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sábado, setembro 09, 2023

El-Rei D. Duarte I morreu há 585 anos

Estátua de D. Duarte em Viseu
        
D. Duarte I de Portugal (Viseu, 31 de outubro de 1391Tomar, 9 de setembro de 1438) foi o décimo-primeiro Rei de Portugal. Cognominado o Eloquente pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu, era filho de D. João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre e desde cedo foi preparado para reinar, como primogénito da ínclita geração. Em 1433 sucedeu a seu pai. Num curto reinado de cinco anos deu continuidade à política exploração marítima e de conquistas em África. O seu irmão Henrique estabeleceu-se em Sagres, de onde dirigiu as primeiras navegações e, em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador. Numa campanha mal sucedida a Tânger o seu irmão D. Fernando foi capturado e morreu em cativeiro. D. Duarte interessou-se pela cultura e escreveu várias obras, como o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. Preparava uma revisão da legislação portuguesa quando morreu, vitimado pela peste.
     

   

quarta-feira, fevereiro 05, 2014

O bispo, jornalista e político D. António Alves Martins morreu há 132 anos

António Alves Martins (Alijó, 18 de fevereiro de 1808 - Viseu, 5 de fevereiro de 1882) franciscano da Ordem dos Frades Menores, foi Bispo de Viseu desde julho de 1862. Foi eleito deputado em 1842 e nomeado enfermeiro-mor no Hospital de São José em 1881. Iria viver para Viseu, Portugal, a 29 de janeiro de 1868, sendo aclamado ministro do Reino quer no mesmo ano, quer em 1870. Viria a falecer, pobre, entanto, no Paço do Fontelo.
Na estátua em sua homenagem, em Viseu, figura uma citação sua: «A religião deve ser como o sal na comida: nem muito nem pouco, só o preciso».

in Wikipédia

Caricatura de Rafael Bordalo Pinheiro (imagem daqui)

Nasceu em 1808, em Granja de Alijó (Alijó), e faleceu em 1882. Entrou para a Ordem de S. Francisco aos dezasseis anos, indo pouco depois para a Universidade de Coimbra. Foi expulso desta Universidade em 1828, por razões políticas: era um liberal acérrimo e tinha sido acusado de participar na revolução constitucionalista que se dera nesse ano no Porto, a 16 de maio.
Em 1832 foi capelão da Armada, em 1842 deputado, em 1852 professor universitário, em 1861 enfermeiro-mor do Hospital de S. José, em 1862 nomeado bispo de Viseu, dirigente do Partido Reformista entre 1868 e 1869 e entre 1870 e 1871 foi ministro do Reino. Dirigiu o jornal Nacional, entre 1848 e 1849, tendo-se dedicado também ao jornalismo. Camilo Castelo Branco apreciava em extremo a natureza polémica dos artigos de D. António. Escreveu, entre outros títulos, O Nove de outubro e Breves Considerações sobre a Última Guerra Civil, que foi publicado em 1849 aparecendo na autoria "por um liberal". No regime de D. Miguel foi condenado à morte, tendo no entanto conseguido escapar com outros três condenados quando no caminho para o local de execução, Viseu. Polémico e liberal, foi também jornalista.
Teve um sobrinho com o seu nome, poeta e jornalista (1897-1929).

sábado, maio 19, 2012

Na abertura do Museu do Quartzo...

Palavras ditas pelo Professor Galopim de Carvalho na abertura do Museu do Quartzo.


Nos arredores da bela cidade de Viseu, mais propriamente na freguesia do Campo, o Monte de Santa Luzia eleva-se cento e poucos metros acima da superfície planáltica que o rodeia. A geomorfologia ensina-nos que este elemento da paisagem é fruto da existência de um possante filão de quartzo, com várias dezenas de metros de espessura, observável na pedreira ali abandonada há um quarto de século. Trata-se, pois, de um relevo residual suportado pela maior dureza do quartzo e pela sua maior resistência à meteorização, relativamente ao granito que atravessa.

A valorização deste sítio como um local valorizar e preservar, decorre não só da grandiosidade e espectacularidade da dita pedreira, como também da grande importância mineralógica e geológica do quartzo, do seu elevado número de variedades e da invulgar diversidade das suas aplicações como matéria-prima, nas mais variadas indústrias e tecnologias.


A exploração do quartzo neste local, entre 1961 e 1986, pela “Companhia Portuguesa de Fornos Eléctricos”, de Canas de Senhorim, teve como resultado um enorme rasgão na paisagem, então considerado um elemento altamente negativo em termos de impacto ambiental. Desta actividade extractiva ficou, como é costume entre nós, um escarpado rochoso que contrasta com a densa arborização envolvente e uma imensa cratera cheia de água estagnada, aspectos que se mantiveram desde que ali terminou a lavra, sem que o agente económico tivesse procedido a quaisquer trabalhos de requalificação.

A meados dos anos 90 do século passado e a solicitação do Dr. Américo Nunes vereador da cultura, concebi e propus à Autarquia, em nome do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa, um projecto de musealização desta ocorrência como local de interesse geológico e mineralógico a recuperar, conservar e valorizar como geomonumento ou geossítio.

À semelhança de uma “janela aberta” para o interior da crosta, este rasgão na paisagem permite observar diversas e interessantes particularidades geológicas e mineralógicas deste tipo de acidente geológico. Na óptica da preservação e valorização do nosso património natural, o referido escarpado tem o mérito de chamar a atenção para um dos mais volumosos e possantes filões de quartzo leitoso, de entre os muitos que atravessam o substrato do território nacional, como exemplo de importante actividade hidrotermal residual, afectando granitos do final da era paleozóica, com cerca de 280 milhões de anos.

Associado a esta ocorrência propus, então, a criação de um pequeno museu inteiramente dedicado ao quartzo, algo de inédito na museografia mundial. Ao abraçar esta proposta de musealização, a autarquia visou recuperar o que resta de uma exploração caótica abandonada, aceitando este sítio como um pólo científico e pedagógico da Universidade de Lisboa (protocolo assinado entre o Museu Nacional de História Natural e a Câmara Municipal de Viseu, em 14 de Outubro de1997), com grandes potencialidades culturais e, também, naturalmente, turísticas.

O conjunto do Monte de Santa Luzia, cujo projecto de arquitectura, da autoria do Arquitecto Mário Moutinho, foi galardoado, em 1997, com o Prémio Nacional do Ambiente (Autarquias). Inclui a pedreira e o seu escarpado devidamente valorizado, dispõe de um percurso pedonal a ser criteriosamente apoiado em painéis explicativos e completa-se com o Museu do Quartzo.

A minha aposentação como director do Museu Nacional de História Natural, em 2003, levou à nomeação, para o mesmo cargo, do Prof. Doutor Fernando Barriga, da Faculdade de Ciências de Lisboa. Este projecto, foi por ele aceite de imediato, tendo beneficiado da modernidade do seu saber como professor catedrático de mineralogia, interessado na actual museologia desta área científica e profundo conhecedor das novas tecnologias expositivas, experimentais e interactivas aplicadas a esta vertente pedagógica.

Nos últimos anos foi nossa interlocutora, nas múltiplas tarefas e contactos relacionados com a concretização da obra, a Engª Susana Andrade a quem é devida uma palavra de louvor pelo trabalho que realizou A concretização em termos museográficos dos equipamentos e materiais em exposição esteve a cargo de Jaime Anahory, da YDream, tendo por base um guião concebido por mim e pelo meu colega Fernando Barriga, com a colaboração de Rui Galopim de Carvalho, na qualidade de gemólogo.

Essencial na composição dos granitos e de algumas outras rochas, o quartzo é um dos minerais mais característicos e abundantes, ao nível dos continentes, onde ocupa a segunda posição, com cerca de 16%, logo a seguir aos feldspatos (60%) e entre mais de três mil e quinhentas espécies conhecidas. Pela sua abundância, diversidade e características químicas (grande resistência aos processos de meteorização) e físicas (elevada dureza e tipo de fractura, difaneidade, cor, brilho e outras), o quartzo é uma das mais importantes matérias-primas da sociedade industrial. Acompanhou a história do Homem, desde a Idade da Pedra aos dias de hoje, como uma das mais procuradas matérias-primas.

Estas potencialidades fazem deste mineral um importante recurso nas indústrias do presente (com destaque, entre outras, para a fundição, a cerâmica, a vidraria, a cristalaria, a óptica, a química, a medicina reconstrutiva, a electrónica, a relojoaria e a joalharia) e com imensas perspectivas nas tecnologias do futuro.

A abertura ao público do Museu do Quartzo, edificado junto à escarpa da pedreira abandonada, no Monte de Santa Luzia, é hoje, felizmente, uma realidade fruto de uma estreita colaboração entre a Câmara local e o Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa. Concebido para, numa primeira fase, de âmbito local, servir as escolas da região e divulgar conhecimentos entre o cidadão comum, este museu reunirá uma representação significativa de exemplares desta espécie mineral (nas suas múltiplas variedades) e das suas numerosas aplicações industriais e artísticas, a par de equipamentos interactivos adequados e de oficinas pedagógicas.

A médio prazo, numa segunda fase, de âmbito nacional, aspira-se a uma colaboração activa com as universidades e as empresas interessadas no quartzo como matéria-prima nas mais variadas tecnologias. Na eventualidade de previsível sucesso deste embrião do saber, e se as entidades competentes (a autarquia e/ou o poder central) assim o entenderem e apoiarem, esta estrutura, por enquanto meramente pedagógica, poderá e deverá evoluir numa terceira fase para um centro de investigação científica e tecnológica em torno desta temática, a nível internacional, domínio amplamente justificável e, por si só, susceptível de atrair patrocínios por parte de grandes empresas interessadas nesta investigação, como são, por exemplo, as da relojoaria.

Todos sabemos que não basta criar uma estrutura como esta que hoje inauguramos. É absolutamente necessário mantê-la e fazê-la crescer em qualidade e, também, em quantidade. Para tal há que continuar a dispor do aconselhamento científico e pedagógico do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa, previsto no referido protocolo. Numa perspectiva de futuro, será fundamental criar uma estrutura do tipo de um conselho científico/pedagógico, integrando elementos das escolas, das universidades, de outros museus e de centros de ciência, que garantam aos decisores autárquicos o suporte necessário a fazer deste Museu a instituição de referência que todos aspiramos. Será necessário proporcionar-lhe condições materiais que lhe permitam aceder a locais referenciados, no território nacional, como jazidas ou simples ocorrência de quartzo e relacionar-se com entidades envolvidas neste sector da actividade industrial e comercial.

Sendo as Feiras de Minerais a via mais fácil e económica de adquirir bons e raros exemplares, será necessário começar a frequentar estes certames quer no país quer no estrangeiro. Para tudo isto, todos sabemos que é preciso financiamento e neste momento o que mais abunda entre nós é falta dinheiro. É, pois, preciso procurá-lo. Há que explorar a possibilidade de recurso a patrocínios por parte do sector industrial. Num empreendimento desta natureza, a projectar internacionalmente, que tem o quartzo por motivo central, não será difícil encontrar um ou mais patrocinadores. Ao terminar esta prosa, não posso deixar de louvar a autarquia viseense, nas pessoas do seu presidente, Dr. Fernando Ruas, e do seu vice-presidente, Dr. Américo Nunes, com quem trabalhei directamente todos estes anos, pelo invulgar interesse que puseram neste projecto, vencendo as mais diversas dificuldades e permitindo a concretização de um sonho.

in De Rerum Natura - texto de A. M. Galopim de Carvalho

terça-feira, setembro 13, 2011

El-Rei D. Duarte I morreu há 573 anos

(imagem daqui)
D. Duarte I de Portugal (Viseu, 31 de Outubro de 1391Tomar, 13 de Setembro de 1438) foi o décimo-primeiro Rei de Portugal, cognominado o Eloquente ou o Rei-Filósofo pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu. Filho de D. João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre, desde cedo foi preparado para reinar como primogénito da ínclita geração. Em 1433 sucedeu a seu pai. Num curto reinado de cinco anos deu continuidade à política exploração marítima e de conquistas em África. O seu irmão Henrique estabeleceu-se em Sagres, de onde dirigiu as primeiras navegações e, em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador. Numa campanha mal sucedida a Tânger o seu irmão D. Fernando foi capturado e morreu em cativeiro. D. Duarte interessou-se pela cultura e escreveu várias obras, como o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. Preparava uma revisão da legislação portuguesa quando morreu, vitimado pela peste.