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quarta-feira, abril 16, 2025

Os humanos são artistas há mais tempo do que antes se pensava...

A pintura rupestre mais antiga do mundo é ainda mais antiga do que se pensava

 

 

Pintura rupestre em Sulawesi

 

Arqueólogos fizeram uma descoberta revolucionária na ilha de Sulawesi, na Indonésia. Uma pintura rupestre, anteriormente datada de 45.500 anos, foi agora determinada como tendo pelo menos 51.200 anos.

Sulawesi, uma ilha localizada a oeste de Bornéu, há muito que intriga os investigadores relativamente à chegada dos antigos humanos.

O esqueleto mais antigo conhecido da ilha data de há 16 mil a 25 mil anos, enquanto algumas ferramentas de pedra e abrigos rochosos sugerem atividade humana há mais de 118 mil anos.

Ainda mais intrigantes são os restos fósseis de megafauna, que indicam possíveis atividades de caça humana até 194 mil anos atrás, quando a Indonésia ainda estava ligada ao continente asiático.

A pintura rupestre em questão foi encontrada em 2017 em Leang Karampuang, perto da ponta sul de Sulawesi. Apresenta um painel de quatro metros de largura que representa “bonecos” com lanças, porcos e bovinos.

As primeiras técnicas de datação estimaram que a obra de arte tinha 45.500 anos, tornando-a uma das mais antigas pinturas rupestres conhecidas no mundo.

Um novo estudo publicado na Nature utilizou uma nova técnica de datação que refinou a idade da pintura para pelo menos 51.200 anos. Este método envolve a utilização de lasers para analisar superfícies rochosas sem recolher amostras físicas, evitando assim os problemas de contaminação.

Os métodos de datação tradicionais implicam frequentemente a escavação física de pedaços de rocha, que podem estar contaminados com camadas de sedimentos mais recentes, o que leva a estimativas de idade conservadoras. Por outro lado, a técnica usada pode diferenciar entre a rocha original e as outras camadas de sedimentos, oferecendo uma datação mais precisa.

A equipa de investigadores estimou que a pintura data de 51.200 anos, fazendo recuar significativamente a sua cronologia, escreve o Big Think.

As descobertas sugerem que a capacidade de criar imagens figurativas pode ter-se desenvolvido muito mais cedo do que se pensava anteriormente, potencialmente antes de os humanos terem migrado para fora de África.

O antropólogo britânico Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres, indicou que o novo estudo sugere que a arte figurativa pode ser anterior à migração humana para a Ásia, podendo mesmo ter origem em África. Embora tenha sido encontrada arte antiga em África, esta não era do tipo figurativo.

A identidade dos artistas por detrás destas pinturas antigas continua a ser um mistério. Dado que Sulawesi foi povoada por outras espécies de hominídeos antes do Homo sapiens, é possível que estas pinturas tenham sido obra dos nossos parentes extintos.

A mais antiga pintura rupestre conhecida, uma série de impressões de mãos na gruta de Maltravieso, em Espanha, foi criada pelos Neandertais há cerca de 66.700 anos.

 

in ZAP

quinta-feira, julho 11, 2024

A arte rupestre é mais antiga do que se pensava...

Arte rupestre mais antiga do mundo descoberta em caverna na Indonésia

 

A pintura mostra um porco parado com a boca parcialmente aberta e pelo menos três figuras humanas

 

A mais antiga arte rupestre figurativa foi descoberta na ilha indonésia de Sulawesi por cientistas australianos e indonésios. A fascinante descoberta reescreve a linha do tempo da expressão artística humana.

Uma equipa de arqueólogos australianos e indonésios anunciou a descoberta da mais antiga arte rupestre narrativa conhecida, datada de há pelo menos 51.200 anos.

A descoberta, que foi apresentada num artigo publicado esta semana na revista Nature, não só reescreve a linha do tempo da expressão artística humana, como também mostra as capacidades avançadas de contar histórias dos nossos antepassados.

pinturas agora encontradas, um porco parado com a boca parcialmente aberta e pelo menos três figuras humanas, são mais de 5.000 anos mais antigas do que a anterior arte rupestre mais antiga.

“A descoberta faz recuar no tempo o ponto em que os humanos modernos mostraram pela primeira vez capacidade de pensamento criativo e muda as nossas ideias sobre a evolução humana”, explicou à BBC News a arqueóloga Maxime Aubert, investigadora da Universidade de Griffith, na Austrália, e autora principal do artigo.

“A pintura conta uma história complexa. É a prova mais antiga que temos de humanos a contar histórias. Mostra que os humanos da época tinham a capacidade de pensar em termos abstratos”, afirmou.

As pinturas foram encontradas na caverna de Karampuang, na península do sul da ilha indonésia de Sulawesi, ou ilha das Celebes.

A maior figura humana tem os dois braços estendidos e parece estar a segurar uma vara. A segunda está imediatamente à frente do porco, com a cabeça junto ao focinho. Parece também estar a segurar um pau, uma das extremidades do qual pode estar em contacto com a garganta do porco.

A última figura humana parece estar de cabeça para baixo, com as pernas viradas para cima e estendidas para fora. Tem uma mão que parece estar a tocar na cabeça do porco.

A equipa de cientistas foi liderada por Adhi Agus Oktaviana, especialista indonésio em arte rupestre da Agência Nacional de Investigação e Inovação da Indonésia, em Jacarta.

“A narração de histórias foi uma parte crucial da cultura humana primitiva na Indonésia desde muito cedo”, diz Oktaviana.

“Os seres humanos provavelmente contam histórias há muito mais de 51.200 anos, mas como as palavras não fossilizam, só nos podemos basear em indicadores indiretos, como representações de cenas na arte — e a arte de Sulawesi é agora, de longe, a prova mais antiga que a arqueologia conhece”, acrescentou.

Os primeiros vestígios de desenhos feitos por humanos, que foram encontrados na caverna de Blombos, na África do Sul, datam de há 75.000 a 100.000 anos, e consistem em padrões geométricos.

As pinturas agora encontradas são a mais antiga representação de arte figurativa, a expressão abstrata do mundo à volta da pessoa ou pessoas que a pintaram, representando uma evolução nos processos de pensamento da nossa espécie - que deram origem à arte e à ciência.

A questão é saber o que desencadeou este despertar da mente humana, diz o editor sénior da Nature, Henry Gee. “Algo parece ter acontecido há cerca de 50.000 anos, pouco depois do que todas as outras espécies humanas, como os Neandertais e o chamado Hobbit das Flores, que se extinguiram.

“É muito romântico pensar que, a dada altura, algo aconteceu no cérebro humano, mas penso que é provável que existam exemplos ainda mais antigos de arte representacional”, acrescenta Gee.

Chris Stringer, antropólogo do Museu de História Natural de Londres, acredita que podem existir exemplos mais antigos de arte representacional em África, onde os humanos modernos evoluíram pela primeira vez - mas ainda não encontrámos nenhum.

“Esta descoberta reforça a ideia de que a arte representacional foi produzida pela primeira vez em África, há mais de 50.000 anos, e que o conceito se espalhou à medida que a nossa espécie se expandiu”, considera o antropólogo.

 

in ZAP