(imagem daqui)
Fernando Baeta Bissaya Barreto Rosa (Castanheira de Pera, 29 de Outubro de 1886 - Lisboa, 16 de Setembro de 1974), mais conhecido por Bissaya Barreto, foi um professor de Medicina da Universidade de Coimbra e político. Entre outras funções, foi deputado à Assembleia Nacional Constituinte (1911), dirigente do Partido Republicano Evolucionista e depois da União Liberal Republicana. Após o golpe de Estado de 28 de Maio de 1926 aderiu à União Nacional, de que foi um destacado dirigente.
Bissaya Barreto fez os seus estudos primários e liceais em Coimbra.
Matriculado na Universidade de Coimbra, fez parte da geração de estudantes da Greve Académica de 1907.
Frequentava, na altura, o 1.º ano da Faculdade de Medicina da
Universidade de Coimbra e foi um dos 160 alunos (chamados
intransigentes) que não renovaram a matrícula para fazer exame.
Na Faculdade de Medicina acaba a licenciatura em 1913, formando-se, anos antes, em Filosofia e Matemática, com excelentes notas.
Sendo ainda aluno universitário, lecciona, no Colégio de Coimbra, a
disciplina de Ciências Físicas e Biológicas, colaborando na altura com o
professor Sidónio Pais, que porventura o terá influenciado.
Em Coimbra,
enquanto estudante, foi um republicano convicto. Pertenceu, quando
frequentava o 4.º ano de Medicina, ao comité civil da organização
carbonária autónoma de Coimbra, "Carbonária Portugália", em Janeiro de 1910. Ao mesmo tempo, faz parte, em Coimbra, da loja maçónica Revolta (aliás, como todos os do comité de estudantes da Carbonária Portugália) com o nome simbólico de Saint-Just, tendo atingido o 5.º grau do Rito Francês.[1]
Participou, como delegado, no Congresso do Partido Republicano, realizado em Coimbra.
Colega de Oliveira Salazar na Universidade, acompanhou-o depois na tertúlia do Centro Académico de Democracia Cristã
(CADC), e pode dizer-se, tal era a admiração pessoal que tinha por ele,
que foi Salazarista antes do Salazarismo. O ditador, mais tarde,
agradeceu-lhe a atenção dedicada.
Concluída a licenciatura em Medicina, Bissaya-Barreto opta pela vida política, sendo eleito pelo círculo eleitoral da Figueira da Foz, para a Assembleia Constituinte de 1911. Em Lisboa, frequenta a Escola Médica e as aulas do professor e cirurgião cabeça,
ao mesmo tempo que ocupa o seu lugar no parlamento. Após 3 anos
regressa a Coimbra, onde faz provas para professor agregado da Faculdade
de Medicina, regendo depois a cadeira de "Técnica Cirúrgica" e exerce
clínica. Como cirurgião, percorre a província, operando em Vila Real, Guarda, Santa Comba Dão, Mealhada, Castanheira de Pera, Figueira da Foz.
Bissaya-Barreto que fez parte (1932) da Comissão Central da União Nacional, juntamente com Manuel Rodrigues, Armindo Monteiro, Lopes Mateus, e sob chefia de Salazar, foi, ainda, Presidente da Junta de Província da Beira Litoral, procurador à Câmara Corporativa e, ao longo do tempo, desenvolveu uma importante acção no campo social e da saúde pública.
Impulsionou sanatórios, leprosarias,
casas da criança, refúgios para idosos, institutos maternais, bairros
económicos, campos de férias, colónias balneares, estando à frente da
campanha de luta contra a tuberculose, a lepra e a loucura.
À sua iniciativa se devem os Sanatórios de Celas e dos Covões,
actualmente Hospital Pediátrico de Coimbra e Hospital Geral,
respectivamente. Também a criação da Maternidade Bissaya Barreto, o
Hospital Sobral Cid, o Hospital Psiquiátrico do Lorvão,
o Hospital Rovisco Pais (que foi uma moderna leprosaria) o Hospital da
Figueira da Foz, entre outras instituições que ainda se encontram em
funcionamento.
Criou a Escola Normal Social e o Portugal dos Pequenitos.
Em 26 de Novembro de 1958, criou uma Fundação, em Coimbra, que tem o seu nome, com sede na casa onde viveu.
Após o 25 de Abril foi exonerado de todos os seus cargos, morrendo em Lisboa a 16 de Setembro de 1974.
Actualmente, a Fundação Bissaya Barreto tem em funcionamento um
Centro de Documentação com diversos documentos, fotografias e
bibliografia sobre a sua vida e a sua obra.
in Wikipédia
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