domingo, março 20, 2011

O PEC IV e o fim de um lamentável governo

 
O bando dos mentirosos empedernidos e compulsivos

Sócrates disse que apresentou as novas medidas do PEC IV primeiro aos portugueses, através da conferência de imprensa de Teixeira dos Santos, antes de as apresentar em Bruxelas.
MENTIRA: a carta de compromisso de José Sócrates com as novas medidas seguiu para Bruxelas no dia 10 de Março e Teixeira dos Santos só falou no dia 11 de manhã (agora andam a dizer que a data da carta não conta, o que além de descarado logro, resulta numa figura caricata, mesmo patética).
Sócrates disse na SIC e repetiu no parlamento que só apresentou em Bruxelas linhas de orientação “negociáveis”.
MENTIRA: na carta que enviou ao BCE e à Comissão Europeia o Governo utiliza sete vezes expressões como “o compromisso do Governo” ou “as autoridades portuguesas comprometeram-se”.
Sócrates disse que a intenção de congelar as pensões mínimas era um equívoco que resultava do mau entendimento das palavras de Teixeira dos Santos
MENTIRA: Para além desse princípio estar muito claro tanto nos documentos distribuídos por Teixeira dos Santos, como na famosa carta enviada a Bruxelas (“the suspension of the application of pension indexation rules yields budgetary savings of 0.2 %GDP”), a verdade é que Teixeira dos Santos nunca desmentiu essa suspensão das pensões, mesmo quando foi directamente confrontado com ela no parlamento. O “equívoco” não passa de uma invenção de António Costa.
Para esta gente vale tudo. E não é só para Sócrates. É para a pandilha toda. Só há solução: uma limpeza total. Recomendo o uso de lixívia, pois as nódoas já estão demasiado entranhadas.

PS. A Agência Lusa, em mais um dos seus habituais fretes ao Governo, veio dizer que a Comissão Europeia tinha contrariado declarações de Paula Teixeira da Cruz baseadas numa notícia do Expresso. Acontece que não contrariou. Primeiro: a data da carta enviada para Bruxelas é mesmo 10 de Março, não 11 de Março. Segundo: o email enviado com a carta chegou ao gabinete de Durão Barroso às 9h54, hora de Lisboa, e a essa hora Teixeira dos Santos não tinha ainda apresentado as medidas aos portugueses, pois a sua conferência de imprensa de dia 11 de Março começou muito atrasada (todas as notícias nas edições on-line têm hora mais tardia, tendo sido sempre colocadas depois das 10h da manhã, mesmo os registos mais breves). A Lusa pretende que uma frase do email de Sócrates - “O Governo português está actualmente a finalizar os seus Programas de Estabilidade e de Reformas Nacionais para apresentar às instituições europeias em Abril” – desmente a alegação de que o plano apresentado em Bruxelas era um compromisso firme quando, se é verdade que esse documento não era o PEC na sua redação final, o relevante é que Sócrates escreveu também, dirigindo a Durão Barroso, que “gostava de partilhar consigo as orientações políticas gerais e medidas que o Governo português se compromete a adoptar para enfrentar os grandes desafios económicos”. Vou repetir: “se compremete a adoptar”. Que eu saiba “comprometer a adoptar” não é amesma coisa que “comprometer a negociar”. Lamentavelmente muitos sites de informação estão a reproduzir acriticamente e acefalamente a notícia da Lusa. 

Sem comentários: