terça-feira, dezembro 17, 2024

Marguerite Yourcenar morreu há trinta e sete anos...

     
Marguerite Yourcenar, pseudónimo de Marguerite Antoinette Jeanne Marie Ghislaine Cleenewerck de Crayencour (Yourcenar é um anagrama de Crayencour) (Bruxelas, 8 de junho de 1903 - Mount Desert Island, 17 de dezembro de 1987), foi uma escritora francesa.

Marguerite Yourcenar foi educada em casa e de maneira excecional: lia Jean Racine com oito anos de idade e o seu pai ensinou-lhe latim aos oito anos e grego aos doze.
Em 1929, publicou o seu primeiro romance, Alexis ou o Tratado do Vão Combate (Alexis ou le traité du vain combat) inspirado em André Gide, escrito num estilo preciso, frio e clássico. Trata-se de de uma longa carta em que um homem, músico de renome, confessa à sua esposa a sua homossexualidade e a sua decisão de a deixar. Após a morte de seu pai, em 1929, (depois de ter lido o primeiro romance de sua filha), Marguerite Yourcenar levou uma vida boémia entre Paris, Lausana, Atenas, as ilhas gregas, Constantinopla e Bruxelas. Nesta época, Marguerite Yourcenar apaixonou-se pelo escritor e editor André Fraigneau.
Na década de 30 escreveu Fogos (1936), composto por textos com inspirações mitológicas ou religiosas, em que a autora trata de diversas formas o tema do desespero amoroso e dos sofrimentos sentimentais, tema retomado mais tarde em Le Coup de grâce (1939), romance curto sobre um triângulo amoroso durante a guerra russo-polaca de 1920. Em 1939, ela publicou Contos Orientais, com histórias que fazem referência às suas viagens. Naquele mesmo ano, dez anos depois da morte do seu pai e com a Europa conturbada pela proximidade da Segunda Guerra Mundial, mudou-se para os Estados Unidos, onde passou o resto de sua vida, obtendo a cidadania norte-americana em 1947 e ensinando literatura francesa até 1949. Até 1979, Yourcenar morou com Grace Frick, professora de literatura britânica em Nova Iorque.
As suas Mémoires d´Hadrien (Memórias de Adriano), de 1951, tornaram-na internacionalmente conhecida. Este sucesso seria confirmado com L'Œuvre au Noir (A Obra ao Negro, 1968), uma biografia de um herói do século XVI, chamado Zénon, atraído pelo hermetismo e a ciência. Publicou ainda poemas, ensaios (Sous bénéfice d'inventaire, 1978) e memórias (Archives du Nord, 1977), manifestando uma atração pela Grécia e pelo misticismo oriental patente em trabalhos como Mishima ou La vision du vide (1981) e Comme l´eau qui coule (1982).
Marguerite Yourcenar foi a primeira mulher eleita da Academia Francesa de Letras, em 1980, após uma campanha e apoio ativo de Jean d'Ormesson, que escreveu o discurso da sua admissão.
  
        

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