(imagem daqui)
poema para uma Amiga que nos deixou
o que fica na memória
sobrevive
a doenças e quedas
in cinza (2013) – rosa oliveira
Porque, além do teu olhar tranquilo e um pouco triste,
ainda mais depois do teu acidente,
resistias à dor, dentro e fora da tua alma e corpo,
além do que, nós, os que te amávamos, imaginávamos,
a mágoa que nos assolou é inimaginável…
Lembramos agora a tua energia para superar tudo, para ajudar os amigos, e é in-
ímpio não recordar que nunca mais sofrerás, que agora estás em paz, lá onde
guardarás um lugar para todos, como antigamente no Café Safari, onde
insistirás em beber connosco a última cerveja da noite,
até que o patrão decida que se tinha(mos) de ir embora…
como vamos agora superar esta dor
onde tu nos deixaste?
morreste como quem cumpre um dever, olvidando contudo os que te amavam…
salva-nos, contudo, a tua viva memória,
as tuas fotos, a tua recordação perene, o teu cheiro,
um ou outro gesto inesquecível, como quando,
depois de tirares a carta, partiste para uma viagem noturna,
ausente e distraída, como sempre, sem ligares os faróis…
devemos, contudo, recordar que tudo o que viveste ficou entre nós,
entre as nossas memórias favoritas,
sem esquecer que fica um pouco ti no olhar e modo de ser dos teus sobrinhos…
Pedro Luna, agosto de 2013
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