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sexta-feira, janeiro 17, 2025

O cometa Encke foi descoberto há 239 anos


O Cometa Encke oficialmente denominado de 2P/Encke, tem seu afélio próximo da órbita de Júpiter. O periélio está dentro da órbita de Mercúrio (mais próximo do Sol do que este planeta) Foi o segundo cometa periódico descoberto, após o cometa Halley.
Este cometa tem o menor período de translação conhecido, aproximadamente 3,31 anos. Por causa da sua inusitada órbita não-parabólica, as tentativas iniciais de calcular os dados da sua órbita esbarraram em dificuldades.
O cometa Encke é aparentemente um asteroide antigo, escuro e provavelmente rígido. Destaca-se por apresentar um brilho menor a cada nova órbita em torno do Sol. Seria um corpo celeste que se encontra em transição de cometa para asteroide. Devido à sua trajetória ser de período muito curto, com suas frequentes passagens junto ao Sol, este cometa já teria perdido a maior parte de seu material volátil.
O cometa foi descoberto em 17 de janeiro de 1786 por Pierre Méchain em Paris, França, quando ele pesquisava por cometa na região de Aquário. Méchain afirmou na época que o cometa apresentava um brilho médio e que a sua cauda era estreita e de brilho fraco. Foi também observado, em 1795, pela astrónoma britânica Caroline Herschel
Por volta de 1818, o cientista alemão Carl Friedrich Gauss desenvolveu um método para calcular as órbitas dos asteroides e o astrónomo alemão Johann Franz Encke (1791-1865) aplicou-o às observações que Jean-Louis Pons fizera sobre um cometa em novembro e dezembro daquele ano. Ele observou que um determinado cometa descoberto em 1786, 1795, 1805, e 1818 era um mesmo cometa.
Em 1819 publicou suas conclusões no jornal Correspondance astronomique, e suas predições estavam corretas quando o cometa retornou em 1822.
O cometa recebeu este nome em homenagem a Johann Franz Encke. Ele foi o astrónomo que descobriu a existência dos cometas de período curto. Não é comum que seja dado o nome ao cometa para quem calculou a sua órbita, mas sim para quem o descobriu. É um dos poucos cometas a não dever o nome ao seu descobridor, mas sim ao astrónomo que previu o seu retorno com precisão.
A sonda CONTOUR ou Comet Nucleus Tour tinha por missão estudá-lo num encontro a 12 de novembro de 2003. Mas a NASA perdeu o contacto com a sonda a 15 de agosto, seis semanas após o seu lançamento e a missão foi posteriormente considerada perdida.

  

(imagem daqui)
 
NOTA: este cometa é responsável pela chuva de estrelas Táuridas, cujo pico de atividade é, no hemisfério norte,  a 11 de novembro, dia em que a Terra passa por algumas poeiras deixadas por este astro.

sábado, setembro 07, 2024

Os humanos e a sua mania de contar o tempo...

Encontrado o calendário mais antigo do mundo. Um cometa está na sua origem

 

Pensa-se que as esculturas de Göbekli Tepe representam o calendário mais antigo do mundo

 

Com 12.000 anos, as gravações feitas num pilar de pedra em Göbekli Tepe, um complexo de templos antigos na Turquia, parecem indicar datas de um calendário solar, que seria o mais antigo do mundo.

A criação do registo foi feita como um memorial a uma colisão devastadora de um cometa, segundo os cientistas responsáveis pelo estudo publicado na Time and Mind.

Os riscos foram feitos em forma de “V”, cada um deles a representar um dia. A interpretação revelou um calendário de 365 dias num dos pilares, com 12 meses lunares e 11 dias de sobra.

O solstício de verão aparecia como um dia especial, separado, representado pelo mesmo formato gravado à volta de uma criatura semelhante a um pássaro.

al pássaro seria uma representação da constelação do solstício de verão da época, e a marca em V no seu pescoço também aparece noutras estátuas próximas, provavelmente para representar deidades antigas.

 


 


 

Cometa na origem do calendário

Os ciclos tanto do Sol como da Lua estão representados no pilar turco, pelo que as gravações podem ser o calendário lunissolar mais antigo do mundo, quebrando o recorde por alguns milhares de anos.

Acredita-se que o registo tenha sido um esforço para assinalar a data de uma chuva de fragmentos de um cometa na Terra há 13.000 anos, em 10.850 a.C., mais especificamente.

Este impacto cósmico pode ter gerado, segundo a ciência, uma pequena Idade do Gelo com 1.200 anos de duração, e eliminado diversas espécies animais. Mudanças no estilo de vida e na adoção da agricultura podem ter sido causadas pelo evento, possivelmente, então, ligado ao nascimento da civilização pouco tempo depois, no que chamamos de Crescente Fértil, no oeste asiático, que compreende o atual estado da Palestina, Israel, Líbano, entre outros.

Outro pilar do sítio arqueológico parece representar a chuva de meteoros das Táuridas, possível origem dos fragmentos, que durou 27 dias e emanou luz a partir das constelações de aquário e peixes.

A descoberta também parece confirmar que os humanos antigos conseguiam registar datas tendo em conta a precessão, ou seja, a mudança no eixo da Terra que afeta o movimento das constelações no céu. Isto anteciparia a compreensão do fenómeno em 10.000 anos antes de Hiparco, anteriormente considerado o seu descobridor, em 150 a.C., na Grécia Antiga.

Os investigadores acreditam que o impacto dos cometas tenha sido importante para o povo de Göbekli Tepe por milénios, talvez até dando origem a um culto ou religião que influenciou o desenvolvimento da civilização.

 

in ZAP