Canção de uma Girl em fim-de-festa (*)
E o ar de quem nos vai dar
muito mais a ganhar
Antes não era tão bom
A vida não tinha tom
Mas tu fizeste a vida apetecer
Mandaste a minha solidão embora
Nomeaste-me para administradora
Com o teu discurso seguro
E a aldrabice no teu olhar
Eu fiquei louca por ti
Logo rejuvenesci
E comecei a gastar
Dispondo a meu favor
do dinheiro sem cor
Ali mesmo à mão de semear
Aumentaste de um modo perverso
Todos os impostos do universo
Com o teu discurso seguro
E a aldrabice no teu olhar
Dá-me tacho, dá-me tacho
Deixa o meu conforto manter-se
Até o mandato acabar
Dá-me tacho, não deixes o FMI entrar
Atira as culpas para os outros e talvez
a gente consiga escapar
Bati recordes de despesa
Agora já estou tesa
não há mais pra gastar
Já não temos mais colchões
Caímos aos trambolhões
A situação está cada vez pior
.
Por ti o cofre está cada vez mais leve
E eu sei que essencialmente isso se deve
Ao teu discurso seguro
e à aldrabice no teu olhar
Dá-me tacho, dá-me tacho
Deixa o meu conforto manter-se
Até o mandato acabar
Dá-me tacho, não deixes o PSD entrar
Atira as culpas para os gajos e talvez
a gente consiga escapar
Se eu fosse compositora
compunha à bancarrota
um hino triunfal
se eu fosse uma tipa honesta
havia de declarar-te
incompetente à escala mundial
Mas eu não passo duma bem-falante
que teve a sorte de ser militante
com cargo bem remunerado,
com Mercedes e Visa dourado
Dá-me tacho, dá-me tacho
Deixa o meu conforto manter-se
Até o mandato acabar
Dá-me tacho, não deixes o FMI entrar
Atira as culpas para os outros e talvez
a gente consiga escapar
(*) para entoar com a música de Dá-me Lume, de Jorge Palma.
Há qualquer coisa de insuportavelmente repugnante naquele esganiçamento histérico com que Sócrates se vira para os congressistas berrando: 'Está comigo todo o Partido Socialista? Vocês estão comigo??'
Livra, até o outro tarado, lá nos Parteitage de Nuremberga, berrava 'Hinter uns kommt Deutschland!' - e não hinter mich...