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terça-feira, dezembro 18, 2018

Paul Klee nasceu há 139 anos

Paul Klee (Münchenbuchsee, 18 de dezembro de 1879 - Muralto, 29 de junho de 1940) foi um pintor e poeta suíço naturalizado alemão. O seu estilo, fortemente individual, foi influenciado por várias tendências artísticas diferentes, incluindo o expressionismo, cubismo e surrealismo. Ele foi um estudante do orientalismo. Klee era um desenhador nato, que realizou experiências e, consequentemente, dominou a teoria das cores, assunto sobre o qual ele escreveu extensivamente. As suas obras refletem o seu humor seco e, às vezes, a sua perspectiva infantil, os seus ânimos e as suas crenças pessoais, e a sua musicalidade. Ele e o seu amigo, o pintor russo Wassily Kandinsky, também eram famosos por darem aulas na escola de arte e arquitetura Bauhaus.
Angelus novus, 1920
  

sexta-feira, maio 18, 2018

Walter Gropius, o fundador da Bauhaus, nasceu há 135 anos

Walter Gropius (Berlim, 18 de maio de 1883 - Boston, 5 de julho de 1969) foi um arquiteto alemão.
É considerado um dos principais nomes da arquitetura do século XX, tendo sido fundador da Bauhaus, escola que foi um marco no design, arquitetura e arte moderna e diretor do curso de arquitetura da Universidade de Harvard. Gropius iniciou a sua carreira na Alemanha, o seu país natal, mas com a ascensão ao poder dos nazis, na década de 30, emigrou para os Estados Unidos e lá desenvolveu a maior parte de sua obra.
 
A sede da Bauhaus, em Dessau, projetada por Walter Gropius
 

terça-feira, julho 11, 2017

Peter Murphy, o vocalista da banda de rock gótico Bauhaus, faz hoje 60 anos

Peter John Joseph Murphy (Northampton, 11 de julho de 1957) é vocalista da banda de rock gótico Bauhaus, tendo também grande percurso a solo com vários êxitos.

Mais conhecido como mítico líder dos Bauhaus, banda post punk de enorme sucesso no início dos anos 80. Murphy ao fim de cinco anos dos Bauhaus abandona a banda e esta fica inactiva. Em 1984 Peter Murphy entra num projecto chamado Dali's Car, com Mick Karn, ex-membro dos Japan, que não obteve grande sucesso. É então aí que Peter Murphy decide lançar a sua carreira a solo, afastando-se do estilo musical dos Bauhaus, e entrando num estilo mais rock que fez com que este ganhasse outro tipo de apreciadores.
A carreira solo de Peter Murphy começa com uma versão de Final Solution, canção do grupo experimental Pere Ubu. Os seus primeiros êxitos são as canções "Indigo Eyes" e "Dragnet Drag", ambas extraídas do seu segundo álbum "Love Hysteria", lançado em 1988, porém o seu apogeu surge em 1990 com os singles "Strange Kind of Love", "Cuts You Up" extraído álbum "Deep". Em 1995 Murphy teve outro álbum de grande sucesso, Cascade com singles como "Scarlet Thing In You" e "I´ll Fall Wiht Your Knife"
Em 1998 Peter Murphy fez uma turné de aniversário dos 20 anos dos Bauhaus.
Em 2006, Peter Murphy fez uma turné com os Nine Inch Nails, chegando a cantar diversas músicas do NIN como Reptile e Head Like a Hole. Ocorrem diversas apresentações "Bauhaus/Nine Inch Nails", misturando canções de ambos os grupos (além de canções dos Pere Ubu e TV On The Radio).
Em 2008, sem lançamentos de Bauhaus há 25 anos, é editado Go Away White. Com este lançamento, Murphy e os restantes elementos Bauhaus, garantem ser o derradeiro da final da banda.


sexta-feira, dezembro 16, 2016

Kandinsky nasceu há 150 anos

Wassily Kandinsky (Moscovo, 16 de dezembro de 1866 - 4 de dezembro no calendário juliano então em vigor na Rússia - Neuilly-sur-Seine, 14 de dezembro de 1944) foi um artista russo, professor da Bauhaus e introdutor da abstração no campo das artes visuais. Apesar da origem russa, adquiriu a nacionalidade alemã em 1928 e a francesa em 1939.
 
Fuga, Kandinsky, 1914, óleo sobre tela

sexta-feira, dezembro 18, 2015

Paul Klee nasceu há 136 anos

Paul Klee (Münchenbuchsee, 18 de dezembro de 1879 - Muralto, 29 de junho de 1940) foi um pintor e poeta suíço naturalizado alemão. O seu estilo, grandemente individual, foi influenciado por várias tendências artísticas diferentes, incluindo o expressionismo, cubismo, e surrealismo. Ele foi ainda um estudante do orientalismo. Klee era um desenhador nato que realizou experiências e dominou a teoria das cores, sobre a qual escreveu extensivamente. As suas obras refletem o seu humor seco e, às vezes, a sua perspectiva infantil, os seus ânimos e crenças pessoais e a sua musicalidade. Ele e o pintor russo Wassily Kandinsky, seu amigo, também eram conhecidos por darem aulas na Bauhaus, a famosa escola alemã de arte e arquitetura.

Polyphonie,1932

segunda-feira, junho 29, 2015

Paul Klee morreu há 75 anos

Paul Klee (Münchenbuchsee, 18 de dezembro de 1879 - Muralto, 29 de junho de 1940) foi um pintor e poeta suíço naturalizado alemão. O seu estilo, fortemente individualista, foi influenciado por várias tendências artísticas diferentes, incluindo o expressionismo, cubismo e surrealismo. Ele foi um estudante do orientalismo e um desenhador nato, que realizou experiências e dominou a teoria das cores, assunto sobre o qual escreveu extensivamente. As suas obras refletem o seu humor seco e, às vezes, a sua perspectiva infantil, os seus ânimos e suas crenças pessoais, e a sua musicalidade. Ele e o pintor russo Wassily Kandinsky, seu amigo, também eram famosos por terem dado aulas na escola de arte e arquitetura Bauhaus.


Angelus novus, 1920

quinta-feira, dezembro 18, 2014

Paul Klee nasceu há 135 anos

Paul Klee (Münchenbuchsee, 18 de dezembro de 1879 - Muralto, 29 de junho de 1940) foi um pintor e poeta suíço naturalizado alemão. O seu estilo, grandemente individual, foi influenciado por várias tendências artísticas diferentes, incluindo o expressionismo, cubismo, e surrealismo. Ele foi um estudante do orientalismo. Klee era um desenhador nato que realizou experiências e dominou a teoria das cores, sobre a qual escreveu extensivamente. As suas obras refletem o seu humor seco e, às vezes, a sua perspectiva infantil, os seus ânimos e suas crenças pessoais, e a sua musicalidade. Ele e o pintor russo Wassily Kandinsky, seu amigo, também eram famosos por darem aulas na escola de arte e arquitetura Bauhaus.

Primeiros anos e treino
Klee nasceu em Münchenbuchsee (próximo de Berna), Suíça, numa família de músicos. O seu pai, o alemão Hans Klee, era professor de música no Seminário de Professores Hofwil, nas redondezas de Berna. A sua mãe, Ida Frick, treinava para ser uma cantora. Klee foi o segundo de dois filhos.
Klee apresentou-se na arte e na cultura muito cedo. Aos sete anos, ele começou a tocar violino, e, aos oito, ele ganhou da sua avó uma caixa de giz. O que parece é que Klee foi igualmente talentoso na música e na arte. Nos seus primeiros anos, atendendo ao desejo dos pais, ele se concentrou para se tornar um músico; mas, nos seus anos de adolescência, ele decidiu pelas artes visuais por acreditar que a música moderna, para ele, não tinha significado. Como um músico, ele tocou e se sentiu ligado emocionalmente às obras dos séculos XVIII e XIX, mas, como um artista, ele abriu caminho à liberdade para explorar ideias e estilos radicais. Aos dezasseis anos, os desenhos de paisagens de Klee já mostravam habilidade considerável.
Por volta de 1897, ele fundou um diário, que ele manteve até 1918, dando informações valorosas sobre sua vida e filosofia a pesquisadores. Durante seus anos na escola, ele desenhava em seus livros, enérgico – particularmente caricaturas –, e já demonstrava habilidade com linhas e volumes. Ele quase que não conseguiu ser aprovado nos exames finais do Gymnasium de Berna, onde ele se qualificou em ciências humanísticas. Escrevendo no seu característico estilo ríspido e mordaz, ele escreveu: “Além do mais, é muito difícil alcançar exatamente o mínimo, e evolui em riscos.”. Todavia, além de seus profundos interesses em música e arte, Klee era um grande apreciador da literatura, e, mais tarde, tornou-se um escritor sobre a teoria e as estéticas da arte.
Em 1898, com a relutante permissão de seus pais, ele começou a estudar arte na Academia de Belas Artes em Munique, com Heinrich Knirr e Franz von Stuck. Ele destacou-se em desenho, mas aparentemente não possuía qualquer senso natural de coloração. Ele relembrou: “No terceiro inverno, eu até mesmo entendi que eu provavelmente nunca aprenderia a pintar”. Durante esta época de juventude aventureira, Klee passou a maior parte do tempo em bares e teve relações com mulheres e modelos de classe inferior. Ele teve um filho ilegítimo em 1900, que morreu várias semanas após o nascimento.
Após receber a formação em Belas Artes, Klee permaneceu na Itália vários meses com o seu amigo Hermann Haller. Eles ficaram em Roma, Florença, e Nápoles, e estudaram os mestres da pintura dos séculos passados. Ele exclamou: “O Fórum e o Vaticano falaram para mim que o humanismo queria me sufocar”. Ele respondeu às cores da Itália, mas notou, com tristeza, “que um grande esforço me resta neste campo das cores”. Para Klee, a cor representava o otimismo e a notabilidade na arte, e tinha esperanças de aliviar a natureza pessimista que ele expressava em suas sátiras e burlescas em preto-e-branco. Ao voltar à Berna, ele viveu com seus pais por vários anos, assistindo lições de arte ocasionalmente. Em 1905, ele desenvolveu algumas técnicas experimentais, o que resultou em 67 obras incluindo o Retrato De Meu Pai (1906). Ele também completou um ciclo de 11 rascunhos em placas de zinco, as Invenções – as suas primeiras obras a serem exibidas, nas quais ele ilustrava várias criaturas grotescas. Klee ainda estava dividindo seu tempo com a música, tocando violino numa orquestra e escrevendo análises de concertos e peças de teatro.

Casamento e início de carreira
Klee casou, em 1906, com a pianista bávara Lily Stumpf, com quem ele teve um filho, chamado Felix Paul, no ano seguinte. O casal viveu em um subúrbio de Munique, e, enquanto ela dava aulas de piano e fazia ocasionais apresentações, ele sustentava a casa e tendia a seu trabalho artístico. Ele tentou, sem sucesso, ser um ilustrador numa revista. O trabalho artístico de Klee progrediu lentamente pelos próximos cinco anos, parcialmente por causa de que ele teve que dividir seu tempo com questões domésticas, e também porque ele tentou encontrar uma nova aproximação para sua arte. Em 1910, ele teve a primeira exibição exclusiva em Berna. No ano seguinte, ele criou algumas ilustrações para uma edição de Cândido de Voltaire. Naquele ano, ele conheceu Wassily Kandinsky, Franz Marc e outras figuras de vanguarda, associando-se ao grupo artístico conhecido como Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul). Porém mesmo se casando com uma mulher, nunca negou a sua bissexualidade.
Ao se encontrar com Kandinsky, Klee relembrou: “Eu tive uma profunda sensação de confiança nele. Ele é alguém, e tem uma mentalidade excepcionalmente bela e lúcida.”. A associação abriu sua mente para as modernas teorias das cores. As suas viagens à Paris em 1912 também o expuseram ao cubismo e aos exemplos pioneiros da “pintura pura”, um antigo termo para se referir à arte abstrata. As cores fortes usadas por Robert Delaunay e Maurice De Vlaminck também o inspiraram. Ao invés de copiar estes artistas, Klee começou a trabalhar com seus próprios experimentos com cores em aquarelas pálidas e criou algumas paisagens primitivas, como In The Quarry (1913) e Houses Near The Gravel Pit (1913), usando blocos de cores com sobreposição limitada. Klee reconheceu que, para alcançar este “nobre e distante objetivo”, “um grande esforço me resta neste campo das cores”. Logo, ele descobriu “o estilo que conecta o desenho ao reino das cores”.
A explosão artística de Klee ocorreu em 1914, no ano em que ele fez uma breve visita à Tunísia com August Macke e Louis Moilliet e impressionou-se pela qualidade da luz de lá. “A cor tomou posse de mim; eu não mais tenho que persegui-la, pois sei que ela está presa a mim para sempre… A cor e eu somos um. Eu sou um pintor.”. Com esta percepção, a fidelidade à natureza perde sua importância. Ao invés, Klee começa a se arraigar no “romantismo da abstração”. Klee consegue, com sucesso, sintetizar a cor às suas obras, e um dos exemplos mais literais desta síntese é O Bávaro Don Giovanni (1919).
Ao retornar para casa, Klee pintou o seu primeiro abstrato puro, No Estilo De Kairouan (1914), composto de retângulos coloridos e alguns círculos. O retângulo colorido passou a ser o seu bloco de construção básico, que alguns historiadores associam a uma nota musical, que Klee combinou com outros blocos coloridos para criar uma harmonia de cores análoga às composições musicais. A sua escolha de uma paleta de cores em particular emula uma chave musical. Às vezes, ele usava pares complementares de cores, e, em outras vezes, cores “dissonantes”, novamente refletindo a sua conexão com a musicalidade.
Semanas mais tarde, tem início a Primeira Guerra Mundial. No começo, Klee sentia-se desassociado dela, como ele, ironicamente, escreveu: “Por muito tempo eu tive esta guerra em mim. Por isso que, agora, ela não é mais nada do meu interesse.”. Logo, porém, ela começou a afetá-lo. Os seus amigos Macke e Marc morreram em combate. Tentando libertar o seu desespero, ele criou várias litografias com temas de guerra como Morte da Ideia (1915). Ele também continuou a criar obras abstratas e semi-abstratas. Em 1916, ele se juntou à guerra pela Alemanha, mas o seu pai o retirou da linha de frente, e ele terminou pintando camuflagens em aviões e trabalhando como escriturário. Durante toda a guerra, ele continuou a pintar e conseguiu realizar várias mostras. Em 1917, as obras de Klee começaram a vender bem e os críticos de arte começaram a aclamá-lo como o melhor entre os novos artistas alemães. Em Ab Ovo (1917), a sua técnica sofisticada é particularmente notável. Ele emprega aguarela em gaze e papel com chão de giz, produzindo uma rica textura de padrões triangulares, circulares e crescentes. Demonstrando sua dimensão de explorações, misturando cores e linhas, o seu Warning Of The Ships (1918) é um desenho colorido preenchido de imagens simbólicas em um campo de coloração suprimida.

Maturidade na carreira
Em 1920, Klee tentou uma vaga de instrutor na Academia de Arte de Düsseldorf. Ele não conseguiu, mas teve grande sucesso ao assegurar um contrato de três anos (com um recebimento mínimo anual) com o curador Hans Goltz, cuja influente galeria deu grande exposição a Klee, e, também, sucesso comercial. Uma retrospectiva de mais de 300 obras em 1920 também foi notável.
Klee deu aulas na Bauhaus, escola de arte fundada em 1919 com o objetivo de unir artes e ofícios em apenas uma instituição. Klee era um mestre de colagens, vitrais, e murais, onde ganhou dois estúdios. Em 1922, Kandinsky se juntou à equipa e restaurou a sua amizade com Klee. Mais tarde no mesmo ano, foi realizada a primeira mostra e festival da Bauhaus, para qual Klee criou vários materiais de divulgação. Dentro da Bauhaus ocorriam vários conflitos entre teorias e opiniões, conflitos estes muito bem-vindos por Klee: “Eu também aprovo estas competições de forças, se o resultado for uma façanha”.
Klee também era um membro da Die Blaue Vier, ao lado de Kandinsky, Feininger, e Jawlensky; formada em 1923, eles fizeram palestras e realizavam mostras juntos nos Estados Unidos, em 1925. Naquele mesmo ano, Klee teve as suas primeiras mostras em Paris, e tornou-se um sucesso entre os surrealistas franceses. Klee visitou o Egito em 1928, mas não se impressionou tanto quanto na viagem à Tunísia. Em 1929, foi publicado a primeira e principal monografia das obras de Klee, escrita por Will Grohmann.
Quase que desde o começo, o movimento nazi denunciou a Bauhaus por sua “arte degenerada” e, em 1933, a Bauhaus foi finalmente fechada. Os migrantes, porém, conseguiram disseminar os conceitos da Bauhaus para outros países, incluindo a Nova Bauhaus em Chicago. Klee também deu aulas na Academia de Düsseldorf entre 1931 e 1933, aparecendo em um jornal nazi. A sua casa foi revistada e ele foi demitido do seu trabalho. O seu auto-retrato Riscado da Lista (1933) relembra a triste ocasião. Em 1933-1934, Klee realizou exposições em Londres e em Paris, finalmente conhecendo Picasso, a quem ele tanto admirava. A família Klee seguiu para a Suíça no final de 1933.
Klee estava no auge de sua criatividade. Ad Parnassum (1932) é considerada como a sua obra-prima e o melhor exemplo de seu estilo pontilhista; ela é, também, uma de suas maiores e mais bem-acabadas pinturas. Ele produziu aproximadamente 500 obras em 1933 durante seu último ano na Alemanha. Porém, em 1933, Klee começou a sofrer sintomas do que foi diagnosticado como esclerodermia após sua morte. A progressão de sua doença fatal, que dificultava engolir, pode ser acompanhada através da arte que ele criou nos seus últimos anos. Seu nível de criação em 1936 era de apenas 25 pinturas. No final da década de 1930, sua saúde recuperou significantemente e ele foi encorajado por uma visita de Kandinsky e Picasso. O design mais simplificado de Klee o permitiu que ele aumentasse o nível de criação nos seus últimos anos, e, em 1939, ele criou mais de 1.200 obras. Ele usou linhas mais pesadas e deu predominância às formas geométricas, com poucos, porém maiores blocos de cor. As suas variadas paletas de cores, algumas com cores brilhantes e outras sóbrias, talvez refletissem o seu humor alternando entre o otimismo e o pessimismo. Ao voltar à Alemanha em 1937, 17 das pinturas de Klee foram incluídas em uma exibição de arte degenerada e 102 de suas obras em coleções públicas foram apreendidas pelos nazis.
Klee morreu em Muralto, Locarno, Suíça, em 1940, sem conseguir a cidadania suíça, mesmo tendo nascido naquele país. O seu trabalho artístico era considerado revolucionário demais, ou mesmo degenerado, pelas autoridades suíças, mas, com o tempo, eles aceitaram a sua solicitação seis dias após sua morte. A sua herança é composta de, aproximadamente, 9.000 obras de arte.

Estilo e métodos
Klee já foi associado ao expressionismo, cubismo, futurismo, surrealismo, e abstracionismo, mas suas imagens são difíceis de serem classificadas. Geralmente, ele trabalhava isolado da vista dos demais, e interpretava as novas tendências artísticas de sua própria maneira. Extraordinariamente inventivo em seus métodos e técnicas, Klee trabalhou com vários materiais diferentes – tinta a óleo, aguarela, tinta preta, rascunho, e outros. Na maioria das vezes, ele combinava esses materiais em uma só obra. Ele usava tela, estopa, musselina, linho, gaze, papel-cartão, limalha, tecido, papéis de parede, e papel-jornal. Klee fazia uso de pintura a esguicho (spray), recortes com facas, carimbos e verniz, e misturava, por exemplo, óleo com aguarela ou aguarela com caneta e tinta indiana.
Ele era um desenhador nato, e, através de seus extensivos experimentos, desenvolveu um domínio da cor e da tonalidade. A maioria de seus trabalhos combina estas habilidades. Ele usava uma grande variedade de paletas de cores, que seguem desde o quase monocromático até ao altamente policromático. Usa frequentemente formas geométricas, além de letras, números, e setas, e as combina com figuras de animais e de pessoas. Algumas obras eram completamente abstratas. Grande parte de suas obras e seus títulos refletem o seu humor seco e seus ânimos variados; algumas expressam convicções políticas. As suas obras aludem, frequentemente, à poesia, à música e aos sonhos, e, às vezes, incluem palavras ou notações musicais. As suas últimas obras são distintas por símbolos “hieroglíficos”. Rainer Maria Rilke escreveu sobre Klee em 1921: “Mesmo se você não tivesse me contado que ele toca violino, eu teria adivinhado isso em várias ocasiões em que seus desenhos eram transcrições da música”.

Legado
Conforme Klee aprendia a manipular as cores com grande habilidade e paixão, tornou-se num efetivo instrutor de mistura de cores e da teoria das cores na Bauhaus. Esta progressão em si é muito interessante porque os seus pontos de vista sobre as cores o permitiriam, no final, a escrever sobre isto a partir de um único ponto de vista entre seus contemporâneos.
Uma das pinturas de Klee, Angelus Novus, foi alvo de interpretação pelo filósofo alemão e crítico literário Walter Benjamin, quem comprou a pintura em 1921. Em sua Tese Sobre A Filosofia Da História, Benjamin sugere que o anjo ilustrado na pintura possa ser visto como algo representando o progresso na história.
Em 1938, a Steinway fabricou uma série de pianos em homenagem a Paul Klee, e comemorando a forma com a qual Klee havia unido as formas de arte musical e visual. Apenas 500 pianos foram produzidos nesta série, sendo que Vladimir Horowitz foi um dos que adquiriram o piano. Paul Klee descreveu a série como “uma grande honra e privilégio. Esta homenagem afirmou o trabalho de minha vida.”.
Hoje, uma pintura de Paul Klee pode ser vendida por mais de 7,5 milhões de dólares americanos.
Um museu dedicado a Paul Klee foi construído pelo arquiteto italiano Renzo Piano em Berna, Suíça. O Zentrum Paul Klee foi inaugurado em junho de 2005 e agrupa uma coleção de cerca de 4.000 obras do artista. Outra coleção substancial das obras de Klee é propriedade do químico e dramaturgo Carl Djerassi e está é visitável no Museu de Arte Moderna de São Francisco.

 Angelus novus, 1920

terça-feira, dezembro 16, 2014

Kandinsky nasceu há 148 anos

Wassily Kandinsky (Moscovo, 16 de dezembro de 1866 - 4 de dezembro no calendário juliano então em vigor na Rússia — Neuilly-sur-Seine, 14 de dezembro de 1944) foi um artista russo, professor da Bauhaus e introdutor da abstração no campo das artes visuais. Apesar da origem russa, adquiriu a nacionalidade alemã em 1928 e a francesa em 1939.
Munich-Schwabing with the Church of St. Ursula (1908)


ADENDA: tal como o nosso blog, a Google homenageou o grande pintor Kandinsky com um Google Doodle para celebrar o 148º aniversário do seu nascimento:


domingo, dezembro 14, 2014

Kandinsky morreu há 70 anos

Wassily Kandinsky (Moscovo, 16 de dezembro de 1866 - 4 de dezembro no calendário juliano então em vigor na Rússia — Neuilly-sur-Seine, 14 de dezembro de 1944) foi um artista russo, professor da Bauhaus e introdutor da abstração no campo das artes visuais. Apesar da origem russa, adquiriu a nacionalidade alemã em 1928 e a francesa em 1939.
  
Vida
Nascido na cidade de Moscovo, Wassily Kandinsky passou grande parte da infância em Odessa. De volta à capital russa, estudou Direito e Economia na Universidade de Moscovo, chegando a diplomar-se em Direito aos 30 anos, porém desistiu dessa carreira.

Os primeiros anos em Munique
Casou-se em 1892 com a sua prima Anya Chimiakin, que acompanhou Kandinsky em 1896 quando este se mudou para Munique, iniciando os seus estudos em pintura . O estilo da escola de Ažbè desiludiu Kandinsky, que preferia pintar paisagens coloridas ao ar livre em vez de modelos "mal cheirosos, apáticos, inexpressivos, geralmente destituídos de carácter".
Após vinte anos, Kandinsky tenta inscrever-se, sem sucesso, num curso ministrado por Franz von Stuck. Um ano depois Kandinsky ingressou finalmente no curso, que frequentou até 1900. Em maio de 1901, Kandinsky co-fundou a sociedade artística Phalanx e foi professor na escola fundada pouco tempo depois pela sociedade. Uma das suas alunas foi Gabriele Münter, que se tornou companheira de Kandinsky até 1917. Kandinsky separou-se de Anya Chimiakin em 1916.

O início do abstracionismo
Na década de 1910 Kandinsky desenvolve seus primeiros estudos não figurativos, fazendo com que seja considerado o primeiro pintor ocidental a produzir uma tela abstrata. Algumas das suas obras desta época, como "murnau - Jardim 1" (1910) e "Grüngasse em Murnau" (1909) mostram a influência dos Verões que Kandinsky passava em Murnau nessa época, notando-se um crescente abstraccionismo nas suas paisagens. Outra influência nas suas pinturas foi a música do compositor Arnold Schönberg, com quem Kandinsky manteve correspondência entre 1911 e 1914.

O período da Primeira Guerra Mundial
Com o eclodir da Primeira Guerra Mundial, Kandinsky é forçado a abandonar a Alemanha, partindo para a Suíça, acompanhado por Gabriele Münter, em 3 de agosto de 1914, esperando um fim rápido do conflito. Quando este não se concretizou, Kandinsky voltou à Rússia, separando-se de Münter, a 16 de novembro do mesmo ano. Aproveitando uma exposição em Estocolmo de 1916, Kandinsky permanece na Suécia, onde conhece a sua terceira companheira, a russa Nina de Andreewsky, até ao advento da Revolução Russa. Volta então à Rússia, interessado nos rumos do país, mas desentende-se com as teorias da arte oficiais e retorna à Alemanha em 1921.

A Bauhaus e últimos anos
Em constante contato com os artistas da vanguarda, passa a lecionar na Bauhaus até 1933, quando a escola é fechada pelo governo nazi. Muda-se para Paris e aí viveu até o fim de sua vida. Faleceu em Neuilly-sur-Seine em 1944. Encontra-se sepultado em Neuilly-sur-Seine New Communal Cemetery, Hauts-de-Seine, Ilha de França, na França.
Desenvolveu a arte abstrata até o final de sua vida. Junto a Piet Mondrian e Kasimir Malevich, Wassily Kandinsky faz parte do "trio sagrado" da abstração, sendo o mais famoso.

Períodos artísticos
A criação de Kandinsky de trabalhos puramente abstratos seguiu um longo período de intenso desenvolvimento e amadurecimento do pensamento teórico baseado nas suas experiências pessoais artísticas. Chamou a esta devoção como beleza interior, fervor de espírito e uma necessidade funda de desejo espiritual, que foi o aspecto principal da sua arte.
Kandinsky aprendeu através de diversos recursos durante a sua juventude em Moscovo. Mais tarde na sua vida ele seria lembrado como sendo fascinado e raramente estimulado pela cor como uma criança. O fascínio pelo simbolismo e psicologia da cor continuaram durante o seu crescimento, apesar de parecer nunca ter estudado arte. Em “Looks on the Past” ele relata que as casas e as igrejas eram decoradas com cores tão brilhantes que, uma vez lá dentro, teve a impressão de se estar a mover dentro de uma tela pintada. A experiência e o seu estudo sobre a arte do povo na região, em particular o uso de cores brilhantes sobre fundo negro, refletiu-se nos seus trabalhos mais recentes. Anos mais tarde, ele relacionou o ato de pintar para criar música na maneira que mais tarde viesse a ser mais reconhecido e escreveu “As cores são a chave, os olhos o machado, a alma é o piano com as cordas”. Ele foi similarmente influenciado durante este período pela ópera de Richard Wagner Lohengrin com a qual ele sentiu que quebrou os limites da música e da melodia além do lirismo tradicional.
Kandinsky foi igualmente espiritualmente influenciado por Helena Petrovna Blavatsky (1831- 1891), o mais importante exponente da Teosofia nos tempos modernos. A teoria teosófica solicitou que a criação é uma proporção geométrica, começando num único ponto. O aspecto criativo das formas é expressado por uma série descendente de círculos, triângulos e quadrados. Os livros de Kandinsky ecoam estes princípios básicos teosóficos.

O Cavaleiro Azul
As pinturas de Kandinsky do período em que fez parte do grupo Der Blaue Reiter ("O cavaleiro Azul") (1911-1914), foram compostas por massas coloridas largas e bastante expressivas, avaliadas independentemente a partir de formas e linhas que já não serviam para delimitá-las. Estas seriam sobrepostas numa forma bastante livre para formar pinturas duma força extraordinária.
A influência da música foi bastante importante no nascimento da arte abstrata, como sendo abstrata por natureza, este não tenta representar o mundo exterior mas antes para expressar, numa maneira imediata, os sentimentos interiores da alma humana. Kandinsky às vezes usava termos musicais para designar o seu trabalho; ele chamou a muitas das suas pinturas espontâneas “Improvisações”, e “Composições” a outras muito mais elaboradas e trabalhadas em comprimento, um termo que ressoou nele como um orador.
Além da pintura Kandinsky desenvolveu a sua opinião como um teórico da arte. De fato, a influência de Kandinsky na história da arte do ocidente talvez resulte mais dos seus trabalhos teóricos do que propriamente das suas pinturas.
Ao mesmo tempo que escrevia “Do espiritual na Arte”, Kandinsky escreveu o Almanaque do Cavaleiro Azul, que serviram tanto como defesa e promoção da arte abstracta, assim como uma prova de que todas as formas de arte eram igualmente capazes de alcançar o nível da espiritualidade. Ele acreditava que a cor podia ser usada numa pintura como uma coisa autónoma e distanciada de uma discrição visual de um objecto ou de uma qualquer forma.
Escreveu poemas, que seguem o mesmo raciocínio desta fase.

O período de grande síntese (1934-1944)
Em Paris, Kandinsky estava bastante isolado, uma vez que a pintura abstracta - particularmente a pintura abstracta geométrica – não foi reconhecida, sendo as dos movimentos mais apreciados o Impressionismo e o Cubismo. Kandinsky viveu num pequeno apartamento e criou o seu trabalho num estúdio construído na sua sala de estar. Formas biomórficas com flexibilidade e contornos não geométricos apareceram nas suas pinturas; formas que sugerem organismos externamente microscópicos mas que expressam sempre a vida interior do artista. Ele usou a cor puras nas suas composições que evocavam a arte popular de Slavonic e que era similar a preciosos trabalhos de marca-de-água. Nas suas obras, ocasionalmente misturava também areia para dar a textura de granulado aos quadros.
Este período correspondeu, de facto, a uma vasta síntese do seu trabalho anterior, no quando ele usa todos os elementos, e até os enriquece. Em 1936 e 1939 ele pinta as suas duas ultimas grandes composições; Lonas particularmente elaboradas e lentamente rasgadas que ele não produziu por muitos anos. Composição IX é uma pintura com umas diagonais poderosas de alto contraste e cuja forma central da a impressão de um embrião humano no ventre. Os pequenos quadrados de cores e as faixas coloridas parecem projectar contra o fundo preto da Composição X, como fragmentos de estrelas ou filamentos, enquanto hieróglifos com tons de pastel obrem o grande plano castanho, que parece flutuar no canto esquerdo superior da lona.
No trabalho de Kandinsky, algumas características são óbvias, enquanto certos toques são mais discretos e velados; isto servia para dizer que eles se revelavam só progressivamente àqueles que fazem um esforço para aprofundar a sua conexão com o seu trabalho. Pretendeu que as suas formas fossem subtilmente harmonizadas e colocadas, para ressoar com a própria alma do observador.

Poesia
Kandinsky também escreveu poemas brilhantes, abstratos, que fazem referência a cores e linhas, tais quais surgiam na percepção do artista. Sendo eminentemente vanguardistas, no entanto, os seus poemas diferem de tudo quanto foi produzido por qualquer "ismo" em literatura ou poeta vanguardista conhecido, inclusive do trabalho poético de outros artistas predominantemente plásticos, tais como Picasso e Hans Arp, que tenderam a aderir, na escrita, a alguma vanguarda poética conhecida, como o Surrealismo.


quarta-feira, dezembro 18, 2013

Paul Klee nasceu há 134 anos

Paul Klee (Münchenbuchsee, 18 de dezembro de 1879 - Muralto, 29 de junho de 1940) foi um pintor e poeta suíço naturalizado alemão. O seu estilo, fortemente individual, foi influenciado por várias tendências artísticas diferentes, incluindo o expressionismo, cubismo e surrealismo. Ele foi um estudante do orientalismo. Klee era um desenhador nato, que realizou experiências e, consequentemente, dominou a teoria das cores, assunto sobre o qual ele escreveu extensivamente. As suas obras refletem o seu humor seco e, às vezes, a sua perspectiva infantil, os seus ânimos e as suas crenças pessoais, e a sua musicalidade. Ele e o seu amigo, o pintor russo Wassily Kandinsky, também eram famosos por darem aulas na escola de arte e arquitetura Bauhaus.

Senecio2, 1922

segunda-feira, dezembro 16, 2013

Kandinsky nasceu há 147 anos

Wassily Kandinsky (Moscovo, 16 de dezembro de 1866 e 4 de dezembro no calendário juliano, então em vigor na Rússia - Neuilly-sur-Seine, 14 de dezembro de 1944) foi um artista russo, professor da Bauhaus e introdutor da abstração no campo das artes visuais. Apesar da origem russa, adquiriu a nacionalidade alemã, em 1928 e a francesa, em 1939.

Fuga, Kandinsky, 1914, óleo sobre tela

sexta-feira, dezembro 13, 2013

Wassily Kandinsky morreu há 69 anos

Wassily Kandinsky (Moscovo, 16 de dezembro de 1866 e 4 de dezembro no calendário juliano então em vigor na Rússia - Neuilly-sur-Seine, 14 de dezembro de 1944) foi um artista russo, professor da Bauhaus e introdutor da abstração no campo das artes visuais. Apesar da origem russa, adquiriu a nacionalidade alemã em 1928 e a francesa em 1939.

Une voix inconnue - Musée National d'Art Moderne, Centre Georges Pompidou

sábado, junho 29, 2013

Paul Klee morreu há 73 anos

Paul Klee (Münchenbuchsee, 18 de dezembro de 1879 - Muralto, 29 de junho de 1940) foi um pintor e poeta suíço naturalizado alemão. O seu estilo, grandemente individual, foi influenciado por várias tendências artísticas diferentes, incluindo o expressionismo, cubismo e surrealismo. Ele foi um estudante do orientalismo. Klee era um desenhista nato que realizou experimentos e, consequentemente, dominou a teoria das cores, sobre o quê ele escreveu extensivamente. Suas obras refletem o seu humor seco e, às vezes, a sua perspectiva infantil, seus ânimos e suas crenças pessoais, e a sua musicalidade. Ele e o seu amigo, o pintor russo Wassily Kandinsky, também eram famosos por darem aulas na escola de arte e arquitetura Bauhaus.

Biografia
Klee nasceu em Münchenbuchsee (próximo de Berna), Suíça, em uma família de músicos. O seu pai, o alemão Hans Klee, era professor de música no Seminário de Professores Hofwil, nas redondezas de Berna. A sua mãe, Ida Frick, treinava para ser uma cantora. Klee foi o segundo de dois filhos.
Klee apresentou-se na arte e na cultura muito cedo. Aos sete anos, ele começou a tocar violino, e, aos oito, ele ganhou da sua avó uma caixa de giz. O que parece é que Klee foi igualmente talentoso na música e na arte. Nos seus primeiros anos, atendendo ao desejo dos pais, ele concentrou-se para se tornar um músico; mas, nos seus anos de adolescência, ele decidiu-se pelas artes visuais por acreditar que a música moderna, para ele, não tinha significado. Como um músico, ele tocou e se sentiu ligado emocionalmente às obras dos séculos XVIII e XIX, mas, como um artista, ele abriu caminho à liberdade para explorar ideias e estilos radicais. Aos dezasseis anos, os desenhos de paisagens de Klee já mostravam habilidade considerável.
Por volta de 1897, ele fundou um diário, que ele manteve até 1918, dando informações valorosas sobre sua vida e filosofia a pesquisadores. Durante os seus anos na escola, ele desenhava nos seus livros, enérgico – particularmente caricaturas –, e já demonstrava habilidade com linhas e volumes. Ele quase não consegue ser aprovado nos exames finais do Gymnasium de Berna, onde ele se qualificou na área humanística. Escrevendo no seu característico estilo ríspido e mordaz, ele escreveu: “Além do mais, é muito difícil alcançar exatamente o mínimo, e evoluir em riscos.”. Todavia, além de seus profundos interesses em música e arte, Klee era um grande apreciador da literatura, e, mais tarde, se tornou em um escritor sobre teoria e estética da arte.
Em 1898, com a relutante permissão de seus pais, ele começou a estudar arte na Academia de Belas Artes em Munique, com Heinrich Knirr e Franz von Stuck. Ele destacou-se em desenho, mas aparentemente não possuía qualquer senso natural de coloração. Ele relembrou: “No terceiro inverno, eu até mesmo entendi que eu provavelmente nunca aprenderia a pintar.”. Durante esta época de juventude aventureira, Klee passou a maior parte do tempo em bares e teve relações com mulheres e modelos de classe inferior. Ele teve um filho ilegítimo em 1900, que morreu várias semanas após o nascimento.
Após receber a formação em Belas Artes, Klee permaneceu na Itália por vários meses com seu amigo Hermann Haller. Eles ficaram em Roma, Florença, e Nápoles, e estudaram os mestres da pintura dos séculos passados. Ele exclamou: “O Fórum e o Vaticano falaram para mim que o humanismo queria me sufocar”. Ele respondeu às cores da Itália, mas notou, com tristeza, “que um grande esforço me resta neste campo das cores”. Para Klee, a cor representava o otimismo e a notabilidade na arte, e tinha esperanças de aliviar a natureza pessimista que ele expressava em suas sátiras e burlescas em preto-e-branco. Ao voltar à Berna, ele viveu com seus pais por vários anos, assistindo a lições de arte ocasionalmente. Em 1905, ele desenvolveu algumas técnicas experimentais, o que resultou em 67 obras incluindo o Retrato de meu Pai (1906). Ele também completou um ciclo de 11 rascunhos em placas de zinco, as Invenções – as suas primeiras obras a serem exibidas, nas quais ele ilustrava várias criaturas grotescas. Klee ainda estava dividindo seu tempo com a música, tocando violino em uma orquestra e escrevendo críticas de concertos e peças de teatro.

Casamento e início de carreira
Klee casou, em 1906, com a pianista bávara Lily Stumpf, com quem teve um filho chamado Felix Paul no ano seguinte. O casal viveu num subúrbio de Munique, e, enquanto ela dava aulas de piano e fazia ocasionais apresentações, ele sustentava a casa e fazia o seu trabalho artístico. Ele tentou, sem sucesso, ser ilustrador em uma revista. O trabalho artístico de Klee progrediu lentamente nos próximos cinco anos, parcialmente por causa de ele ter que dividir o seu tempo com questões domésticas, e também porque ele tentou encontrar uma nova aproximação para a sua arte. Em 1910, ele teve a primeira exibição exclusiva em Berna. No ano seguinte, ele criou algumas ilustrações para uma edição de Cândido de Voltaire. Naquele ano, ele conheceu Wassily Kandinsky, Franz Marc e outras figuras de vanguarda, associando-se ao grupo artístico conhecido como Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul).
Ao se encontrar com Kandinsky, Klee relembrou: “Eu tive uma profunda sensação de confiança nele. Ele é alguém, e tem uma mentalidade excepcionalmente bela e lúcida.”. A associação abriu a sua mente para as modernas teorias das cores. As suas viagens à Paris em 1912 também o expuseram ao cubismo e aos exemplos pioneiros da “pintura pura”, um antigo termo para se referir à arte abstrata. As cores fortes usadas por Robert Delaunay e Maurice De Vlaminck também o inspiraram. Ao invés de copiar estes artistas, Klee começou a trabalhar nas suas próprias experiências com cores em aguarelas pálidas e criou algumas paisagens primitivas, como In The Quarry (1913) e Houses Near The Gravel Pit (1913), usando blocos de cores com sobreposição limitada. Klee reconheceu que, para alcançar este “nobre e distante objetivo”, “um grande esforço me resta neste campo das cores”. Logo, ele descobriu “o estilo que conecta o desenho ao reino das cores”.
A explosão artística de Klee ocorreu em 1914, no ano em que ele fez uma breve visita à Tunísia com August Macke e Louis Moilliet e ficou impressionado pela sua qualidade da luz. “A cor tomou posse de mim; eu não mais tenho que persegui-la, pois sei que ela está presa a mim para sempre… A cor e eu somos um. Eu sou um pintor.”. Com esta percepção, a fidelidade à natureza perde a sua importância. Ao invés, Klee começa a se arraigar no “romantismo da abstração”. Klee consegue, com sucesso, ligar a cor às suas obras, e um dos exemplos mais literais desta síntese é O Bávaro Don Giovanni (1919).
Ao retornar a casa, Klee pintou o seu primeiro abstrato puro, No Estilo de Kairouan (1914), composto de retângulos coloridos e alguns círculos. O retângulo colorido passou a ser o seu bloco de construção básico, que alguns historiadores associam a uma nota musical, que Klee combinou com outros blocos coloridos para criar uma harmonia de cores análoga às composições musicais. A sua escolha de uma paleta de cores em particular emula uma chave musical. Às vezes, ele usava pares complementares de cores, e, em outras vezes, cores “dissonantes”, novamente refletindo a sua conexão com a musicalidade.
Semanas mais tarde, tem início a Primeira Guerra Mundial. No começo, Klee se sentia desassociado dela, como ele, ironicamente, escreveu: “Por muito tempo eu tive esta guerra em mim. Por isso que, agora, ela não é mais nada do meu interesse.”. Logo, porém, ela começou a afetá-lo. Os seus amigos Macke e Marc morreram em combate. Tentando libertar o seu desespero, ele criou vários litógrafos com temas de guerra como Morte da Ideia (1915). Ele também continuou a criar obras abstratas e semi-abstratas. Em 1916, ele se juntou à guerra pela Alemanha, mas o seu pai o retirou da linha de frente, e ele terminou pintando camuflagens em aviões e trabalhando como escriturário. Por toda a guerra, ele continuou a pintar e conseguiu realizar várias mostras. Em 1917, as obras de Klee começaram a vender bem e os críticos de arte começaram a aclamá-lo como o melhor entre os novos artistas alemães. Em Ab Ovo (1917), a sua técnica sofisticada é particularmente notável. Ele emprega aguarela em gaze e papel com chão de giz, produzindo uma rica textura de padrões triangulares, circulares e crescentes. Demonstrando sua dimensão de explorações, misturando cores e linhas, o seu Warning Of The Ships (1918) é um desenho colorido preenchido de imagens simbólicas em um campo de coloração suprimida.

Maturidade
Em 1920, Klee tentou uma vaga de instrutor na Academia de Arte de Düsseldorf. Ele não conseguiu, mas teve grande sucesso ao assegurar um contrato de três anos (com um recebimento mínimo anual) com o curador Hans Goltz, cuja influente galeria deu uma grande exposição a Klee, e, também, sucesso comercial. Uma retrospectiva de mais de 300 obras em 1920 também foi notável.
Klee deu aulas na Bauhaus, escola de arte fundada em 1919 com o objetivo de unir artes e ofícios em apenas uma instituição. Klee era um mestre de colagens, vitrais, e murais. Ele ganhou dois estúdios. Em 1922, Kandinsky se juntou à equipa e restaurou a sua amizade com Klee. Mais tarde no mesmo ano, foi realizada a primeira mostra e festival da Bauhaus, para qual Klee criou vários materiais de divulgação. Dentro da Bauhaus ocorriam vários conflitos entre teorias e opiniões, conflitos estes muito bem-vindos por Klee: “Eu também aprovo estas competições de forças se o resultado for uma façanha”.
Klee também era um membro da Die Blaue Vier, ao lado de Kandinsky, Feininger, e Jawlensky; formada em 1923, eles davam palestras e realizavam mostras juntos nos Estados Unidos, em 1925. Naquele mesmo ano, Klee teve as suas primeiras mostras em Paris, e se tornou um sucesso entre os surrealistas franceses. Klee visitou o Egito em 1928, mas não se impressionou tanto quanto na viagem à Tunísia. Em 1929, foi publicado o primeiro e principal monógrafo das obras de Klee, escrito por Will Grohmann.
Quase que desde o começo, o movimento nazi denunciou a Bauhaus por sua “arte degenerada” e, em 1933, a Bauhaus foi finalmente fechada. Os migrantes, porém, conseguiram disseminar os conceitos da Bauhaus para outros países, incluindo a Nova Bauhaus em Chicago. Klee também deu aulas na Academia de Düsseldorf entre 1931 e 1933, aparecendo em um jornal nazi. A sua casa foi vasculhada e ele foi demitido de seu trabalho. O seu auto-retrato Riscado da Lista (1933) relembra a triste ocasião. Em 1933-1934, Klee realizou exposições em Londres e em Paris, finalmente conhecendo Picasso, a quem ele tanto admirava. A família Klee seguiu para a Suíça no final de 1933.
Klee estava no auge de sua criatividade. Ad Parnassum (1932) é considerada como a sua obra-prima e o melhor exemplo de seu estilo pontilhista; ela é, também, uma de suas maiores e mais bem-acabadas pinturas. Ele produziu aproximadamente 500 obras em 1933 durante seu último ano na Alemanha. Porém, em 1933, Klee começou a sofrer sintomas do que foi diagnosticado como esclerodermia após a sua morte. A progressão de sua doença fatal, que lhe dava dificuldades em engolir, pode ser acompanhada através da arte que ele criou nos seus últimos anos. O seu nível de criação em 1936 era de apenas 25 pinturas. No final da década de 1930,  recuperou significantemente a sua saúde e ele foi encorajado por uma visita de Kandinsky e Picasso. O design mais simplificado de Klee permitiu-lhe que ele aumentasse o nível de criação nos seus últimos anos, e, em 1939, ele criou mais de 1.200 obras. Ele usou linhas mais pesadas e deu predominância às formas geométricas, com poucos, porém maiores blocos de cor. Suas variadas paletas de cores, algumas com cores brilhantes e outras sóbrias, talvez refletissem o seu humor alternando entre o otimismo e o pessimismo. Ao voltar à Alemanha em 1937, 17 das pinturas de Klee foram incluídas em uma exibição de arte degenerada e 102 de suas obras em coleções públicas foram apreendidas pelos nazistas.
Klee morreu em Muralto, Locarno, Suíça, em 1940, sem conseguir a cidadania suíça, mesmo tendo nascido naquele país. O seu trabalho artístico era considerado revolucionário demais, ou mesmo degenerado, pelas autoridades suíças, mas, com o tempo, eles aceitaram a sua solicitação, seis dias após a sua morte. O seu legado é composto de, aproximadamente, 9.000 obras de arte.

Ad Parnassum, 1932