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domingo, janeiro 02, 2011

Só dez toneladas?!?


Humor no Sorumbático - II

«A Quadratura do Circo» - A poupança dos portugueses

Por Pedro Barroso

ESTOU muito preocupado com o problema da falta de poupança das famílias portuguesas.
É uma enorme falta de consciência cívica não serem solidárias com os esforços do governo e da nação. Não sei que se passará na cabeça dos chefes de família em Portugal para não conseguirem poupar.
Uma vez mais, ouvi a notícia no telejornal e, perante uma crise tão profunda e mundial, é de uma falta total de solidariedade não conseguirem colaborar no esforço colectivo. Creio que todas as famílias portuguesas deviam tentar poupar, pelo menos, um ou dois mil euros por mês, para criarem elas próprias um fundo de crise.

Vejamos. Vêm aí tempos difíceis e é preciso não gastar assim com tanta displicência e inconsciência a torto e a direito.
É um exagero o que se gasta em alimentação. Tomemos uma família de quatro pessoas, por exemplo. Bastava que uma delas não comesse nada, semana sim, semana não. E ninguém morre por isso, pois está provado que o ser humano pode aguentar até três semanas sem comer. Ora bastaria isso para dar um enorme incremento de aforro doméstico.

A avó, por exemplo. Não produz nada, ou muito pouco. De resto, já ninguém precisa de mais rendas e crochés para as mesinhas da sala, nem pegas para a cozinha. Fazê-la parar é quase uma necessidade. Portanto, é obriga-la carinhosamente a uma dieta de pão e água, para seu próprio beneficio. Passará a comer ainda, como bónus se estiver quietinha, uma sopinha semanal ao domingo, o que permite perfeitamente viver, evitando assim níveis elevados de colesterol, que só lhe fazem mal com aquela idade. Apenas há que nunca lhe faltar com aguinha todos os dias, para não desidratar; pelo menos enquanto não assinar os documentos que nós muito bem sabemos quais são.

A mania dos remédios também é um ataque diário à política de contenção económica. É sabido que os remédios são coisas químicas que só fazem mal e, no fundo, apenas prolongam a agonia de quem está doente. Gastar em farmácia é, portanto, inútil. Aí tem mais um conselho a seguir.

Ir para o emprego a pé, parece também ser uma solução a pôr em pratica o mais possível. O mau hábito de andar de carro provoca espondilose e obesidade mórbida, além de stress e despesas várias, provenientes de multas, seguros e acidentes. São vários milhares que se poupam por ano, se andarmos todos a pé ou de carroça.
Se você trabalha longe não seja preguiçoso e levante-se mais cedo. Caminhar só lhe vai fazer bem. Se for de charrette passará inclusive, a ser produtor do seu próprio estrume para usar na horta. Um luxo de excêntrico, sobretudo se viver em Massamá.

A escola e colégio para os miúdos também são despesas estupidamente elevadas que podem facilmente evitar-se estudando em casa. A televisão, os jogos, o teatro, o cinema, as revistas e jornais também são coisas sem as quais dantes se vivia muito bem e ninguém morria por causa disso. Andar informado só serve para ficar mais deprimido.

Nas férias, fique casa. Sair para o Algarve… para quê, afinal? Quem é que precisa de gastar um dinheirão em portagens e refeições e alugueres só para tomar banho de água salgada e ficar cheio de areia? Você vai irritar-se nas filas nos restaurantes horas à espera em Agosto, e vai voltar ainda mais cansado que à partida. Não vá. Poupe.

Os exageros da moda são outra tentação. Há que ter uma gabardina para a chuva, um casaco para o frio, duas calças e duas camisas. Quando uma está suja, lava-se e usa-se a outra. Eu, por exemplo, tenho estes sapatos há mais de dez anos e nunca comprei uma gravata. Não morri por isso.

O país precisa do seu esforço e os gestores públicos agradecem.
Portanto, poupe, homem! Não seja indisciplinado.
Como vê, é só uma questão de querer.

Humor no Sorumbático


Por João Duque

2011 VAI SER um ano diferente dos anos anteriores porque a lua de mel acabou e vem aí, finalmente, o doce remanso do casamento.

Na campanha eleitoral o partido do Governo tinha-nos prometido uma vida santa. Aumentaram-me em 2009 e baixaram-me o IVA. Apaixonei-me logo e votei. Agora andam para aí uns neoliberais a dizer que vamos morrer este ano. Mentira! Não acreditem! Vejam bem como vai ser 2011...

O início de janeiro não vai ser a hecatombe. Em janeiro pouco se vai sentir o efeito do novo Orçamento de 2011 porque vamos todos viver esse mês com o ordenado de dezembro. Só o IVA será um pouco mais pesado. Mas o que são 2%? Uma ninharia ao pé do resto da conta que já são 121%!

Depois virá fevereiro. Mas como o mês é mais curto, logo chegará o desafogo e a folia, porque mais depressa receberemos o novo ordenado!

Aí vem março. Longo e interminável, com 31 dias, vamos ter alguma dificuldade em enganar a barriga, mas este é o momento de iniciar a dieta saudável para prepararmos a praia. Não é o que dizem os médicos? Se queremos estar com barrigas invejáveis de saúde em julho e agosto este é o mês certo para se começar a dieta! Além de mais, já os enganámos em dois meses e se a coisa correr bem o FMI ainda cá não entrou...

Depois abril. É possível que as taxas Euribor continuem a subir, que algumas famílias parem de pagar a hipoteca, mas estou otimista porque finalmente vamos ter os testes de stresse à séria: em vez de simulações vamos ter os nossos bancos a ver como é que o capital se comportará! E mesmo que o mês acabe a 15, não se esqueçam de que o mês tem um feriado que este ano calha à 2ª feira!

E logo a seguir há o 1º de maio! Todos para a rua e um enorme piquenique. Os neoliberais ainda não perceberam o benefício da contestação. As centrais sindicais darão muito dinheiro a ganhar à rapaziada das bifanas e coiratos que os vendem nas rulotes de apoio às manifs. E, além disso, para apoio às manifestações ainda temos os negócios dos bonés, das T-shirts, das bandeiras e das faixas de apoio ou contestação, dos transportes para o Marquês de Pombal e volta, a partir de São Bento ou Terreiro do Paço. Estou certo de que estes economistas de terceira ainda não contaram com este impulso à economia...

A maio segue-se junho, e com ele os subsídios de férias! E assim vamos pagar os saldos do cartão de crédito que tivemos de acumular! Estão a ver? Qual crise? E já se foi meio ano!

Julho e agosto são férias. Mesmo repartidas não faz mal. Ou vamos nós ou eles não vêm...

E logo setembro, outubro e novembro... Mas aqui vamos ter mais um subsídio e as festas de Natal e final de ano com muito amor, carinho e solidariedade. Estou certo de que ainda irei encher um saquinho de plástico com apoio caritativo a entregar à saída do supermercado e que irei levantar no outro lado da fila. Estou certo que o amor que nutro pelos pobrezinhos como eu não morrerá e não me deixarei cair!

Queriam deitar-me abaixo? Nem pensem! E lembrem-se: se lá chegarmos, estamos vivos! E assim poderemos votar neles outra vez! O que mais quereis?

«Expresso» de 23 de Dez de 2010 

A paz podre das Escolas - versão Público

Acordo entre sindicatos e Ministério da Educação faz um ano
As escolas estão em paz à espera que venha o pior

Os professores avisam que o que aí vem é pior do que o que os levou para a rua

A ministra da Educação, Isabel Alçada, cumpriu o objectivo anunciado para o acordo alcançado há quase um ano (8 de Janeiro) com os sindicatos dos professores - as escolas estão calmas. Mas será que estão ou vão estar melhores? Professores e directores contactados pelo PÚBLICO são unânimes na negativa. Entraram no novo ano, que agora começa, em estado de consternação.

Isabel Le Gué, directora da Escola Secundária Rainha D. Amélia, em Lisboa, diz que o "grande desafio" que os responsáveis das escolas do ensino básico e secundário vão ter pela frente será "o de como conseguir continuar a motivar os professores e fazer o que deve ser feito". O orçamento das escolas vai ser reduzido. À semelhança dos outros trabalhadores da Administração Pública, no final dos mês os professores também ficarão a saber o que perderão em salários. E, para uma parte deles, estes meses poderão ser também os últimos que estão numa escola.

"Vamos ter menos dinheiro, menos pessoas a trabalhar e mais responsabilidades", resume Isabel Le Gué. Aquela responsável fala de uma situação recorrente em tempos difíceis: "Quanto mais falíveis são todas as instâncias, mais se espera das escolas". Mas, adverte, "há um limite para tudo, até para o amor à camisola". Manuel Pereira, director do agrupamento de Cinfães e presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, fala de "um nó górdio": "A escola está a ser asfixiada e com o que aí vem corremos o risco de se registar uma grande inversão no trabalho que tem sido feito nos últimos anos", que se traduziu em melhores resultados, maior inclusão, menor abandono.

Este dirigente confessa que não sabe "como é que as escolas vão sobreviver". Não só porque "têm cada vez mais despesas e irão ter menos dinheiro", mas também e sobretudo devido aos cortes no capital humano. Segundo o Ministério da Educação, neste ano lectivo registou-se uma redução de cinco mil professores devido à aglutinação de agrupamentos de escolas e ao encerramento dos estabelecimentos com menos 20 alunos. No próximo ano lectivo, segundo os sindicatos, mais de 30 mil poderão ficar sem emprego. "Estamos perante uma escola desmotivada e a redução drástica no número de professores criará sérias limitações à capacidade de aplicabilidade dos projectos pedagógicos", adverte Manuel Pereira. "Neste momento o que está em causa é a escola pública em Portugal. Este é um problema que é de todos e exige uma resposta de todos", afirma Mário Nogueira, líder da Federação Nacional de Professores. Para João Dias da Silva, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação, este pacote anticrise constitui uma "forma fácil e rápida de encaixar dinheiro" que vai deixar "uma pesada factura para o futuro".



As pessoas estão com medo

O que vem aí será muito pior do que aquilo que os levou à rua na anterior legislatura, mas por enquanto reina a apatia. "O facto de os professores sentirem mais a ameaça da precariedade e do desemprego não os leva só por si a lutarem mais. Pelo contrário, é um inibidor da luta. As pessoas estão com medo", constata Mário Nogueira.

Durante quatro anos os professores multiplicaram-se em protestos contra a anterior ministra Maria de Lurdes Rodrigues. A paz foi alcançada a 8 de Janeiro passado. Com o acordo então celebrado terminou a divisão entre professores e professores titulares, o que abre portas a que todos possam chegar ao topo e não só 30 por cento, e vários milhares de docentes puderam progredir já em 2010, frisa Nogueira. Em troca os sindicatos aceitaram um modelo de avaliação, com o qual não concordavam e que, segundo Le Guê, não só "não difere substancialmente do anterior" como poderá envenenar ainda mais o ambiente nas escolas.

Foi "uma traição", acusa Ricardo Silva, que dirige um dos movimentos independentes que também marcaram a contestação. Para ele, é esta a razão da actual "apatia": "Muitos professores ficaram com a percepção que não vale a pena lutar, pois, nas alturas decisivas, as direcções sindicais acabam por assinar entendimentos que defraudam totalmente as suas expectativas". "Não há nenhum exército que se mantenha numa luta só com derrotas. Uma organização sindical tem de conquistar melhorias para as pessoas. E isso foi alcançado", contrapõe Nogueira. "Valeu a pena e as pessoas devem é estar orgulhosas e não deitar fora o resultado do esforço realizado", frisa Dias da Silva.Mas ambos reconhecem que a crise torpedeou parte do que foi alcançado. Por outro lado, frisam, vários dos princípios acordados para a avaliação têm vindo a ser alterados pelo Ministério da Educação. "Assinámos um acordo global e não é uma posição de boa-fé, da parte do ministério, manter apenas em aplicação a parte negativa. Para nós, neste momento, o acordo já não existe", afirma o líder da Fenprof.

sábado, janeiro 01, 2011

Hoje também é um dia importante para a Ciência



1925 - Edwin Powell Hubble anuncia a descoberta de galáxias fora da Via Láctea.

1980 - Sismo nos Açores provoca a morte de 71 pessoas.

1983 - É criada a Internet.

O presente envenenado


Cartoon de Henrique Monteiro

Feliz Ano Novo!



Que o ano de 2011 seja menos mau, com menos fome, desemprego e cretinos no país e mais paz em todo o mundo, são os desejos do blog Geopedrados...

quinta-feira, dezembro 30, 2010

Não pagamos...

(imagem daqui)

Quem vai pagar os custos de manutenção das escolas intervencionadas pela Parque Escolar?
A dívida da Parque Escolar supera em muito os mil milhões de euros. Quem visita uma escola secundária alvo de obras de requalificação a cargo da Parque Escolar fica de boca aberta de espanto com tanto luxo.
Não existe outro país no Mundo com escolas tão luxuosas, tão dispendiosas e com custos de manutenção tão elevados.
Quem vai pagar os custos com o aquecimento e o ar condicionado? E com a videovigilância? E as rendas anuais à Parque Escolar?
Há muitas escolas que estão sem dinheiro para colocar os equipamentos de videovigilância a funcionar. Outras têm centenas de computadores novos sem utilização porque os equipamentos eléctricos não suportam a carga excessiva que um tão elevado número de computadores provoca.
A conta para pagar do despesismo louco chega em 2011 e agrava-se nos anos seguintes.
O corte de 5,5% no Orçamento de funcionamento das escolas, a ocorrer já em Janeiro, agrava ainda mais a situação.

É provável que as escolas cheguem ao Verão sem dinheiro para papel higiénico, materiais de limpeza e papel.

O preço que os portugueses vão pagar pela loucura despesista de projectos socialistas megalómanos como o da Parque Escolar tem proporções colossais.

A factura está a chegar.

in ProfBlog - post de Ramiro Marques

NOTA: Discordo do Ramiro nalguns aspectos - as Escolas estão bonitas por fora mas por dentro alguém comeu a sua fatia (há Escolas em que o material é todo de 2ª ou 3ª); depois não há dinheiro para pagar o aluguer das instalações nem para pôr a trabalhar o ar condicionado, pelo que problema não se vai colocar...

terça-feira, dezembro 28, 2010

Feliz 2011, Mr. Sócrates





Será o primeiro passo de um caminho que se antecipa penoso. Se em 2010, o principal problema foram as elevadas taxas de juro exigidas pelo mercado para comprar a dívida nacional, com as obrigações a 10 anos a chegarem aos 7,288%, é possível que o próximo ano traga um obstáculo acrescido - a falta de procura pela dívida nacional. Portugal enfrenta a concorrência de uma "avalanche" de dívida europeia, com países com qualidade creditícia muito superior a inundar o mercado. A Morgan Stanley estima que os governos europeus emitam, no seu conjunto, dívida no valor de 863 mil milhões de euros, com economias como a Espanha a irem buscar ao mercado 300 mil milhões, a Alemanha 302 mil milhões e França a emitir 184 mil milhões. Portugal irá necessitar de emitir cerca de 46 mil milhões de euros no próximo ano. Só no primeiro trimestre vencem cerca de 11 mil milhões de euros em Bilhetes do Tesouro, mas será com o vencimento de quase 10 mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro em Abril e Junho que Portugal "decidirá" o seu futuro.

A notícia está aqui.

Em 2010, «tudo o que podia correr mal, correu. Foi um ano que possivelmente vai ficar para a História, dentro de décadas vamos olhar para este ano e estudá-lo». Sérgio Aníbal, editor de economia do Público. Ver aqui o vídeo.

A única coisa de que podemos estar certos em 2011: com este governo, na sua boa tradição, tudo o que puder correr mal, correrá mal.
in O Cachimbo de Magritte - post de Jorge Costa