sexta-feira, junho 12, 2020

Nelson Mandela foi condenado a prisão perpétua há 56 anos

Casa em Rivonia (Winston Avenue) onde os diversos ativistas foram presos, em 1963
      
O Julgamento de Rivonia é como passou à história o célebre julgamento ocorrido em 1963 e 1964, na África do Sul sob o Apartheid, no qual dez líderes do ANC foram acusados de sabotagem e foram submetidos a proposta de condenação à morte.
Recebeu o nome devido ao local onde foram presas seis dessas lideranças - um subúrbio de Joanesburgo chamado Rivonia, onde tinham o seu esconderijo, numa fazenda chamada Liliesleaf, cuja fotografia se pode ver em cima. Naquela época o local, afastado cerca de 15 km do centro da cidade, era uma região de quintas, completamente rural, em contraste com a situação atual, em que é um local de comércio. A prisão ocorreu em 11 de julho de 1963.
    
Envolvidos
Não foram julgados os seguintes líderes do Congresso Nacional Africano (ANC) e do Partido Comunista da África do Sul (PCAS): Robert Hepple (PCAS), Harold Wolpe e Arthur Goldreich (PCAS, presos em Rivonia, mas escaparam) e, finalmente, o Chefe Albert Luthuli, presidente geral do ANC.
Também foram nele envolvidos Oliver Tambo (ANC, no exílio), Ruth First (líder do PCAS), Joseph Slovo (PCSA, no exílio) e Michael Harmel (PCSA).
Era, então, primeiro-ministro Henrik Verwoerd e ministro da justiça John Vorster; o julgamento foi acompanhado por observadores britânicos e norte-americanos.
   
Julgamento
Tomando por base documentos encontrados que incriminavam os réus, entre eles um referente à guerrilha (chamado de Operação Mayibuye), bem como anotações de Mandela sobre a guerrilha e o seu diário de viagem pela África de 1962, a acusação foi feita pelos promotores Percy Yutar e A. B. Krog.
Mandela já estava preso, condenado por incitação e por haver deixado o país ilegalmente e, em vez de ser arrolado como testemunha, foi levado também para o banco dos réus, onde, em 20 de abril de 1964 proferiu seu famoso discurso "Estou preparado para morrer".
A 12 de junho de 1964 oito dos réus receberam uma condenação à prisão perpétua, dada pelo juiz Quartus de Wet, no Palácio da Justiça, em Pretória.
  
     

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