Sérgio de Barros Godinho, mais conhecido como Sérgio Godinho (Porto, 31 de agosto de 1945), é um poeta, compositor e intérprete português.
Como autor, compositor e cantor,
personifica perfeitamente a sua música “O Homem dos Sete
Instrumentos”. Multifacetado, representou já em filmes, séries
televisivas e peças teatrais. A dramaturgia surge com a assinatura de algumas peças de teatro assumindo-se também como realizador.
Biografia
Sérgio Godinho nasceu em 1945, no Porto. Com apenas 18 anos de idade parte para o estrangeiro. Primeiro destino: Suíça, onde estuda Psicologia durante dois anos. Mais tarde muda-se para França. Vive o Maio de 68 na capital francesa. No ano seguinte integra a produção francesa do musical "Hair", onde se mantém por dois anos. Em Paris priva com outros músicos portugueses, como Luís Cília e José Mário Branco. Sérgio Godinho ensaiava então as suas primeiras composições, na altura em francês.
Em 1971 participa no álbum de estreia a solo de José Mário Branco,
"Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades", como músico e como autor de
quatro das letras. Em 1971 faz a sua estreia discográfica com a edição
do EP "Romance de Um Dia na Estrada" e do seu primeiro longa-duração,
"Os Sobreviventes". Três dias após a sua edição é interditado, depois
autorizado, depois novamente interditado. O disco é eleito "Melhor
Disco do Ano" e Godinho recebe o prémio da Imprensa para "Melhor Autor
do Ano".
Em 1972, Sérgio apresenta um novo álbum, "Pré-Histórias", que inclui um dos temas mais emblemáticos da sua carreira: "A Noite Passada". Colabora como letrista no álbum "Margem de Certa Maneira" de José Mário Branco.
Em 1973 muda-se para o Canadá, onde casa com Shila, colega na companhia de teatro The Living Theatre. Integra a companhia de teatro Génesis. Estabelece-se numa comunidade hippie em Vancouver, e é aqui que recebe a notícia da revolução do 25 de abril, que o leva a regressar a Portugal. Já em terras lusitanas, edita o álbum À queima-roupa (1974) um sucesso que o faz correr o país, atuando em manifestações populares, frequentes no pós 25 de abril.
Tendo regressado a Portugal após a revolução democrática do 25 de abril
de 1974, Sérgio Godinho tornou-se autor de algumas das canções mais
unanimemente aclamadas da música portuguesa - "Com Um Brilhozinho Nos Olhos", "O Primeiro Dia", "É Terça-Feira", apenas para citar três.
Em 1975 participa, com José Mário Branco e Fausto, na banda sonora do filme de Luís Galvão Teles, "A Confederação". No ano seguinte escreve a canção-tema do filme de José Fonseca e Costa "Os Demónios de Alcácer Quibir", onde participa como ator. O tema viria a ser incluído no seu novo álbum, "De Pequenino se Torce o Destino" (1976).
Em 1977 colabora em dois temas da banda sonora do filme "Nós Por Cá Todos Bem", realizado por Fernando Lopes. O seu quinto álbum de originais, "Pano-cru",
é editado no ano seguinte. Em 1979 é editado o álbum "Campolide". O
disco viria a ser premiado com o "Prémio da Crítica Música & Som"
para melhor álbum de música portuguesa desse ano.
Em 1980 volta a colaborar com o realizador José Fonseca e Costa, desta vez no clássico do cinema português, "Kilas, o Mau da Fita". O álbum com a banda sonora do filme é editado nesse mesmo ano. "Canto da Boca", novo álbum de originais, é também editado em 80, tendo recebido o prémio de "Melhor Disco Português do Ano", atribuído pela Casa da Imprensa e, ainda, o Sete de Ouro para o "Melhor Cantor Português do Ano".
Em 1983, no seu álbum "Coincidências", incluiu temas compostos em
parceria com alguns dos mais reputados músicos brasileiros - nomes como Chico Buarque, Ivan Lins ou Milton Nascimento - algo até então inédito na produção musical portuguesa.
Nos seis anos que se seguiram, Sérgio Godinho gravou mais três álbuns
de originais - "Salão de Festas", "Na Vida Real" e "Aos Amores". Foi
também editada a coletânea "Era Uma Vez Um Rapaz" (1985) e o álbum para
crianças "Sérgio Godinho Canta com os Amigos do Gaspar" (1988).
Em 1990 apresentou o espetáculo "Sérgio Godinho, Escritor de Canções",
onde revisitou as suas músicas sob uma nova perspetiva - apenas dois
músicos acompanhantes e num auditório mais pequeno, neste caso o
Instituto Franco-Português, onde fez 20 espetáculos de grande êxito.
Desses espetáculos saiu o álbum ao vivo "Escritor de Canções".
Foi autor da série "Luz na Sombra", exibida pela RTP 2 no verão de
1991, onde abordou seis programas sobre algumas das profissões menos
conhecidas do mundo da música: letristas, técnicos de som, produtores,
etc. Em 1992 realizou três filmes de ficção, de meia hora cada, com
argumento e música igualmente seus. Estes filmes, com o título genérico
de "Ultimactos", foram produzidos para a RTP, que os exibiu em 1994.
Escreveu ainda "O Pequeno Livro dos Medos", obra infanto-juvenil, que também ilustrou.
Voltou à música em 1993 com o disco "Tinta Permanente" e o espetáculo
"A Face Visível", ambos merecedores dos maiores elogios da crítica e do
público.
A 9 de junho de 1994 foi feito Oficial da Ordem da Liberdade.
Em novembro de 1995 é editado o disco "Noites Passadas", que foi
gravado ao vivo em três espetáculos realizados no Teatro S. Luiz, em
novembro de 1993, e no Coliseu de Lisboa, em novembro de 1994. Neste ano
de 1995, Sérgio Godinho é convidado por Manuel Faria a participar na compilação de Natal "Espanta Espíritos" com o tema original "Apenas um Irmão" em dueto com PacMan (vocalista da banda Da Weasel).
Em junho de 1997 é editado o disco "Domingo no Mundo",
disco que conta com a participação de músicos e arranjadores de
diferentes áreas musicais: (Pop, Rock, Popular, Erudita e Jazz). O disco
foi apresentado com enorme êxito no teatro Rivoli do Porto e no
Coliseu de Lisboa, nos espetáculos de nome "Godinho no mundo".
Em 1998 foi editado o álbum "Rivolitz", gravado ao vivo nos espetáculos do Teatro Rivoli e no Ritz Clube, em Lisboa.
Em 2000 Sérgio Godinho volta com o disco “Lupa”, com dez canções originais e produção de Hélder Gonçalves e Nuno Rafael.
O disco é apresentado ao vivo, em novembro desse ano, com dois
espetáculos em Lisboa, no Centro Cultural de Belém, e um no Coliseu do
Porto, tendo os três concertos obtido um grande sucesso.
2001 é o ano dos 30 anos de carreira. O aniversário é marcado pelo
lançamento em 2001 de “Biografias do Amor”, uma colectânea de canções de
amor, e de “Afinidades”, uma gravação dos espetáculos em conjunto com
os Clã. Em 2003 é lançado o disco “Irmão do Meio” onde Sérgio Godinho
junta alguns amigos com quem partilha 15 canções. Entre muitos outros
artistas participam neste disco Camané, Da Weasel, Jorge Palma, Teresa Salgueiro, Tito Paris, Xutos e Pontapés e alguns grandes nomes da música popular brasileira.
"Ligação Directa" foi álbum de originais que se seguiu. Editado a 23 de
outubro de 2006, pôs termo a um interregno de 6 anos durante o qual o cantautor não
produzira novos discos de originais. O álbum é composto por 10 temas,
todos da autoria de Sérgio Godinho, com exceção de "O Big-One da
Verdade", cuja música é de Hélder Gonçalves (dos Clã), e de "O Ás da
Negação", cuja música é de Nuno Rafael. Nuno Rafael foi também
responsável pela produção e direção musical do álbum, que conta ainda
com a participação de Manuela Azevedo, Hélder Gonçalves, Joana Manuel,
Tomás Pimentel, Nuno Cunha, Jorge Ribeiro e Jorge Teixeira como músicos
convidados.
12 de setembro de 2011 marcou o seu regresso aos discos de originais,
com "Mútuo Consentimento". Com o habitual grupo de Assessores - os
músicos que o acompanham há vários anos - Sérgio Godinho gravou 12 novas
canções, que resultaram do seu método habitual de composição, ao
longo dos 40 anos de carreira: "Olhar à volta e ver o que se passa",
disse o músico.
"Eu o que faço é tentar contar coisas, falar de coisas, fazer
interrogações à minha maneira e saber que há pessoas que são tocadas por
isso", sublinhou o cantautor, hoje com 66 anos. Essas
interrogações são "contos de um instante", como canta numa das canções
do novo disco, e tanto podem falar de amor ("Intermitentemente"), como
da situação do país e das incertezas do presente ("Acesso
bloqueado").
Em 2018, com 72 anos, regressou com o disco de originais "Nação Valente". As letras são todas da sua autoria, mas em apenas duas é também autor da música: as restantes composições resultam de colaborações com José Mário Branco, Hélder Gonçalves, Nuno Rafael, Pedro da Silva Martins e Filipe Raposo.
Em 2018, com 72 anos, regressou com o disco de originais "Nação Valente". As letras são todas da sua autoria, mas em apenas duas é também autor da música: as restantes composições resultam de colaborações com José Mário Branco, Hélder Gonçalves, Nuno Rafael, Pedro da Silva Martins e Filipe Raposo.
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