Renato Manfredini Júnior,
nome artístico:
Renato Russo (
Rio de Janeiro,
27 de março de
1960 –
Rio de Janeiro,
11 de outubro de
1996) foi um cantor brasileiro. Sua primeira banda foi o
Aborto Elétrico (1978), que durou quatro anos e terminou devido às constantes brigas que havia entre ele e o baterista Fê Lemos. Russo herdou desta banda uma forte influência
punk que influenciou toda a sua carreira. Nessa mesma época, aos 18 anos, assumiu para sua mãe que era
homossexual e, em 1989, publicamente por meio da música "Meninos e Meninas", e também "Maurício", do disco
As quatro estações de
1989.
Até os seis anos de idade Renato viveu no Rio de Janeiro junto com sua família. Começou a estudar cedo no Colégio Olavo Bilac, na Ilha do Governador, na zona norte da cidade. Nessa época teria escrito uma bela redação chamada "Casa velha, em ruínas…", que inclusive está disponível na íntegra. Em 1967, mudou-se com sua família para Nova Iorque, pois seu pai, funcionário do Banco do Brasil, fora transferido para agência do banco em Nova Iorque, mais especificamente para Forest Hills, no distrito do Queens. Foi quando Renato foi introduzido a língua e a cultura norte-americanas. Em 1969 a família volta para o Brasil, indo Renato morar na casa de seu tio Sávio na Ilha do Governador, Rio de Janeiro.
Em 1973 a família trocou o Rio de Janeiro por
Brasília, passando a morar na
Asa Sul. Em 1975, aos quinze anos, Renato começou a atravessar uma das fases mais difíceis e curiosas de sua vida quando fora diagnosticado como portador da
epifisiólise, uma doença óssea. Ao saber do resultado, os médicos submeteram-no a uma cirurgia para implantação de três pinos de
platina na bacia. Renato sofreu duramente a enfermidade, tendo que ficar seis meses na cama, quase sem movimentos. Durante o período de tratamento Renato teria se dedicado quase que integralmente a ouvir música, iniciando sua extensa coleção de discos dos mais variados estilos. Em entrevista, Russo teria alegado que este período fora determinante na formação de sua musicalidade.
Após o fim do Aborto Elétrico, Renato começa a compor e se apresentar sozinho, tornando-se o
Trovador Solitário. A fase solo durou poucos meses, até que o cantor se juntou a Marcelo Bonfá (baterista do grupo
Dado e o Reino Animal), Eduardo Paraná (guitarrista, conhecido como Kadu Lambach) e Paulo Guimarães (tecladista, conhecido como Paulo Paulista), formando a
Legião Urbana, tendo Renato como vocalista e baixista. Suas principais influencias eram as bandas de
post punk que surgiram na época, especificamente, Renato Russo se espelhava no trabalho de
Robert Smith, vocalista do
The Cure e, especialmente, em
Morrissey, vocalista da banda
The SmithsApós os primeiros shows, Eduardo Paraná e Paulo Paulista saem da Legião. A vaga de guitarrista é assumida por Ico-Ouro Preto, irmão de Dinho Ouro-Preto, que fica até o início de 1983. Seu lugar é assumido definitivamente por
Dado Villa-Lobos (que criou a banda
Dado e o Reino Animal com Marcelo Bonfá, Dinho Ouro Preto, Loro Jones e o teclista Pedro Thompson). A entrada de Dado consagrou a formação clássica da banda.
À frente da Legião, que contou com o baixista Renato Rocha entre 1984 e 1989, Renato Russo atingiu o auge de sua carreira como músico, criando uma relação com os fãs que chegava a ser messiânica (alguns adoravam o cantor como se fosse um deus). Os mesmos fãs chegavam a fazer um trocadilho com o nome da banda: Religião Urbana/Legião Urbana. Renato desconsiderava este trocadilho e sempre negou ser messiânico.
Renato Russo morreu no dia 11 de outubro de 1996, as 01.15 horas, pesando apenas 45 quilos, em consequência de complicações causadas pela
SIDA (era
seropositivo desde 1989, mas jamais revelou publicamente sua doença). Deixou um filho, o produtor cultural Giuliano Manfredini, na época com apenas 7 anos de idade. O corpo de Russo foi cremado e suas cinzas lançadas sobre o jardim do sítio de
Roberto Burle Marx.
No dia
22 de outubro de
1996, onze dias após a morte do cantor, Dado e Bonfá, ao lado do empresário Rafael Borges, anunciaram o fim das atividades do grupo. Estima-se que a banda tenha vendido cerca de 20 milhões de discos no país durante a vida de Renato. Mais de uma década após sua morte, a banda ainda apresenta vendas expressivas de seus discos pelo mundo.