Bissaya Barreto fez os seus estudos primários e liceais em
Coimbra.
Matriculado na Universidade de Coimbra, fez parte da geração de estudantes da
Greve Académica de 1907.
Frequentava, na altura, o 1.º ano da Faculdade de Medicina da
Universidade de Coimbra e foi um dos 160 alunos (chamados
intransigentes) que não renovaram a matrícula para fazer exame.
Na Faculdade de Medicina acaba a
licenciatura em
1913, formando-se, anos antes, em Filosofia e Matemática, com excelentes notas.
Sendo ainda aluno universitário, lecciona, no Colégio de Coimbra, a
disciplina de Ciências Físicas e Biológicas, colaborando na altura com o
professor
Sidónio Pais, que porventura o terá influenciado.
Em
Coimbra,
enquanto estudante, foi um republicano convicto. Pertenceu, quando
frequentava o 4.º ano de Medicina, ao comité civil da organização
carbonária autónoma de Coimbra, "Carbonária Portugália", em Janeiro de
1910. Ao mesmo tempo, faz parte, em Coimbra, da loja
maçónica Revolta (aliás, como todos os do comité de estudantes da
Carbonária Portugália) com o nome simbólico de
Saint-Just, tendo atingido o 5.º
grau do
Rito Francês.
Colega de
Oliveira Salazar na Universidade, acompanhou-o depois na tertúlia do
Centro Académico de Democracia Cristã
(CADC), e pode dizer-se, tal era a admiração pessoal que tinha por ele,
que foi salazarista antes do salazarismo. O ditador, mais tarde,
agradeceu-lhe a atenção dedicada.
Concluída a licenciatura em Medicina, Bissaya-Barreto opta pela vida política, sendo eleito pelo círculo eleitoral da
Figueira da Foz, para a
Assembleia Constituinte de
1911. Em Lisboa, frequenta a Escola Médica e as aulas do professor e
cirurgião cabeça,
ao mesmo tempo que ocupa o seu lugar no parlamento. Após 3 anos
regressa a Coimbra, onde faz provas para professor agregado da Faculdade
de Medicina, regendo depois a cadeira de "Técnica Cirúrgica" e exerce
clínica. Como cirurgião, percorre a província, operando em
Vila Real,
Guarda,
Santa Comba Dão,
Mealhada,
Castanheira de Pera,
Figueira da Foz.
Bissaya-Barreto que fez parte (
1932) da Comissão Central da União Nacional, juntamente com
Manuel Rodrigues,
Armindo Monteiro,
Lopes Mateus, e sob chefia de
Salazar, foi, ainda, Presidente da
Junta de Província da
Beira Litoral, procurador à
Câmara Corporativa e, ao longo do tempo, desenvolveu uma importante acção no campo social e da
saúde pública.
Impulsionou
sanatórios,
leprosarias,
casas da criança, refúgios para idosos, institutos maternais, bairros
económicos, campos de férias, colónias balneares, estando à frente da
campanha de luta contra a
tuberculose, a
lepra e a
loucura. À sua iniciativa se devem os Sanatórios de Celas, onde posteriormente
funcionou, até 2011, o Hospital Pediátrico de Coimbra, e dos Covões, atual
Hospital dos Covões. Também é responsável pela criação da Maternidade Bissaya Barreto, do
Hospital Sobral Cid, do
Hospital Psiquiátrico do Lorvão,
do Hospital Rovisco Pais (que foi uma moderna leprosaria) e do Hospital da
Figueira da Foz, entre outras instituições que ainda se encontram em
funcionamento.
Actualmente, a Fundação Bissaya Barreto tem em funcionamento um
Centro de Documentação com diversos documentos, fotografias e
bibliografia sobre a sua vida e a sua obra.