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quinta-feira, agosto 08, 2024

Os humanos chegaram à península Ibérica há 1,3 milhões de anos...

Estudo reescreve a História: os primeiros humanos chegaram a Espanha há 1,3 milhões de anos

 

Imagem da recente escavação efetuada no sítio de Venta Micena 3, em Orce

 

Alguma vez se perguntou quando é que os primeiros humanos pisaram a Europa? Um novo estudo sugere que isso aconteceu muito antes do que os cientistas pensavam – e de uma forma surpreendente.

Imagine uma época muito anterior à invenção da roda ou da escrita. Estamos a falar de há cerca de 1,3 milhões de anos.

É nessa altura que os investigadores acreditam agora que os primeiros seres humanos chegaram à Europa, mais concretamente ao atual sul de Espanha.

Uma equipa de cientistas espanhóis, liderada por Lluís Gibert, investigador da Universidade de Barcelona, tem estado a escavar o passado num local chamado Orce, no sul de Espanha.

O que descobriram é bastante surpreendente: os restos humanos mais antigos alguma vez descobertos na Europa. Os investigadores  afirmam que as suas descobertas podem reescrever a história da migração humana.

Então, como é que os investigadores sabem a idade destes restos mortais? É aqui que entra a ciência. Os investigadores, que publicaram os resultados do seu estudo no início do mês na revista Earth-Science Reviews, utilizaram uma técnica chamada paleomagnetismo.

O paleomagnetismo é como ler o diário magnético da Terra. Os investigadores observam que os polos magnéticos do nosso planeta se invertem de tempos a tempos. Essa inversão deixa uma marca em certos minerais, como uma espécie de tinta invisível.

Os cientistas podem ler estas marcas para descobrir quando é que as coisas aconteceram no passado.

“A singularidade destes sítios é o facto de estarem estratificados e inseridos numa sequência sedimentar muito longa, com mais de oitenta metros de comprimento”, explica Gibert, citado pelo Study Finds.

“Normalmente, os sítios arqueológicos encontram-se em grutas ou sequências estratigráficas muito curtas, que não permitem desenvolver longas sequências paleomagnéticas nas quais se podem encontrar diferentes inversões magnéticas”, nota o investigador.

Por outras palavras, Orce é como um livro de história gigante com muitas páginas, enquanto a maior parte dos outros sítios se assemelha mais a pequenas histórias. Isto dá aos cientistas uma imagem muito mais clara do que aconteceu e quando.

Então, o que descobriram exatamente os investigadores?

O estudo aponta para três sítios importantes em Orce: Venta Micena (1,32 milhões de anos), Barranco León (1,28 milhões de anos) e Fuente Nueva 3 (1,23 milhões de anos).

Estas datas fazem com que os restos mortais de Orce sejam significativamente mais antigos do que os encontrados noutros sítios europeus famosos. No entanto, não se trata apenas de saber quando é que os humanos chegaram à Europa — o estudo também lança luz sobre a forma como lá chegaram.

Durante anos, os cientistas debateram se os primeiros seres humanos entraram na Europa através do Médio Oriente ou atravessando o Estreito de Gibraltar a partir de África.

Esta nova investigação apoia a teoria da rota de Gibraltar. Porquê?

Por um lado, as ferramentas de pedra encontradas em Orce são semelhantes às utilizadas no Norte de África nessa altura. Além disso, os investigadores encontraram restos de animais africanos, como hipopótamos, no sul de Espanha, mas em mais nenhum lugar da Europa.

“Defendemos a hipótese de que os humanos chegaram à Europa pelo Estreito de Gibraltar, porque não foram encontrados vestígios mais antigos em nenhum outro local da rota alternativa”, acrescenta Gibert.


O novo estudo junta evidências que fazem pender a balança a favor da teoria da colonização da Europa através do Estreito de Gibraltar

 

Atravessar o Estreito de Gibraltar não foi tarefa fácil, explica a equipa. Atualmente, tem cerca de 14 quilómetros de largura no seu ponto mais estreito. No entanto, Gibert sugere que, no passado, esta distância pode ter sido mais curta devido a alterações no nível do mar e à atividade tectónica.

Os investigadores estabelecem um paralelo intrigante com outra migração humana antiga. “A humanidade chegou à Europa quando dispunha da tecnologia necessária para atravessar barreiras marítimas, como aconteceu há um milhão de anos na ilha das Flores, na Indonésia”, diz Gibert.

Isto sugere que os nossos antigos antepassados eram marinheiros mais capazes do que se pensava.

O estudo também analisou os restos de animais encontrados em Orce. Os tipos de animais presentes podem dizer-nos muito sobre a época em que os seres humanos lá estiveram.

Por exemplo, os investigadores descobriram que certas espécies de roedores de Orce eram menos evoluídas do que as encontradas em sítios mais jovens. Verificaram também que os antepassados dos porcos, provenientes da Ásia, não existiam em Orce, mas estavam presentes em sítios posteriores.

Tudo isto dá uma imagem dos primeiros seres humanos a espalharem-se gradualmente pelo globo. Saíram de África há cerca de dois milhões de anos, chegaram à Ásia há cerca de 1,8 milhões de anos.

E, finalmente, chegaram à Europa, há cerca de 1,3 milhões de anos.

 

in ZAP

quinta-feira, julho 11, 2024

Há novidades sobre o povoamento e colonização do Pacífico pelos humanos...

Descoberta cidade perdida em Tonga que revoluciona a história no Pacífico

   

 

Com a ajuda da tecnologia laser LiDAR, cientistas encontraram uma cidade perdida na ilha principal de Tonga, Tongatapu.

As ruínas, que estavam escondidas sob a vegetação na costa do Pacífico, são uma prova de que a urbanização começou muito antes da chegada dos europeus no arquipélago, mudando a história como a conhecemos por completo.

Os responsáveis pelo achado da cidade são da Universidade Nacional da Austrália, que fizeram o reconhecimento aéreo de Tongatapu e revelaram estradas, fortificações, construções comunais e diversos montes de terra conhecidos como sambaquis. Grandes montes de terra específicos da região também foram encontrados - chamados “sia heu lupe”, eles eram usados para o desporto da captura de pombos.

Num comunicado, os investigadores responsáveis afirmaram que as estruturas feitas com terra foram levantadas em Tangatapu por volta do ano 300 d.C., ou seja, 700 anos antes do que se pensava. Os assentamentos eram uma maneira de alocar a população crescente, criando o que se chama hoje de urbanização de baixa densidade, o que trouxe mudanças sociais e económicas importantes.

 

Urbanização antes dos europeus

Os europeus chegaram a Tongatapu em 1773 d.C., e, na época, acreditaram que o sul do Pacífico não tinha sociedades humanas complexas, um mito que foi desmentido pela descoberta. Mesmo os cientistas acreditavam que a densidade populacional da região era baixa demais para o desenvolvimento de assentamentos urbanos.

Nas ilhas do Pacífico, no entanto, uma forma de urbanização de baixa densidade já existia, embora tomando um rumo diferente do modelo europeu. Segundo os investigadores, quando pensamos em cidades, geralmente o que vem à cabeça é um modelo europeu tradicional, com acomodações compactas e tortuosas ruas de pedra. Em Tonga, o modelo era bem diferente.

Os radares a laser LiDAR, que tornaram a pesquisa possível, foram desenvolvidos no início da década de 1970 para exploração espacial, mas são muito úteis na arqueologia, já que são capazes de mapear terrenos independente da presença de vegetação ou corpos de água. Com a tecnologia, já foram encontradas cidades perdidas na selva amazónica, no México e na Guatemala, por exemplo.

 

in ZAP

segunda-feira, maio 13, 2024

Mais dados sobre a colonização da Terra pelos humanos modernos...

Para onde foram os primeiros humanos depois de África? Novo estudo dá a resposta

 

 

 

O novo estudo aponta que os humanos ancestrais foram para o Planalto Persa antes de iniciarem a colonização generalizada da Eurásia.

Um estudo revolucionário recentemente publicado na Nature Communications lança luz sobre um dos mistérios mais duradouros da pré-história humana: para onde foram primeiros humanos após deixarem África e antes de se dispersarem pela Eurásia?

A pesquisa, uma colaboração entre a Universidade de Pádua, a Universidade de Bolonha (Departamento de Património Cultural), a Universidade Griffith de Brisbane, o Instituto Max Planck de Jena e a Universidade de Turim, aponta o Planalto Persa como uma região chave durante as fases iniciais da colonização eurasiática.

As evidências genéticas combinadas com modelos paleoecológicos sugerem que, após saírem da África há entre 70 a 60 mil anos, os ancestrais das atuais populações eurasianas, americanas e oceânicas permaneceram como uma população homogénea no Planalto Persa por vários milénios antes de se expandirem por todo o continente e além.

Este período de estagnação, antes da divergência genética que deu origem às populações europeias e asiáticas orientais de hoje, é datado de há cerca de 45 mil anos, relata o Ancient Origins.

“A parte mais difícil foi desemaranhar os vários fatores de confusão constituídos por 45 mil anos de movimentos e misturas populacionais que ocorreram após a colonização do Centro”, afirma Leonardo Vallini, o primeiro autor do estudo.

A pesquisa também confirmou que as características paleoecológicas da área naquela época a tornavam adequada para ocupação humana, potencialmente capaz de sustentar uma população maior do que outras partes da Ásia Ocidental.

Este achado abre novas portas para a pesquisa arqueológica e paleoantropológica. O Planalto Persa será até o foco do projeto ERC Synergy, ‘Last Neanderthals‘, recentemente atribuído ao co-autor Stefano Benazzi, professor da Universidade de Bolonha.

O projeto busca explorar os eventos bioculturais complexos que ocorreram há entre 60.000 e 40.000 anos, com um foco especial no Planalto Persa.

Esta fase da jornada humana fora da África é particularmente fascinante, pois também incluiu o encontro e a mistura genética com os Neandertais.

A descoberta não apenas enriquece nosso entendimento sobre as migrações primitivas mas também enfatiza a importância do Planalto Persa como um ponto de convergência na pré-história global.

Entretanto, ficámos também a saber que a primeira coisa que os humanos que saíram de África fizeram ao chegar à Europa foi… “invadir” a Ucrânia.


in ZAP