(imagem daqui)
Luis Cernuda ou Luis Cernuda Bidón (Sevilha, 21 de setembro de 1902 – Cidade do México, 5 de novembro de 1963), foi um poeta e crítico literário andaluz.
Era o filho mais novo de um militar
que impunha na educação dos filhos a mesma disciplina rígida e
intransigente dos quartéis. Desde cedo, esses valores, entraram em
choque com a natureza tímida e retraída de Cernuda.
Em 1919, começou a estudar Direito na Universidade de Sevilha, onde
conheceu Pedro Salinas, seu professor, que o introduziu no mundo
literário. Mudou-se para Madrid
e ali, entrou em contacto com os ambientes literários do que logo viria
a ser chamado a "Geração de 27". Foi em 1927, que publicou sua
primeira obra "Perfil Del Aire".
As suas principais influências procederam de autores românticos como Keats e Bécquer, entre outros.
Durante um ano, trabalhou como leitor de espanhol na Universidade de
Toulouse onde começou a escrever os poemas de seu livro "Un rio, un
amor" (1929).
Quando foi proclamada a república, recebeu-a com ilusão e sempre se
mostrou disposto a colaborar com tudo o que significasse buscar uma
Espanha mais tolerante, liberal e culta. Em 1934, publicou "Donde Habite el olvido".
Durante a Guerra Civil,
participou ativamente, desde as trincheiras culturais como na fundação
da revista "Hora de España", junto com poetas como Alberti ou Gil
Albert ou como na participação do "II Congreso de Intelectuales
Antifascistas", realizado em Valencia.
Em 1938 seguiu até a Inglaterra
para a realização de algumas conferências, porém não regressou mais ao
seu país, começando assim o seu triste exílio. O primeiro livro a ser
publicado já no exílio foi "Las Nubes", em 1940.
Em 1947, conseguiu uma cadeira de professor na Universidade americana de Mount Holyoke,
onde permaneceu até 1952, quando se mudou para o México. Em 1956
publicou "Con las Horas Contadas" e em 1962 "Desolación de la quimera".
Também escreveu interessantes ensaios literários e colaborou em
revistas e jornais mexicanos como "Excelsior" ou "Novedades". Morreu na
Cidade do México, em 1963.
in Wikipédia
Donde habite el olvido
Donde habite el olvido,
En los vastos jardines sin aurora;
Donde yo sólo sea
Memoria de una piedra sepultada entre ortigas
Sobre la cual el viento escapa a sus insomnios.
Donde mi nombre deje
Al cuerpo que designa en brazos de los siglos,
Donde el deseo no exista.
En esa gran región donde el amor, ángel terrible,
No esconda como acero
En mi pecho su ala,
Sonriendo lleno de gracia aérea mientras crece el tormento.
Allí donde termine este afán que exige un dueño a imagen suya,
Sometiendo a otra vida su vida,
Sin más horizonte que otros ojos frente a frente.
Donde penas y dichas no sean más que nombres,
Cielo y tierra nativos en torno de un recuerdo;
Donde al fin quede libre sin saberlo yo mismo,
Disuelto en niebla, ausencia,
Ausencia leve como carne de niño.
Allá, allá lejos;
Donde habite el olvido.
Luis Cernuda
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