Che Guevara (fotografia de Alberto Korda intitulada Guerrilheiro Heroico)
Ernesto Guevara de la Serna, conhecido como "Che" Guevara (Rosário, 14 de junho de 1928 - La Higuera, 9 de outubro de 1967), foi um guerrilheiro, político, jornalista, escritor e médico argentino-cubano.
(...)
Em 4 de outubro de 1965 Fidel Castro anunciou que Ernesto Che
Guevara deixara a ilha para lutar contra o denominado "imperialismo".
Retorno à guerrilha e morte
Ele parte primeiramente para o Congo
com um grupo de 100 cubanos "internacionalistas", tendo chegado em
abril de 1965. Comandante supremo da operação, atuou com o nome de código Tatu
(do suaíle), e encontrou-se com Kabila.
Por seu total desconhecimento da região, dos seus costumes, das suas
crenças religiosas, das relações intertribais e da psicologia de seus
habitantes, o "delírio africano" de Che resultou numa total decepção. Em
seguida parte para a Bolívia onde tenta estabelecer uma base guerrilheira para lutar pela unificação dos países da América Latina e de onde pretendia invadir a Argentina.
Enfrenta dificuldades com o terreno desconhecido, não recebe o apoio do
partido comunista boliviano e não consegue conquistar a confiança dos
poucos camponeses que moravam na região que escolheu para suas
operações, quase desabitada. Nem Che nem nenhum de seus companheiros
falavam a língua indígena local. É cercado e capturado em 8 de outubro de 1967 e morto, no dia seguinte, pelo soldado boliviano Mario Terán, a mando do Coronel Zenteno Anaya e também do vice-presidente René Barrientos, na aldeia de La Higuera.
Os boatos que cercaram a execução de Che Guevara levantaram dúvidas
sobre a identidade real do guerrilheiro, que se utilizou de uma miríade
de documentos falsos, de vários países, para entrar e viver na Bolívia.
Em 1997 os seus restos mortais foram encontrados por pesquisadores numa vala comum, junto a outras ossadas, na cidade de Vallegrande, a cerca de 50 km de onde ocorreu a sua morte. A sua ossada estava sem as mãos, que foram amputadas logo após a sua morte. Os seus restos mortais foram transferidos para Cuba, onde, a 17 de outubro do mesmo ano, foram sepultados com honras de Chefe de Estado, na presença de membros da sua família e do líder cubano e antigo companheiro de revolução Fidel Castro. O seu corpo encontra-se no Mausoléu Guevara, em Santa Clara, província de Villa Clara.
(...)
Jacobo Machover, um autor de oposição exilado, descarta todos os elogios de Guevara e o retrata como um carrasco insensível.
Exilados cubanos expressaram opiniões semelhantes, entre eles Armando
Valladares, que o declarou "um homem cheio de ódio" que executou dezenas
sem julgamento, e Carlos Alberto Montaner, que afirmou que Guevara possuía "uma mentalidade de Robespierre" onde a crueldade contra os inimigos da revolução era uma virtude.
Álvaro Vargas Llosa, do Instituto Independente, supõe que os seus
seguidores contemporâneos "se iludem agarrados a um mito", descrevendo-o
como um "puritano marxista" que empregou o seu rígido poder de reprimir a
dissidência, enquanto também operava como uma "máquina de assassinato a
sangue-frio".
Llosa também acusa a sua "disposição fanática" como sendo o eixo da
"sovietização" da Revolução Cubana, especulando que ele possuía uma
"subordinação total da realidade à cega ortodoxia ideológica". Em nível macro, o pesquisador da Instituição Hoover,
William Ratliff, considera Guevara mais como uma criação de seu
ambiente histórico, referindo-se a ele como uma figura "destemida" e
"cabeça-forte do Messias", que foi o produto de uma cultura latina
enamorada de mártires que "inclinou as pessoas a buscar e seguir os
milagres paternalistas".
Ratliff ainda especula que as condições económicas na região se
adequavam ao compromisso de Guevara de "trazer justiça aos oprimidos
esmagando tiranias centenárias"; descrevendo a América Latina como sendo
atormentada pelo que Moisés Naím chamou de "malignidades lendárias" de desigualdade, pobreza, política disfuncional e instituições com mau funcionamento.
in Wikipédia
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