villa Puccini e o compositor foi enterrado na capela, ao lado da sua esposa e filho, que morreram depois.
  
 Óperas escritas na Torre del Lago
  • Manon Lescaut (1893), sua terceira ópera, foi seu primeiro grande sucesso. Foi o início de sua memorável relação com os libretistas Luigi Illica e Giuseppe Giacosa, que colaboraram com ele em suas três óperas seguintes, que tornaram-se suas três óperas de maior sucesso e mais interpretadas. São elas:
  • La Bohème (1896), é considerada um dos melhores trabalhos como também uma das óperas mais românticas já compostas. Juntamente com Tosca, é uma das óperas mais populares da história.
  • Tosca (1900), foi sem dúvida a primeira ópera de Puccini ingressando no verismo, uma representação realista de fatos da vida real, incluindo violência. A ópera foi considerada de maior importância na história da ópera, por causa de muitas características significantes.
  • Madame Butterfly (1904) foi inicialmente recebida com hostilidade (organizada pelos seus rivais) mas, após alguns melhoramentos, tornou-se outro grande sucesso.
Após 1904, composições foram menos frequentes. Seguindo a sua paixão por carros rápidos, Puccini envolveu-se num acidente em 1903. Em 1906 Giacosa morreu e em 1909 houve um grande escândalo, pois a esposa do compositor, Elvira, acusou falsamente Puccini de ter tido um caso com a sua empregada, Doria Manfredi. A empregada cometeu suicídio logo depois da acusação. Elvira foi processada pelos Manfredis e Giacomo teve que pagar uma quantia em dinheiro. Finalmente em 1912 a morte de Giulio Ricordi, editor de Puccini, terminou o período produtivo de sua carreira.
Entretanto, Puccini completou La fanciulla del West em 1910 e finalmente a partitura de La rondine em 1916. Em 1918, Il trittico foi apresentada em Nova Iorque. Tratava-se de uma ópera em três atos: um episódio horroroso (Il tabarro), no estilo parisiense Grand Guignol, uma tragédia sentimental (Suor Angelica) e uma comédia (Gianni Schicchi). Das três, Gianni Schicchi é a parte mais popular, tendo uma ária conhecida popularmente: "O mio babbino caro".
  
Últimos anos
Um fumador inveterado de charutos e cigarros de Toscano, Puccini começou a queixar-se de dor de garganta crónica em finais de 1923. Um diagnóstico de cancro da garganta levou os médicos a recomendar um tratamento novo e experimental: radioterapia, que estava sendo oferecido em Bruxelas. Puccini e sua esposa nunca souberam o quão sério era o cancro, sendo que a notícia só foi revelada ao filho do compositor.
Puccini morreu dia 29 de novembro de 1924, por complicações no tratamento: uma hemorragia descontrolada levou-o a um ataque cardíaco, apenas um dia após a sua cirurgia. Notícias sobre sua morte chegaram a Roma durante uma performance de La Bohème. A ópera foi imediatamente interrompida e a orquestra tocou a Marcha Fúnebre de Frédéric Chopin. Ele foi enterrado em Milão, no túmulo da família Toscanini, temporariamente. Em 1926 o seu filho transferiu o corpo do pai para a capela recém terminada na Torre del Lago.
Turandot, a sua última ópera, foi deixada inacabada e as duas últimas cenas foram acabadas por Franco Alfano, baseado nos apontamentos do compositor.
Quando Arturo Toscanini conduziu a performance de estreia, em abril de 1926 (num teatro lotado e com a presença do ditador italiano Benito Mussolini), ele decidiu não interpretar a parte de Alfano. A performance foi parada na parte em que Puccini compôs. O maestro virou para o público e disse: "Aqui a ópera terminou, porque nesse ponto o maestro morreu". (Alguns dizem que ele foi mais poeta e disse: Aqui o maestro abaixou sua caneta). Alguns jornalistas interpretaram a atitude de Toscanini como um gesto de desaprovação da contribuição de Alfano. Em 2009, William Hartson, no Daily Express disse a seus leitores com grande autoridade que "Toscanini nunca conduziu Turandot novamente". De facto, ele conduziu novamente nas duas noites seguintes, inclusive a parte de Alfano, em um total de três performances.
Em 2002, um novo oficial final foi composto por Luciano Berio, a partir dos rascunhos originais, mas essa versão é raramente interpretada.
  
Política
Ao contrário de Richard Wagner e Giuseppe Verdi, Puccini não parecia ser ativo na política da sua época. No entanto, Mussolini, ditador fascista da Itália na época, alegou que Puccini havia pedido para ser admitido no Partido Nacional Fascista. Embora tenha sido comprovado que Puccini estava de facto entre os primeiros apoiantes do partido fascista, na época da campanha eleitoral de 1919 (na qual os candidatos fascistas foram completamente derrotados, onde os mesmos ficaram furiosos, ganhando parcos 4 mil votos), não parece haver nenhum registo ou prova de qualquer dedicação de Puccini ao partido. Além disso, caso Puccini tivesse sido um fascista ativo, o seu grande amigo Toscanini (um anti-fascista radical) provavelmente teria cortado todas as ligações de amizade com ele e deixado de reger as suas óperas.
Não obstante, a propaganda fascista apropriou-se da figura de Puccini e uma das marchas mais difundidas durante as paradas de rua e cerimónias públicas fascistas era o "Inno a Roma" (Hino a Roma), composto em 1919 por Puccini para a letra de Fausto Salvatori, com base nestes versos de Carmen saeculare, de Horácio:
Alme Sol, curru nitido diem qui / Promis et celas alius que et idem / Nasceris, possis nihil urbe Roma / Visere maius. (O Sol, que não muda, mas sempre novo, / Rege todo o dia e vai para casa, / Nada pode estar presente para tu vires / Superior a Roma!)
  
Estilo
Puccini claramente ocupou um lugar na tradição popular de Verdi, o seu estilo de orquestração mostrava a forte influência de Wagner, com ligações específicas de timbres orquestrais para diferentes momentos dramáticos. A música de Puccini era baseada nas tradicionais melodias diatónicas das óperas italianas da época, influências que podem ser ouvidas em músicas de Igor Stravinsky e no impressionismo. Ele foi descrito pela Encyclopædia Britannica como "Um artista típico de fim de século".
As estruturas dos trabalhos de Puccini são também notáveis. Embora seja, de certa forma, possível dividir as suas óperas em árias ou números (como as de Verdi), as suas partituras são geralmente compostas apresentando um forte sentido de fluxo contínuo e conectividade, talvez sendo esse outro sinal da influência de Wagner. Como o alemão, Puccini usou leitmotivs para conotar as características e sentimentos. Isso é mais aparente em Tosca, onde os três acordes que iniciam a ópera são usados em toda obra para anunciar Scarpia; o descendente motivo de bronze está ligado ao regime repressivo que governou Roma no cenário da ópera e mais claramente a Angelotti, uma das vítimas do regime; o arpejo da harpa que figura a aparição da entrada de Tosca e a ária Vissi d'arte simbolizando o fervor religioso de Tosca; o clarinete ascendente-descendente indica o sofrimento de Mario por ser condenado e pelo seu amor por Tosca. Ao contrário de Wagner, os motivos de Puccini são, em alguns casos, estáticos, eles têm a intenção de direcionar a atenção do público para uma ideia particular. No entanto, ao longo de suas óperas, por exemplo o amor em La Bohème, as melodias desenvolvem-se para sinalizar uma mudança de personagem.
Outra qualidade distintiva nas obras de Puccini é o uso da voz no estilo da fala, ou seja, canto parlando; personagens cantam frases curtas, um após o outro, como se estivessem numa conversa. Puccini é também celebrado pelo seu dom melódico e muitas das suas melodias são memoráveis e populares. As suas mais simples melodias são compostas de sequências de escala, por exemplo, Quando m'en vo (Valsa de Musetta) de La Bohème e E lucevan le stelle de Tosca.
As óperas de Puccini incluem vários temas, um dos mais comuns incluem as heroínas, que são "dedicadas de corpo e alma ao seus amantes"; um fim trágico muitas vezes. Exemplos de líderes mulheres que morreram em suas óperas incluem Cio-Ci San em Madame Butterfly, Mimi em La Bohème e Tosca. De acordo com a Encyclopædia Britannica: "combina compaixão e piedade por suas heroínas com um forte traço de sadismo". Além disso, excepcionalmente para óperas escritas por compositores italianos, até essa altura, muitas das óperas de Puccini estão definidas fora da Itália, como no Japão, prospeção de ouro na Califórnia, Paris e Riviera e ainda na China.
  
Música
Embora Puccini seja conhecido por suas óperas, ele também escreveu algumas peças orquestrais, música sacra, música de câmara e canções para voz e piano.

Óperas
  • Le Villi, libretto de Ferdinando Fontana (em um ato - estreada no Teatro Dal Verme, 31 de maio de 1884)
  • segunda versão (em dois atos - estreada no Teatro Regio de Torino, 26 de dezembro de 1884)
  • terceira versão (em dois atos - estreada no Teatro alla Scala, 24 de janeiro de 1885)
  • quarta versão (em dois atos - estreada no Teatro dal Verme, 7 de novembro de 1889)
  • Edgar, libretto de Ferdinando Fontana (em quatro atos - estreada no La Scala, 21 de abril de 1889)
  • segunda versão (em quatro atos - estreada no Teatro del Giglio, 5 de setembro de 1891)
  • terceira versão (em três atos - estreada no Teatro Comunale, 28 de janeiro de 1892)
  • quarta versão (em três atos - estreada no Teatro Colón, 8 de julho de 1905)
  • Manon Lescaut, libretto de Luigi Illica, Marco Praga e Domenico Oliva (estreada no Teatro Regio, 1 de fevereiro de 1893)
  • segunda versão (estreada no Teatro Coccia, 21 de dezembro de 1983)
  • La Bohème', libretto de Luigi Illica e Giuseppe Giacosa (estreada no Teatro Regio, 1 de fevereiro de 1896)
  • Tosca, libretto de Luigi Illica e Giuseppe Giacosa (estreada no Teatro Costanzi, 14 de janeiro de 1900)
  • Madame Butterfly, libretto de Luigi Illica e Giuseppe Giacosa (em dois atos - estreada no La Scala, 17 de fevereiro de 1904)
  • segunda versão (em dois atos - estreada no Teatro Grande di Brescia, 28 de maio de 1904)
  • terceira versão (estreada no Covent Garden, 10 de julho de 1905)
  • quarta versão (estreada no Opéra-Comique, 28 de dezembro de 1906)
  • quinta versão (estreada no Teatro Carcano, 9 de dezembro de 1920)
  • La fanciulla del West, libretto de Guelfo Civinini e Carlo Zangarini (estreada no Metropolitan Opera House, 10 de dezembro de 1910)
  • segunda versão (estreada no La Scala, 29 de dezembro de 1912)
  • La rondine, libretto de Giuseppe Adami (estreado na Ópera de Monte Carlo, 27 de março de 1917)
  • segunda versão (estreada no Ópera de Monte Carlo, 10 de abril de 1920)
  • terceira versão (estreada no Teatro Verdi, 11 de abril de 1924 e Teatro Regio em 22 de março de 1994)
  • Il trittico (estreada no Metropolitan Opera, 14 de dezembro de 1918)
  • Il tabarro, libretto de Giuseppe Adami
  • Suor Angelica, libretto de Giovacchino Forzano
  • Gianni Schicchi, libretto de Giovacchino Forzano
  • Turandot, libretto de Renato Simioni e Giuseppe Adami (estreada no La Scala, a 25 de abril de 1926) 
Outros trabalhos
  • A te (1875)
  • Preludio para orquestra (1876)
  • Plaudite populi (Lucca, 1877)
  • Credo (Lucca, 1878)
  • Vexilla Regis (1878)
  • Missa a Quatro Vozes com Orquestra (Lucca, 1880)
  • Adagio in A major (1881)
  • Largo Adagetto em F maior (1881–83)
  • Salve del ciel Regina (1882)
  • Mentìa l’avviso (1882)
  • Preludio Sinfónico em A maior (Milão, 1882)
  • Fugues (1883)
  • Scherzo em D (1883)
  • Storiella d’amore (1883)
  • Capriccio Sinfonico (Milão, 1883)
  • Sole ed amore (1888)
  • Crisantemi (1890)
  • Minuetto n.1 (1892)
  • Minuetto n.2 (1892)
  • Minuetto n.3 (1892)
  • Piccolo valzer (1894)
  • Avanti Urania! (1896)
  • Scossa elettrica (1896)
  • Inno a Diana (1897)
  • E l'uccellino (1899)
  • Terra e mare (1902)
  • Canto d’anime (1904)
  • Requiem (1905)
  • Casa mia, casa mia (1908)
  • Sogno d'or (1913)
  • Pezzo per pianoforte (1916)
  • Morire? (1917)
  • Inno a Roma (1 de junho de 1919)
  
   

domingo, dezembro 02, 2018

Callas nasceu há 95 anos!

 
Maria Callas (Nova Iorque, 2 de dezembro de 1923 - Paris, 16 de setembro de 1977) foi uma cantora lírica americana de ascendência grega, considerada a maior celebridade da Ópera no século XX e a maior soprano e cantora de todos os tempos. Apesar de também famosa pela sua vida pessoal, o seu legado mais duradouro deve-se ao impulso a um novo estilo de atuação nas produções operáticas, à raridade e diferença do seu tipo de voz e ao resgate de óperas há muito esquecidas do bel canto, estreladas por ela.
  
Biografia
Nascida Maria Cecilia Sofia Anna Kalogeropoulou, Callas era filha de imigrantes gregos e, devido a dificuldades económicas, teve que regressar à Grécia com a sua mãe, em 1937. Estudou canto no Conservatório de Atenas, com a soprano coloratura Elvira de Hidalgo.
Existem diferentes versões sobre a sua estreia. Alguns situam-na em 1937, como Santuzza, numa montagem estudantil da Cavalleria Rusticana, de Mascagni; outros, na Tosca (Puccini), de 1941, na Ópera de Atenas. De todo modo, o seu primeiro papel na Itália teve lugar em 1947, na Arena de Verona, com a ópera La Gioconda, de Ponchielli, sob a direção de Tullio Serafin, que logo se tornaria seu "mentor".
Callas começou a despontar no cenário lírico em 1948, com uma interpretação bastante notável para a protagonista da ópera Norma, de Bellini, em Florença. Todavia, sua carreira só viria a projetar-se à escala mundial no ano seguinte, quando a cantora surpreendeu crítica e público ao alternar, na mesma semana, récitas de I Puritani, de Bellini, e Die Walküre, de Wagner. Ela preparara o papel de Elvira para a primeira ópera em apenas dois dias, a convite de Serafin, para substituir quem realmente faria aquele papel. Para se ter ideia do seu feito, é o mesmo que pedir para Birgit Nilsson, famosa soprano dramático para cantar Violetta em La Traviata, e como Callas não teve tempo para aprender o libretto completo, apenas a música, tanto que o ponto lhe soprou o texto.
A partir dos anos 1950, Callas começou a apresentar-se regularmente nas mais importantes casas de espetáculo dedicadas à ópera, tais como La Scala, Covent Garden e Metropolitan. São os seus anos áureos e, ao lado de sua fama como cantora internacional, também vai sua fama de temperamental, muitas vezes excessivamente por causa do seu perfecionismo. Famosa foi a sua rivalidade com Renata Tebaldi e as disputas públicas, através de declarações para jornais, que várias vezes lhe renderam a primeira página, assim como seus triunfos operáticos. Era uma figura extremamente pública e contribuiu para reacender o estrelato da ópera e dos seus intérpretes. Alguns críticos inclusive afirmam que até nas gravadoras havia uma divisão, para acirrar as disputas entre Callas e Tebaldi, e para influenciar as comparações entre gravações feitas por Tebaldi ao lado do tenor Del Monaco, e Callas ao lado de Di Stefano. A sua voz começou a apresentar sinais de declínio no final dessa década, e a cantora diminuiu consideravelmente as suas participações em montagens de óperas completas, limitando sua carreira a recitais e noites de gala e terminando por abandonar os palcos em 1965. O seu abandono deveu-se em grande parte ao desequilíbrio emocional da cantora, que ao conhecer o magnata grego Aristóteles Onassis, dedica-se integralmente ao seu amado, afirmando ter começado ali sua vida de verdade. Foi quando ela parou de ensaiar, adiou e cancelou apresentações, se tornou figura constante em noites de festa, bebendo inclusive, coisas que contribuíram para o declínio de sua voz e o fim da carreira. Em 1964, encorajada pelo cineasta italiano Franco Zefirelli, volta aos palcos em sua maior criação, Tosca, no Convent Garden, tendo como seu parceiro o amigo de longa data Tito Gobbi. Essa versão da Tosca está disponível em DVD (apenas o segundo ato) e em CD (completa) e entrou para a história do mundo operático. A sua última apresentação em uma ópera completa foi como Norma, em Paris, no ano de 1965, e, devido à sua saúde vocal debilitada, não aguentou até ao fim, desmaiando ao cair da cortina no fim da terceira parte.
No início dos anos 1970, passou a dedicar-se ao ensino de música na Juilliard School. Em 1974, entretanto, retornou aos palcos para realizar uma série de concertos pela Europa, Estados Unidos e Extremo Oriente ao lado do tenor Giuseppe di Stefano. Com sucesso no público, o programa foi todavia massacrado pela crítica especializada. A voz já não era a mesma, mas o que mantinha o público firme nas apresentações era o amor. A sua atuação foi prejudicada, pois uma vez que tinha que fazer muito mais esforço para manter a afinação, a entrega à interpretação não foi tão subtil como no passado.
Cantou em público pela última vez, a 11 de novembro de 1974, no Japão.
Onassis, então casado com Mrs. Kennedy, tem sérios problemas de saúde e vem a falecer. Callas começa agora um período de isolamento e, afastada do mundo, passa a viver na Avenue Georges Mandel, em Paris, com a companhia da governanta, Bruna, e do motorista, Ferruccio. Um possível regresso é ensaiado e preparada pelo cineasta Franco Zefirelli, mas Callas não tem mais a segurança do passado, pois faltava-lhe a vontade. Tenta realmente outras funções, como professora, diretora artística, mestre de coral, mas nada a satisfazia. Não sabia sequer como deslocar um coro. Começa a impor exigências absurdas para que aconteçam as apresentações. Essa é agora sua maneira de dizer não, exigindo o impossível. Uma gravação da Traviata, com o tenor em ascensão Luciano Pavarotti é estudada, mas o projeto logo é abandonado por Maria. Amigos ainda a visitam com frequência. Giulini (maestro), o crítico John Ardoin, mas Callas ja está "morta" há muito tempo, e, em 16 de setembro de 1977, ela simplesmente deixa de existir, pouco antes de completar 54 anos, no seu apartamento em Paris, por causa de um ataque cardíaco.
As suas cinzas foram atiradas ao Mar Egeu, como era a sua vontade.
   
Vida pessoal
Maria Callas foi a mais controversa e possivelmente a mais dedicada intérprete lírica. Com uma voz de considerável alcance, Callas encantou nos teatros mundiais de maior destaque. Esta intérprete, senhora de raros dotes vocais e interpretativos, revolucionou o mundo da Ópera, trazendo-a novamente às origens. Para Maria Callas a expressão vocal era primordial, em detrimento dos exageros vocais injustificados - tudo na Ópera tem que fazer sentido visando a dar ao público algo que o mova, algo credível.
Esta foi a mais destacada e famosa cantora lírica, e fez jus à sua fama, pois interpretou várias dezenas de Óperas de diversíssimos estilos. Callas perpetuou-se em papéis como Medea, Norma, Tosca, Violetta, Lucia, Gioconda, Amina, entre outros, continuando, nestes papéis, a não existir nenhuma artista que lhe faça sombra.
Um dos aspectos que certamente contribuiu para a lenda que se formou em torno de Maria Callas diz respeito à sua conturbada vida pessoal. Dona de um temperamento forte, que parecia a correlação perfeita para a intensa carga dramática com que costumava abordar as suas personagens no palco, tornou-se famosa por indispor-se com maestros e colegas em nome de suas crenças estéticas.
Em 1958, após ter abandonado uma récita de Norma na Ópera de Roma doente, foi fortemente atacada pela imprensa italiana, que julgou que a soprano queria ofender o presidente italiano, presente na plateia. O escândalo comprometeu sua carreira na Itália e, no mesmo ano, ela entrou em disputa com Antonio Ghiringhelli, dirigente do La Scala, que não mais a queria no teatro. Somente voltou a apresentar-se no La Scala em 1960, na ópera Poliuto de Donizetti; ainda em 1958, foi sumariamente demitida do Metropolitan por Rudolf Bing, que desejava que ela alternasse apresentações de La Traviata e Macbeth, óperas de Verdi com exigências vocais muito distintas para a soprano. À exigência de Bing, Callas, numa réplica célebre, respondeu que a sua voz não era um elevador.
Em 1959, rompeu um casamento de dez anos com seu empresário, G. B. Meneghini, muito mais velho do que ela. Manteve, em seguida, uma tórrida relação com o milionário grego Aristoteles Onassis, com quem não foi feliz e que rendeu variado material para jornais tablóides sensacionalistas.
Trabalhava intensamente e em mais de uma ocasião subiu aos palcos contra a recomendação dos seus médicos. Com uma forte constipação, escapou em 2 de janeiro de 1958 da Ópera de Roma pela porta dos fundos após um primeiro ato sofrível de Norma, de Bellini, em uma récita prestigiada pelo então presidente da Itália, Giovanni Gronchi, o que gerou o escândalo acima referido. Em 29 de maio de 1965, ao concluir a primeira cena do segundo ato de Norma, Callas desfaleceu e a apresentação foi interrompida. Depois disso, ela só cantaria em ópera mais uma vez, numa última apresentação de Tosca no Covent Garden de Londres, ao lado de Tito Gobbi.
Poucos sopranos podem rivalizar com Callas no que diz respeito à capacidade de despertar reações intensas entre seus admiradores e detratores. Elevada à categoria de "mito" e conhecida mesmo fora do círculo de amantes de ópera, ela criou em torno de si uma legião de entusiastas capazes de defender a todo custo os méritos da cantora. Apesar da mútua amizade, as disputas entre seus fãs e os de Renata Tebaldi tornaram-se célebres, chegando mesmo em alguns casos às vias de facto.
   
Características
Callas possuía uma voz poderosa, com uma amplitude fora do comum. Isto permitia à cantora abordar papéis desde o alcance de uma mezzo-soprano até o de uma soprano coloratura. Com domínio perfeito das técnicas do canto lírico, possuía um repertório incrivelmente versátil, que incluía obras do bel canto (Lucia di Lammermoor, Anna Bolena, Norma), de Verdi (Un ballo in maschera, Macbeth, (La Traviata) e do verismo italiano (Tosca), e até mesmo Wagner (Tristan und Isolde, Die Walküre).
Apesar destas características, Callas entrou para a história da ópera por suas inigualáveis habilidades cénicas. Levando à perfeição a habilidade de alterar a "cor" da voz com o objetivo de expressar emoções, e explorando cada oportunidade de representar no palco as minúcias psicológicas de suas personagens, Callas mostrou que era possível imprimir dramatismo mesmo em papéis que exigiam grande virtuosismo vocal por parte do intérprete - o que usualmente significava, entre as grandes divas da época, privilegiar o canto em detrimento da cena.
Muitos consideram que seu estilo de interpretação imprimiu uma revolução sem precedentes na ópera. Segundo este ponto de vista, Callas seria tributária da importância que assumiram contemporaneamente os aspectos cénicos das montagens. Em particular, é claramente perceptível desde a segunda metade do século XX uma tendência entre os cantores em favor da valorização de sua formação dramática e de sua figura cénica - que se traduz, por exemplo, na constante preocupação em manter a forma física. Em última análise, esta tendência foi responsável pelo surgimento de toda uma geração de sopranos que, graças às suas habilidades de palco, poderiam ser considerados legítimos herdeiros de Callas, tais como Joan Sutherland ou Renata Scotto.