Retrato de D. Afonso V, com cerca de 25 anos, por Georg von Ehingen (1428-1508), um cavaleiro da Suábia que esteve no exército do Rei em Ceuta, em 1458-59
D. Afonso V de Portugal, (Sintra, 15 de janeiro de 1432 - Sintra, 28 de agosto de 1481), foi o décimo-segundo Rei de Portugal, cognominado o Africano pelas conquistas no Norte de África. Filho do rei D. Duarte, sucedeu-lhe, em 1438, com apenas seis anos. Por ordem paterna a regência foi atribuída a sua mãe, D. Leonor de Aragão mas passaria para o seu tio D. Pedro, Duque de Coimbra, que procurou concentrar o poder no rei em detrimento da aristocracia e concluiu uma revisão na legislação conhecida como Ordenações Afonsinas. Em 1448 D. Afonso V assumiu o governo, anulando os editais aprovados durante a regência. Com o apoio do tio homónimo D. Afonso I, Duque de Bragança declarou D. Pedro inimigo do reino, derrotando-o na batalha de Alfarrobeira. Concentrou-se então na expansão no norte de África, onde conquistou Alcácer Ceguer, Anafé, Arzila, Tânger e Larache. Concedeu o monopólio do comércio na Guiné a Fernão Gomes, com a condição de este explorar a costa, o que o levaria em 1471 à Mina,
onde descobriu um florescente comércio de ouro cujos lucros auxiliaram o
rei na conquista. Em 1475, na sequência de uma crise dinástica, D.
Afonso V casou com a sobrinha D. Joana de Trastâmara assumindo pretensões ao trono de Castela, que invadiu. Após não obter uma clara vitória na batalha de Toro, com sintomas de depressão, D. Afonso abdicou da coroa para o filho, D. João II de Portugal, falecendo em 1481.
(...)
No desenvolvimento da Guerra da Beltraneja assinou com os Reis Católicos o Tratado das Alcáçovas-Toledo, inicialmente na vila portuguesa de Alcáçovas, no Alentejo, a 4 de setembro de 1479, colocando fim à Guerra de Sucessão de Castela (1479-1480) e posteriormente ratificado na cidade castelhana de Toledo, a 6 de março de 1480.
Além de formalizar o fim das hostilidades (pelo qual Joana e seu tio e
marido Afonso V de Portugal, desistiam para sempre das suas pretensões
ao trono de Castela), o Tratado continha cláusulas concernentes à
política de projeção externa de ambos os países, num momento em que os
dois reinos competiam pelo domínio do Oceano Atlântico e das terras até
então descobertas na costa africana: Portugal obtinha o reconhecimento
do seu domínio sobre a ilha da Madeira, o arquipélago dos Açores, o de Cabo Verde e a costa da Guiné,
enquanto que Castela recebia as ilhas Canárias (exploradas por Diego
Garcia de Herrera em 1476), renunciando a navegar ao Sul do cabo
Bojador, ou seja, do Paralelo 27 no qual se encontravam as próprias
ilhas. Regulamentava também as áreas de influência e de expansão de
ambas as coroas pelo Reino Oatácida de Fez, no Norte de África.
Desiludido e com sintomas de depressão, D. Afonso retira-se para o convento de Varatojo em Torres-Vedras e abdica para o filho D. João, futuro D. João II de Portugal. Tendo-se retirado da vida política, morre em 1481 aquando da sua chegada a Sintra. A descrição da sua morte é a de que pediu, e lhe deram, um copo de água, e que morreu de seguida.
Jaz no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha.
in Wikipédia
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