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domingo, fevereiro 18, 2024

Notícia sobre o tempo em que o Saara era verdejante...

O Sahara já foi verde. Como? E porquê?

 

 

Um estudo recente oferece novas perspetivas sobre as cíclicas eras húmidos no Norte de África que ocorreram ao longo dos últimos 800.000 anos, lançando luz sobre períodos em que o Deserto do Sahara era luxuriante e verde.

Pela primeira vez,  uma equipa de cientistas realizou simulações dos intervalos de “esverdeamento” do deserto do Sahara, no Norte de África, tendo encontrado evidências da forma como o momento e a intensidade destes “períodos húmidos” foram influenciados pelos glaciares do Hemisfério Norte, que se encontravam a grande distância, a altas latitudes.

De acordo com o estudo, publicado a semana passada na Nature Communications, estes períodos de “reverdecimento” na história do Sahara foram influenciados também por mudanças na órbita da Terra à volta do Sol, e foram interrompidos durante as eras glaciais.

Segundo Edward Armstrong, investigador das Universidades de Helsínquia e Bristol e autor principal do estudo, “as significativas transformações cíclicas do Sahara, de deserto para savana, são uma das mais dramáticas mudanças ambientais da Terra”.

Evidências históricas mostram que o Sahara já teve rios, lagos e animais de grande porte como hipopótamos.

De acordo com os autores do estudo, estes  períodos húmidos podem ter aberto caminho para o movimento de várias espécies, incluindo os primeiros humanos, a nível global.

 

 

Estas eras húmidas, que ocorrem aproximadamente a cada 21.000 anos, estão associadas à chamada “precessão apsidal” da Terra - a oscilação axial do nosso planeta na sua órbita à volta do Sol - afetando os contrastes sazonais e, subsequentemente, a força da Monção Africana.

Os investigadores usaram um novo modelo climático para entender melhor estes períodos húmidos - que confirmou que as fases húmidas foram influenciadas pela precessão apsidal, resultando em verões mais quentes no Hemisfério Norte, amplificando a Monção da África Ocidental e expandindo a vegetação de savana por todo o Sahara.

No entanto, durante as eras glaciais, grandes calotes polares suprimiram estes períodos húmidos, limitando o movimento de espécies, incluindo humanos, para fora de África.

“Estamos muito excitados com estes resultados”, diz Paul Valdes, investigador da Universidade de Bristol e co-autor do estudo, citado pelo Earth.com. “O nosso modelo demonstra eficazmente estas mudanças climáticas no passado o que nos permite prever alterações futuras com grande confiança”.

De acordo com estudos anteriores, há cerca de 5 mi a 11 mil anos – após o fim da última era do gelo – o deserto do Sahara transformou-se. Cresceu vegetação no topo das dunas arenosas, e o aumento das chuvas transformou as cavernas áridas em lagos extensos. Pode o Sahara a voltar um dia a ser um paraíso verde?

 

in ZAP

terça-feira, setembro 19, 2023

Notícia interessante sobre a geologia dos desertos

O que há debaixo da areia do deserto?

 

 

De florestas a mega-lagos pré-históricos, as possibilidades são mais vastas que o areal.

Provavelmente já passeou pela praia e questionou-se: “O que é que acontece se continuar a escavar?”

Felizmente, já respondemos a essa pergunta mas, surpreendentemente, o que encontramos sob a superfície das areias da praia contrasta (e muito) com o que está debaixo da areia do deserto.

A areia, seja em dunas ou junto ao mar, tem origem em rochas. Ao longo de milhares ou até milhões de anos, os processos de erosão desgastam as rochas até se transformarem nos grãos que comummente chamamos de areia.

Na praia, o movimento constante do mar contribui para este ciclo de desgaste das rochas. Se cavar o suficiente, poderá encontrar arenito, uma rocha sedimentar formada quando a areia é submetida a uma pressão imensa. E se for ainda mais fundo? Chegará ao leito rochoso, a camada base da crosta terrestre.

Mas os desertos são um caso à parte, como denota o IFL Science. Ao contrário do que se pensa, maioria dos desertos não é uma vasta extensão de areia, mas sim de leito rochoso exposto. Qualquer areia presente é resultado da erosão deste leito rochoso, sujeito a flutuações extremas de temperatura que o fazem expandir e rachar. Estas rochas são então desgastadas até se transformarem em areia ao longo de um demorado período, normalmente pela ação de ventos fortes.

Na verdade, as dunas de areia, especialmente as móveis, podem cobrir florestas inteiras e atuar como conservantes para o que enterram, como as árvores espinho-de-camelo encontradas na Namíbia.

Uma das descobertas mais fascinantes neste contexto ocorreu em 2010: um mega-lago pré-histórico sob as areias do deserto do Sara foi desvendado pelos cientistas. Acredita-se que se tenha formado há cerca de 250 mil anos devido ao transbordo do rio Nilo para a região, desafiando a hipótese de que os desertos são paisagens monolíticas e desérticas.

Agora, lembre-se: caso se perca no deserto, cavar por uma saída não é a solução, a não ser que queira apreciar as suas últimas camadas de história geológica.

 

in ZAP