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segunda-feira, outubro 10, 2022

Notícia sobre risco de tsunami em Portugal...

Risco de tsunami como o de 1755 é real. “Não é uma questão de ‘se’, mas de ‘quando'”

 

O risco de um tsunami como o que dizimou Lisboa em 1755 é real. A secretária de Estado da Proteção Civil avisa que “nenhum país está 100% preparado”.

O terramoto de 1755 resultou na destruição quase completa da cidade de Lisboa, afetando ainda grande parte do litoral do Algarve e Setúbal. O sismo foi seguido por um tsunami — que se acredita ter atingido 20 metros de altura — e por múltiplos incêndios, tendo feito mais de 10 mil mortos. Foi um dos sismos mais mortíferos da História.

Em paralelo com a Conferência dos Oceanos, decorreu a sessão “Alerta costeiro”, na qual especialistas discutiram a prevenção deste tipo de eventos catastróficos.

“Os tsunamis são eventos raros, mas podem ser extremamente mortíferos. Nos últimos cem anos, 58 tsunamis causaram mais de 260 mil mortes, uma média de 4600 por desastre, superando qualquer outro perigo natural”, alerta Mami Mizutori, especialista do Escritório das Nações Unidas para a Redução dos Riscos de Desastres, citada pelo Expresso.

A secretária de Estado da Proteção Civil diz que “não é uma questão de ‘se’, mas de ‘quando'”. Portugal é um país com risco de tsunami e sismo, sendo que a costa algarvia e oeste até Peniche são consideradas “zonas mais críticas”.

O tsunami de 2004 no Sudeste Asiático foi “efetivamente uma chamada de atenção para todo o mundo”, realça a governante. Desde então, vários países, incluindo Portugal, têm feito esforços para fazer a possível prevenção.

O objetivo da ONU é alargar o programa “Tsunami Ready” a 100% das comunidades costeiras até 2030. Atualmente apenas 48% dos países em desenvolvimento estão cobertos por este sistema internacional de alerta de tsunamis.

Em entrevista ao Expresso, Patrícia Gaspar desenvolveu mais a questão do risco de tsunami em Portugal.

“Um evento sísmico da magnitude do que aconteceu em 1755 é um evento para o qual nenhum país está 100% preparado. Não há forma de garantir que perante um evento destes não há danos. É impossível”, atirou.

O impacto seria gigante, com várias “vítimas” e “danos”. Apesar de tudo, estamos hoje “garantidamente mais preparados e mais capazes de reagir a uma situação destas do que estávamos há 10, 20 ou 30 anos atrás”, argumenta a secretária de Estado.

“Não vai existir um dia em que alguém possa dizer que estamos 100% preparados. Isso é um conceito que não existe em Proteção Civil”, acrescentou.

O aviso não chegará com horas ou dias de antecedência, mas sim uma antecipação de minutos “que pode permitir salvar vidas”.

Uma vez identificado o risco, a Proteção Civil alerta a população através do sistema de SMS e, dependendo do município, vão-se ouvir sirenes.

 

in ZAP

quinta-feira, novembro 01, 2018

O Sismo de 1755, que destruiu a cidade de Lisboa, foi há 263 anos

Gravura em cobre de 1755 mostrando Lisboa em chamas e o tsunami varrendo o porto
  
O Sismo de 1755, também conhecido por Terramoto de 1755, ocorreu no dia 1 de novembro de 1755, resultando na destruição quase completa da cidade de Lisboa, e atingindo ainda grande parte do litoral do Algarve. O sismo foi seguido de um maremoto - que se crê tenha atingido a altura de 20 metros - e de múltiplos incêndios, tendo feito certamente mais de 10 mil mortos (há quem aponte muitos mais). Foi um dos sismos mais mortíferos da história, marcando o que alguns historiadores chamam a pré-história da Europa Moderna. Os geólogos modernos estimam que o sismo de 1755 atingiu a magnitude 9,0 na escala de Richter.
O terramoto de Lisboa teve um enorme impacto político e sócio-económico na sociedade portuguesa do século XVIII, dando origem aos primeiros estudos científicos do efeito de um sismo numa área alargada, marcando assim o nascimento da moderna sismologia. O acontecimento foi largamente discutido pelos filósofos iluministas, como Voltaire, inspirando desenvolvimentos significativos no domínio da teodiceia e da filosofia do sublime.
  

sábado, novembro 27, 2010

Maqueta da Lisboa ante sismo de 1755 disponível para visita

Projecto levou cinco anos a ser concretizado
Lisboa de 1755 num ecrã táctil

Directora do Museu da Cidade diz que projecto implicou grande processo de investigação

A reconstituição tridimensional da cidade de Lisboa antes do grande terramoto de 1755 foi esta quinta-feira apresentada pelo Museu da Cidade. Consiste numa “leitura pormenorizada” da maqueta feita em 1955 por Ticiano Violante.

O programa "é uma ideia bastante antiga e queremos oferecer ao público uma leitura mais pormenorizada da maqueta feita em 1955 e 1958 por Ticiano Violante, valorizando a peça e explorando toda a informação que ela tem para nos oferecer", disse ao CM a Directora do Museu da Cidade, Ana Cristina Leite.

O projecto, que começou em 2005, implicou um grande processo de investigação, onde a equipa do museu reuniu toda a documentação "cartográfica, iconográfica, documental e textos escritos sobre todas as teses da cidade nestes últimos anos", disse a directora.

Ana Leite acrescentou que a grande novidade "é o material e a informação inédita que tínhamos, vinda de intervenções arqueológicas feitas nos últimos dez anos pelo museu, que redescobriram parte da cidade pré-terramoto."

Para já, o projecto não se encontra acabado, uma vez que este não é "de maneira nenhuma um modelo fechado".

"É o que nos permite estes modelos virtuais. Se tivermos dados novos, é sempre possível rectificar ou acrescentar."


VINTE PONTOS PARA PESQUISAR

Os visitantes terão a possibilidade de pesquisar individualmente os cerca de 20 pontos virtuais da cidade lisboeta, através de ecrãs tácteis, onde, consoante o que quiserem ver, surgirá uma luz sob a maqueta para melhor localizar as pessoas.

"Fundamentalmente é fazer uma viagem no tempo, e saber como era a cidade antes de 1755, que hoje tem uma configuração completamente diferente do que tinha antes. Pretendemos captar novos públicos, melhorar a comunicação com os nosso públicos, e ao mesmo tempo é um projecto importante para o museu e para a cidade", disse a responsável.

O Centro de História de Arte da Universidade de Évora denunciou um abuso de contactos - com um investigador norte-americano que veio a Lisboa a seu convite - e o silenciamento da hipótese de parceria. Ana Leite diz desconhecer a controvérsia, sublinhando que "o Museu da Cidade fez isto como equipa interna".

"O senhor Bernard Frischer teve conhecimento do nosso projecto, viu-o e pronunciou-se sobre o modelo depois de um jornalista cultural da câmara o ter entrevistado. Penso que isso é uma questão democrática", respondeu.

Na inauguração estiveram presentes o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, e a vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto.

in CM - ler notícia

segunda-feira, novembro 01, 2010

Faz hoje 255 anos...

 (imagem daqui)

... um sismo, seguido de tsunami, destruiu a cidade de Lisboa e outras cidades suas vizinhas, do Algarve e do norte de África.

Depois, a acção do Marques de Pombal levantou novamente a nossa capital, fez um profundo levantamento dos estragos e efeitos do sismo em todas as localidades portuguesas e deu origem ao estudo dos sismos - surgiram as bases de uma nova ciência: a sismologia.

sexta-feira, outubro 31, 2008

O Terramoto e o tsunami de 1755


O Terramoto de 1 de Novembro de 1755 atingiu violentamente o país, destruiu o centro da cidade de Lisboa e abanou as consciências e o pensamento de inúmeros intelectuais europeus. Figuras com Kant ou Voltaire escreveram importantes reflexões sobre a génese de fenómenos naturais de tão grande escala e sobre as leis que governam a natureza. O que muitos não saberão é que ao terramoto seguiu-se um violento tsunami, ou maremoto, cuja dimensão e impacto é actualmente alvo de estudo por investigadores portugueses.

Estes e outros assuntos, em torno do Terramoto de 1755, serão apresentados e debatidos amanhã, dia 31, em um colóquio no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, a partir das 15.30 horas.


Programa:

15.00 | 15.30
Recepção e Abertura

15.30 | 16.00
Vítimas do Terramoto de 1755 no Claustro do Convento de Jesus (Academia das Ciências de Lisboa)
Miguel Telles Antunes
Director do Museu da Academia das Ciências de Lisboa

16.00 | 16.30
O Terramoto de 1775: Estado, modernidade e desastres naturais
José Manuel Mendes
Centro de Estudos Sociais e Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

Intervalo

17.00 | 17.30
Perigosidade sísmica no sudoeste da Ibéria e a génese do terramoto de Lisboa
Fernando Carlos Lopes
Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra

17.30 | 18.00
O tsunami do sismo de 1755 e seu registo sedimentar no Algarve
Pedro Proença Cunha
Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra

18.00 | 18.30
Geração e propagação de um tsunami: Contributos da simulação numérica para a minimização do risco
José Antunes do Carmo
Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra

18.30 | 19.00
Redesenhar Lisboa: rupturas e continuidades na Baixa Pombalina
António Filipe Pimentel
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra


NOTA: Durante a sessão estarão expostos:
  • uma ilustração do Terreiro do Paço antes do terramoto, datando do séc. XVIII, pertencente à colecção Nabais Conde;
  • sedimentos do tsunami de 1755, cuja datação recente, que confirma a data do depósito, foi feita por luminescência.