Abalo com magnitude 8,9
Catástrofe poderá ter feito mais de mil mortos
O sismo e o tsunami que abalaram hoje o Japão deverão ter feito mais de mil mortos, avança a agência de notícias Kyodo. Os sobreviventes na cidade de Sendai estão a passar a noite às escuras e ao frio.
Número de vítimas: A agência de notícias Kyodo está a avançar que o sismo e o tsunami no Japão deverão fazer mais de mil mortos. Este é um número que aumenta a cada minuto. O último balanço da polícia refere 378 mortos, 584 desaparecidos e cerca de 950 feridos. Entre as vítimas mortais contam-se 200 corpos que foram encontrados numa praia de Sendai, na província de Miyagi, uma das mais atingidas. A polícia, citada pelos media, acredita que se tratem de cadáveres de moradores que foram apanhados pela vaga de dez metros que arrasou a região costeira.
Na mesma região de Miyagi, desde a chegada da vaga de dez metros que está desaparecido um comboio de passageiros, perto da estação de Nobiru, e ainda não se sabe quantas pessoas seguiam a bordo, avança a agência de notícias Kyodo. O comboio fazia a ligação entre as cidades de Sendai e Ishinomaki. As autoridades dão conta ainda do desaparecimento de um navio que transportava 100 pessoas.
Entretanto, já pelas 4h00 de sábado no Japão (19h00 desta sexta-feira em Lisboa), ocorreu um novo sismo, de magnitude 6,6, na província de Niigata, situada no noroeste do Japão, no lado oposto daquele em que se verificou o abalo mais forte. Segundo a BBC, o novo sismo não causou alerta de tsunami e não houve notícias de danos.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha já lançou um "site" na Internet para permitir aos habitantes das regiões afectadas pelo sismo encontrar os seus familiares. "Milhares de pessoas no Japão perderam contacto com os membros da sua família devido ao sismo e ao tsunami", adiantou a organização em comunicado. Qualquer pessoa se pode inscrever no "site" para dizer à família e amigos que se encontra bem e informar sobre a sua localização.
Na região de Tóquio, um homem de 67 anos morreu esmagado por uma parede que ruiu e uma mulher pelo desabamento do tecto da sua casa. Três outras pessoas morreram na região de Ibaraki, a norte da capital, depois de a sua casa ter ruído.
Nuclear: O Governo japonês declarou hoje estado de emergência depois de o sistema de arrefecimento ter falhado na central nuclear nº 1 de Fukushima, como consequência do sismo. As autoridades garantem que não existem fugas de radioactividade e que não existe perigo imediato, dado que a actividade da central foi suspensa.
De acordo com as autoridades locais em Fukushima, seis mil habitantes dos arredores da central nuclear foram aconselhados a abandonar o local.
Noutro local, em Onagawa (Miyagi), deflagrou um incêndio no complexo nuclear mas longe do reactor nuclear, garante a empresa responsável, Tohoku Electric Power. Já foi activado no local um procedimento de arrefecimento emergência, mas a situação poderá ainda não estar debelada. O facto que está a originar a preocupação das autoridades e, segundo o jornal Phuket Word, o país estará numa situação de emergência nuclear.
Devastação causada pelo sismo e tsunami: O tsunami que se seguiu ao abalo, às 14h46 (05h46, hora portuguesa), e às várias réplicas atingiu especialmente a costa nordeste da ilha principal de Honshu.
Vagas com dez metros de altura abateram-se na zona costeira da região de Sendai, a Norte de Tóquio, e outras de sete metros mais a Sul, na província vizinha de Fukushima, onde o colapso de uma barragem algumas horas após o sismo causou a destruição de várias casas, segundo a agência Kyodo. Esta região é uma das mais próximas do epicentro do sismo, fica a cerca de uma centena de quilómetros da costa Este da ilha de Honshu, no Pacífico.
Na província de Miyagi, uma vaga carregando detritos e lama arrastou, a grande velocidade, os campos agrícolas por onde passou. Em alguns locais, a água entrou até cinco quilómetros para o interior.
Em Sendai, os sobreviventes estão a passar a noite com medo, frio e às escuras, depois do corte total da electricidade, segundo a AFP. Réplicas sucedem-se, testemunha Makiko Tazaki, que mora naquela cidade com um milhão de habitantes, capital de Miyagi. "É a escuridão total no meu bairro. Não temos nem luz nem água potável", disse a moradora. "Não temos aquecimento e faz frio."Na baixa de Tóquio, os edifícios abanaram de forma violenta e os trabalhadores invadiram as ruas a meio da sua jornada de trabalho. A AFP fala no desmoronamento de um edifício em Tóquio onde 600 estudantes participavam numa cerimónia de entrega de diplomas. Há pelo menos 20 feridos, indica a BBC.
"Estava no meu escritório, num décimo andar. As paredes começaram a tremer e depois os móveis também. Nunca tinha vivido algo assim. Tive medo", comentou Saki Horikane, uma funcionária a trabalhar no bairro de Ginza, citada por aquela agência de notícias.
Na região de Tóquio deflagrou um incêndio na refinaria de Iichihara e as chamas elevam-se a várias dezenas de metros de altura.
Na ilha de Hokkaido, a Norte, Hakodate é hoje uma cidade fantasma, horas depois da passagem da vaga de dez metros que a submergiu e obrigou à transferência de 30 mil pessoas. “Não posso dormir dentro de casa”, desabafou Tsune Kimura, de 80 anos, refugiada nas instalações da câmara, onde se encontram mais 50 pessoas. “Os tremores de terra e as ondas não param, estou aterrorizada”, admitiu à AFP.
Um país com perturbações: O primeiro abalo - o mais forte a atingir o Japão nos últimos 140 anos, segundo os sismólogos - desencadeou uma série de incêndios. Um dos fogos ocorreu numa refinaria da cidade de Ichihara, na província de Chiba, perto de Tóquio, consumindo tanques de armazenamento de combustível.
As redes de telecomunicações fixas e móveis estão a registar fortes perturbações. Em Tóquio, quatro milhões de lares estão sem electricidade.
Os transportes são um dos sectores mais afectados. O sismo levou o aeroporto internacional de Narita, a 50 quilómetros de Tóquio, a suspender todos os voos e a evacuar os seus edifícios. Os transportes ferroviários e rodoviários também foram interrompidos em grande parte do arquipélago, especialmente em Tóquio e na sua região, bloqueando milhões de pessoas que "tomaram de assalto" os hóteis da cidade. Os comboios expresso Shinkansen estão parados em todo o Nordeste e as auto-estradas da região de Tóquio foram encerradas poucos minutos depois do abalo.
Operações de socorro: Pouco depois do sismo, o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, falou ao país, lamentando o sucedido e oferecendo as suas condolências às vítimas do desastre. Garantiu que não foi detectada nenhuma fuga radioactiva nas cinco centrais nucleares do país.
As operações de emergência estão a ser coordenadas por um gabinete de emergência criado na dependência directa de Naoto Kan, especialmente para responder à catástrofe. O Exército japonês anunciou estar preparado para enviar 300 aviões e 40 navios para ajudar nas operações de socorro na região Nordeste do Japão, informou a agência de notícias Kyodo.
Equipas de resgate foram enviadas para as áreas mais gravemente atingidas, anunciou o primeiro-ministro. "O nosso Governo vai fazer todos os esforços para garantir a segurança das pessoas e minimizar os estragos causados pelo sismo", adiantou Naoto Kan.
Japão pede ajuda aos EUA: O Japão pediu a ajuda das forças dos EUA estacionadas no arquipélago para o resgate das vítimas. O Presidente norte-americano, Barack Obama, já ofereceu ajuda e transmitiu as suas condolências. "Os Estados Unidos estão prontos para ajudar o povo japonês, neste momento de grande dificuldade. A amizade e a aliança entre as nossas duas nações são inabaláveis", disse num comunicado. Os apoios oferecidos pelos EUA incluem seis navios da Marinha.
Mais tarde os EUA anunciaram que se preparam para direccionar os meios militares que têm na região para o apoio às vítimas. A ajuda já inclui uma dúzia de navios, incluindo um porta-aviões. Segundo Barack Obama, outro porta-aviões já irá a caminho. O porta-voz do Pentágono, o coronel David Lapan também disse à AFP que "as forças dos EUA no Pacífico estão actualmente a avaliar a situação e [estão] prontas para responder e prestar ajuda de emergência”. Durante o tsunami que atingiu o Sudeste Asiático no Natal de 2004, Washington enviou um porta-aviões e aviões de transporte. Também durante o terramoto no Haiti, em Janeiro de 2010, enviou 11 mil homens e muitos navios para ajudar as vítimas. Agora com o sismo no Japão, os Estados Unidos dizem estar novamente preparados para uma mobilização maciça.
O Japão recebeu diversas ofertas de apoio de vários países e já aceitou o envio de quatro equipas de resgate estrangeiras, uma das quais vindas dos Estados Unidos, adiantou a porta-voz do comité de Assuntos Humanitários da ONU, Elisabeth Byrs. "Serão equipas dos Estados Unidos, da Nova Zelândia, da Austrália e da República da Coreia", adiantou. Mas, para além destas equipas, há outros 60 grupos internacionais de mais de 45 países que estão disponíveis para apoiar.
Também o Banco Mundial anunciou que está "pronto a apoiar o Governo e o povo japonês", e os 27 países da União Europeia, reunidos em Bruxelas, comprometeram-se a "mobilizar toda a ajuda necessária".
A zona "mais perigosa possível" para formação de tsunamis: O sismo, que teve epicentro a cerca de 400 quilómetros de Tóquio e a uma profundidade de 32 quilómetros, ocorreu às 14h46 (05h46, hora portuguesa) e foi seguido por uma série de réplicas de grande magnitude.
Apesar de a agência geofísica americana (USGS) ter registado o sismo numa magnitude de 8.9 na escala de Richter, a uma profundidade de 24,4 quilómetros, a agência meteorológica japonesa indicou, por seu lado, que o sismo atingiu os 8.8 na escala de Richter e que se localizou a uma dezena de quilómetros de profundidade e a cerca de cem quilómetros da costa nordeste da ilha de Honshu, no Oceano Pacífico.
Contactado pelo PÚBLICO, o director do Instituto Geofísico D.Luís, Jorge Miguel Miranda, indicou que nesta zona do mundo ocorre uma subducção, ou seja, uma área de convergência de placas tectónicas, onde uma das placas desliza para debaixo da outra. "Esta é a zona mais perigosa possível do ponto de vista da formação de tsunamis".
O sismo foi registado em todas as estações da Rede Sísmica Nacional operada pelo Instituto português de Meteorologia. "Este sismo foi gerado num regime compressivo, em zona de subducção, situação em que a placa do Pacífico mergulha sob a placa Norte Americana. Sendo o sismo superficial, com epicentro no mar e uma magnitude elevada, deu origem a um tsunami cuja primeira vaga atingiu a costa do Japão pelas 06h35", informa o instituto.
De acordo com um comunicado do Instituto português de Meteorologia, "o sismo teve uma série de percursores, que tiveram início há dois dias com um sismo de magnitude 7.2 e pelo menos três sismos de magnitude superior a 6. Este tipo de ambientes tectónicos, em regime compressivo, são os que têm maior capacidade de gerar os chamados grandes sismos".
O sismo mais forte de que há memória ocorreu no Chile, a 22 de Maio de 1960, com uma magnitude de 9,5 na escala de Richter.
Na mesma região de Miyagi, desde a chegada da vaga de dez metros que está desaparecido um comboio de passageiros, perto da estação de Nobiru, e ainda não se sabe quantas pessoas seguiam a bordo, avança a agência de notícias Kyodo. O comboio fazia a ligação entre as cidades de Sendai e Ishinomaki. As autoridades dão conta ainda do desaparecimento de um navio que transportava 100 pessoas.
Entretanto, já pelas 4h00 de sábado no Japão (19h00 desta sexta-feira em Lisboa), ocorreu um novo sismo, de magnitude 6,6, na província de Niigata, situada no noroeste do Japão, no lado oposto daquele em que se verificou o abalo mais forte. Segundo a BBC, o novo sismo não causou alerta de tsunami e não houve notícias de danos.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha já lançou um "site" na Internet para permitir aos habitantes das regiões afectadas pelo sismo encontrar os seus familiares. "Milhares de pessoas no Japão perderam contacto com os membros da sua família devido ao sismo e ao tsunami", adiantou a organização em comunicado. Qualquer pessoa se pode inscrever no "site" para dizer à família e amigos que se encontra bem e informar sobre a sua localização.
Na região de Tóquio, um homem de 67 anos morreu esmagado por uma parede que ruiu e uma mulher pelo desabamento do tecto da sua casa. Três outras pessoas morreram na região de Ibaraki, a norte da capital, depois de a sua casa ter ruído.
Nuclear: O Governo japonês declarou hoje estado de emergência depois de o sistema de arrefecimento ter falhado na central nuclear nº 1 de Fukushima, como consequência do sismo. As autoridades garantem que não existem fugas de radioactividade e que não existe perigo imediato, dado que a actividade da central foi suspensa.
De acordo com as autoridades locais em Fukushima, seis mil habitantes dos arredores da central nuclear foram aconselhados a abandonar o local.
Noutro local, em Onagawa (Miyagi), deflagrou um incêndio no complexo nuclear mas longe do reactor nuclear, garante a empresa responsável, Tohoku Electric Power. Já foi activado no local um procedimento de arrefecimento emergência, mas a situação poderá ainda não estar debelada. O facto que está a originar a preocupação das autoridades e, segundo o jornal Phuket Word, o país estará numa situação de emergência nuclear.
Devastação causada pelo sismo e tsunami: O tsunami que se seguiu ao abalo, às 14h46 (05h46, hora portuguesa), e às várias réplicas atingiu especialmente a costa nordeste da ilha principal de Honshu.
Vagas com dez metros de altura abateram-se na zona costeira da região de Sendai, a Norte de Tóquio, e outras de sete metros mais a Sul, na província vizinha de Fukushima, onde o colapso de uma barragem algumas horas após o sismo causou a destruição de várias casas, segundo a agência Kyodo. Esta região é uma das mais próximas do epicentro do sismo, fica a cerca de uma centena de quilómetros da costa Este da ilha de Honshu, no Pacífico.
Na província de Miyagi, uma vaga carregando detritos e lama arrastou, a grande velocidade, os campos agrícolas por onde passou. Em alguns locais, a água entrou até cinco quilómetros para o interior.
Em Sendai, os sobreviventes estão a passar a noite com medo, frio e às escuras, depois do corte total da electricidade, segundo a AFP. Réplicas sucedem-se, testemunha Makiko Tazaki, que mora naquela cidade com um milhão de habitantes, capital de Miyagi. "É a escuridão total no meu bairro. Não temos nem luz nem água potável", disse a moradora. "Não temos aquecimento e faz frio."Na baixa de Tóquio, os edifícios abanaram de forma violenta e os trabalhadores invadiram as ruas a meio da sua jornada de trabalho. A AFP fala no desmoronamento de um edifício em Tóquio onde 600 estudantes participavam numa cerimónia de entrega de diplomas. Há pelo menos 20 feridos, indica a BBC.
"Estava no meu escritório, num décimo andar. As paredes começaram a tremer e depois os móveis também. Nunca tinha vivido algo assim. Tive medo", comentou Saki Horikane, uma funcionária a trabalhar no bairro de Ginza, citada por aquela agência de notícias.
Na região de Tóquio deflagrou um incêndio na refinaria de Iichihara e as chamas elevam-se a várias dezenas de metros de altura.
Na ilha de Hokkaido, a Norte, Hakodate é hoje uma cidade fantasma, horas depois da passagem da vaga de dez metros que a submergiu e obrigou à transferência de 30 mil pessoas. “Não posso dormir dentro de casa”, desabafou Tsune Kimura, de 80 anos, refugiada nas instalações da câmara, onde se encontram mais 50 pessoas. “Os tremores de terra e as ondas não param, estou aterrorizada”, admitiu à AFP.
Um país com perturbações: O primeiro abalo - o mais forte a atingir o Japão nos últimos 140 anos, segundo os sismólogos - desencadeou uma série de incêndios. Um dos fogos ocorreu numa refinaria da cidade de Ichihara, na província de Chiba, perto de Tóquio, consumindo tanques de armazenamento de combustível.
As redes de telecomunicações fixas e móveis estão a registar fortes perturbações. Em Tóquio, quatro milhões de lares estão sem electricidade.
Os transportes são um dos sectores mais afectados. O sismo levou o aeroporto internacional de Narita, a 50 quilómetros de Tóquio, a suspender todos os voos e a evacuar os seus edifícios. Os transportes ferroviários e rodoviários também foram interrompidos em grande parte do arquipélago, especialmente em Tóquio e na sua região, bloqueando milhões de pessoas que "tomaram de assalto" os hóteis da cidade. Os comboios expresso Shinkansen estão parados em todo o Nordeste e as auto-estradas da região de Tóquio foram encerradas poucos minutos depois do abalo.
Operações de socorro: Pouco depois do sismo, o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, falou ao país, lamentando o sucedido e oferecendo as suas condolências às vítimas do desastre. Garantiu que não foi detectada nenhuma fuga radioactiva nas cinco centrais nucleares do país.
As operações de emergência estão a ser coordenadas por um gabinete de emergência criado na dependência directa de Naoto Kan, especialmente para responder à catástrofe. O Exército japonês anunciou estar preparado para enviar 300 aviões e 40 navios para ajudar nas operações de socorro na região Nordeste do Japão, informou a agência de notícias Kyodo.
Equipas de resgate foram enviadas para as áreas mais gravemente atingidas, anunciou o primeiro-ministro. "O nosso Governo vai fazer todos os esforços para garantir a segurança das pessoas e minimizar os estragos causados pelo sismo", adiantou Naoto Kan.
Japão pede ajuda aos EUA: O Japão pediu a ajuda das forças dos EUA estacionadas no arquipélago para o resgate das vítimas. O Presidente norte-americano, Barack Obama, já ofereceu ajuda e transmitiu as suas condolências. "Os Estados Unidos estão prontos para ajudar o povo japonês, neste momento de grande dificuldade. A amizade e a aliança entre as nossas duas nações são inabaláveis", disse num comunicado. Os apoios oferecidos pelos EUA incluem seis navios da Marinha.
Mais tarde os EUA anunciaram que se preparam para direccionar os meios militares que têm na região para o apoio às vítimas. A ajuda já inclui uma dúzia de navios, incluindo um porta-aviões. Segundo Barack Obama, outro porta-aviões já irá a caminho. O porta-voz do Pentágono, o coronel David Lapan também disse à AFP que "as forças dos EUA no Pacífico estão actualmente a avaliar a situação e [estão] prontas para responder e prestar ajuda de emergência”. Durante o tsunami que atingiu o Sudeste Asiático no Natal de 2004, Washington enviou um porta-aviões e aviões de transporte. Também durante o terramoto no Haiti, em Janeiro de 2010, enviou 11 mil homens e muitos navios para ajudar as vítimas. Agora com o sismo no Japão, os Estados Unidos dizem estar novamente preparados para uma mobilização maciça.
O Japão recebeu diversas ofertas de apoio de vários países e já aceitou o envio de quatro equipas de resgate estrangeiras, uma das quais vindas dos Estados Unidos, adiantou a porta-voz do comité de Assuntos Humanitários da ONU, Elisabeth Byrs. "Serão equipas dos Estados Unidos, da Nova Zelândia, da Austrália e da República da Coreia", adiantou. Mas, para além destas equipas, há outros 60 grupos internacionais de mais de 45 países que estão disponíveis para apoiar.
Também o Banco Mundial anunciou que está "pronto a apoiar o Governo e o povo japonês", e os 27 países da União Europeia, reunidos em Bruxelas, comprometeram-se a "mobilizar toda a ajuda necessária".
A zona "mais perigosa possível" para formação de tsunamis: O sismo, que teve epicentro a cerca de 400 quilómetros de Tóquio e a uma profundidade de 32 quilómetros, ocorreu às 14h46 (05h46, hora portuguesa) e foi seguido por uma série de réplicas de grande magnitude.
Apesar de a agência geofísica americana (USGS) ter registado o sismo numa magnitude de 8.9 na escala de Richter, a uma profundidade de 24,4 quilómetros, a agência meteorológica japonesa indicou, por seu lado, que o sismo atingiu os 8.8 na escala de Richter e que se localizou a uma dezena de quilómetros de profundidade e a cerca de cem quilómetros da costa nordeste da ilha de Honshu, no Oceano Pacífico.
Contactado pelo PÚBLICO, o director do Instituto Geofísico D.Luís, Jorge Miguel Miranda, indicou que nesta zona do mundo ocorre uma subducção, ou seja, uma área de convergência de placas tectónicas, onde uma das placas desliza para debaixo da outra. "Esta é a zona mais perigosa possível do ponto de vista da formação de tsunamis".
O sismo foi registado em todas as estações da Rede Sísmica Nacional operada pelo Instituto português de Meteorologia. "Este sismo foi gerado num regime compressivo, em zona de subducção, situação em que a placa do Pacífico mergulha sob a placa Norte Americana. Sendo o sismo superficial, com epicentro no mar e uma magnitude elevada, deu origem a um tsunami cuja primeira vaga atingiu a costa do Japão pelas 06h35", informa o instituto.
De acordo com um comunicado do Instituto português de Meteorologia, "o sismo teve uma série de percursores, que tiveram início há dois dias com um sismo de magnitude 7.2 e pelo menos três sismos de magnitude superior a 6. Este tipo de ambientes tectónicos, em regime compressivo, são os que têm maior capacidade de gerar os chamados grandes sismos".
O sismo mais forte de que há memória ocorreu no Chile, a 22 de Maio de 1960, com uma magnitude de 9,5 na escala de Richter.
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