domingo, junho 14, 2020

Che Guevara nasceu há 92 anos

Che Guevara (fotografia de Alberto Korda intitulada Guerrilheiro Heroico)
      
Ernesto Guevara de la Serna, conhecido como "Che" Guevara (Rosário, 14 de junho de 1928 - La Higuera, 9 de outubro de 1967), foi um guerrilheiro, político, jornalista, escritor e médico argentino-cubano.
    
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Em 4 de outubro de 1965 Fidel Castro anunciou que Ernesto Che Guevara deixara a ilha para lutar contra o denominado "imperialismo". 
    
Retorno à guerrilha e morte
Ele parte primeiramente para o Congo com um grupo de 100 cubanos "internacionalistas", tendo chegado em abril de 1965. Comandante supremo da operação, atuou com o nome de código Tatu (do suaíle), e encontrou-se com Kabila. Por seu total desconhecimento da região, dos seus costumes, das suas crenças religiosas, das relações intertribais e da psicologia de seus habitantes, o "delírio africano" de Che resultou numa total decepção. Em seguida parte para a Bolívia onde tenta estabelecer uma base guerrilheira para lutar pela unificação dos países da América Latina e de onde pretendia invadir a Argentina. Enfrenta dificuldades com o terreno desconhecido, não recebe o apoio do partido comunista boliviano e não consegue conquistar a confiança dos poucos camponeses que moravam na região que escolheu para suas operações, quase desabitada. Nem Che nem nenhum de seus companheiros falavam a língua indígena local. É cercado e capturado em 8 de outubro de 1967 e morto, no dia seguinte, pelo soldado boliviano Mario Terán, a mando do Coronel Zenteno Anaya e também do vice-presidente René Barrientos, na aldeia de La Higuera. Os boatos que cercaram a execução de Che Guevara levantaram dúvidas sobre a identidade real do guerrilheiro, que se utilizou de uma miríade de documentos falsos, de vários países, para entrar e viver na Bolívia.
Em 1997 os seus restos mortais foram encontrados por pesquisadores numa vala comum, junto a outras ossadas, na cidade de Vallegrande, a cerca de 50 km de onde ocorreu a sua morte. A sua ossada estava sem as mãos, que foram amputadas logo após a sua morte. Os seus restos mortais foram transferidos para Cuba, onde, a 17 de outubro do mesmo ano, foram sepultados com honras de Chefe de Estado, na presença de membros da sua família e do líder cubano e antigo companheiro de revolução Fidel Castro. O seu corpo encontra-se no Mausoléu Guevara, em Santa Clara, província de Villa Clara.
   
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Jacobo Machover, um autor de oposição exilado, descarta todos os elogios de Guevara e o retrata como um carrasco insensível. Exilados cubanos expressaram opiniões semelhantes, entre eles Armando Valladares, que o declarou "um homem cheio de ódio" que executou dezenas sem julgamento, e Carlos Alberto Montaner, que afirmou que Guevara possuía "uma mentalidade de Robespierre" onde a crueldade contra os inimigos da revolução era uma virtude. Álvaro Vargas Llosa, do Instituto Independente, supõe que os seus seguidores contemporâneos "se iludem agarrados a um mito", descrevendo-o como um "puritano marxista" que empregou o seu rígido poder de reprimir a dissidência, enquanto também operava como uma "máquina de assassinato a sangue-frio". Llosa também acusa a sua "disposição fanática" como sendo o eixo da "sovietização" da Revolução Cubana, especulando que ele possuía uma "subordinação total da realidade à cega ortodoxia ideológica". Em nível macro, o pesquisador da Instituição Hoover, William Ratliff, considera Guevara mais como uma criação de seu ambiente histórico, referindo-se a ele como uma figura "destemida" e "cabeça-forte do Messias", que foi o produto de uma cultura latina enamorada de mártires que "inclinou as pessoas a buscar e seguir os milagres paternalistas". Ratliff ainda especula que as condições económicas na região se adequavam ao compromisso de Guevara de "trazer justiça aos oprimidos esmagando tiranias centenárias"; descrevendo a América Latina como sendo atormentada pelo que Moisés Naím chamou de "malignidades lendárias" de desigualdade, pobreza, política disfuncional e instituições com mau funcionamento.
       

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