Henry Valentine Miller (Manhattan, New York, 26 de dezembro de 1891 – Los Angeles, 7 de junho de 1980), foi um escritor norte-americano.
O seu estilo é caracterizado pela mistura de autobiografia com ficção.
Muitas vezes lembrado como escritor pornográfico, escreveu também livros
de viagem e ensaios sobre literatura e arte.
Uma de suas amantes foi a escritora Anais Nin. Há um filme ficcional sobre o período da vida em que eles se conheceram, Henry and June, baseado nos diários de Anaïs.
Henry passou sua infância na Avenida Driggs em Williamsburg, Brooklyn, Nova Iorque. Mais tarde, na sua juventude, era membro ativo do Partido Socialista (seu ídolo era o socialista negro Hubert Harrison). Tentou vários tipos de serviços e, por curto período, frequentava aulas no City College of New York. Tanto em 1928 quanto em 1929, passou diversos meses em Paris com sua segunda esposa, June Edith Smith (June Miller). Se mudou sozinho para Paris no ano seguinte, onde morou até a eclosão da Segunda Guerra Mundial. Ele viveu em condições precárias, dependendo da benevolência de amigos, tais como Anaïs Nin, que tornou-se sua amante e financiou a primeira impressão do Trópico de Câncer em 1934.
O livro sofreu dificuldades de distribuição, sendo banido em alguns
países sob a acusação de pornografia. No outono de 1931, Miller
trabalhou na Chicago Tribune (edição parisiense) como revisor, graças a seu amigo Alfred Perlès
que trabalhou lá. Miller obteve a oportunidade de apresentar alguns dos
seus artigos sob o nome de Perlès, desde que somente a equipe editorial
era autorizada a publicar no jornal em 1934.Seus trabalhos relatos
detalhados de experiências sexuais e seus livros trouxeram muito a
discussão livre de assuntos de cunho sexual, na literatura norte
americana, partindo tanto de restrições legais e sociais.
Ele continuou a escrever romances que foram banidos nos Estados Unidos
sob acusação de obscenidade. A maior parte de sua obra gira em torno de
sua segunda esposa June Mansfield. Em especial a trilogia Crucificação
Encarnada. O casal se separou em 1934. Henry voltaria a se casar outras
vezes. Durante a Segunda Guerra Mundial
voltou para os Estados Unidos. Passou a ser um escritor prolífico e
obteve grande sucesso após ter sido permitida a publicação de suas obras na década de 60. Um
memorial dedicado a sua obra é mantido em Big Sur, Califórnia, onde morou de 1944 a 1962.
Henry Miller tornou-se um clássico quando publicou a trilogia "Sexus,
Plexus, Nexus", que ele chamou "A Crucificação Encarnada". Como nos
outros livros, esses romances narram trechos de sua própria vida, embora
ele negasse. Sobre seu processo, declarou: "fiz uso, ao longo desses
livros, de irruptivos assaltos ao inconsciente, tais como sonhos,
fantasia, burlesco, trocadilhos pantagruélicos, etc, que emprestam à
narrativa um carácter caótico, excêntrico, perplexo". Tudo isso é
verdade, mas também o é que Miller vivia na pândega e descrevia isso.
Embora a obra de Henry Miller se tenha tornado, para parte do público
e crítica, sinónimo de literatura erótica, há também muitas passagens
filosóficas em seu livros mais famosos, obras nada obscenas ou lascivas.
Por exemplo, "Big Sur e As Laranjas de Hieronimus Bosch" tem como eixo
principal a narrativa prosaica dos dias em que a personagem
autobiográfica de Miller vive, com sua penúltima mulher e filhos, na
isolada, pacata e "mística" região de Big Sur, na Califórnia(EUA). O
mote da obra é um descrição repleta de digressões e recortes de
episódios já narrados em outros livros com o fim de comparar as
peculiaridades "puras" de Big Sur com os que detêm completamente as
confortáveis benesses e também as tragédias comportamentais da
pós-modernidade.
Outra obra que passa longe de temas e motivos eróticos é "Colosso de
Marússia". O livro baseia-se numa viagem feita pelo autor à Grécia,
antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939. Na verdade, vê-se,
ao longo de todo o livro, um Miller deslumbrado com a magnanimidade da
cultura ancestral grega, assim como faz uso das descrições e análises do
povo grego para contrapor a simplicidade à "civilização da guerra" -
representada, muitas vezes, por referências ao nova-iorquino médio.
in Wikipédia
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