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sexta-feira, fevereiro 03, 2012

Um Manifesto que eu subscrevo...

(imagem daqui)

«Instaurar a Democracia, Restaurar a Monarquia»

Vivemos dias dificeis. Todos o sabemos. Mas isso não serve nem chega. Se a resignação é inútil, a indignação sem objectivo não é um valor em si. É tempo de fazer. É tempo de escolher como fazer.

Fazer o diagnóstico das nossas fraquezas é fácil e não é mais do que reiterar o óbvio ululante. Dar uma esperança real é o mais dificil: perante o preocupante enfraquecer das estruturas democráticas; a visível delapidação dos valores morais na política; o estado caótico da nossa justiça e a sua aparente dependência das mais diversas forças de influência; e finalmente (e provavelmente o mais importante) uma ameaça de perda de soberania - os portugueses não têm razões para confiar no seu futuro.

Nós, cidadãos portugueses, com as mesmas preocupações com que todos vivemos, queremos dizer: há alternativa. Há soluções que contêm valores. É isso que nos une. É isso que nos move. É isso que propomos.

Perante um regime em liberdade mas em que a verdadeira democracia está ausente, torna-se urgente uma chefia de Estado independente e supra-partidária. Isto só pode ser garantido, zelado e velado por um chefe de Estado eleito pela história. Alguém que, ao olhar para trás, perceba as pegadas históricas e que nos diga de onde viemos. Alguém que, ao olhar para a frente, veja uma continuidade e não uma ruptura episódica, ditada por interesses partidários presos apenas ao espírito do tempo. Alguém que una e não exclua. Um Chefe de Estado que esteja ao serviço da Nação e que não se sirva dela. Portugal precisa de uma Monarquia. Portugal precisa de um Rei.

Nós, democratas de sempre, apelamos a uma séria discussão em torno da nossa chefia de Estado. Apelamos a que exista uma mobilização da sociedade civil em torno do debate sobre o regime que, há uma centena de anos, foi imposto ao nosso povo pela lei das armas e precedido de um grave homicídio, que nunca foi julgado. Democratas de sempre, não aceitamos que uma chefia de Estado se legitime na espuma de dogmas passados e vontades impostas, em que ao povo português continue a ser negada a possibilidade de escolher um futuro possível e digno. A razão democrática e a justiça histórica abona a favor dos nossos príncipios. Da nossa verdade.

Acreditamos que o Senhor D. Duarte de Bragança - único e legítimo pretendente ao trono português - poderá dignificar a chefia de Estado portuguesa. Pela história que representa e que nos une. Pela liberdade que garante a ausência total de facturas a qualquer eleitorado ou clientela.

Nós, mulheres e homens livres, empenhados cidadãos portugueses, das mais diversas tendências políticas e partidárias, com os mais diversos credos religiosos, decidimos dar mais este passo para que esta esperança se realize. Acreditar que temos uma agenda ideológica seria negar a independência que nos junta em torno de uma chefia de Estado. Que nos une pela diversidade e não pela opinião política. A política é uma coisa, o Rei é outra. Esta é a questão.

Portugal só poderá ser universal se as instituições mantiverem a credibilidade histórica.

Nós, monárquicos, portugueses e democratas de sempre não desistimos de Portugal.

Assinam:

Gonçalo Ribeiro Telles
Abel Silva Mota (advogado)
Aline Gallasch-Hall (docente universitária)
Ana Firmo Ferreira (publicitária)
António Pinto Coelho (empresário)
Filipe Ribeiro de Menezes (historiador)
João Gomes de Almeida (publicitário)
Ivan Roque Duarte (jurista)
Luís Coimbra (engenheiro)
Maria João Quintans (paleógrafa)
Miguel Esteves Cardoso (escritor e cronista)
Nuno Miguel Guedes (jornalista)
Paulo Tavares Cadete (gestor)
Pedro Ayres Magalhães (músico)
Pedro Ferreira da Costa (publicitário)
Pedro Policarpo (economista)
Pedro Quartin Graça (professor universitário)
Ricardo Gomes da Silva (empresário)

Sabemos que há mais que partilham estes valores. Que apareçam.


NOTA:  para quem, como eu, quer subscrever este manifesto, o blog 31 da Armada, tem, neste post, a maneira como aderir:

O manifesto «Instaurar a Democracia, Restaurar a Monarquia» ganhou uma dimensão e adesão enormes. Mais uma vez - outra vez! -  se prova que a questão do regime não é um passatempo de excêntricos mas sim algo sério e prático. Que pode melhorar a vida. Que pode melhorar Portugal. Continuaremos a insistir nesta solução, como sempre o fizemos. 
Entretanto, e devido ao grande numero de cidadãos que perguntaram como poderiam subscrever o manifesto, eis o endereço para onde o podem fazer: restauraramonarquia@gmail.com. Incluam nome, profissão, localidade onde residem e um contacto telefónico.
 Bem hajam...

domingo, janeiro 02, 2011

A paz podre das Escolas - versão Público

Acordo entre sindicatos e Ministério da Educação faz um ano
As escolas estão em paz à espera que venha o pior

Os professores avisam que o que aí vem é pior do que o que os levou para a rua

A ministra da Educação, Isabel Alçada, cumpriu o objectivo anunciado para o acordo alcançado há quase um ano (8 de Janeiro) com os sindicatos dos professores - as escolas estão calmas. Mas será que estão ou vão estar melhores? Professores e directores contactados pelo PÚBLICO são unânimes na negativa. Entraram no novo ano, que agora começa, em estado de consternação.

Isabel Le Gué, directora da Escola Secundária Rainha D. Amélia, em Lisboa, diz que o "grande desafio" que os responsáveis das escolas do ensino básico e secundário vão ter pela frente será "o de como conseguir continuar a motivar os professores e fazer o que deve ser feito". O orçamento das escolas vai ser reduzido. À semelhança dos outros trabalhadores da Administração Pública, no final dos mês os professores também ficarão a saber o que perderão em salários. E, para uma parte deles, estes meses poderão ser também os últimos que estão numa escola.

"Vamos ter menos dinheiro, menos pessoas a trabalhar e mais responsabilidades", resume Isabel Le Gué. Aquela responsável fala de uma situação recorrente em tempos difíceis: "Quanto mais falíveis são todas as instâncias, mais se espera das escolas". Mas, adverte, "há um limite para tudo, até para o amor à camisola". Manuel Pereira, director do agrupamento de Cinfães e presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, fala de "um nó górdio": "A escola está a ser asfixiada e com o que aí vem corremos o risco de se registar uma grande inversão no trabalho que tem sido feito nos últimos anos", que se traduziu em melhores resultados, maior inclusão, menor abandono.

Este dirigente confessa que não sabe "como é que as escolas vão sobreviver". Não só porque "têm cada vez mais despesas e irão ter menos dinheiro", mas também e sobretudo devido aos cortes no capital humano. Segundo o Ministério da Educação, neste ano lectivo registou-se uma redução de cinco mil professores devido à aglutinação de agrupamentos de escolas e ao encerramento dos estabelecimentos com menos 20 alunos. No próximo ano lectivo, segundo os sindicatos, mais de 30 mil poderão ficar sem emprego. "Estamos perante uma escola desmotivada e a redução drástica no número de professores criará sérias limitações à capacidade de aplicabilidade dos projectos pedagógicos", adverte Manuel Pereira. "Neste momento o que está em causa é a escola pública em Portugal. Este é um problema que é de todos e exige uma resposta de todos", afirma Mário Nogueira, líder da Federação Nacional de Professores. Para João Dias da Silva, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação, este pacote anticrise constitui uma "forma fácil e rápida de encaixar dinheiro" que vai deixar "uma pesada factura para o futuro".



As pessoas estão com medo

O que vem aí será muito pior do que aquilo que os levou à rua na anterior legislatura, mas por enquanto reina a apatia. "O facto de os professores sentirem mais a ameaça da precariedade e do desemprego não os leva só por si a lutarem mais. Pelo contrário, é um inibidor da luta. As pessoas estão com medo", constata Mário Nogueira.

Durante quatro anos os professores multiplicaram-se em protestos contra a anterior ministra Maria de Lurdes Rodrigues. A paz foi alcançada a 8 de Janeiro passado. Com o acordo então celebrado terminou a divisão entre professores e professores titulares, o que abre portas a que todos possam chegar ao topo e não só 30 por cento, e vários milhares de docentes puderam progredir já em 2010, frisa Nogueira. Em troca os sindicatos aceitaram um modelo de avaliação, com o qual não concordavam e que, segundo Le Guê, não só "não difere substancialmente do anterior" como poderá envenenar ainda mais o ambiente nas escolas.

Foi "uma traição", acusa Ricardo Silva, que dirige um dos movimentos independentes que também marcaram a contestação. Para ele, é esta a razão da actual "apatia": "Muitos professores ficaram com a percepção que não vale a pena lutar, pois, nas alturas decisivas, as direcções sindicais acabam por assinar entendimentos que defraudam totalmente as suas expectativas". "Não há nenhum exército que se mantenha numa luta só com derrotas. Uma organização sindical tem de conquistar melhorias para as pessoas. E isso foi alcançado", contrapõe Nogueira. "Valeu a pena e as pessoas devem é estar orgulhosas e não deitar fora o resultado do esforço realizado", frisa Dias da Silva.Mas ambos reconhecem que a crise torpedeou parte do que foi alcançado. Por outro lado, frisam, vários dos princípios acordados para a avaliação têm vindo a ser alterados pelo Ministério da Educação. "Assinámos um acordo global e não é uma posição de boa-fé, da parte do ministério, manter apenas em aplicação a parte negativa. Para nós, neste momento, o acordo já não existe", afirma o líder da Fenprof.