25 anos do Espírito de Assis
Frei Fabrizio Bordin, OFMCONV
(imagem daqui)
Assis, 27 de outubro de 1986: um marco na história da Igreja. O Papa João Paulo II recém-beatificado pelo seu sucessor Bento XVI, quis explicitamente um encontro de oração, jejum e peregrinação na cidade de S. Francisco. Celebramos, neste mês de Outubro, os 25 anos do «Espírito de Assis». Aquela imagem multicolor dos diferentes representantes das religiões do mundo, da cor amarela do Dalai Lama, ao branco do Papa, ao cinzento do rabino chefe de Roma, até à variedade de cores dos índios da América, continua a desenhar no céu deste tempo o arco-íris da paz, sonho e responsabilidade de todas as religiões indistintamente.
Quando, no findar de uma cinzenta manhã, o arco-íris apareceu sobre a cidade de Assis, os chefes religiosos convocados pela audácia profética de um deles, João Paulo II, entreviram um forte apelo à vida fraterna: ninguém mais podia duvidar que a oração tivesse provocado aquele sinal visível de harmonia entre Deus e os descendentes de Noé.
Quem o afirma é o Cardeal Roger Etchegaray, ao recordar o histórico dia 27 de outubro de 1986, quando o agora Beato João Paulo II convocou, na cidade de S. Francisco, um encontro de oração pela paz.
«Diante da Basílica de S. Francisco – continua o então Presidente de Justiça e Paz e organizador do evento – onde, cheio de frio, cada qual procurava encostar-se ao vizinho (João Paulo II estava ao lado do Dalai Lama), quando alguns judeus saltaram por cima do palco para oferecer ramos de oliveira começando pelos muçulmanos, também eu dei por mim a enxugar as minhas lágrimas».
Decorreram 25 anos desde aquele evento que não foi único, porque João Paulo II regressou a Assis em 1993, para rezar pela paz nos Balcãs, com os judeus e os muçulmanos e, mais tarde, depois do dia 11 de setembro de 2001, quando o mundo parecia deslizar inexoravelmente para o chamado «choque das civilizações e das religiões».
A mensagem que o Espírito de Assis deixava ao mundo era muito clara: «As religiões não justificam o terrorismo e a guerra, mas rezam pela paz».
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