Bartolomé Esteban Perez Murillo (Sevilha, 31 de dezembro de 1618 - Cádiz, 3 de abril de 1682) foi um pintor barroco espanhol.
Bartolomé Esteban Murillo é, quiçá, o pintor que melhor define o barroco espanhol.
Nasceu em Sevilha, onde passou a maior parte da sua vida. O dia exacto
do seu nascimento é-nos desconhecido, mas terá, provavelmente, nascido
nos últimos dias do ano, já que foi batizado a 1 de janeiro de 1618, na Igreja da Madalena. Era costume na Idade Moderna, baptizar as crianças somente alguns dias após o seu nascimento, como tal é normal que os especialistas façam tal afirmação.
O seu pai chamava-se Gaspar Esteban e era barbeiro. A sua mãe
chamava-se Maria Pérez Murillo. Estes e Esteban Murillo integravam uma
família muito numerosa, sendo Murillo o filho número catorze. Mesmo
assim, a situação económica da família era bastante boa e, como tal,
formavam uma família feliz.
Porém, o seu pai morreu em 1627
e a sua mãe, poucos meses mais tarde. Assim, Murillo ficou ao cuidado
da sua irmã Ana, que era casada com um barbeiro de nome Juan Agustín de
Lagares. As relações entre Murillo e o cunhado eram muito boas.
Murillo iniciou a sua aprendizagem artística com o seu (suposto) tio, Juan del Castillo. Del Castillo não era um artista de primeira ordem, mas, os seus trabalhos eram respeitados no ambiente artístico sevilhano.
Os primeiros quadros de Murillo eram muito influenciados pelo estilo
do seu mestre, Del Castillo, como se pode apreciar no quadro A "Virgem
do Rosário, com São Domingo".
Em 1645
recebeu a sua primeira encomenda importante: treze quadros para um
claustro do Convento de São Francisco, em Sevilha. Nestas obras
demonstrou uma notável influência de Van Dyck, Ticiano e Peter Paul Rubens. Foi também neste ano que Murillo casou, a 26 de Fevereiro,
com uma jovem sevilhana de 22 anos, Beatriz Cabrera y Villalobos, na
famosa Igreja da Madalena. Durante os dezoito anos de duração do
matrimónio tiveram uma ampla descendência: um total de nove filhos.
O êxito alcançado com as pinturas no claustro do Convento de São Francisco motivou o aumento do número de encomendas.
Porém, em 1649
a peste assolou Sevilha, tendo morrido quatro dos filhos de Esteban
Murillo. Mesmo assim, as encomendas continuaram a bom ritmo.
Em 1658 Murillo mudou-se para Madrid, onde tomou contacto co a pintura flamenga e veneziana e, para além disso, conheceu Velázquez, Francisco de Zurbarán, Alonso Cano, entre outros artistas madrilhenos. Mas, no final do mesmo ano, voltou para a sua cidade natal.
As encomendas continuram e o reconhecimento aumentou. Tal contribuiu
para que Murillo pudesse desfrutar de uma economia, complementada com as
propriedades de Murillo e da sua mulher e com uma escrava.
1660 foi
um ano de grande importância parao pintor, tendo fundo a Academia de
Desenho de Sevilha, em parceria com Francisco de Herrera el Mozo. Porém,
três anos mais tarde, a sua mulher Beatriz faleceu devido ao seu último
parto.
Em 1665,
teve início o seu período mais produtivo, ou seja, o período em que
recebeu mais encomendas. Neste ano, a fama alcançada por Murillo
estendeu-se por todo o país, chegando à corte madrilhena, onde, segundo
Palomino, o próprio rei Carlos II invitou Murillo a estabelecer-se em Madrid.
Em 1681
mudou-se para a paróquia de Santa Cruz, onde recebe a sua última
encomenda: vários retábulos da igreja do Convento de Santa Catalina de
Cádiz. Quando trabalhava nesta encomenda, sofreu uma grave queda, que
resultou na sua morte, alguns meses mais tarde, já no ano de 1682.
Em sua honra, os populares fizeram um enorme funeral. Para se ter
ideia da sua fama, o seu caixão foi carregado por dois marquêses e
quatro cavaleiros. Mesmo hoje, na actualidade, Murillo continua a ser
muito conhecido.
El regreso del hijo pródigo, Washington, National Gallery of Art
in Wikipédia
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