(imagem daqui)
José António Carlos de Seixas (Coimbra, 11 de junho de 1704 - Lisboa, 25 de agosto de 1742), compositor e organista português.
Vida
Filho de Francisco Vaz e de Marcelina Nunes, Carlos Seixas estudou com o pai e cedo o substituiu como organista da Sé de Coimbra,
cargo de grande responsabilidade que exerceu durante dois anos. Aos
16 anos partiu para Lisboa, altura em que a corte portuguesa era das
mais dispendiosas da Europa. Foi muito solicitado como professor de música de famílias nobres da corte, nomeado organista da Sé Patriarcal e da Capela Real (sendo o Mestre desta Domenico Scarlatti, estabeleceram certamente colaborações proveitosas). Carlos Seixas gozava da fama de ser músico e professor
excelente. Na capital impôs-se como organista, cravista e
compositor. Com o seu trabalho sustentou a mulher, que desposara aos
28 anos, e os cinco filhos, dois filhos e três filhas, e adquiriu
algumas casas nas vizinhanças da Sé. Carlos Seixas morreu a 25 de
agosto de 1742, de febre reumática, já sendo Mestre da Capela Real.
Obras
No que diz respeito à composição, Carlos Seixas foi um dos maiores compositores portugueses para a música de tecla. Fez escola em Portugal
criando um estilo seu (apesar da influência italiana e francesa que
se constatam em algumas das suas obras) que foi imitado durante algum
tempo após a sua morte.
No século XVIII
era exigido aos compositores que a sua música fosse fiel aos
pensamentos e ideais estéticos do meio. A composição era, de certa
forma, limitada a um rol de características previamente definidas, facto
que devemos levar em conta quando analisamos a obra dos
compositores.
A obra de Seixas é, em grande parte, resultado dos ambientes em que
compôs. Como organista da Capela da Sé Patriarcal tinha a possibilidade
de tocar, antes e depois da missa, um trecho a solo que poderia ser uma tocata ou uma sonata (ritual comum em todas as catedrais de prática católica). Para este efeito, havia uma preferência pelas peças de carácter vistoso e brilhante. Noutras partes da cerimónia, o organista podia ainda tocar em alturas que admitissem um solo instrumental.
Desta forma, os compositores aproveitavam para dar a conhecer as
suas composições ou improvisações. Por certo que as sonatas de Seixas
foram tocadas na Igreja, pelo menos as de carácter religioso. Carlos Seixas acompanhava ao cravo os saraus de música nos paços reais ou no solar de algumas casas nobres. Nestes eventos tinha também a oportunidade de tocar como solista, aproveitando, provavelmente, para tocar as suas sonatas compostas com o objetivo de ser reconhecido como concertista e compositor.
Para além da Capela Real e da Corte,
apenas se dedicava ao ensino de música. Esta faceta obrigava-o a ter
material didático diversificado, variando de aluno para aluno,
consoante o grau e as capacidades de cada um, dos cravos ou clavicórdios
que possuíam. Apesar de fortemente sujeita a um vasto rol de
condicionantes, a obra de Seixas não deixa de parte a qualidade e a
originalidade do seu estilo pessoal.
Nunca se deixou levar pelos estilos importados em Portugal, nem deixou que a sua obra se confundisse com a dos seus contemporâneos estrangeiros. A presença do temperamento lusitano
é uma constante das suas composições. A evolução da estrutura
bipartida da sonata para tecla, para a estrutura tripartida está
presente nas sonatas de Carlos Seixas, sendo uma antecipação da forma
da sonata clássica.
Até agora não são conhecidos versos de Seixas. O mais provável é
terem-se perdido uma vez que é pouco credível que Seixas tenha usado
sempre versos alheios nas suas composições.
in Wikipédia
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