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quarta-feira, abril 04, 2018

Salgueiro Maia morreu há 26 anos

Monumento ao Capitão Salgueiro Maia em Santarém

Fernando José Salgueiro Maia (Castelo de Vide, 1 de julho de 1944 - Lisboa, 4 de abril de 1992), foi um militar português.
Salgueiro Maia, como se tornou conhecido, foi um dos distintos capitães do Exército Português, que liderou as forças revolucionárias durante a Revolução dos Cravos, que marcou o final da ditadura. Filho de um ferroviário, Francisco da Luz Maia, e de sua mulher Francisca Silvéria Salgueiro, frequentou a Escola Primária em São Torcato, Coruche, mudando-se mais tarde para Tomar, vindo a concluir o ensino secundário no Liceu Nacional de Leiria (hoje Escola Secundária de Francisco Rodrigues Lobo). Depois da revolução, viria a licenciar-se em Ciências Políticas e Sociais, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa.
Em outubro de 1964, ingressa na Academia Militar, em Lisboa e, acabado o curso, apresenta-se na Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, para frequentar o tirocínio. Foi comandante de instrução em Santarém. Integrou uma companhia de comandos na então guerra colonial.
Em 1973 iniciam-se as reuniões clandestinas do Movimento das Forças Armadas e, Salgueiro Maia, como Delegado de Cavalaria, integra a Comissão Coordenadora do Movimento. Depois do 16 de Março de 1974 e do «Levantamento das Caldas», foi Salgueiro Maia, a 25 de Abril desse ano, quem comandou a coluna de blindados que, vinda de Santarém, montou cerco aos ministérios do Terreiro do Paço forçando, já no final da tarde, a rendição de Marcelo Caetano, no Quartel do Carmo, que entregou a pasta do governo a António de Spínola. Salgueiro Maia escoltou Marcelo Caetano ao avião que o transportaria para o exílio no Brasil.
A 25 de novembro de 1975 sai da EPC, comandando um grupo de carros às ordens do Presidente da República. Será transferido para os Açores, só voltando a Santarém em 1979, onde ficou a comandar o Presídio Militar de Santarém. Em 1984 regressa à EPC.
A 24 de setembro de 1983 recebe a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, e, a título póstumo, o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 28 de junho de 1992 e em 2007 a Medalha de Ouro de Santarém. Recusou, ao longo dos anos, ser membro do Conselho da Revolução, adido militar numa embaixada à sua escolha, governador civil do distrito de Santarém e pertencer à casa Militar da Presidência da República. Foi promovido a major em 1981 e, posteriormente, a Tenente-Coronel.
Em 1989 foi-lhe diagnosticada um cancro que, apesar das intervenções cirúrgicas no ano seguinte e em 1991, o vitimaria, a 4 de abril de 1992.
Madrugada de 25 de abril de 74, parada da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém:
"Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!"
Todos os 240 homens que ouviram estas palavras, ditas da forma serena mas firme, tão característica de Salgueiro Maia, formaram de imediato à sua frente. Depois seguiram para Lisboa e marcharam sobre a ditadura.

terça-feira, março 20, 2018

Galvão de Melo morreu há dez anos

Carlos Galvão de Melo (Figueira da Foz, Buarcos, 4 de agosto de 1921 - Estoril, Alcabideche, 20 de março de 2008) foi um militar e político português, membro da Junta de Salvação Nacional.

Originário de uma família de Mangualde, filho de António Augusto Ferreira de Melo (Viseu, Casa da Balça - Mangualde) e de sua mulher Cecília Rosa Teles de Noronha Galvão (1904 - ?), meio-primo-sobrinho-neto e primo-sobrinho em primeiro grau de Inocêncio Galvão Teles e meio-primo-sobrinho em primeiro grau e primo em segundo grau de Miguel Galvão Teles e de Luís Galvão Teles, nasceu na Figueira da Foz, onde costumavam passar férias no mês de Agosto.
Fez os estudos em Lisboa, no Liceu Camões, na Universidade de Lisboa, e na Escola do Exército que concluiu em 1943.
A 27 de outubro de 1953 foi feito Cavaleiro da Ordem Militar de Avis e a 11 de agosto de 1964 foi elevado a Oficial da mesma Ordem.
A 4 de outubro de 1959 foi inaugurada a Base Aérea Nº 5 (Monte Real), no concelho de Leiria, de que foi o 1º Comandante.
Em 1974 integrou a Junta de Salvação Nacional, sendo duramente contestado pela Esquerda e excluído da dita Junta, na sequência do 28 de setembro do mesmo ano (manifestação da Maioria silenciosa).
Galvão de Melo foi candidato independente nas Eleições presidenciais de 1980, com 0,84% dos votos, após ter sido deputado (independente) pelo CDS na Assembleia Constituinte.
Foi, também, presidente da Associação de Amizade Portugal-Indonésia e da Associação Portugal-Iraque.
Galvão de Melo faleceu a 20 de março de 2008, aos 86 anos, aparentemente vítima de doença súbita.

domingo, março 16, 2014

Há 40 anos o Exército começou, a brincar, o 25 de Abril

(imagem daqui)


O Levantamento das Caldas, também referido como Intentona das Caldas, Revolta das Caldas ou Golpe das Caldas, foi uma tentativa de golpe de Estado frustrada, ocorrida em 16 de março de 1974, em Portugal. O golpe foi descrito como "uma tentativa de avançar com o golpe que não foi devidamente preparada", tendo sido precursor da Revolução dos Cravos que, a 25 de Abril seguinte, derrubou o regime ditatorial do Estado Novo Português. É referido, por vários autores, como o catalisador que aglutinou o oficialato em torno do Movimento das Forças Armadas (MFA).

História
O movimento remonta à insatisfação, entre as Forças Armadas Portuguesas, com a Guerra Colonial, a falta de liberdade política e o atraso económico vivido pelo país.
A 22 de fevereiro de 1974 vem a público a obra "Portugal e o Futuro", do general António de Spínola, onde este defende que a solução para a guerra colonial deveria ser política e não militar.
Mais tarde, a 5 de março ocorre a reunião da Comissão Coordenadora do MFA. Foi lido, e decidido pôr a circular no seio do Movimento dos Capitães, o primeiro documento do Movimento contra o regime e a Guerra Colonial. Intitulava-se "Os Militares, as Forças Armadas e a Nação" e foi elaborado pelo major Ernesto Melo Antunes.
No mesmo mês, a 14, o Governo de Marcello Caetano demite os Generais António de Spínola e Francisco da Costa Gomes respectivamente dos cargos de Chefe e Vice-Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, alegando falta de comparência na cerimónia de solidariedade com o regime, levada a cabo pelos três ramos das Forças Armadas. A demissão dos dois generais virá a ser determinante na aceleração das operações militares contra o regime.
Desse modo, a 16 de março, apesar de originalmente estar prevista a participação de outras unidades militares, apenas o Regimento de Infantaria nº 5, das Caldas da Rainha, avançou para Lisboa, sob o comando do capitão Armando Marques Ramos. Isolado, o seu avanço foi sustado por unidades leais ao regime já às portas de Lisboa, sem derramamento de sangue.
Cerca de 200 homens, entre oficiais, sargentos e praças, foram detidos. Os oficiais, encarcerados na Trafaria, foram libertados no dia 25 de Abril.

quinta-feira, abril 04, 2013

Salgueiro Maia morreu há 21 anos

Monumento ao Capitão Salgueiro Maia em Santarém

Fernando José Salgueiro Maia (Castelo de Vide, 1 de julho de 1944 - Lisboa, 4 de abril de 1992), foi um militar português.

Salgueiro Maia, como se tornou conhecido, foi um dos distintos capitães do Exército Português, que liderou as forças revolucionárias durante a Revolução dos Cravos, que marcou o final da ditadura. Filho de um ferroviário, Francisco da Luz Maia, e de sua mulher Francisca Silvéria Salgueiro, frequentou a Escola Primária em São Torcato, Coruche, mudando-se mais tarde para Tomar, vindo a concluir o ensino secundário no Liceu Nacional de Leiria (hoje Escola Secundária de Francisco Rodrigues Lobo). Depois da revolução, viria a licenciar-se em Ciências Políticas e Sociais, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa.
Em outubro de 1964, ingressa na Academia Militar, em Lisboa e, acabado o curso, apresenta-se na Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, para frequentar o tirocínio. Foi comandante de instrução em Santarém. Integrou uma companhia de comandos na então guerra colonial.
Em 1973 iniciam-se as reuniões clandestinas do Movimento das Forças Armadas e, Salgueiro Maia, como Delegado de Cavalaria, integra a Comissão Coordenadora do Movimento. Depois do 16 de Março de 1974 e do «Levantamento das Caldas», foi Salgueiro Maia, a 25 de Abril desse ano, quem comandou a coluna de blindados que, vinda de Santarém, montou cerco aos ministérios do Terreiro do Paço forçando, já no final da tarde, a rendição de Marcelo Caetano, no Quartel do Carmo, que entregou a pasta do governo a António de Spínola. Salgueiro Maia escoltou Marcelo Caetano ao avião que o transportaria para o exílio no Brasil.
A 25 de novembro de 1975 sai da EPC, comandando um grupo de carros às ordens do Presidente da República. Será transferido para os Açores, só voltando a Santarém em 1979, onde ficou a comandar o Presídio Militar de Santarém. Em 1984 regressa à EPC.
A 24 de setembro de 1983 recebe a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, e, a título póstumo, o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 28 de junho de 1992 e em 2007 a Medalha de Ouro de Santarém. Recusou, ao longo dos anos, ser membro do Conselho da Revolução, adido militar numa embaixada à sua escolha, governador civil do distrito de Santarém e pertencer à casa Militar da Presidência da República. Foi promovido a major em 1981 e, posteriormente, a Tenente-Coronel.
Em 1989 foi-lhe diagnosticada uma doença cancerosa que, apesar das intervenções cirúrgicas no ano seguinte e em 1991, o vitimaria a 4 de abril de 1992.


Madrugada de 25 de Abril de 74, parada da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém:
"Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!"
Todos os 240 homens que ouviram estas palavras, ditas da forma serena mas firme, tão característica de Salgueiro Maia, formaram de imediato à sua frente. Depois seguiram para Lisboa e marcharam sobre a ditadura.

segunda-feira, junho 11, 2012

O camarada Vasco morreu há 7 anos

Vasco dos Santos Gonçalves (Lisboa, 3 de Maio de 1922 - Almancil, 11 de Junho de 2005) foi um militar (General) e um político português da segunda metade do século XX.

Ao tempo coronel, surgiu no Movimento dos Capitães em dezembro de 1973, numa reunião alargada da sua comissão coordenadora efectuada na Costa da Caparica. Coronel de engenharia, viria a integrar a Comissão de Redacção do Programa do Movimento das Forças Armadas. Passou a ser o elemento de ligação com Costa Gomes.
Membro da Comissão Coordenadora do MFA, foi, mais tarde, primeiro-ministro de sucessivos governos provisórios (II a V). Tido geralmente como pertencente ao grupo dos militares próximos do PCP, perdeu toda a sua influência na sequência dos acontecimentos do 25 de novembro de 1975.
Como primeiro-ministro, foi o mentor da reforma agrária, das nacionalizações dos principais meios de produção privados (bancos, seguros, transportes públicos, Siderurgia, etc.) e do salário mínimo para os funcionários públicos..
O seu protagonismo durante os acontecimentos do Verão Quente de 1975 levou os apoiantes do gonçalvismo, na pessoa de Carlos Alberto Moniz, a inclusive comporem uma cantiga em que figurava o seu nome: «Força, força, companheiro Vasco, nós seremos a muralha de aço!».
Morreu a 11 de junho de 2005, aos 84 anos, quando nadava numa piscina, em casa de um irmão em Almancil, aparentemente devido a uma síncope cardíaca.


sexta-feira, março 16, 2012

Há 38 anos começou nas Caldas da Rainha a queda da II República

(imagem daqui)
O Levantamento das Caldas, também referido como Intentona das Caldas ou Revolta das Caldas, foi uma tentativa de golpe de Estado frustrada, ocorrida em 16 de março de 1974, em Portugal. Foi precursor da Revolução dos Cravos que, a 25 de abril seguinte, derrubou o regime ditatorial do Estado Novo Português. É referido, por vários autores, como o catalisador que aglutinou o oficialato em torno do Movimento das Forças Armadas (MFA).

O movimento remonta à insatisfação, entre as Forças Armadas Portuguesas, com a Guerra Colonial, a falta de liberdade política e o atraso económico vivido pelo país.
A 22 de fevereiro de 1974 vem a público a obra "Portugal e o Futuro", do general António de Spínola, onde este defende que a solução para a guerra colonial deveria ser política e não militar.
Mais tarde, a 5 de março ocorre a reunião da Comissão Coordenadora do MFA. Foi lido, e decidido pôr a circular no seio do Movimento dos Capitães, o primeiro documento do Movimento contra o regime e a Guerra Colonial. Intitulava-se "Os Militares, as Forças Armadas e a Nação" e foi elaborado pelo major Ernesto Melo Antunes.
No mesmo mês, a 14, o Governo de Marcelo Caetano demite os Generais António de Spínola e Francisco da Costa Gomes respectivamente dos cargos de Chefe e Vice-Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, alegando falta de comparência na cerimónia de solidariedade com o regime, levada a cabo pelos três ramos das Forças Armadas. A demissão dos dois generais virá a ser determinante na aceleração das operações militares contra o regime.
Desse modo, a 16 de março, apesar de originalmente estar prevista a participação de outras unidades militares, apenas o Regimento de Infantaria nº 5, das Caldas da Rainha, avançou para Lisboa, sob o comando do capitão Armando Marques Ramos. Isolado, o seu avanço foi sustado por unidades leais ao regime já às portas de Lisboa, sem derramamento de sangue.
Cerca de 200 homens, entre oficiais, sargentos e praças, foram detidos. Os oficiais, encarcerados na Trafaria, foram libertados no dia 25 de Abril.

quarta-feira, agosto 31, 2011

Otelo Saraiva de Carvalho nasceu há 75 anos

Otelo Nuno Romão Saraiva de Carvalho (Lourenço Marques, 31 de Agosto de 1936) é um ex-militar português, estratega do 25 de Abril.

Foi capitão em Angola de 1961 a 1963 e também na Guiné entre 1970 e 1973, sendo um dos principais dinamizadores do movimento de contestação ao Decreto Lei nº 353/73, que deu origem ao Movimento dos Capitães e ao MFA.
Era o responsável pelo sector operacional da Comissão Coordenadora do MFA e foi ele quem dirigiu as operações do 25 de Abril, a partir do posto de comando clandestino instalado no Quartel da Pontinha.
Graduado em brigadeiro, foi nomeado Comandante-adjunto do COPCON e Comandante da região militar de Lisboa a 13 de Julho de 1974, tendo passado a ser Comandante do COPCON a 23 de Junho de 1975 (cargo que na prática já exercia desde Setembro de 1974). Foi afastado destes cargos após os acontecimentos de 25 de Novembro de 1975, por realizar de ânimo leve uma série de ordens de prisão e de maus tratos de elementos moderados.
Fez parte do Conselho da Revolução desde que este foi criado, a 14 de Março de 1975, até Dezembro de 1975. A partir de 30 de Julho do mesmo ano integra, com Costa Gomes e Vasco Gonçalves, o Directório, estrutura política de cúpula durante o V Governos Provisório na qual os restantes membros do Conselho da Revolução delegaram temporariamente os seus poderes (mas sem abandonarem o exercício das suas funções).
Conotado com a ala mais radical do MFA, viria a ser preso em consequência dos acontecimentos do 25 de Novembro. Solto três meses mais tarde, foi candidato às eleições presidenciais de 1976.
Em 1980 cria o partido Força de Unidade Popular (FUP) e volta a concorrer às eleições presidenciais de 1980.
Na década de 1980 passou a liderar a organização terrorista FP-25.
Foi detido em 1984. Mais tarde acusou o PCP de ter estado por trás da sua detenção e de ter feito com que ficasse em prisão preventiva cinco anos no âmbito do caso FP 25. Acusou ainda alguns nomes então na Polícia Judiciária, como a actual directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, Cândida Almeida , então na PJ, de, devido à militância no PCP, ter estado por trás da sua detenção.
Em 1985, tendo sido julgado e condenado em tribunal, foi preso pelo seu papel na liderança das FP-25 de Abril, responsáveis pelo assassinato de 17 pessoas nos anos 80.
Foi libertado cinco anos mais tarde, após ter apresentado recurso da sentença condenatória, ficando a aguardar julgamento em liberdade provisória.
Em 1996 a Assembleia da República aprovou o indulto, seguido de uma amnistia para os presos do Caso FP-25.
Em 2011, admitiu que se soubesse como o país ia ficar, não teria realizado o 25 de Abril. Otelo lamenta as “enormes diferenças de carácter salarial” que existem na sociedade portuguesa: “Não posso aceitar essas diferenças. A mim, chocam-me. Então e os outros? Os que se levantam às 05.00 para ir trabalhar na fábrica e na lavoura e chegam ao fim do mês com uma miséria de ordenado?”. Para este capitão de Abril, o que mais o desilude é “questões que considerava muito importantes no programa político do Movimento das Forças Armadas (MFA) não terem sido cumpridas”. Uma delas, que considera “crucial”, era "a criação de um sistema que elevasse rapidamente o nível social, económico e cultural de todo um povo que viveu 48 anos debaixo de uma ditadura. Este povo, que viveu 48 anos sob uma ditadura militar e fascista merecia mais do que dois milhões de portugueses a viverem em estado de pobreza". Esses milhões, sublinhou, significa que “não foram alcançados os objectivos” do 25 de Abril.

domingo, abril 25, 2010

Há 36 anos...

... na Rádio saía finalmente, às 04.26 horas, o primeiro comunicado do MFA:

Leitura do primeiro comunicado do MFA, pela voz do jornalista Joaquim Furtado, aos microfones do Rádio Clube Português:

Aqui posto de comando do Movimento das Forças Armadas.
As Forças Armadas portuguesas apelam a todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas, nas quais se devem conservar com a máxima calma. Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal, para o que apelamos para o bom senso dos comandos das forças militarizadas, no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os Portugueses, o que há que evitar a todo o custo. Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica, esperando a sua acorrência aos hospitais, a fim de prestar a sua eventual colaboração, que se deseja, sinceramente, desnecessária.


Após a leitura do comunicado, foi tocada A Portuguesa, prosseguindo a emissão com a passagem de marchas militares, entre as quais a marcha "A Life on the Ocean Waves" de Henry Russell (1812-1900), que haveria de ser adoptada como hino do MFA.