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sexta-feira, fevereiro 03, 2012
O Bispo e Prémio Nobel Ximenes Belo nasceu há 64 anos
Carlos Filipe Ximenes Belo (Uailacama, Baucau, Timor-Leste, 3 de fevereiro de 1948) é um bispo católico timorense que, em conjunto com José Ramos-Horta, foi agraciado com o Nobel da Paz de 1996, pelo seu trabalho "em prol de uma solução justa e pacífica para o conflito em Timor-Leste".
Biografia
Quinto filho de Domingos Vaz Filipe e de Ermelinda Baptista Filipe,
Carlos Filipe Ximenes Belo nasceu na aldeia de Uailacama, concelho (hoje
distrito) de Baucau, na costa norte do então Timor Português.
O seu pai, professor primário, faleceu quando o jovem Carlos Filipe
tinha apenas dois anos de idade. Os anos de infância foram passados nas
escolas católicas de Baucau e Ossu, antes de ingressar no seminário de Daré, nos arredores de Díli, formando-se em 1968. Exceptuando um pequeno período entre 1974 e 1976 (quando esteve em Timor e em Macau) entre 1969 e 1981, Ximenes Belo repartiu o seu tempo entre Portugal e Roma, onde se tornou membro da congregação dos Salesianos e estudou filosofia e teologia antes de ser ordenado padre em 1980.
De regresso a Timor-Leste em Julho de 1981, Ximenes Belo esteve ligado ao Colégio Salesiano de Fatumaca, onde foi professor e director. Quando em 1983 se reformou Martinho da Costa Lopes, Carlos Filipe Ximenes Belo foi nomeado administrador apostólico da diocese de Díli, tornando-se chefe da igreja em Timor-Leste, respondendo exclusivamente perante o papa. Em 1988, em Lorium, Itália, foi consagrado como bispo.
A nomeação de Ximenes Belo foi do agrado do núncio apostólico em Jacarta e dos próprios líderes indonésios
pela sua aparente submissão. No entanto, cinco meses bastaram para que,
num sermão na sé catedral, Ximenes Belo tecesse veementes protestos
contra as brutalidades do massacre de Craras em 1983, perpetrado pela Indonésia.
Nos dias de ocupação, a igreja era a única instituição capaz de
comunicar com o mundo exterior, o que levou Ximenes Belo a enviar
sucessivas cartas a personalidades em todo o mundo, tentando vencer o
isolamento imposto pelos indonésios e o desinteresse de grande parte da comunidade internacional.
Em Fevereiro de 1989 Ximenes Belo escreveu ao presidente de Portugal, Mário Soares, ao papa João Paulo II e ao secretário-geral das Nações Unidas, Javier Pérez de Cuellar, reclamando por um referendo sob os auspícios da ONU sobre o futuro de Timor-Leste
e pela ajuda internacional ao povo timorense que estava "a morrer como
povo e como nação". No entanto, quando a carta dirigida à ONU
se tornou pública em Abril, Ximenes Belo tornou-se uma figura pouco
querida pelas autoridades indonésias. Esta situação veio a piorar ainda
mais quando o bispo deu abrigo na sua própria casa a jovens que tinham
escapado ao massacre de Santa Cruz (1991) e denunciou os números das
vítimas mortais.
A sua obra corajosa em prol dos timorenses e em busca da paz e da
reconciliação foi internacionalmente reconhecida quando, em conjunto com
José Ramos-Horta, lhe foi entregue o Nobel da Paz em Dezembro de 1996. Na sequência deste reconhecimento, Ximenes Belo teve oportunidade de se reunir com Bill Clinton dos Estados Unidos e Nelson Mandela da África do Sul.
Após a independência de Timor-Leste, a 20 de Maio de 2002, a saúde do bispo começou a esmorecer perante a pressão dos acontecimentos que tinha vivido. O papa João Paulo II aceitou a sua demissão como administrador apostólico de Díli em 26 de Novembro de 2002. Após se ter retirado, Ximenes Belo viajou para Portugal para receber tratamento médico. No início de 2004, houve numerosos pedidos para que se candidatasse à presidência da república de Timor-Leste. No entanto, em Maio de 2004 declarou à televisão estatal portuguesa RTP que não autorizaria que o seu nome fosse considerado para nomeação. "Decidi deixar a política para os políticos" - afirmou.
Com a saúde restabelecida, em meados de 2004 Ximenes Belo aceitou a ordem da Santa Sé para fazer trabalho de missionação na diocese de Maputo, como membro da congregação dos Salesianos em Moçambique.
D. Ximenes Belo é «Doutor Honoris Causa» pela Universidade do Porto,
por proposta da respectiva Faculdade de Letras (investido em Outubro de
2000, juntamente com Xanana Gusmão e José Ramos-Horta). Em 21 de
fevereiro recebeu o "Prémio Personalidade Lusófona do Ano", concedido
pelo MIL: Movimento Internacional Lusófono.
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Marcadores: bispo, Dili, Igreja Católica, independência, Massacre de Santa Cruz, paz, Prémio Nobel, Salesianos, Timor-Leste
segunda-feira, dezembro 26, 2011
Ramos-Horta faz hoje 62 anos
José Manuel Ramos-Horta (Díli, 26 de dezembro de 1949) é um político e jurista timorense, actual presidente de seu país, tendo assumido o cargo em 20 de maio de 2007, após disrupções civis originárias em problemas étnicos. Foi previamente o Ministro de Negócios Estrangeiros de Timor-Leste desde a independência em 2002. Antes disto foi o porta-voz da resistência timorense no exílio durante a ocupação indonésia entre 1975 e 1999.
Nascido de mãe timorense e pai português (exilado em Timor), foi educado numa missão católica em Soibada. Devido à actividade política pró-independência, esteve exilado por um ano (1970-1971) durante a época colonial, em Moçambique.
Considerado como moderado, ocupa o cargo de Ministro das Relações Exteriores no governo autoproclamado em 28 de novembro de 1975, apenas com 25 anos de idade. Deixou Timor-Leste apenas três dias antes da invasão indonésia, em viagem até Nova Iorque para apresentar às Nações Unidas
o caso timorense. Aí expõe a violência perpetrada pela Indonésia na
ocupação do território, tornando-se o representante permanente da Fretilin na ONU nos anos seguintes.
Em dezembro de 1996, José Ramos-Horta partilha o Nobel da Paz com o compatriota bispo Carlos Filipe Ximenes Belo. O Comité Nobel laureou-os pelo contínuo esforço para terminar com a opressão vigente em Timor-Leste, esperando que o
prémio despolete o encontro de uma solução diplomática para o conflito
em Timor-Leste com base no direito dos povos à autodeterminação.
José Ramos Horta estudou Direito Internacional na Academia de Direito Internacional da Haia, nos Países Baixos (1983) e na Universidade de Antioch (Estados Unidos)
onde completou o mestrado em Estudos da Paz (1984), bem como uma série
de outros cursos de pós-graduação sobre a temática do Direito
Internacional e da Paz. Em outubro de 2000 foi investido, juntamente com
D. Ximenes Belo e Xanana Gusmão, como doutor Honoris Causa pela
Universidade do Porto (por proposta da respetiva Faculdade de Letras).
Em 2003, José Ramos Horta apoiou a invasão do Iraque pelas tropas anglo-norte-americanas, criticando o regime ditatorial de Saddam Hussein e a Al Qaeda, lembrando que Osama bin Laden tinha justificado o ataque terrorista de Bali
entre outros argumentos com o facto de Timor-Leste ter sido
supostamente vítima de ataques contra o Islão pelos países ocidentais (a
Indonésia tem a maior população islâmica no mundo).
No fim de Junho de 2006, renunciou ao cargo de Ministro de Negócios Estrangeiros e da Defesa ao saber que o questionado primeiro-ministro Mari Alkatiri permaneceria no cargo.
Após a crise que culminou na renúncia de Alkatiri, assumiu em 8 de julho de 2006 o cargo de primeiro-ministro, junto com Estanislau da Silva como vice-primeiro-ministro e Rui Araújo como segundo vice-primeiro-ministro.
José Ramos-Horta era apontado pela imprensa portuguesa como um dos sucessores de Kofi Annan no cargo de secretário-geral da ONU. Ramos-Horta não confirmou o seu interesse no cargo, mas também não excluiu a hipótese.
Na segunda volta das eleições de 9 de maio de 2007, Ramos-Horta foi eleito Presidente da República de Timor-Leste, em disputa com Francisco Guterres Lu Olo, sucedendo a Xanana Gusmão no cargo.
Na manhã de 11 de Fevereiro de 2008
foi alvejado no estômago, durante um ataque armado à sua casa. O ataque
foi perpetrado pelo grupo dissidente das forças armadas liderado pelo
major Alfredo Reinado, que foi morto no ataque.
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Postado por Fernando Martins às 18:04 0 bocas
Marcadores: dignidade, Dili, direitos humanos, Igreja Católica, independência, Indonésia, Islão, paz, Prémio Nobel, Presidente da República, primeiro-ministro, Timor-Leste, Xanana Gusmão, Ximenes Belo
sábado, novembro 12, 2011
O Massacre de Santa Cruz foi há 20 anos
(imagens daqui)
The Santa Cruz massacre (also known as the Dili massacre) was the shooting of East Timorese pro-independence demonstrators in the Santa Cruz cemetery in the capital, Dili, on 12 November 1991, during the Indonesian occupation of East Timor.
In October 1991 a delegation to East Timor consisting of members from the Portuguese Parliament and twelve journalists was planned during a visit from UN Special Rapporteur for Human Rights on Torture, Pieter Kooijmans. The Indonesian Government objected to the inclusion in the delegation of Jill Jolliffe, an Australian journalist whom it regarded as supportive of the Fretilin independence movement, and Portugal subsequently canceled the delegation. The cancellation demoralised independence activists in East Timor, who had hoped to use the visit to raise the international profile of their cause. Tensions between Indonesian authorities and East Timorese youths rose in the days after Portugal's cancellation. On 28 October, Indonesian troops had located a group of resistance members in Dili's Motael Church. A confrontation ensued between pro-integration activists and those in the church; when it was over, one man on each side was dead. Sebastião Gomes, a supporter of independence for East Timor, was taken out of the church and shot by Indonesian troops, and integration activist Afonso Henriques was stabbed and killed during the fight.
A number of foreigners had come to East Timor to observe the Portuguese delegation, including independent US journalists Amy Goodman and Allan Nairn, and British cameraman Max Stahl. They attended a memorial service for Gomes on 12 November, during which several thousand men, women, and children walked from the Motael Church to the nearby Santa Cruz cemetery. Along the way, members of the group pulled out protest banners and East Timorese flags, chanted slogans, and taunted Indonesian soldiers and police officers. Organizers of the protest maintained order during the protest; although it was loud, the crowd was peaceful and orderly, by most accounts. It was the largest and most visible demonstration against the Indonesian occupation since 1975.
During a brief confrontation between Indonesian troops and protesters, Major Gerhan Lantara was stabbed. Stahl claims Lantara had attacked a girl carrying the flag of East Timor, and FRETILIN activist Constâncio Pinto reports eyewitness accounts of beatings from Indonesian soldiers and police. When the procession reached the cemetery, the leading section of the procession entered the cemetery while many continued their protests before the cemetery wall, waving flags and chanting pro-independence slogans. Indonesian troops had been standing by during this time, then a new group of 200 Indonesian soldiers appeared and began shooting. Fleeing people ran through the main entrance and deeper into the cemetery and were pursued by the soldiers.
The massacre was witnessed by two American journalists - Amy Goodman and Allan Nairn (who were also attacked) - and caught on videotape by Max Stahl, who was filming undercover for Yorkshire Television. As Stahl filmed the massacre, Goodman and Nairn tried to "serve as a shield for the Timorese" by standing between them and the Indonesian soldiers. The soldiers began beating Goodman, and when Nairn moved to protect her, they beat him with their weapons, fracturing his skull. The camera crew managed to smuggle the video footage to Australia. They gave it to Saskia Kouwenberg, a Dutch journalist to prevent it being seized and confiscated by Australian authorities, who subjected the camera crew to a strip-search when they arrived in Darwin, having been tipped off by Indonesia. The video footage was used in the First Tuesday documentary In Cold Blood: The Massacre of East Timor, shown on ITV in the UK in January 1992, as well as numerous other, more recent documentaries. Stahl's footage, combined with the testimony of Nairn and Goodman and others, caused outrage around the world.
At least 250 East Timorese were killed in the massacre. One of the dead was a New Zealander, Kamal Bamadhaj, a political science student and human rights activist based in Australia. Although Indonesian authorities described the incident as a spontaneous reaction to violence from the protesters or a "misunderstanding", two factors cast doubt on their characterization. One was the documented history of mass violence committed by Indonesian troops in places such as Quelicai, Lacluta, and Kraras. The other factor was a series of statements from politicians and officers in Indonesia, justifying the military's violence. Try Sutrisno, Commander-in-Chief of the Indonesian forces, said two days after the massacre: "The army cannot be underestimated. Finally we had to shoot them. Delinquents like these agitators must be shot, and they will be...
In response to the massacre, activists around the world organized in solidarity with the East Timorese. Although a small network of individuals and groups had been working for human rights and self-determination in East Timor since the occupation began, their activity took on a new urgency after the 1991 massacre. TAPOL, a British organization formed in 1973 to advocate for democracy in Indonesia, increased its work around East Timor. In the United States, the East Timor Action Network was founded and soon had chapters in ten cities around the country. Other solidarity groups appeared in Portugal, Australia, Japan, Germany, Malaysia, Ireland, and Brazil.
The television pictures of the massacre were shown worldwide, causing the Indonesian government considerable embarrassment. The coverage was a vivid example of how growth of new media in Indonesia was making it increasingly difficult for the "New Order" to control information flow in and out of Indonesia, and that in the post-Cold War 1990s, the government was coming under increasing international scrutiny. Copies of the Santa Cruz footage were distributed back into Indonesia allowing more Indonesians to see the actions of their government uncensored. A number of pro-democracy student groups and their magazines began to openly and critically discuss not just East Timor, but also the "New Order" and the broader history and future of Indonesia.
The US Congress voted to cut off funding for IMET training of Indonesian military personnel. However, arms sales continued from the US to the Indonesian National Armed Forces. President Clinton cut off all US military ties with the Indonesian military in 1999.
The massacre prompted the Portuguese government to increase its diplomatic campaign. Portugal unsuccessfully tried to apply international pressure by raising the issue with its fellow European Union members in their dealings with Indonesia. However, other EU countries like the UK had close economic relations with Indonesia, including arms sales, and were reluctant to jeopardise these.
In Australia, there was criticism of the federal government's recognition of Jakarta's sovereignty over East Timor. The government had been promoting increased ties with the Indonesian military at the time of the massacre, but in 1999 would cut off military ties in response to the violence after that year's independence referendum. Australian foreign minister Gareth Evans, described the killings as 'an aberration, not an act of state policy'.
Commemorated as a public holiday in now independent East Timor, 12 November is remembered by the East Timorese as one of the bloodiest days in their history, one which drew international attention to their fight for independence.
in Wikipédia
Postado por Pedro Luna às 00:20 0 bocas
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