Morrer de amor
ao pé da tua boca
Desfalecer
à pele
do sorriso
Sufocar
de prazer
com o teu corpo
Trocar tudo por ti
se for preciso
in Destino (1998) - Maria Teresa Horta
O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas. Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
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Júlio Dantas (Lagos, 19 de maio de 1876 - Lisboa, 25 de maio de 1962) foi um escritor, médico, político, e diplomata, que se distinguiu como um dos mais conhecidos intelectuais portugueses das primeiras décadas do século XX. Na sua actividade intelectual foi um polígrafo, cultivando os mais variados géneros literários, da poesia ao romance e ao jornalismo, mas foi como dramaturgo que ficou mais conhecido, em particular pela sua peça A Ceia dos Cardeais (1902), uma das mais populares produções teatrais portuguesas de sempre. Na política foi deputado, Ministro da Instrução Pública e Ministro dos Negócios Estrangeiros (1921-1922 e 1923), terminando a sua carreira pública como embaixador de Portugal no Brasil (1941-1949). Considerado retrógrado por alguns intelectuais coevos, como foi o caso de Almada Negreiros, que escreveu o Manifesto Anti-Dantas, muito polémico, conseguiu granjear durante a vida grande prestígio social e literário, prestígio que decaiu após a sua morte. Foi eleito sócio da Academia de Ciências de Lisboa (1908), instituição a que presidiu a partir de 1922.
Biografia
Filho de Casimiro Augusto Vanez Dantas, militar, escritor e jornalista, e de sua mulher Maria Augusta Pereira de Eça, estudou no Colégio Militar, em Lisboa, sendo admitido com o número 114 em 1887, inscrevendo-se seguidamente no curso de Medicina da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, que concluiu em 1900 com uma tese intitulada Pintores e poetas de Rilhafoles. Pouco depois ingressou no Exército Português, sendo oficial médico a partir de 1902.
A carreira de medicina militar, onde optou por uma prática no campo de psiquiatria, não o absorveu: dedicou-se simultaneamente à literatura e a uma intensa actividade intelectual e social, que o tornou conhecido nos meios políticos e nos círculos cultos de Lisboa. Em 1905 foi eleito deputado às Cortes.
Na literatura revelou-se um verdadeiro polígrafo, dedicando-se aos mais variados géneros literários, desde a poesia, o teatro, o conto, o romance e a crónica até ao ensaio. Alcançou grandes êxitos com as suas peças teatrais, com obras como A Severa, A Ceia dos Cardeais (obra que foi traduzida para mais de 20 línguas), Rosas de Todo o Ano e O Reposteiro Verde.
Publicou o seu primeiro artigo em 1893 no jornal Novidades, e o seu primeiro livro de versos em 1897. A maior parte das suas obras de teatro e novelas são sobre o passado histórico, mas as suas melhores obras, Paço de Veiros (1903) ou O Reposteiro Verde (1921) estão escritas num estilo naturalista.
Nas suas obras defende o culto do heroísmo, da elegância e do amor, situando a trama das suas obras quase invariavelmente no século XVIII, época que escolhia quase sempre como cenário das suas produções, salientando a decadência da vida aristocrática da época. Nas suas obras é também comum encontrar a exaltação do efémero, da morte e do sentimentalismo mais pungente. A sua obra poética é claramente inspirada na lírica palaciana do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende.
Do ponto de vista estilístico, a sua obra situa-se entre o romantismo e o parnasianismo, predominando nas obras de teatro e nas novelas os temas históricos. Contudo, as melhores obras de Júlio Dantas, nomeadamente Paço de Veiros (1903) e o O Reposteiro Verde (1921) têm um claro pendor para o naturalismo. Foi durante décadas um dos autores portugueses mais apreciados no estrangeiro.
A primeira produção de uma das suas peças ocorreu em 1899, no Teatro Dona Amélia (actual Teatro São Luiz) de Lisboa, com a apresentação da peça em quatro actos O que morreu de amor, pela Companhia Rosas & Brasão. Ainda no campo teatral dedicou-se à tradução, tendo publicado versões em língua portuguesa de Cyrano de Bregerac, de Edmond Rostand, e do Rei Lear, de William Shakespeare. Exímio tradutor, as suas traduções contam-se entre as melhores feitas para a língua portuguesa.
A Ceia dos Cardeais (1902) foi enormemente popular no seu tempo. Com base na sua obra teatral A Severa, José Leitão de Barros realizou o primeiro filme sonoro português em 1931. A sua peça Os Crucificados aborda, pela primeira vez no teatro português, a temática da homossexualidade.
Foi sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa a partir de 1908 e sócio efectivo desde 1913. Por várias vezes foi escolhido para presidente da instituição. Em 1949 recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Brasil, título que em 1954 também lhe foi atribuído pela Universidade de Coimbra.
Aceitou também uma carreira no ensino artístico e foi director do Conservatório Nacional de Lisboa, sendo ali professor de História da Literatura e director da Secção de Arte Dramática.
A 14 de fevereiro de 1920 foi feito Grande-Oficial da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.
Foi Ministro da Instrução Pública no outono de 1920, no governo presidido por António Granjo, e Ministro dos Negócios Estrangeiros no governo de Cunha Leal, no inverno de 1921-1922, e novamente em 1923 no governo de Ginestal Machado.
A 14 de fevereiro de 1930 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo e a 21 de março do mesmo ano foi elevado a Grã-Cruz da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.
Em 1938-1940 presidiu à Comissão Executiva dos Centenários, dirigindo a Exposição do Mundo Português que teve lugar em Lisboa e colaborou na Revista dos Centenários, órgão de propaganda da mesma.
Em 1941 foi um dos Embaixadores Especiais enviados ao Brasil para dignificar a cultura de Portugal e em 1949 foi nomeado embaixador de Portugal no Rio de Janeiro. Nessas funções teve papel destacada na elaboração de um acordo ortográfico com o Brasil.
Foi considerado retrógrado por alguns, como foi o caso de Almada Negreiros, que lhe dedicou o Manifesto Anti-Dantas. O facto de ter sido invectivado por aquele manifesto e se ter transformado num dos alvos dos jovens aderentes do modernismo comprova a sua notoriedade de homem público. Apesar disso, passado o teste do tempo e amainadas as paixões, Vitorino Nemésio e David Mourão Ferreira defenderam a sua qualidade literária e a sua invulgar mestria dramatúrgica, considerando-o merecedor de destaque nas letras portuguesas.
No jornalismo e na crítica literária, foi colaborador dos jornais mais importantes de Portugal, nomeadamente do Diário Ilustrado, Novidades, Correio da Manhã e Renascença e escreveu no Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, e no La Nación, de Buenos Aires.
Na area da imprensa, também se encontra colaboração da sua autoria nas revistas Branco e Negro (1896-1898), Serões (1901-1911), Revista do Conservatório Real de Lisboa (1902), Illustração portugueza (1903-1980), Azulejos (1907-1909), O Palco (1912), Atlântida (1915-1920), Terra portuguesa (1916-1927), Revista de turismo iniciada em 1916, O domingo ilustrado (1925-1927), Ilustração (1926-), Feira da Ladra (1929-1943), Anais das bibliotecas, arquivo e museus municipais (1931-1936), Boletim cultural e estatístico (1937), Revista municipal (1939-1973) e Boletim do Sindicato Nacional dos Jornalistas (1941-1945).
Na política foi considerado oportunista, mostrando realmente uma grande versatilidade, servido como deputado na Monarquia, como ministro na Primeira República e finalmente como deputado, presidente da Comissão dos Centenários e embaixador em pleno Estado Novo. Sob a sua plasticidade política, Fernando Dacosta afirmou: "para se aproximar do Paço e da Rainha escreve a "Ceia dos Cardeais". Não recebendo os cargos e as honrarias a que julgava ter direito, aproveita-se da crise do regime monárquico e faz "Um Serão nas Laranjeiras", denúncia da decomposição da corte. Mas não se afasta dela." Quando foi proclamada a República, Júlio Dantas aderiu ao regime e publicou, no diário A Capital, o folhetim "Cruz de Sangue", depois em livro com o título Pátria Portuguesa (1914), fazendo a exaltação do povo e a condenação da nobreza. Em 1911, desencadeado o conflito entre a Igreja Católica e o Estado Português por causa da Lei da Separação de Afonso Costa, publica a peça A Santa Inquisição (1910), um libelo contra a Inquisição. Com o advento do salazarismo, publicou Frei António das Chagas, um "elogio de quem se sacrifica, se imola pela Pátria". Terminada a Segunda Guerra Mundial, prevendo a queda do Estado Novo, reformulou introduziu, em 1946, na Antígona, peça de estreia de Mariana Rey Monteiro, uma crítica velada ao velho ditador por meio da personagem de Creonte.
Foi um dos fundadores da Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses, a SECTP, de que foi o primeiro presidente. Aquela sociedade deu origem à Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).
Contrariando o estereótipo de conservadorismo ligado à sua imagem pública, quebrou com a tradição e resistiu à pressão social da época: casou civilmente, a 30 de maio de 1942, com Maria Isabel Penedo Cardoso e Silva, da qual não teve descendência, e recusou um funeral católico, mantendo-se fiel às suas convicções anticlericais dos inícios do século XX.
Júlio Dantas é lembrado na sua cidade natal, Lagos, por um busto, localizado em Santo Amaro, na área envolvente ao Mercado Novo, dando também o nome à biblioteca pública da cidade. É também patrono da Escola Secundária Júlio Dantas, a principal escola pública de ensino secundário daquela cidade.
Obra
Um dos mais prolíficos polígrafos da literatura lusófona, Júlio Dantas cultivou os mais variados géneros literários, como o romance, a poesia, o teatro e conto, tendo-se também dedicado ao ensaio. Contudo, conseguiu os seus maiores êxitos como dramaturgo, com peças como A Severa, A Ceia dos Cardeais, Rosas de Todo o Ano e O Reposteiro Verde.
in Wikipédia
AS DUAS MÁSCARAS
Num doirado e antiquíssimo sossego
Vi num museu solene e venerando
Duas máscaras velhas,figurando
As duas formas do teatro grego.
E ao olhá-las (contraste singular
Que não sei compreender nem discutir)
A face da Tragédia fez-me rir
E a da Farsa chorar.
De tão contrárias impressões colhidas
Arranquei esta lúcida verdade:
Nas dores mais sinceras, mais sentidas,
Só vê trejeitos a humanidade...
Fui aprender a esse mundo antigo
Que o sofrimento tem o seu pudor:
Por isso te aconselho, meu amigo,
Quando sofreres, guarda a tua dor
E chora a sós contigo.
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Meu querido Amigo:
A menos de um milagre na próxima segunda-feira, 3 (ou mesmo na véspera), o seu Mário de Sá-Carneiro tomará uma forte dose de estricnina e desaparecerá deste mundo. É assim tal e qual – mas custa-me tanto a escrever esta carta pelo ridículo que sempre encontrei nas «cartas de despedida»... Não vale a pena lastimar-me, meu querido Fernando: afinal tenho o que quero: o que tanto sempre quis – e eu, em verdade, já não fazia nada por aqui... Já dera o que tinha a dar. Eu não me mato por coisa nenhuma: eu mato-me porque me coloquei pelas circunstâncias – ou melhor: fui colocado por elas, numa áurea temeridade – numa situação para a qual, a meus olhos, não há outra saída. Antes assim. É a única maneira de fazer o que devo fazer. Vivo há quinze dias uma vida como sempre sonhei: tive tudo durante eles: realizada a parte sexual, enfim, da minha obra – vivido o histerismo do seu ópio, as luas zebradas, os mosqueiros roxos da sua Ilusão. Podia ser feliz mais tempo, tudo me corre, psicologicamente, às mil maravilhas, mas não tenho dinheiro. [...]
Mário de Sá-Carneiro, carta para Fernando Pessoa, 31 de março de 1916
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Filho de pais primos vindos da aldeia de Estevais de Mogadouro, situada na província de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde foi gerado, neto de um sapateiro e de um Guarda Fiscal em Vila Nova de Gaia. Frequentou o Liceu Alexandre Herculano, no Porto, tendo prosseguido os estudos em Viana do Castelo e Vila Real.
Estudou Línguas Românicas e Direito na Faculdade de Letras e na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Devido a razões políticas, foi obrigado a sair de Portugal e viveu no Rio de Janeiro, em São Paulo, Nova Iorque e Paris. Trabalhou como jornalista para os jornais "O Estado de S. Paulo", o "Correio Paulistano" e "O Globo", e na revista "O Cruzeiro".
Mudou-se para Amesterdão, em 1956, para trabalhar na embaixada brasileira. Colaborou com o Diário Popular e depois com o semanário Expresso.
Fez um mestrado na Universidade de Amesterdão, apresentando uma tese intitulada "O povo na obra de Raul Brandão".
Casou-se com uma holandesa, de quem teve três filhas, da qual se divorciaria para se casar com Loekie, a irmã dela, por quem se apaixonou logo que a conheceu.
Após a reforma, continuou a carreira de jornalista e romancista. Colaborou em várias publicações portuguesas, brasileiras, belgas e holandesas.
A 10 de junho de 1991, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique. Em 1992, foi-lhe atribuída a medalha de ouro da cidade de Vila Nova de Gaia.
Desde 2008 que as suas obras estão a ser publicadas em Portugal, pela Quetzal Editores. Anteriormente, alguns dos seus livros foram publicados pela Editorial Escritor.
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Poema en forma de mujer que dicen temeroso, matutino, inútil
Ese amor que cada mañana canta
y silba, temeroso, matutino, inútil
(también silba)
bajo las húmedas tejas de los más solitarios corazones
-¡Ave María Purísima!-
y rosas son, o escudos, o pajaritas recién paridas,
te aseguro que escupe, amoroso
(también escupe)
en ese pozo en el que la mirada se sobresalta.
Sabes por donde voy:
tan temeroso
tan tarde ya
(también tan sin objeto).
Y amargas o semiamargas voces que todos oyen
llenos de sentimiento,
no han de ser suficientes para convertirme en ese dichoso,
caracol al que renuncio
(también atentamente).
Un ojo por insignia,
un torpe labio,
y ese pez que navega nuestra sangre.
Los signos de oprobio nacen dulces
(también llenos de luz)
y gentiles.
Eran
-me horroriza decirlo-
muchos los años que volqué en la mar
(también como las venas de tu garganta, teñida de un tímido color).
Eran
-¿por qué me lo preguntas?-
dos las delgadas piernas que devoré.
Quisiera peinar fecundos ríos en la barba
(también acariciarlos)
e inmensas cataratas de lágrimas
sin sosiego,
desearía, lleno de ardor, acunar allí mismo donde nadie se atreve a
levantar la vista.
Un muerto es un concreto
(también se ríe)
pensamiento que hace señas al aire.
La mariposa,
aquella mariposa ruin que se nutría de las más privadas
sensaciones,
vuela y revuela sobre los altos campanarios
(también hollados campanarios)
aún sin saber,
como no sabe nadie,
que ese amor que cada día grita
y gime, temeroso, matutino, inútil
(también gime)
bajo las tibias tejas de los corazones,
es un amor digno de toda lástima.
Camilo José Cela
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Monumento em homenagem a Raul Proença, Caldas da Rainha
Raul Sangreman Proença (Caldas da Rainha, 10 de maio de 1884 - Porto, 20 de maio de 1941), mais conhecido por Raul Proença, foi um escritor, jornalista, bibliotecário e filósofo português, membro do grupo que fundou a revista Seara Nova. Tem uma escola secundária com o seu nome nas Caldas da Rainha.
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Marcadores: literatura, Raul Proença, Seara Nova
Armando Baptista-Bastos (Lisboa, 27 de fevereiro de 1933 – Lisboa, 9 de maio de 2017) foi um jornalista e escritor português.
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Em 1912, Ossietzky juntou-se à sociedade alemã de paz, mas foi conscrito no exército e serviu durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1920 tornou-se secretário da sociedade, em Berlim. Ossietzky ajudou a fundar a organização Nie Wieder Krieg (Chega de Guerra), em 1922 e tornou-se editor do Weltbühne, um semanário político liberal, em 1927, onde numa série de artigos desmascarou preparativos secretos dos líderes do Reichswehr (exército alemão) para o rearmamento. Acusado de traição, Ossietzky foi condenado em novembro de 1931 a prisão por 18 meses , mas foi-lhe concedida amnistia em dezembro de 1932.
Ossietzky era contra o militarismo alemão e o extremismo político de esquerda ou de direita. Quando Adolf Hitler chegou a Chanceler da Alemanha, em janeiro de 1933, Ossietzky tinha retomado a sua direção, em que atacou intransigentemente os nazis. Firmemente, recusando-se a fugir da Alemanha, ele foi preso em 28 de fevereiro de 1933 e enviado para um campo de concentração em Esterwegen-Papenburg. Depois de três anos de prisão e tortura, Ossietzky foi transferido em maio de 1936 para um hospital da prisão em Berlim pelo governo alemão.
Em 24 de novembro de 1936, Ossietzky recebeu o Prémio Nobel da Paz de 1935, enquanto estava detido. O prémio foi interpretado como uma expressão de censura aos nazis em todo o mundo. Hitler considerou a atribuição do prémio a Ossietzky como um ato ofensivo e a sua resposta foi um decreto proibindo os alemães de aceitar qualquer Prémio Nobel. Morreu de tuberculose em 4 de maio de 1938, ainda preso, num Hospital de Berlim, sem ter recebido o valor do prémio, que desapareceu nas mãos de um advogado de Berlim.
O que não se rendeu
Foi abatido
O que foi abatido
Não se rendeu.
A boca que admoestava
Foi tapada por terra.
A aventura sangrenta
Começa.
Sobre a cova do amigo da paz
Calcam os batalhões.
Foi então vã a luta?
Se aquele que não lutou sozinho, foi abatido,
O inimigo
Inda não venceu.
Bertold Brecht
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