terça-feira, dezembro 27, 2011

Joan Manuel Serrat - 68 anos

Joan Manuel Serrat i Teresa (Barcelona, 27 de dezembro de 1943) é um cantor, músico e compositor espanhol, uma das expressões mais destacadas da música moderna espanhola e catalã. É filho de Ángeles Teresa e do anarquista Josep Serrat, que era filiado a CNT.
Depois de acabar os seus estudos de engenharia agrícola (1965), começa a cantar num programa da Rádio Barcelona e assina um contrato para a gravação do seu primeiro disco. Será um disco em catalão, pelo que passa a ser considerado um dos fundadores da chamada Nova Canção, que inclui algum dos temas que serão ícones de toda a sua carreira como, por exemplo, “Ara que tinc vint anys” (Agora que tenho vinte anos) ou “Paraules d´amor” (Palavras de amor). Segue um LP de música popular catalã (“Cançons tradicionals”) e “Com ha fa el vent” (Como faz o vento), com canções próprias.
Quando em 1968 começa a cantar em castelhano, é considerado por alguns como um traidor à Catalunha. Aquele ano é nomeado representante da Espanha no Festival Eurovisão da Canção onde deve interpretar a canção “La, la, la”, composta propositadamente para ele pelo Duo Dinámico. Depois de ter gravado a canção em diferentes idiomas, Serrat anuncia que só concorrerá ao Festival se lhe é permitido interpretar a canção em catalão, língua que, na altura, estava quase em situação marginal. A sua proposta não é aceite pelo governo que proíbe a sua presença na TV e a emissão das suas canções nas rádios de todo o país.
A sua participação no Festival da Canção do Rio de Janeiro com o tema “Penélope”, pode ser considerada o começo da sua importante e prolongada carreira no continente americano.
Em 1969 edita um disco, que terá grande repercussão social e avultadas vendas, onde põe música em alguns poemas de Antonio Machado. Em 1971 aparece “Mediterráneo”, um dos seus álbuns mais importantes. Um quarto de século depois, a canção que da o título ao disco será eleita a melhor canção espanhola da segunda metade do XX.
Passa o último período da ditadura do general Franco no exílio e continua a estar proibido pela censura facto que faz que os seus discos de estes anos não cheguem ao grande público. O impasse termina com a publicação de “En tránsito” (1981) e “Cada loco con su tema” (1983), onde aparece um Serrat mais maduro e intimista.
No “El Sur también existe” (1985), volta a musicar um poeta desta vez o uruguaiano Mario Benedetti. Um ano depois aparece “Sinceramente teu” onde interpreta em português alguma das suas músicas mais conhecidas e conta, entre outras, com a participação de cantores tão conceptuados como Maria Bethânia, Gal Costa e Caetano Veloso. Seguem-se “Bienaventurados” (1987), “Material sensible” (1989), “Utopía” (1992), “Nadie es perfecto” (1994) e “D´un temps, d´un país” (1996), antologia pessoal dos melhores temas da música da Catalunha
Em 1996 protagoniza junto de Ana Belén, Víctor Manuel e Miguel Ríos o espectáculo “El gusto es nuestro” (O gosto é nosso) e faz com este uma digressão pela Espanha e diferentes países latino-americanos.
“Sombras de la China” (1998), volta a reunir composições próprias. Em troca, “Cansiones” (2000) é um recompilatório onde reúne canções interpretadas por uma espécie de heterónimo a que da o nome de Tarrés (apelido catalão que, curiosamente, é Serrat ao contrário).
Em 2005 vence um cancro da bexiga.
Em 2006 é nomeado Doctor Honoris Causa pela Universidade Complutense de Madrid pelo seu contributo à cultura espanhola e publica “Mô” (nome que os menorquinos, nas Baleares, dão a sua capital), onde, depois de 17 anos, volta a interpretar temas próprios em catalão.
Em Junho de 2007, com o seu colega e grande amigo Joaquin Sabina, inicia uma tourné pela Espanha e América do Sul, de nome “Dos pájaros de un tiro” (Dois pássaros de uma cajadada só). No mesmo ano, recebe o título de cavaleiro da Legião de Honra, a mais alta distinção da República Francesa, por os seus contributos à criação cultural, promoção do catalão no mundo e pela sua defensa da liberdade de expressão.



Anduriña - Juan Pardo e Joan Manuel Serrat
(Juan Pardo - Antonio Morales)

En Galicia un día eu escoitei
unha vella historia, nun café.
Era dunha nena que da aldea, se escapou.
...Anduriña nova que vóou...

Choran ó pensar, ¿onde andará?
Mais ninguén a quere ir buscar.
Anduriña lle chamaron, os que alí deixou
torna pronto ó porto, ¡por favor!...

Un velliño fala xunto ó lar,
di-me moi baixiño e sin maldade.
Anduriña e nova... Voltará, ¡xa-lo verán!
Probe paxariño, sen plumar...

Nun día calqueira, pousará.
Seu misterio, xa non o será.
O nome Anduriña, xa xamais, se llo dirán.
Pero mentres tanto, ¿onde vái?

Anduriña ¿onde vái?...
Anduriña ¿onde vái?...
Anduriña... ¿onde vái?...





Camí avall - Joan Manuel Serrat

Maduraven els blats,
l'estiu neixia,
les roselles anaven tenyint
els camps;
li deien Soledat,
Rosó, Maria,
i amb un pom de flors anava
camí avall.

Camí avall hi ha un revolt
i ell l'esperava,
li deien Pere, Joan,
Lluís o Guillem,
la duran ses mans tallades
molt lluny de la seva gent.

Camí avall
queden les flors,
les anirà tapant
la pols
que du el vent.

Però un dia els hi van dir:
"No cal que sembris,
enguany els vostres camps
no han de dar blat,
cal que per un fusell
canvieu l'arada".
Camí avall de matí
se'n va un soldat.

Va cremar i va matar
mentre envellia,
fins que altre tirà
abans que ell;
l'enterraren un bon dia
en un pou amb d'altres cent.

Camí avall
sense un adéu
ningú no hi va posar una creu,
no calia.

Ella va plorar per
la mort de l'home
i pels camps on no
creixia el blat.
Pel camí arribaran
unes mans joves,
per eixugar els seus ulls
i llaurar els camps.

I altre cop naixeran
blats i roselles
cobrint les fèrtils tombes dels soldats:
mor un vell, dos infants neixen.
I tot perd l'olor a cremat.

Camí avall
un home mort.
Camí avall
queda un record
del passat.

I avui madurem els blats,
l'estiu comença
i les roselles van
tenyint els camps;
li diuen Soledat,
Rosó, Maria,
i amb un pom de flors va
camí avall.

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