Gonçalo Pereira Ribeiro Telles (Lisboa, 25 de maio de 1922) é um arquitecto paisagista e político português.
Figura notável das questões do ordenamento do território e do uso da terra em Portugal, Gonçalo Ribeiro Telles licenciou-se em Engenharia Agrónoma e terminou o Curso Livre de Arquitectura Paisagista, no Instituto Superior de Agronomia. Iniciou a sua vida profissional como assistente deste instituto, tornando-se discípulo de Francisco Caldeira Cabral. Mais tarde seria professor catedrático convidado da Universidade de Évora, criando as licenciaturas em Arquitectura Paisagista e em Engenharia Biofísica.
Iniciou a sua intervenção pública como membro da Juventude Agrária e Rural Católica, acentuando a sua oposição ao regime nas sessões do Centro Nacional de Cultura. Com Francisco Sousa Tavares fundou, em 1957,
o Movimento dos Monárquicos Independentes, a que se seguiria o
Movimento dos Monárquicos Populares, assumindo-se claramente contra o salazarismo. Em 1958 manifestou o seu apoio à candidatura presidencial de Humberto Delgado. Em 1967, aquando das cheias de Lisboa, impôs-se publicamente contra as políticas de urbanização vigentes. Em 1971 ajudou a fundar o movimento Convergência Monárquica.
Após o 25 de Abril fundou o Partido Popular Monárquico, a cujo Directório presidiu. Foi Subsecretário de Estado do Ambiente nos I, II e III Governos Provisórios, e Secretário de Estado da mesma pasta, no I Governo Constitucional. Em 1979 integrou a Aliança Democrática, liderada por Francisco Sá Carneiro. Deputado à Assembleia da República, eleito em 1980, 1983, 1985, integrou o VIII Governo Constitucional, como Ministro de Estado e da Qualidade de Vida. Durante esse período criou as zonas protegidas da Reserva Agrícola Nacional, da Reserva Ecológica Nacional e lançou as bases do Plano Director Municipal. Em 1984 fundou o Movimento Alfacinha, com o qual se apresentou candidato à Câmara Municipal de Lisboa, tendo sido eleito vereador. Posteriormente fundou o Movimento o Partido da Terra, de que é presidente honorário, desde 2007.
Entre os seus restantes projectos, referenciem-se os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, que assinou com António Viana Barreto e com o qual recebeu, ex aequo, o Prémio Valmor de 1975. Projectou também o Jardim Amália Rodrigues, junto ao Parque Eduardo VII, em 1996. De 1998 a 2002,
por iniciativa da presidência da Câmara Municipal de Lisboa, coordenou
uma equipa técnica responsável por um conjunto muito vasto de projectos,
em Lisboa e na Área Metropolitana, relativos às estruturas verdes
principal e secundária, hoje em diferentes fases de implementação, tais
como o Vale de Alcântara e a Radial de Benfica, o Vale de Chelas, o
Parque Periférico, o Corredor Verde de Monsanto e a Integração na Estrutura Verde Principal de Lisboa, da Zona Ribeirinha Oriental e Ocidental.
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