D. Dinis no Compendio de crónicas de reyes (circa 1312-1325)
Dinis I de Portugal (Lisboa [?], 9 de outubro 1261 - Santarém. 7 de janeiro de 1325) foi o sexto rei na Lista de reis de Portugal, com o cognome "O Lavrador" pelo grande impulso que deu à agricultura e ampliação do pinhal de Leiria ou o Rei-Poeta devido à sua obra literária.
Filho de D. Afonso III e de D. Beatriz de Castela , foi aclamado em Lisboa em 1279, tendo subido ao trono com 17 anos. Em 1282 desposou Isabel de Aragão, que ficaria conhecida como Rainha Santa. Ao longo de 46 anos a governar os Reinos Portugal e dos Algarves foi um dos principais responsáveis pela criação da identidade nacional e o alvor da consciência de Portugal enquanto estado-nação: em 1297, após a conclusão da Reconquista pelo seu pai, definiu as fronteiras de Portugal no Tratado de Alcanizes, prosseguiu relevantes reformas judiciais, instituiu a língua Portuguesa como língua oficial da corte, criou a primeira Universidade portuguesa, libertou as Ordens Militares
no território nacional de influências estrangeiras e prosseguiu um
sistemático acréscimo do centralismo régio. A sua política
centralizadora foi articulada com importantes acções de fomento
económico - como a criação de inúmeros concelhos e feiras. D. Dinis
ordenou a exploração de minas de cobre, prata, estanho e ferro e
organizou a exportação da produção excedente para outros países
europeus. Em 1308 assinou o primeiro acordo comercial português com a Inglaterra. Em 1312 fundou a marinha Portuguesa, nomeando 1º Almirante de Portugal, o genovês Manuel Pessanha, e ordenando a construção de várias docas.
Foi grande amante das artes e letras. Tendo sido um famoso trovador, cultivou as Cantigas de Amigo, de Amor e a sátira, contribuindo para o desenvolvimento da poesia trovadoresca
na península Ibérica. Pensa-se ter sido o primeiro monarca português
verdadeiramente alfabetizado, tendo assinado sempre com o nome completo.
Culto e curioso das letras e das ciências, terá impulsionado a tradução
de muitas obras para português, entre as quais se contam os tratados de
seu avô Afonso X, o Sábio. Foi o responsável pela criação da primeira Universidade portuguesa, inicialmente instalada na zona do actual Largo do Carmo, em Lisboa e por si transferida, pela primeira vez, para Coimbra,
em 1308. Esta universidade, que foi transferida várias vezes entre as
duas cidades, ficou definitivamente instalada em Coimbra em 1537, por
ordem de D. João III.
Entre 1320 e 1324 houve uma guerra civil que opôs o rei ao futuro Afonso IV. Este julgava que o pai pretendia dar o trono a Afonso Sanches.
Nesta guerra, o rei contou com pouco apoio popular, pois nos últimos
anos de reinado deu grandes privilégios aos nobres. O infante contou com
o apoio dos concelhos. Apesar dos motivos da revolta, esta guerra foi
no fundo um conflito entre grandes e pequenos. Após a sua morte, em 1325
foi sucedido pelo seu filho legítimo, Afonso IV de Portugal, apesar da oposição do seu favorito, o filho natural Afonso Sanches.
in Wikipédia
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