Já com a
doença de Parkinson
muito avançada, no dia 30 de março de 2005, surgiu à janela do seu
escritório para tranquilizar os católicos, e já era muito evidente o seu
estado extremamente debilitado. No último Domingo de Páscoa, o Papa
ainda abençoou os fiéis, mas pela primeira vez no seu pontificado não
conseguiu pronunciar a tradicional 'Urbi et Orbi'.
Em 31 de março de 2005, após uma
infecção do trato urinário, o Papa João Paulo II entrou em
choque séptico,
uma forma generalizada de infeção com febre muito alta e baixa pressão
arterial, mas não foi levado para o hospital. Em vez disso, foi-lhe
oferecido um acompanhamento por uma equipa de médicos na sua residência
privada. Acreditou-se que isso era uma indicação para que as pessoas
próximas do Papa acreditassem que ele estava a aproximar-se da morte; de
acordo com os seus desejos, queria morrer no Vaticano. Mais tarde, naquele dia, fontes do Vaticano anunciaram que João Paulo II havia recebido a
extrema unção do seu amigo e secretário
Stanisław Dziwisz.
Durante os dias finais da vida do Papa, as luzes foram mantidas acesas
durante a noite em que ele estava no apartamento papal, no piso
superior do
Palácio Apostólico. Dezenas de milhares de pessoas reuniram-se e mantiveram-se em vigília, na
Praça de São Pedro
e nas ruas vizinhas, durante dois dias. Ao saber disso, afirma-se que o Papa
disse: "Tenho procurado por você, e agora você veio para mim, e te
agradeço."
No sábado, 2 de abril de 2005, em torno das 15h30min no
CEST, João Paulo II falou
em polaco suas palavras finais,
"pozwólcie mi odejść do domu Ojca",
("Deixe-me partir para a casa do Pai"), para seus assessores, e entrou em coma, cerca de quatro horas depois. Ele morreu no seu apartamento privado, às 21.37 CEST (19:37
UTC) de um
choque séptico
e de um colapso cardiovascular circulatório irreversível, 46 dias antes
de completar 85 anos. João Paulo não tinha família perto no momento em que morreu, e os seus sentimentos são refletidos como ele
escreveu em 2000, no final de
sua última vontade e testamento:
“ |
Enquanto o
fim de minha vida se aproxima, volto com minha memória ao começo, aos
meus pais, ao meu irmão, à minha irmã (eu nunca a conheci porque ela
morreu antes de meu nascimento), à paróquia de Wadowice, onde fui
batizado, à cidade que amo, aos meus colegas, amigos da escola primária,
escola secundária e da universidade, até a época da ocupação, quando
era um operário, e então na paróquia de Niegowic, depois em São Floriano
em Cracóvia, do ministério pastoral académico, ao círculo de... a todos
os círculos... de Cracóvia e a Roma... às pessoas que foram confiadas a
mim de uma forma especial pelo Senhor. |
” |
O Testamento do Papa João Paulo II publicado em 7 de abril
revelou que o pontífice ficaria contente de ser enterrado na Polónia,
mas deixou a decisão final para o Colégio dos Cardeais, que preferiram
enterrá-lo debaixo da Basílica de São Pedro, honrando o pedido do
pontífice a ser colocado "em terra nua". Uma
missa de réquiem em 8 de abril teve um número recorde de
chefes de Estado presentes em um funeral. Foi o maior encontro único de chefes de Estado na história, superando os funerais de
Winston Churchill (1965) e
Josip Broz Tito
(1980). Quatro reis, cinco rainhas, pelo menos 70 presidentes e
primeiros-ministros, e mais de 14 líderes de outras religiões
participaram juntamente com os fiéis. É provável que tenha sido a maior
peregrinação do Cristianismo, com números estimados em mais de quatro milhões enlutados em Roma. Entre 250 000 e 300 000 pessoas assistiram ao evento de dentro dos muros do Vaticano.
Em abril de 2013, uma comissão de médicos consultada pela
Congregação para as Causas dos Santos aprovou o segundo milagre atribuído ao beato João Paulo II, necessário no processo de
canonização: a cura de uma mulher na noite de sua
beatificação, em maio de 2011. Não são conhecidos mais detalhes desta cura e o processo, segundo o jornal italiano
La Stampa, está a ser realizado em segredo.
Dois meses depois, este segundo milagre, atribuído à intercessão de João
Paulo II, foi aprovado pela comissão teológica da Congregação, em mais
um passo para a sua canonização.
Em 2 de julho de 2013, a comissão de cardeais e bispos da Congregação
aprovou a atribuição do segundo milagre ao beato João Paulo II. Três dias depois, o
Papa Francisco aprovou o decreto reconhecendo este segundo milagre, autorizando assim a sua canonização.
A cerimónia de canonização está marcada para 27 de abril de 2014, dia
em que será comemorada a festa da Divina Misericórdia, estabelecida por
João Paulo II. Neste mesmo dia, também será canonizado o
Papa João XXIII, numa cerimónia conjunta.