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Recebido via e-mail, e porque, pela primeira vez vou fazer uma greve a exames (os alunos estão são em primeiro, para mim, mas desta vez, para os poder defender, terei mesmo de fazer greve...), aqui fica um apelo aos colegas professores para cumpram o seu direito (e dever...) cívico (e as Direções das Escolas também são constituídas por professores, logo também têm o direito - ou o dever... - de fazer greve).
Para os restantes leitores deste blog, o nosso pedido de compreensão: os professores não aguentam mais - as horas de trabalho, a burocracia, a ameaça de despedimento ou de desterro, o aumento de trabalho na Escola e fora dela (diz o Ministro da Educação que, ao passarmos para 40 horas de trabalho - que hoje já fazemos mais do que isso - não há acréscimo de horas letivas, mas esquece-se de dizer que retirou as horas de Direção de Turma da componente letiva, logo devem desaparecer cerca de 1.700 lugares de professor, só com esta medida, com os que ficam a trabalharem de graça pelos que foram embora...). Não aguentam a falta de verbas nas Escolas, que ganham mais atribuições e só perdem dinheiro no seu orçamento. Não aguentam mais os Mega-Agrupamentos, abortos pedagógicos que alguns antes condenavam e agora apreciam, que tornam impessoal e pouco familiarizada a gestão das Escolas. Não aguentam mais os alunos que entram com fome e saem com menos fome porque os professores lhe pagaram qualquer coisa para enganar a fome. Não aguentam mais as mentiras e intoxicação dos media sobre os professores e a Escola Pública - BASTA!
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Caros colegas,o colégio arbitral, legalmente constituído, considerou que a greve ao exame "não afeta de modo grave e irremediável o direito ao ensino na sua vertente de realização dos exames finais nacionais, não se estando por isso perante a violação de uma necessidade social impreterível".O Ministério e o Governo, valendo-se de uma arrogância já nossa familiar e que, agora que viram os seus intentos contrariados, mostrou as garras com todo o vigor, deu ordem às direções para que sejam convocados todos os professores. Assim, ouso fazer-vos este apelo:Mais do que nunca, façamos todos greve no dia 17,- respondamos à altura à arrogância destes políticos, que preferem impor a dialogar, prejudicando professores, alunos, todo o ensino, e insistindo no discurso de que são os professores que prejudicam os alunos;- os alunos já estão a ser prejudicados pela inflexibilidade do governo, sejamos capazes de não falhar no momento decisivo, fazendo com que tudo isto valha a pena;- há poucos anos, por muitíssimo menos, fomos capazes de nos unir numa greve, fechámos a escola, lembram-se?! sejamos capazes de fazer o mesmo próxima segunda, com um impacto muito maior - outras escolas seriam arrastadas por este impedimento numa escola. Temos mais poder do que imaginamos, sejamos capazes de dar o exemplo!- se estivermos todos unidos, será muito mais fácil para todos, sentir-nos-emos apoiados, seguros;- E tenham presente, segunda-feira não são os alunos que vão a exame, somos nós!Todos os olhos estarão virados para nós, não podemos falhar! Não agora!Os alunos, em setembro/outubro, estarão nos seus cursos, sem qualquer sombra de dúvida, seguirão os seus caminhos...E nós???? Se nada fizermos, muitos estarão no desemprego ou a entrar na mobilidade e os que ficam estarão com mais turmas, mais horas de trabalho, para ainda piorar no ano seguinte (lembram-se da intenção de mexer no 79º?), pois nunca mais poderemos invocar força, nunca mais nos levantaremos.Pensem nisso, por favor. Esqueçam tudo o acessório, centrem-se no essencial: este é o momento de dizerem se querem que eles continuem a destruir-nos a nós e ao ensino em Portugal.Fátima Gomes
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